quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um contributo que estimule o dever de votar e ajude a exercer este direito, em liberdade de consciência esclarecida.

  • Não há democracia sem participação.
  • Os cristãos devem sentir o dever de votar, bem como de se esclarecerem sobre o sentido do seu voto.
  • Um dever de consciência do qual não se podem moralmente eximir, e que servirá ainda de exemplo aos mais jovens, tantas vezes alheados da construção de um futuro, que especialmente lhes pertence.
  • Os responsáveis políticos têm o dever de formular programas eleitorais realistas e exequíveis, que motivem os eleitores na escolha das políticas propostas e dos candidatos que apresentam.
  • Critérios que consideramos importantes para escolher quem possa melhor contribuir para a dignificação da pessoa e a realização do bem comum:
    – promoção dos Direitos Humanos;
    defesa e protecção da instituição familiar, fundada na complementaridade homem mulher;
    respeito incondicional pela vida humana em todas as suas etapas e a protecção dos mais débeis;
    – procura de solução para as situações sociais mais graves: direito ao trabalho, protecção dos desempregados, futuro dos jovens, igualdade de direitos e melhor acesso aos mesmos por parte das zonas mais depauperadas do interior, segurança das pessoas e bens, situação dos imigrantes e das minorias;
    combate à corrupção, ao inquinamento de pessoas e ambientes, por via de alguma comunicação social;
    – atenção às carências no campo da saúde e ao exercício da justiça;
    – respeito pelo princípio da subsidiariedade e apreço pela iniciativa pessoal e privada e pelo trabalho das instituições emanadas da sociedade civil, nomeadamente quando actuam no campo da educação e da solidariedade…

O eleitor cristão não pode trair a sua consciência no acto de votar. Os valores morais radicados na fé não podem separar se da vida familiar, social e política, mas devem encarnar se em todas as dimensões da vida humana. As opções políticas dos católicos devem ser tomadas de harmonia com os valores do Evangelho, sendo coerentes com a sua fé vivida na comunidade da Igreja, tanto quando elegem como quando são eleitos.

A Igreja não tem nem pretende ter nenhum partido político, mas não esquece o seu papel na defesa da democracia, reconhecido pelos políticos mais lúcidos e pelo povo, bem como o seu empenhamento nas causas sociais, onde o bem de todos e a solidariedade exigem a sua presença.

Nota Pastoral dos Bispos Portugueses sobre o “Direito e dever de votar”

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