- Posso falar consigo em privado?
- Claro. Vamos lá.
- Olhe, na última reunião vi-o muito preocupado com aquela situação de pobreza de que nos falou. Via-se na sua cara que estava a sofrer muito.
Se não se importa, eu também gostaria de ajudar. Não é muito, é o que posso de momento. Faça favor.
Sabe uma coisa? Muito obrigado pela sua sensibilidade, por nos ensinar a preocuparmo-nos com quem precisa.
Não disse nada. Ouvi. Era uma senhora com dificuldades. Eu sei. Mas da sua penúria foi capaz de partilhar com quem está em grande dificuldade. Apenas fiz uma festinha e disse muito obrigado.
Em casa abri o envelope. Era muitíssimo para as suas posses. E senti-me pequenino perante a generosidade enorme daquela senhora. Já o enviei ao destinatário, que os pobres não podem esperar, ou melhor, estão cansados de esperar.
Há tanta gente de coração maravilhoso! Que nobreza de gesto! Que encanto de palavras!
Podemos ter belas cerimónias, ricos discursos teológicos, aprazíveis instalações, mas se não tivermos caridade nada somos. Caridade à maneira bíblica.
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