sexta-feira, 29 de julho de 2022

Carta Aberta

Falta cerca de um ano para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá lugar em Lisboa. Segundo afirmou recentemente o Cardeal Patriarca, a JMJ será uma experiência como “nunca” se viveu no país. Ora nestes últimos dias tem havido uma campanha tremenda contra o Patriarca de Lisboa a propósoto  de um caso de encobrimento.
Já contamos com a receita. Antes de um acontecimento marcante ou celebração importante na vida da Igreja, há-de aparecer sempre na imprensa um qualquer escândalo, caso ou casinho visando afastar atenções ou desacreditar a instituição.
Há gente que tem uma aversão visceral à Igreja e não liga a meios... Pena é que alguns cristãos se juntem à pândega!
A este prósito, veja aqui a Carta Aberta do Cardeal-Patriarca de Lisboa,

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Varosa Fest, um festival de verão dedicado aos mais jovens.


A paisagem e a zona envolvente, o rio e as margens, os equipamentos ali instalados e as condições disponíveis, fazem do Parque Ribeirinho de Tarouca um local ideal para a realização deste tipo de espetáculos, são fatores de diferenciação positiva que garantem a atratividade dos amantes deste tipo de eventos.

O Varosa Fest nasce assim por vontade do executivo da Câmara Municipal de Tarouca, nesta primeira edição de 2022, sendo que já tinha sido pensado nos dois anos anteriores, mas a pandemia COVID-19 obrigou a que fosse adiado.

Ao contrário do que muitos podem pensar, os índices de notoriedade de Tarouca são bastante reduzidos, sendo este índice crucial para um concelho que pretende ter o turismo como um dos principais setores de atividade, hoje com as novas tecnologias, os cidadãos marcam férias através de pesquisas na internet, e se não conhecem o nosso concelho, a palavra Tarouca nunca será pesquisada.

O Varosa Fest foi pensado e organizado para melhorar a notoriedade de Tarouca, sendo um evento com mediatismo a nível nacional, com capacidade para crescer e ser referência na área dos festivais de verão, vai fazer, e já fez, com que muitos passem a conhecer Tarouca.

Para garantir estes objetivos era necessário escolher um publico alvo que se predispusesse a arriscar e participar nesta 1ª edição, tendo sido decidido que o grupo etário entre os 16 e 25 anos seria o mais fácil de convencer, tendo o cartaz/artistas sido escolhido com este propósito.

E neste primeiro ano, o Varosa Fest apresenta-se com os Wet Bed Gang como cabeça de cartaz, e o Rony Fuego e Ivandro como artistas em fase de ascensão, são grupos para jovens, conhecidos por eles e com milhões de seguidores. Na Sexta-feira, a presença dos Hybrid Theory, considerado o melhor tributo a Linkin Park, foi a delícia para a geração dos trintas e quarentas.

Em jeito de balanço, durante os 4 dias de festival estiveram 16 bandas/DJ´s em palco, duas destas bandas são do Concelho de Tarouca, Desalinhados e Ain’t Logic System, a quem foi dada a oportunidade de viver uma nova experiência.

O Varosa Fest contou assim com a presença de mais de quatro mil espectadores por dia e mais de uma centena de campistas, sendo que apenas 44% eram do Distrito de Viseu. O impacto a nível nacional foi muito positivo, tendo o Festival de Tarouca sido apresentado em várias rádios locais e nacionais, onde se destaca a Rádio Comercial.

Os objetivos foram superados, e pode-se afirmar que Tarouca melhorou os seus níveis de notoriedade e consequentemente de atratividade, na certeza de que maior parte dos presentes voltarão para a próxima edição e muitos virão mais cedo para conhecer melhor o concelho. Aqui criaram-se memorias inesquecíveis e existe o desejo de voltar.

Afirmar também que durante o festival esgotou o alojamento no nosso concelho e a aumentou a procura da restauração, ou seja, o Varosa Fest deixa assim também impactos positivos na economia local.

Por fim, uma palavra de gratidão para com todos os envolvidos nesta 21ª edição do Varosa Fest, GNR, Bombeiros Voluntários de Tarouca, Finalistas do Agrupamento de Escolas de Tarouca, empresários que demonstraram o interesse em marcar presença e patrocinar este evento, e com certeza aos funcionários da autarquia que perceberam os objetivos e a importância deste festival e deram o melhor de si para que tudo corresse ao agrado de todos.

Este festival colocou mais uma vez Tarouca no mapa, afirmando-se com o único festival desta natureza na região, na certeza que será uma referência e uma marca no calendário de festivais a nível nacional.

José Damião






sexta-feira, 22 de julho de 2022

Um portista faz uma análise lúcida, verdadeira, objectiva, frontal.

"""Só queria perceber a saída de Francisco Conceição, autêntico crime de lesa F.C.Porto"

Ver  aqui

Sigo há muito o Blog "Dragão até à Morte", pois me identifico imenso com o pensamento e a postura do autor deste Blog que não tenho o prazer de conhecer pessoalmente. Como portista, louvo e agradeço-lhe a clareza de pensamento , o apego ao nosso imortal Clube, a frontalidade de posições. Confesso que gostaria de ver a mesma postura aos comentadores ligados ao FCP presentes nos diversos programas televisivos. .
Já ouvi e li muito sobre a saída de Francisco Conceição para o Ajax. Encontrei neste blog a análise integral  que a mim me satisfaz.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

NOVO ANO PASTORAL: POR QUE NÃO OS JOVENS NO CENTRO?

Sem rasgos proféticos e pastorais a Igreja não resiste. A confiança na ação do Espírito não pode servir para indultar a intervenção humana inoperante. Nem a proliferação de diagnósticos e estudos, programas e teorias pastorais – talvez muito úteis para promover os autores – devem servir para branquear (iludir) a triste falência pastoral. Sobretudo no que respeita aos jovens e tendo em vista a Jornada Mundial da Juventude.

Há uma diferença colossal e sinistra entre “falar” do protagonismo dos jovens na Igreja e “assumir” uma pastoral com os jovens como protagonistas. Não basta dizer-lhes que são “importantes e imprescindíveis”; é necessário mostrar-lhes, pelas ações, que estamos disponíveis para caminhar com eles. Afinal, não será este o sentido pleno (autêntico, real) do Sínodo?

Segundo o Papa Francisco, «precisamos de criar mais espaços onde ressoe a voz dos jovens: A escuta torna possível um intercâmbio de dons, num contexto de empatia. Ao mesmo tempo, estabelece as condições para um anúncio do Evangelho que alcance verdadeiramente, de modo incisivo e fecundo, o coração» (CV 38). «A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé. Nós temos necessidade disto! E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de esperar por nós» (CV 199).

«[Os jovens] fazem-nos ver a necessidade de assumir novos estilos e estratégias. Por exemplo, enquanto os adultos procuram ter tudo programado, com reuniões periódicas e horários fixos, hoje a maioria dos jovens sente-se pouco atraída por estes esquemas pastorais. A pastoral juvenil precisa de adquirir outra flexibilidade, convidando os jovens para acontecimentos que, de vez em quando, lhes proporcionem um espaço onde não só recebam uma formação, mas lhes permitam também compartilhar a vida, festejar, cantar, escutar testemunhos concretos e experimentar o encontro comunitário com o Deus vivo» (CV 204).

Assim, faz-me uma enorme confusão que a Conferência Episcopal em uníssono ou as dioceses individualmente não dediquem o próximo ano pastoral exclusivamente aos jovens. Se queremos que sejam o coração da Igreja não os podemos colocar nas franjas da pastoral. Não seria um rasgo profético que, no próximo ano, a agenda dos pastores (padres e bispos) fosse preenchida por encontros com jovens? Não é preciso um programa formal, apenas vontade e disponibilidade para estar, ouvir, sentir, conhecer, partilhar, conviver, vivenciar. E pode ser promovido de tantos modos: encontros, saraus, acampamentos, retiros, atividades lúdicas e desportivas ou pequenos momentos de oração.

Não seria mais sensato (sinodal) suspender as visitas pastorais oficiais (geográficas) e reservar a agenda para estas visitas etárias (pessoais = jovens)? Os fazedores de pastoral ainda não intuíram que “os mesmos caminhos só levam aos mesmos lugares” e, nitidamente, não nos levam aos jovens? É indecente (demagogo, hipócrita) “declarar amor” a quem apenas é tratado como sobras ou apêndice. Os jovens não podem ser “pretexto” dos trejeitos dos adultos. Eles querem (e merecem) ser o “texto” das opções, ações e prioridades.

Sem este rasgo profético e pastoral as JMJ 23 não passarão de um megaevento com jovens como tantos festivais e raves onde eles são protagonistas. Entretanto, “passou o dia, passou a romaria” e hão de regressar aos mesmos lugares e práticas, talvez agradecidos pelo momento, mas não convertidos ao Senhor; talvez encharcados nas palavras, mas não convencidos da Palavra; talvez admiradores (cultores) dos agentes, mas não seguidores do Mestre.


(P. António Magalhães Sousa), aqui

terça-feira, 12 de julho de 2022

Pregar noutra freguesia

 
Não é fácil ser padre e, talvez ainda menos, ser pároco.

Não é fácil constituir uma família, gerar e educar os filhos.
A vida não é fácil para quem a quiser dar e viver.
Sem fazer do padre um «desgraçado que tem uma cruz mais pesada que a dos outros» (não é verdade!), nem um «herói solitário», desejaria partilhar convosco o que me tem chegado ao coração por estes dias, à medida que vejo, por aqui, imagens de ordenações sacerdotais e de aniversários das mesmas. Essa alegria não esconde o sofrimento por eufemísticas "pausas sabáticas".
Sem preocupação pela ordenação dos sinais, aqui ficam algumas dificuldades, que devem ser tomadas como desafios, para a nossa vida sacerdotal:
1. o desencontro entre o que nos pedem os fiéis e o que gostaríamos de lhes oferecer;
2. a consciência de que, tantas vezes, estamos a falar uma «língua estrangeira» com os nossos interlocutores;
3. os pedidos e exigências de sacramentos sem quaisquer disposições para a conversão e para iniciar ou continuar ou retomar algum caminho de seguimento do Senhor;
4. a dispersão de iniciativas e solicitações e ocupações, que não nos deviam pertencer em primeiro lugar;
5. o manto de suspeita "dos abusos" que se abate sobre nós como uma nuvem densa e escura, que nos entristece e desanima;
6. a falta de sentido comunitário e de compromisso cristão, de quem procura uma religião «à medida do seu eu» e faz do padre um agente de serviços religiosos;
7. o paganismo religioso e o mundanismo espiritual com que é tão fácil perverter-nos e fazer-nos cair na tentação de uma vida clerical aburguesada e de poder sobre os mais fracos;
8. a dispersão e intermitência da presença e participação dos fiéis nas ações e celebrações que, pouco a pouco, desfiguram o rosto da comunidade cristã;
9. a euforia por uma «saída da Igreja», por viagens e festivais, mais do que a luta por uma «Igreja missionária e em saída»;
10. o confinamento ou domesticação da fé, relegada para casa, sem relevância comunitária;
11. o ritmo sazonal e de «fim de semana» a ameaçar o ritmo dominical do encontro com o Senhor;
12. os novos cultos para o cultivo individualista do bem-estar...a sobrepor-se às práticas tradicionais da fé católica;
13. a amargura de quem se sente frustrado por chegar ao fim e tão pouco ter alcançado...
... e mais poderíamos dizer... e que nem as fotos promocionais iludem...
Com tudo isto, alguém confessava, «olhe, passada a pandemia, eu parece que estou a pregar noutra freguesia».
Outro ia dizendo: «Já não reconheço a minha paróquia. Até tenho vergonha de mudar, como desejava, ao ver o estado da paróquia: não consigo reunir as pessoas e os grupos (ora estão uns, ora nenhuns, ora os que não estiveram), ora celebro com a Igreja meia, ora vazia, raramente cheia. Chamo, procuro, peço, e não encontro, não sei por onde andam. Anda tudo no ar, que mais hei de fazer»?
E por aí adiante...
De facto, temos de reconhecer que as nossas paróquias não são nem serão mais as mesmas, depois desta aceleração pandémica.
As práticas pastorais, as estratégias e, sobretudo, as atitudes terão realmente de ser outras, sem complexos de maioria ou de cristandade.
Teremos de ser menos, minoria criativa, de fermentar mais, de sair mais, de dizer a quem pede e exige «se quer, faça alguma coisa pelo que quer».
Refazer o tecido da comunidade, desatar os nós, unir os fios, é obra de arte pastoral.
Sim, a pastoral é uma arte. Não é um tratado de gestão.
Penso nos párocos, nos mais novos que batem de frente com uma realidade que «não dominam» como pensavam; nos mais velhos que se defrontam com a paróquia que não parece nem é mais a mesma; nos de meia-idade que ainda se perguntam se não é melhor mudar de vida...
Tudo isto precisa de ser pensado, meditado, rezado.
A crise é oportunidade de crescimento, de acrisolamento, de juízo, de clarificação... e não se resolve a tapar buracos, porque a ilusão de sucesso vai-se e esvai-se como a água por entre os dedos.
É preciso mais tempo para pensar e rezar, do que para fazer; é preciso mais tempo para alcançar sabedoria e serenidade, para discernir, de modo partilhado, com realismo e ousadia, com calma e criatividade, o que há a fazer, a deixar de fazer ou a fazer de outro modo.
São desafios enormes à nossa prudência e paciência, ao discernimento, até alcançarmos a sabedoria de pedir aos outros e de fazermos apenas «o bem possível» sem ilusões de sucesso e com a certeza de que, em cada pessoa, por muito diluída que nos pareça a luz da alma cristã, reflete-se ainda e sempre a imagem de Deus e, que, por isso mesmo, há sempre «uma ponta por onde se lhe pegue», mesmo que não seja fácil encontrá-la.
Precisamos de Pastores ouvidores, com grande paciência, sem pressa, capazes de fazer um discernimento realista com quem está no terreno, Pastores que acompanhem, que estimulem, que animem, que tenham a coragem de pôr limites ao número de celebrações, de serviços, de trabalhos, sob pena de estourarmos os nossos melhores tesouros numa arena impiedosa.
Já não há mais paróquias «boas» que são como um «lameirinho». Há sim, no campo e na cidade, nas aldeias e vilas, muito «mato», muito «mato» por desbravar, para deixar respirar os frutos da seara, que temos a missão de colher.
E começar a fazê-lo com a certeza de que agora é altura de, mesmo sem mudar de lugar, ir pregar para outra freguesia...
Amaro Gonçalo, aqui

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Soluções para a falta de padres

Não conhecia o bispo alemão Fritz Lobinger, um bispo missionário aposentado, que está na África do Sul, até ler o que ele escreveu sobre as soluções para lidar com a falta de padres. Até hoje existem, na sua opinião, três soluções: a tradicional, a pragmática e a reformista. No entanto, ele acrescenta-lhe uma quarta solução, que designa de “solução comunitária”. 
Na solução tradicional propõe-se o aumento de oração para que hajam mais candidatos, na esperança de que os seminários se encham ou para que, ao menos, venham padres de outros países ou continentes encher as vagas deixadas nas paróquias pelos sacerdotes que vão envelhecendo e morrendo. 
Na solução reformista insiste-se na abolição do celibato obrigatório, na expectativa de que isso origine um aumento significativo de candidatos. Por princípio, esta solução até admite a ordenação de mulheres. 
Na solução pragmática propõe-se a distribuição por diáconos ou leigos de tarefas que eram executadas por padres. 
Já a “solução comunitária”, tal como refere Lobinger, baseia-se numa visão mais profunda da Igreja, seguindo a linha do Concílio Vaticano II e procurando a vivência das primeiras comunidades cristãs. Ele propõe que as comunidades assumam novamente a responsabilidade que tem estado centralizada no padre. Inspirado por S. Paulo, sugere ainda que se introduza um novo tipo de presbítero para trabalhar ao lado do clero atual, complementando-o. Seriam líderes comunitários “aprovados” (“probati”), eventualmente casados e com as suas profissões. Embora tecnicamente ordenados, não teriam formação no Seminário e só poderiam servir a sua comunidade. 
Olhando para todas estas soluções, fico com a sensação de que nenhuma delas é a solução, e que talvez um misto delas o possa ser. Sou a favor de que se aumente a oração para que hajam mais candidatos ao sacerdócio ministerial e ao compromisso laical. Sou a favor de que se repense o celibato como condição sine qua non. Sou a favor de que a missão seja assumida corresponsavelmente por todas as vocações eclesiais. E sou a favor do caminho que nos leve a formar outros tipos de lideranças nas comunidades, mais participativas e menos clericalizadas.
Fonte: aqui