Fico apalermado com o hipercriticismo dos nossos jornalistas.
Avaliar o papa pelas lentes do mediatismo contemporâneo, apelidando-o de conservador, errático, complicado...
Avaliar o papa deveria implicar uma avaliação das comunidades. Será que a Igreja ficará liquidada com a insuficiente operatividade da Cúria Romana?
Pela leitura dos belos textos bíblicos vertidos para este blogue pelo seu ilustre autor, nos primórdios, a Igreja não tinha a curia romana e crescia. Bartolomeu dos Mártires defendia para a Igreja, a começar por Roma, uma eminentíssima reforma. E são inúmeros os movimentos reformistas surgidos quer do topo quer da base.
A Igreja vive em cada lugar, cada vez mais em diáspora, em torno de cada cidade episcopal e confirmada na Fé pelo serviço petrino.
Deveriam ser estes os parâmetros de avaliação do Papa e deixar o mediatismo mais para os bispos padres e leigos. Estes todos é que deveriam dar mais a cara nas questões polémicas, em nome da boa doutrina, em nome de uma prática pastoral compreensiva e comprometedora e com autoridade para solicitar a mudança da parametragem das questões cristalizadas que não estiverem baseadas não em doutrina autêntica, mas em formulações ditadas por um certo ambiente cultural não legitimado pela tradição apostólica.
Por outro lado, também é salutar que o Papa reconheça a insuficiência e até a desatenção e erros dos serviços centrais, derivados do excesso de trabalho e de competências.
Em todo o caso, viva este Papa! Outro como este a Igreja nunca teve nem terá.
Abílio Carvalho
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