Um amigo falara-me há tempos da criação de um grupo coral para a dinamização litúrgica.
Era um coral especial. Sobretudo para motivar a gente jovem ou adulta-jovem que anda mais arredia da vida eclesial.
Felicitei-o pela preocupação e animei-o a tocar para a frente o seu plano. Disse-lhe que, infelizmente, não poderia ajudar, sobretudo porque não foi contemplado pelo dom da música. Um colega meu, a propósito do meu voluntarismo que me leva a participar no canto, mesmo desafinando, dizia a brincar que sou "assónico" e "afónico". Paciência.
Queixava-se esse amigo que não tinha encontrado receptividade junto de outros sacerdotes a quem propusera a ideia. Acrescento que ele não é desta freguesia, embora aqui viva ultimamente, e tem o seu local de trabalho numa terceira freguesia.
Pois levou mesmo o projecto em frente. Reuniu um grupo de pessoas novas (homens e mulheres) de diversas paróquias, contactou uma pessoa com formação em música litúrgica e hoje cantaram na Missa das 17 horas em Santa Helena. Fizeram-no com enorme sentido de presença e de delicadeza que o acto envolve. Foram edificantes. Usaram instrumentos musicais, integrados num ritmo musical mais vivo.
Parabéns ao meu amigo e a todo o grupo.
Muitas pessoas acompanharam este grupo, certamente familiares e amigos, que, com os habituais participantes nesta Eucaristia, lotaram a capela. Mas chamou-me a atenção a presença de vários casais novos como atestam os muitos bebés que lá estiveram.
A Igreja não deve nem pode viver em círculo, tem que se abrir e saber acolher os "impulsos do Espírito" que actua onde quer e como quer. Ninguém é proprietário do Espírito de Deus!
A inquietação deste meu amigo é fantástica. A sua preocupação por tanta gente que está "fora" é salutar. A procura de novos caminhos de inserção na comunidade crente é admirável.
Afinal não é constante a preocupação dos pastores com tanta gente que pulou fora da vida cristã? E tantas vezes sem saber que volta se há-de dar para ajudar essas pessoas...
Se estivermos atentos, podemos acolher os dons que Deus vai espalhando. Sem desconfianças, com espírito de abertura, dispostos a apostar na Esperança, sem as amarras que não deixam soltar a barca...
Senhor Prior, então o báculo do senhor bispo não é para mostrar que é ele quem manda em Deus?
ResponderEliminarEntão não tem razão de ser a pergunta que o filho mais novo do então Presidente da República fez ao Papa João Paulo II no Palácio de Belém, na tarde de 12 de Maio de 1982: "Olha lá, és tu que mandas em Deus?" O papa, que eu saiba, não negou...