domingo, 26 de abril de 2009

À tripa forra, pois claro!

A crise não entra na Assembleia da República. Nem pensar! Ah! Nem no Parlamento Europeu!
A crise é para os vulgares mortais, jamais para os que atingiram o "Olimpo da Imortalidade".
A crise é para os pobres humanos, nunca para para os que atingiram o patamar da fama, do prestígio.
A crise é para os pobres terráqueos , mas não pode atingir aqueles que a divina política tornou semi-deuses...

Há pessoas que estão aos milhares no desemprego? Mais de 2 milhões à boca da pobreza? Gente que não tem dinheiro para comprar sequer comida?
Mas em que é que isto incomoda aqueles que se "vão da lei da morte libertando"? O manto diáfano da política protege-os, coloca-os muito para além da órbita da terra e das suas limitações. Por isso, eles gastam milhares e milhares de euros em obras para que o seu "céu" seja mais esplendoroso, mais celestial.
Angústias com o presente e o futuro nos vis mortais? Isso é lá com eles. A "divina" Assembleia da República substitui os seus carros de luxo por outros de luxo superior e, claro, novinhos em folha!

Dizem-nos que a Assembleia da República é o "coração da democracia". De duas uma: ou enxertamos um novo coração no "corpo social" ou este coração tornará mais doentes os outros membros sociais.

Depois vêem-se os responsáveis a insistir que votar é um dever cívico. Ouvimos partidos políticos preocupados com a abstenção. Chegam-nos os ecos da insatisfação com os políticos, provindos dos quatro cantos. Uma onde de descrença e de desacreditação percorre o país.

Como reagem os políticos? A ideia que dá é que vivem noutro mundo. Não estão atentos aos sinais sociais que lhes chegam, não captam o pulsar do país e continuam a agir como se nada se passasse.
Então num período como este, os maiores partidos estão de acordo que Portugal pague o dobro do vencimento aos seus deputados no Parlamento Europeu???
Então num período de agudíssima crise social, não há partidos que claramente se demarquem das despesas enormes com as obras no parlamento e com a renovação da frota automóvel? Até parece que, quando é para "coçar para dentro", todos estão de acordo!

Que fique claro. Dos regimes conhecidos, nenhum melhor do que a democracia. E é ela que me preocupa. E é ela que gostava de ver funcionar em pleno. Por ela, vale a pena mudar. Todos. A começar pelas instituições políticas.

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