Também são de assinalar as vitórias do Chega - 3º lugar e da Iniciativa Liberal- 4º lugar. Ambos os partidos tinham apenas um deputado. Após este ato eleitoral, o Chega vai ter um grupo parlamentar com 12 deputados e a Iniciativa Liberal terá um grupo parlamentar de 8 deputados.
Grandes perdedores:
- O PSD. Quando Rui Rio, após o ato eleitoral , olhar para o mapa de Portugal continental, vê-o todinho pintado de rosa. Quer dizer que o PSD não ganhou nenhum dos distritos do continente. Perdeu nos Açores e ganhou na Madeira. Foi uma enorme e pesada derrota!
- Bloco de Esquerda e CDU sofreram hecatombes eleitorais. O eleitorado penalizou-os fortemente pela reprovação do Orçamento de Estado. Ambos perderam muitos deputados.
- Também o PAN elegeu apenas um deputado, quando nas anteriores eleições elegera 4.
- O CDS deixou de ter representação parlamentar. Um partido fundador da democracia, não conseguiu acesso à Casa da Democracia. Tantos tiros deu nos próprios pés que sucumbiu...
E agora?
- Nota-se mais uma vez o falhanço das sondagens. Durante grande parte da campanha, as sondagens falaram de empate técnico entre PS e PSD, embora quase sempre colocando o PS à frente, mas longe de maioria absoluta.
- Num tempo marcado pela situação pandémica, incertezas económicas, pouco desenvolvimento económico-social, inseguranças quanto ao futuro, caos na saúde, etc, o eleitorado optou pela estabilidade política. É claro o deslocamento do voto dos partidos mais à esquerda para o PS. Já é da História que os partidos que ocasionam crises políticas são penalizados pelos eleitores.
- Ao contário de alguns, nunca acreditei que Rui Rio fosse realmente uma alternativa ao PS. Ganhar a Câmara do Porto é uma coisa; ganhar o país é outra....Pensando no regular funcionamento da democracia, onde uma oposição à altura é indispensável, que o maior partido da oposição se reencontre e reinvente, até para bem do próprio governo.
- Governar em maioria não é ditadura da maioria. Certamente que o partido vencedor saberá ouvir as outras forças políticas sem arrogâncias ou sobrancerias. Maioria exige dos outros partidos mais vigilência e atuação.
- Agora, com maioria absoluta, o governo não tem desculpas para não governar, para não reformar, para não inovar. Que estes 4 anos sejam mesmo aproveitados! Portugal bem precisa.