Neste momento em que escrevo, não posso deixar de registar, no plano institucional e político, uma atitude e uma omissão. A atitude de o Senhor Presidente da República, como o mais alto magistrado da Nação, se ter congratulado, em nome de Portugal, e considerado D. Nuno “uma figura maior da nossa história que, no passado e no presente, deve inspirar os portugueses na busca de um futuro melhor”.
A omissão e o silêncio do lado do Governo e de alguns partidos políticos, sempre tão pródigos e rápidos em felicitar outras personagens nem sempre significantes e em formular votos de congratulação por dá cá aquela palha. É recorrente nestas alturas usar-se e abusar-se do argumento da separação compulsiva entre o Estado e a Igreja. A louvável e imperativa neutralidade religiosa do Estado não pode, porém, transformar este num Estado anti-religião.
Bagão Félix
Poderia estar melhor, mas também não estaria mal de todo, se o silêncio governamental não parecesse acorrentação às vozes discordantes.
ResponderEliminarQuem representa o Estado é o Presidente da República e este está na Comissão de Honra. Quem define a política geral do Estado é o governo e o silêncio deste deveria significar a não consideração do evento "canonização como fora do âmbito da política entendida "stricto sensu".
Por seu turno, a Casa da Democracia, o Parlamento, associou-se ao evento no que ele tem de consagração da excelsa fugura histórica que é o Condestável.
De resto, laicidade implica separação da entidade ESTADO e da entidade IGREJA, que não ataque mútuo ou unilateral. Tal implica a possibilidade da celebração de contratos e protocolos de mútua cooperação, da existência de convites mútuos, crítica mútua. E assim deve ser. Só que algumas vozes políticas de laicismo radical estragam a pintura, que até estava decente!
Deus nos dê paciência, estado d elucidez e espírito de luta.