segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Uns governam-se com pouco, a outros não lhes chega o muito

Uma família. Os pais e dois filhos. Só o pai trabalha numa fábrica. O ordenado não é nada por aí além...
Entretanto, construíram a sua casa, sem fidalguias, mas com dignidade. O filho mais velho está a concluir o curso universitário e a mais nova entra agora na faculdade. Naquele lar, apenas um carrito velho para toda a família.
Nunca aqueles jovens se queixam. Habituaram-se a viver com contenção e gerem muito bem os parcos dinheiros que possuem. São jovens serenos e gostam da vida. Não os preocupam as roupas da moda, as férias estravagantes ou outros "coelhos" que a sociedade de consumo põe a correr. Não têm vícios e ninguém se apercebe dos seus parcos recursos. Não são pedinchões nem queixinhas. E doam parte do seu tempo livre ao voluntariado.

Uma família. Quatro filhos. Pais e filhos trabalham, embora os ordenados não sejam elevados.
Vivem num andar de renda social. Só um dos filhos ainda estuda, mas como trabalhador/estudante. Naquela família há quatro carros!!!
Aqui falta claramente uma educação para o uso do dinheiro, para a poupança, para a economia. No vestir, na alimentação, nas extravagâncias, nos vícios, nos carros, nas roupas de marca, vai o dinheiro ganho que nunca chega.
Por isso, aqueles filhos e filhas são pessoas insatisfeitas, acham que a vida é injusta, invejam quem tem alguma coisa, sonham com um mundo onde lhe corram rios de dinheiro. Embora os rapazes e as raparigas participem de actividades sociais, não são pessoas serenas, manifestando alguma revolta, sobretudo com a vida.
De uma forma ou de outra, sempre camuflada, estão à espera que venha uma ajuda que mal sabem agradecer. Mesmo que essa ajuda venha de quem ganha menos que eles juntos!!!

Sem uma educação para o uso do dinheiro, não vamos longe. Criamos pessoas despesistas, egoístas, insatisfeitas, ingratas.
Educando para o uso do dinheiro, estamos a contribuir para que as pessoas sejam serenas, poupadas, humanas, solidárias, ambiciosas sem atropelamentos.
Nada nos liberta tanto como saber usar o dinheiro; nada nos escraviza tanto como quando o dinheiro nos usa.

1 comentário:

  1. Deixo aqui a minha opinião
    Escola de pais, liceu de filhos.

    António Assunção
    Voz do Goulinho

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