Diz o velho ditado:
“À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta” .
Tem andado na comunicação social muito burburinho sobre as relações familiares e/ou amicais que existem no governo do PS, apoiado parlamentarmente pelo Bloco e PCP. Também noutras instâncias do poder se aborda esta questão…
Não está em causa a competência das pessoas e legalmente nada parece impedir que tal aconteça. Mas recordamos que em 2017, a França aprovou uma lei anti-nepotismo para impedir governos familiares. Parece que em Portugal só se apela a exemplos estrangeiros quando é para "exigir aos cidadãos". Quando se trata de governantes, nem com um dedo querem tocar em tais exemplos.
Segundo li
aqui, já "há mais de 20 relações familiares entre Governo e Estado."
Ui, se fosse um governo da Direita a fazer tal coisa, até as pedras gritavam de indignação! Assim, embora haja afloramentos do tema na comunicação social, o assunto não assume tal dramatismo… Critérios.
Mas só há competência no âmbito dessas relações familiares/amicais? O Governo desconfio do resto das pessoas competentes que existem no país? Falta poder de recrutamento ao Governo?
Claro que, muitas vezes, é mais agradável trabalhar nestes cargos. Ordenado certo, mordomias, carro do Estado, etc. Mas só faria bem a quem governa uma experiência na vida comum de todos os cidadãos. Não precisaremos tanto de políticos de carreira, mas de políticos que assumam o palco vindos do trama da vida.
Impressões
Não tenho competências nesta matéria, apenas um olhar de pessoa comum. Mas dá-me a impressão que estamos num braseiro vivo coberto de uma camada de cinza. A situação do país pode ser muito mais grave do que aquela que os governantes nos apresentam. Oxalá esteja enganado!
Com uma comunicação social, em geral, muito tolerante para com o governo, penso que há muita coisa que não é devidamente escalpelizada. Muita coisa nos escapa. A situação económica, por baixo das cinzas macias que nos são dadas a conhecer, pode estar num braseiro vivo.
Reformas, nem vê-las! Investimento público, onde para? Dívida pública monstruosa…
E depois é assim: "ninguém pode dar o que não tem". Se não produzimos, como podemos distribuir? À custa de mais endividamento que as gerações futuras terão que pagar?