terça-feira, 10 de abril de 2007
A eloquência do silêncio
Tanto em Santa Helena como em Cristo Rei, decorrem trabalhos de beneficiação dos respectivos espaços. Ontem, de tarde, fui a Santa Helena. Hoje, pensava deslocar-me a Cristo Rei. Mas apareceu um funeral e a visita ficou adiada.Gosto da serra. Faz-me sentir mais livre e mais liberto. Venho sempre melhor do silêncio da serra.Então ontem, em Santa Helena, o silêncio era total, intenso, abrangente. Sentei-me no Calhau do Farol e deixei que o meu olhar se embriagasse na ampla beleza da paisagem que me invadiu de mil cores e infindas sensações. Fiquei assim largo tempo e só acordei quando os mais lábios balbuciaram: "Como Deus é grande! Fantástico Artista que nos deixou este quadre sem preço!"Desci e fui até ao altar campal. Ripei do terço e rezei ali, passeando para cá e para lá. Tive a sensação que os penedos, as giestas, as urzeiras, as nuvens que se moviam lentamente no céu azul tão à mão, a brisa que continuamente saltaricava, acompanhados pelo chilrear apressado dos pássaros, rezavam muito melhor do que eu. Não lhe ouvi a voz, mas senti-lhe a alma. Por escutei melhor.Desci e, sentindo que o Sol quentinho me saudava amavelmente, pois obrigara a brisa a ficar quietinha nas paredes da Capela, pensei: " Numa sociedade sressada, de corre-corre, sovada pelo barulho, alienada de si, arrastada pelo factuo que desilude e esvazia, por que não procuram as pessoas estes ambientes tão propícios ao encontro consigo próprias, tão renovadores do ar da alma?"
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