Há poucos anos foi com carteiras contendo 150 euros. Desta vez com telemóveis de gama média. O teste foi realizado por várias revistas em 32 cidades mundiais, e na capital portuguesa ficou a cargo da "Readers Digest".
A prova era simples: vários telemóveis eram «estrategicamente» perdidos na cidade e os repórteres ficavam escondidos para avaliar as reacções dos que os encontravam, inclusive se faziam alguma chamada. Mal as pessoas pegavam nos telemóveis, os jornalistas ligavam e pediam-lhes para devolver o aparelho. Nalguns casos, os aparelhos foram desligados de imediato. Noutros, a pessoa chegou a marcar um encontro para a entrega, mas nunca apareceu.
Mas também houve o contrário. E muitas vezes pessoas aparentemente mais fáceis de tentar, como um desempregado de 44 anos que correu a devolver o telemóvel a uma repórter que o tinha deixado no banco de um centro comercial. Porém, dos 30 telemóveis de média gama, abandonados em vários pontos da cidade de Lisboa, só 15 foram devolvidos.
Este estudo mostrou que a honestidade dos lisboetas anda muito por baixo. Lisboa teve o 28.º lugar em 32. Pior só mesmo Amesterdão, Bucareste, Hong Kong e Kuala Lumpur. No extremo oposto, com cidadãos mais honestos, destacaram-se Liubiliana da Eslovénia, Toronto e Seul.
Muitos dos que entregaram os telemóveis disseram que a sua consciência não lhes permitia ficar com coisas alheias. Outros afirmaram que não queriam dar maus exemplos a seus filhos. Uma senhora disse mesmo:
"Meu querido, como é que eu poderia ficar com uma coisa que não é minha por direito? Deus transformar-me-ia em pedra." Estes estudos não conseguiram apurar se a educação religiosa tem alguma coisa a ver com a honestidade das pessoas mas quero crer que sim. Vários foram os que aludiram à sua formação de consciência.
O 7.º mandamento diz-nos para não furtarmos nem retermos o que não é nosso. Será que temos isso em conta na nossa prática diária?
In Amigo do Povo
O título que dei ao artigo foi:
ResponderEliminar"A honestidade dos lisboetas" e não o que está neste post.
Tive em conta que o teste foi feito em Lisboa e que o resto do país nem por sombras poderia dar tão vergonhosos resultados.
M. V. P.