FOI ONTEM
12 de junho. Festa de Santa Helena da Cruz. Bom tempo na Serra. Muita gente demandou aquele lugar. Pelo que vimos e ouvimos, mais gente do que o habitual. Ambiente de romaria, envolvido pela paz, sedimentado pela fé de tantos, condimentado pela alegria, vivido em serenidade, partilhado na amizade.
A VIVÊNCIA DA FÉ
Dentro das condições físicas e climatéricas existentes, podemos dizer que as muitas pessoas que participaram nas Eucaristia das 9.30h e das 11.30 horas, souberam estar, participaram e criaram um clima propício à oração.
À tarde, a Bênção dos Campos e a Profissão do Adeus foram momentos marcantes na vivência da piedade popular. São momentos em que o coração agradece, se solta e em que a nostalgia da separação aviva o desejo de regressar.
Tal como durante a novena, também no dia da festa muita gente se abeirou do Sacramento da Reconciliação, levando da Serra a alma lavado, agradecido pelo perdão de Deus, reconfortada.
A PROCISSÃO
A seguir à Missa das 11.30h, teve lugar a procissão pelo circuito habitual. A partir do próximo ano, as pessoas que pegam nas alfaias sagradas vão ter um espaço reservado sob o teto que cobre o altar campal. É justo e digno. Os irmaõs que prestam este serviço ao culto merecem-no.
Quem fica a ver passar a procissão deve ter atitudes a condizer. Estar de pé, sem fumar, nada de conversas, e sem estar a comer ou a beber. Mesmo quem não acredita, deve ter um comportamento digno, tendo em conta o respeito que a fé dos outros sempre merece.
A FEIRA
Por trás do Calhau de Pendilhe, estende-se o espaço da feira. Roupas, calçado, comes e bebes, doceiras e outros... Muitos feirantes e gente e mais gente que demanda aqueles espaços, sobretudo o das tendas onde que come e bebe.
Há gente que só conhece Santa Helena até ao Calhau de Pendilhe. Isto é, que vai à festa para ficar na feira. A feira é o seu santuário e o seu deus.
Claro que há pessoas que já não estão para levar a merenda. É mais fácil e cómodo ir até à feira e alimentar-se. Tudo a respeitar neste aspeto. Mas só isso? Só feira? Onde fica Deus na vida de tanta gente?
Não estou a dizer que todos procedem desta maneira. Nada disso. Há quem vá a Santa Helena como peregrino e aproveite para feirar. Muitos, felizmente.
Pelos resíduos deixados no local ao fim do dia, conclui-se que o negócio esteve em alta.
A feira é sempre a maior dor de cabeça para a Comissão. O domingo correu muito bem, com muita paz, com geral acatamento das orientações. Na véspera, à noite, houve um ou outro problema com os feirantes que a GNR ajudou a ultrapassar.. Nada de grave, felizmente.
Todo o feirante de bem, disposto a cumprir as orientações, é bem-vindo. Quem não o quiser fazer, agradece-se que não apareça, porque não faz falta.
O PROGRESSO DE QUE SE PRECISA
Sem jamais desvirtuar a Serra, o certo é que preciamos todos de encarar Santa Helena com outros olhos e mais ousadia.
Este ano, a Câmara colocou a iluminação desde o espaço da capela até ao parque das merendas. Melhoramento que se saúda. Só falta agora colocar os fios subterrâneos. Como estão não dignificam o espaço.
É preciso dar outro tratamento ao parque das merendas para o tornar mais cativante para o turismo. Mais mesas, refazer as maltratadas, colocar assadores devidamente enquadrados, criar uns WCs, dignificar a fonte...
Aquele parque é quase todo pertença da Junta de Freguesia. Há quem marque lugar no parque de merendas com oito dias de antecedência! E os outros? Aquilo não é de todos? Que civismo é este? Neste aspecto há que disciplinar a utilização deste espaço, mormente por alturas da Festa de Santa Helena.
Os tempos não estão para grandes investimentos. Mas aquele espaço ladeados por estradas, por cima da fonte, poderia dar muito bem para aí se implantares uns bengalôs . Belo início para um turismo adaptado à Serra...
A NOVENA
Correu muito bem a novena. As pessoas gostaram muito da orientação do P.e Bráulio e pedem a sua presença no próximo ano.
Arautos da Alegria, Jovens de Almacave, Jovens Sem Fronteiras, Irmãs Servas de Maria do Coração de Jesus, Mendigo de Deus, casal António Avelino e Inês deram às noites da novena pluralidade de vivências e deixaram marcas nas pessoas.
Esteve bastante gente, mormente na novena das 18.30 horas. As pessoas foram participativas e serenas.
DIFICULDADES ECONÓMICAS
Uma festa destas, num lugar isolado, exige sempre muito de muita gente. Na serra, não há nada. E é quando tudo falta, que se aprecia a grandeza de um gesto, a beleza da solidariedade.
Precisamos de rever os espaços celebrativos. A capela é pequena para muitas ocasiões, especialmente durante a novena . Por exemplo, na Festa da Senhora das Dores ( 5 de julho) foram mais as pessoas que não couberam no templo do que aquelas que couberam.
Por outro lado, as imagens de Santa Helena e da Senhora das Dores precisam de restauro.
Mas... o Centro Paroquial que exatamente se chama Centro Paroquial Santa Helena da Cruz? Na mesma paróquia não podemos ter sol na eira e chuva no naval...
Ao contrário do que muita gente pensa, os rendimentos económicos de Santa Helena são poucos e as despesas são mais do que muitas. Aliás, em cada ano, são prestadas contas à comunidade pelo mês de abril.
Só com os dinheiros de Santa Helena não vamos a lado nenhum. Tem valido a ajuda da Câmara e da Junta. Mas não podemos pedir para tudo ao mesmo tempo.
A GRATIDÃO