Segundo a dirigente francesa, Nadja Salson, Reforma de Sócrates é a mais radical da União Europeia
A reforma das administrações públicas é um traço comum a muitos países da União Europeia, mas a representante da Federação Europeia dos Sindicatos da Função Pública (EPSU), Nadja Salson, não hesita em classificar a que está em curso em Portugal como a mais radical.
Em declarações ao Diário de Noticias, aquela dirigente francesa, que representa 215 sindicatos e 8 milhões de funcionários, considera que a simples ideia de colocar à força milhares de trabalhadores numa lista de excedentários com salário reduzido, seria impensável na França.
E pergunta: Será que o resto dos portugueses aceitam ter milhares de funcionários no desemprego técnico e a receber salário?
Nadja Salson considera que a intenção do Governo português só encontra algum paralelo no plano do Reino Unido, que pretende reduzir cerca de 50% dos funcionários estatutários nos próximos cinco anos, mas, ainda assim, com indemnizações negociadas.
Leitura semelhante faz o secretário nacional da Confederação dos Sindicatos Cristãos, Jean-Paul Devos, para quem o que está a acontecer em Portugal suscitaria uma revolução na Bélgica.
Aquele dirigente belga, habituado a uma cultura de discussão, negociação e compromisso, relata o modo como foram feitos alguns ajustamentos na administração pública do seu país.
Também tivemos uma situação de excesso de pessoal no Estado, mas a solução encontrada foi a das saídas voluntárias, em que os trabalhadores ficavam com 90% do salário e mantinham o estatuto.
Sobre a figura dos chamados supranumerários, Jean-Paul Devos sublinha que essa possibilidade está prevista na lei belga desde 1937, mas nunca foi aplicada
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