quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

UM BOM 2021 PARA TODOS!

 


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Anuncio que me despeço do Natal

 Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz. E teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles. (Lucas 2, 7)

 


“Não havia lugar para eles”. Esta é a brutal expressão que dá origem àquilo a que chamamos Natal. Não são as luzes nem as ofertas, nem o gorducho Pai-natal vermelho da Coca-Cola, nem as visitas ao Menino, nem o peru ou o bacalhau, nem a árvore iluminada de incandescências e bolas brilhantes, nem o presépio cheio de leivas e pastores e ovelhas e casas mimosamente rurais, nem bolos-rei, nem as doçuras e bombons, nem árvores de natal gigantes e luminosidades a embebedar as ruas comerciais das nossas cidades. O Natal é um lugar onde não havia lugar para Jesus.

Os nossos presépios cheirosos e asséticos, com reis magos curvados e boizinhos e burrinhos amáveis, com uma Nossa-Senhora maviosa e um são José de cabeça à banda, um menino Jesus de cabelos loiros e olhos azuis, não são o Natal das Escrituras. Qual é a mãe que adoraria ver o seu filho nascer e ser acomodado numa gamela onde comem as bestas, numa cocheira a cheirar a estrume? O Natal das Escrituras não fala das lágrimas de Maria nem da angústia de José. Mas não é difícil adivinhá-las.

No Natal pensamos nos pobrezinhos, coitadinhos, e inventamos os extraordinariamente prolíficos cabazes de Natal, para narcotizar as nossas consciências sujas de desprezo pelos pobres. O que são os pobres hoje, perante um Menino que, há dois mil e vinte anos, não passou de um refugiado, enjeitado, filho de pobres de uma Nazaré esquecida, numa Belém abstrata e sem estrelas a não ser uma?

Pobres? Em que raio de pobres pensamos nós no Natal? O que é um pobre para nós, civilizados e com gravatas, missa do galo ao fim da consoada, ou sem missa do galo ou missa nenhuma, quando muitas vezes o Natal não passa de uma nédia celebração numa família que não existe nos outros dias do ano?

Nunca me esqueço daquele rapaz de onze anos que levou um valente pontapé na barriga, dado pelo pai, porque ficou a jogar aos berlindes connosco, quando lhe devia ir comprar cigarros à venda da freguesia.

Os pobres, aqueles que odiamos porque recebem subsídios e não trabalham, tirando dinheiro dos nossos bolsos, aqueles que gastam esse dinheiro na droga e no álcool, que roubam e nos atazanam a vida, têm o privilégio de nunca terem sido amados. O cérebro de um pobre desses é equivalente ao de uma pessoa em depressão: não tem passado nem futuro. Só tem um presente execrável de que se tem de livrar. Por isso compra carros e telemóveis e televisores, porque tem de esquecer que existe, que nunca foi amado. E quem nunca foi amado não tem razões para existir. Tem que empurrar a existência com a barriga para a frente, porque existir é simplesmente impossível. Porque é que os odiamos e temos a distinta desonra de nos chamar cristãos?

E lembro-me daqueles “agrobetos”, filhos de boas famílias, eventualmente cristãs, que vieram de Espanha até à Quinta da Torre Bela, chacinar 540 animais, encurralando-os e dizimando-os em pelotão de fuzilamento, provavelmente só para demonstrarem um record. Esses, que pagaram sete mil euros cada um para gozar do prazer de massacrar animais, a quem o Estado Português não fará nada porque é do terceiro mundo frente a Espanha, nasceram de rabo virado para a lua, filhos de boas famílias e de “boa educação”, tirando “selfies” diante da chacina, preparados para um doce Natal com carne de veado e canções suaves de “I Wish you a Merry Christmas”, com as cabeças e os cornos dos veados pendurados nas suas salas a cheirar a pinheiro. Serão felizes, enquanto os pobres, ausentes de amor e de sentido de vida, completamente arrasados porque ninguém nunca lhes declarou o direito à dignidade do amor, passarão um Natal a injetar cavalo nas veias.

Meus amigos. Eu renuncio a esse Natal. Eu renuncio a receber e a dar ofertas, eu renuncio às luzes e à árvore de Natal. Peço desculpa, mas não vou dar ofertas a ninguém. Não me permito a dar presentes simpáticos a quem não precisa deles, sem me lembrar do “Badofa” do bairro da Terra Chã, que nunca fez mal a ninguém senão a si próprio, que arrancou o seu corpo à heroína mas o entregou ao álcool, e não tem esperança de vida senão beber para não morrer e se benze todas as vezes que passa diante de uma igreja. E de muitos outros para quem o Natal será mais um dia para morrer devagarinho. É demais para mim, padre católico, que amo a Jesus Cristo mais que a qualquer coisa neste mundo. Eu renuncio a um menino Jesus de olhos azuis e cabelos loiros, enquanto os pobres que nós odiamos, como inconscientemente esquecemos o verdadeiro Menino Jesus, não tiverem lugar no presépio das nossas preocupações.

O meu Menino Jesus é o enjeitado, o perseguido e odiado, o abortado, o negro, o filho de uma família sem pão, o refugiado que não tem direito a viver.

Nasceu enfim o menino

Foi posto aqui à falsa fé

A mãe deixou-o sozinho

E o pai não se sabe quem é

 

É isto que diz “O Presépio de Lata” de Rui Veloso e Carlos Tê. Os meninos que nunca foram amados nunca terão a mínima hipótese de sobrevivência digna. E isso não tem cura. E o nosso desprezo é a sua tumba final.

É por isso que eu renuncio a este Natal.

Padre José Júlio Rocha, aqui

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Os meus canários

 


Prenda de Natal muito agradável
Uma família amiga ofereceu-me este casal de canários, já "batizados". São o Romeu de Carvalho e a Julieta dos Prazeres e Morais!
Sede bem-vindos! Que enchais a casa de música.
Cantar ainda não cantaram. Mas que chegaram com apetite, isso é um facto. Ainda não largaram o comedoiro.
Muito obrigado a esta família amiga por mais esta delicadeza.
Para vós e para todos, Santo Natal!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Santo Natal, amigo, amiga!

 

O carinho de Deus por nós não tem tem limites!

Para si, caro visitante  deste blog,  amigos, familiares, autoridades e pessoas de bem,  SANTO E FELIZ NATAL!

Há muita gente a pensar assim...

 


sábado, 19 de dezembro de 2020

CATÓLICOS HÁ MUITOS: OS DUROS E OS FOFINHOS

Nós, os católicos, quando rezamos a profissão de fé, ou Credo, dizemos que a Igreja é una, santa, católica e apostólica. Una, porque está unida na mesma fé e na pessoa do Papa. Santa, porque o é no seu divino fundador, nos seus fins e meios, embora nem sempre nos seus membros, todos eles chamados, contudo, à santidade. Católica, porque universal, sem ser exclusiva de nenhuma raça, etnia, cultura ou ideologia. Apostólica, porque os bispos são os sucessores dos apóstolos, na continuidade da mesma missão salvífica universal.
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A unidade da Igreja implica uma grande diversidade de católicos, pois os há de todo o género e feitio, nomeadamente, entre muitos outros, os duros e os fofinhos.
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São duros os que sonham com uma Igreja monolítica, autoritária, condenatória e tradicionalista. Ante o que consideram a deriva pós-conciliar, apostam num regresso ao passado puro e duro. Enquanto cantam, a plenos pulmões, “Ó tempo, volta para trás”, refugiam-se em celebrações cheias de velas e de incenso, com muitas vénias e véus, murmuradas num velho latim eclesiástico, como se fossem as palavras mágicas que permitem aceder ao trono do Altíssimo, em que julgam ser os únicos admitidos. Cuidam muito dos adereços e das vestes, dos sapatos com fivelas e das faixas, dos chapéus à don Camilo e das capas à Cinzano, mas não tanto da caridade com os irmãos na fé que, por preferirem liturgias mais simples, mas não menos piedosas, consideram possessos do demónio. Prezam muito a obediência aos seus superiores, em que descobrem rasgos de divina predileção, em detrimento da hierarquia eclesial, contaminada pelo vírus letal do secularismo, e do Papa Francisco, alvo preferencial das suas muito ortodoxas diatribes.
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No outro extremo do universo eclesial, estão os católicos fofinhos. São gente moderna, politicamente comprometida, sem outro complexo que o complexo de não ter nenhum complexo. Podem ser leigos, padres ou bispos até. Têm uma enorme preocupação por agradar ao mundo, do qual esperam as benesses que Deus nem sempre dá, nesta vida, aos seus eleitos. Namoram o poder e o dinheiro, mas sempre com vistas ao melhor bem, eufemismo que significa a sua própria carreira política e eclesial. São tão compreensivos que não diferenciam o bem do mal; tão ecuménicos que não sabem o que os distingue das outras confissões cristãs; tão inter-religiosos que acham que, afinal, todas as religiões são equivalentes, porque em todas há virtudes e vícios, santos e pecadores, verdadeira piedade e execrável farisaísmo, gestos de grande heroísmo altruísta, mas também detestáveis fanatismos terroristas.
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Os duros não dialogam e preferem as forças políticas autoritárias, em que se revêem. Os fofinhos falam com toda a gente, sobretudo com a esquerda e a extrema-esquerda, sem dizerem nada e aceitando tudo, desde que os aceitem também. Os duros fecham-se nos seus misteriosos cenáculos, de frente para o altar-mor, mas de costas voltadas para o mundo que os rodeia e de que fogem a sete pés, como o diabo da Cruz. Os fofinhos vivem para o mundo, têm os seus pobrezinhos de estimação e gostam muito de brincar aos assistentes sociais, a que reduziram a pastoral eclesial. Os duros proferem anátemas a torto e a direito, lavram sentenças de excomunhão a todos os que não pensam e agem como eles ou, pior ainda, são deste mundo e tempo. Os fofinhos são muito inclusivos com os defensores do aborto e da eutanásia, persuadidos de que, assim, terão sempre aceitação e palco na comunicação social, dominada pelo frentismo da esquerda e pelos lóbis extremistas. Os duros benzem-se cada vez que encontram um diabólico noviço ou professo na ideologia de género, enquanto os fofinhos desfazem-se em amabilidades com estes alternativos, não seja que os rejeitem nos ambientes e meios em que proliferam e dominam ou, pior ainda, lhes coloquem o infamante labéu de intolerantes, ou retrógrados.
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Que me desculpem duros e fofinhos, mas não me revejo em nenhuma dessas capelinhas, por temer que nenhuma delas seja, verdadeiramente, a Igreja que, por ser de Jesus Cristo, é una, santa, católica e apostólica. É nos seus santos que me revejo, não como quem a eles se equipara, mas neles encontra o exemplo para seguir o Mestre que é caminho, verdade e vida.
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Não procuro a segurança dos duros, nem a comodidade em que vivem os fofinhos. Não me revejo na severidade inquisitorial dos tradicionalistas, nem nas cumplicidades cobardes dos modernistas. Não me satisfazem as celebrações anacrónicas dos duros, nem me preenchem as liturgias profanas dos fofinhos. Não quero ser um ermitão que, por viver no deserto, mesmo que seja no meio do frenesim citadino, se desentende do seu tempo e dos seus irmãos. Mas também não quero ser um profeta corrupto que, por ter cedido à tentação do poder, ou do dinheiro, deixou de ser sinal de contradição.
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A minha Igreja é a de Alguém que nasceu num estábulo, sendo Filho de Deus e da família e casa do Rei David. Alguém que comia com publicanos e pecadores, mas que nunca pactuou com os seus pecados. Que correu à chicotada com os vendilhões do templo, mas tocou com as suas mãos os olhos dos cegos, os ouvidos dos surdos e os membros tolhidos dos paralíticos. Que perdoou a adúltera apanhada em flagrante, mas que também lhe exigiu que não voltasse a pecar. Que acolheu os samaritanos, que os judeus desprezavam, mas que à mulher da Samaria, que encontrou junto ao poço de Jacob, recriminou por viver com um homem com quem não estava casada, depois de ter tido cinco maridos. Que fazia milagres ao sábado, contrariando os fariseus, mas que os não fez diante de Herodes, por se negar a satisfazer a sua ímpia curiosidade. Que recusou o trono que o povo lhe ofereceu, mas disse ao governador romano que era rei e que, como tal, tinha às suas ordens as legiões dos Anjos do Céu. Que recorreu ao seu poder divino para perdoar e salvar o ladrão arrependido, mas que o não usou para se salvar a si mesmo da morte ignominiosa na Cruz.
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A minha Igreja é a dos patriarcas e dos profetas, dos apóstolos e dos mártires, dos confessores e das virgens. A minha Igreja é a que é perseguida na China e em França, pelo comunismo, pelo terrorismo islâmico e pelo laicismo. A minha Igreja é a que não precisa de se travestir de Che Guevara para lutar contra as injustiças sociais, nem desiste de proclamar o seu humanismo transcendente, na afirmação ousada da sua doutrina social. A minha Igreja é a que acolhe todos os pecadores, quaisquer que sejam os seus pecados, como a mim, pecador, recebe também, sem deixar de condenar o pecado, nem de a todos animar à conversão, sem desistir de ninguém. A minha Igreja é a de São João Paulo II, de Bento XVI e de Francisco, mas também de Agostinho de Hipona, Catarina de Sena, Inácio de Loyola, Teresa de Jesus, Josemaria Escrivá, Padre Pio, Madre Teresa, Jacinta e Francisco Marto, Edith Stein e Carlo Acutis.
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A minha Igreja não é boa porque é minha, mas é boa precisamente porque não é minha, nem me pertence: é de Deus. Não é rígida, nem mole, não é dura nem fofa, mas una, santa, católica e apostólica. Porque a Igreja a que, embora indigno, pertenço, sirvo e amo, é a única que é de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Gonçalo Portocarrero de Almada, aqui

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

 


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Um Presépio de que gosta muito o Papa Francisco - e eu também

 
Papa Francisco:
"O presépio é atual, é a realidade de cada família. Ontem, deram-me uma imagem de um presépio especial chamado 'Deixemos a mãe descansar'. Era Maria a descansar e José com o bebé, a adormecê-lo. Quantos de vocês se revezam à noite - entre marido e mulher - enquanto o menino ou a menina chora, chora, chora? Deixar a mãe descansar é a ternura de uma família, de um casamento"

terça-feira, 15 de dezembro de 2020





domingo, 13 de dezembro de 2020

Às vezes parecemos dar a entender que os outros pecados não têm importância nenhuma quando comparados com as questões da sexualidade.

A escravatura
 A exploração dos pobres pelos poderosos 
O racismo
 A xenofobia 
A subjugação da mulher por uma organização patriarcal das sociedades
O roubo 
As ofensas corporais
A violência doméstica
O genocídio
O comércio de armas de guerra
A fuga ao fisco
A pena de morte
O falso testemunho
A calúnia
A difamação
O tráfego de pessoas e de órgãos
A corrupção e o compadrio
E tantos outros pecados...

Então o pecado reduz-se apenas às questões sexuais?
Claro que não. De forma nenhuma.
As questões acima enunciadas indicam gravíssimos atentados contra a dignidade da pessoa humana e, como tal, atentam contra Deus, pois o homem e a mulher foram criados à "imagem e semelhança de Deus".

Esta FIXAÇÃO  no 6º e 9º Mandamentos ('Guardar castidade nas palavras e nas obras'; 'guardar castidade nos pensamentos e desejos') como se não existissem os outros 8 Mandamentos , é exclusiva e abusiva.

A temática do amor/caridade, do perdão, da misericórdia, da justiça, da abertura a Deus, da oração, do anúncio do Reino, dos pobres e dos pequeninos como os preferidos de Deus, do serviço aos outros, são muito mais usuais na mensagem do Evangelho.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

De 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021 - “Ano especial de São José”

 


O Papa anunciou hoje a convocação de um Ano dedicado a São José, para assinalar o 150.º aniversário da sua declaração como padroeiro da Igreja universal, feita pelo Beato Pio IX a 8 de dezembro de 1870.
Num decreto divulgado pelo Vaticano, esta manhã, Francisco determina que entre hoje e 8 de dezembro de 2021 se celebre um “Ano especial de São José”.

"No dia da Imaculada, o Papa Francisco oferece uma prenda a São José. Ah, pois é. Não separe o homem o que Deus uniu. Obrigado, Papa Francisco, porque também tem "um coração de pai"."

"A indulgência que não é moeda de troca
Gosto muito de anos jubilares. São mobilizadores, reformadores, inspiradores. E então este de "São José" é mesmo uma agradável surpresa do Papa Francisco. Só não gosto - deixem-me ser sincero - é da moeda de troca associada às indulgências em anos especiais. É precisa uma verdadeira acrobacia teológica e uma genialidade argumentativa invulgar para tornar compreensível, para trocar "em miúdos" uma matéria que está tão intoxicada pela história que mais valeria pô-la de molho uns séculos. Não que eu ponha em causa ou não compreenda esta profusão da graça, esta torrente aberta da misericórdia divina, que se extravasa. Não. Não que eu não sinta falta dessa grande indulgência que se derrama do lado aberto do Crucificado. Não. Não que eu não acredite na comunicação e interajuda entre os membros do mesmo Corpo de Cristo. Não. Não que eu não acredite no reflexo e no refluxo da santidade dos cristãos sobre a vida de todos os pobres pecadores. Não. Não me venham já com apologética barata sobre o assunto, que para isso leio, estudo, medito e rezo e creio como a Igreja crê. Mas sonho com o tempo, em que todo o tempo é graça e de graça. E que não precisa de nenhum "chamariz", de nenhuma moeda de troca, para nos mover à conversão do coração, até alcançarmos a graça de um coração de pai, que nos faz irmãos. Mas quando um site católico anuncia o Ano de São José e começa logo imediatamente a debitar as condições para receber as indulgências, dá-me cá um "clique" para mudar de página, que me estraga logo a festa toda. Precisamos todos e muito de indulgência. Oh se precisamos. Já das «indulgências» temo que seja tema de conversa que não vem por bem. Mas já que vem, assim seja."
Amaro Gonçalo, Facebbok

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Santa Helena vestida de branco, hoje!

 

Faz frio por aqui
O vento frio da serra não era razão suficiente para recusar sair do carro e brincar com a neve.
A serra está assim, coberta de branco, quase parecendo que tudo se prepara para renascer de novo.
Do céu ainda caem pequenos flocos de neve, que descem com calma, parecendo que o mundo deixou de ser uma pista de corridas.
Este fabuloso cenário ajuda a esquecer, por momentos, os tempos difíceis que vivemos. Faz-nos refletir sobre a nossa vida e tudo o que nos rodeia.
Tudo é mais belo quando absorvemos tudo quanto de bom a vida, a família e os amigos nos oferecem, como se nada mais existisse, apenas e só esta paisagem e momentos de relaxe e de tranquilidade.
Tantas são às vezes que damos demasiada atenção ao ruído, em vez de darmos importância aos sons das melodias que nos fazem felizes ou do silêncio dos flocos de neve que nos despertam para um mundo mais tranquilo e sereno.
Vai perceber a neve, e traz um pouco dessa serenidade contigo!!!! Faz tão bem!
José Damião, Facebook

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

COVID-19: "Todos os portugueses que o desejarem terão acesso à vacina".

 O Governo apresentou esta quinta-feira o plano de vacinação contra a covid-19. Conheça os grupos prioritários, as diferentes fases de vacinação e quais são as vacinas previstas para Portugal.

Francisco Ramos assegurou que, "em janeiro, estamos em condições de começar o processo de vacinação”, sem adiantar, contudo, um dia exato.

Vacinação feita em três fases

Segundo Francisco Ramos, coordenador do grupo de trabalho criado para desenvolver o plano de vacinação contra a covid-19, o processo será feito em três fases:

- 1.ª fase: utentes e profissionais de lares (cerca de 250 mil pessoas), cidadãos com mais de 50 anos com patologias associadas (400 mil), profissionais de saúde e agentes de segurança (300 mil pessoas). Doenças cardíacas, renais e pulmonares, que resultam em situações mais graves quando associadas à covid-19, incluídas nesta fase.

- 2.ª fase: pessoas com 65 e mais anos, com ou sem patologias (1,8 milhões); pessoas entre 60 e 64 com doenças severas e/ou crónicas (900 mil). Diabéticos e doentes oncológicos incluídos nesta fase.

- 3.ª fase: restante população

Onde serão administradas as vacinas?

Na primeira fase, serão dadas nos centros de saúde, em 1200 pontos de vacinação.


Que vacinas chegarão a Portugal?

Eis os contratos firmados:

• AstraZeneca, para a compra inicial de 300 milhões de doses, com a opção de compra de 100 milhões de doses adicionais;

• Sanofi-GSK, para a compra de até 300 milhões de doses;

• Janssen Pharmaceutica NV, uma das empresas farmacêuticas Janssen da Johnson & Johnson, para a compra de 200 milhões de doses, com a possibilidade de adquirir 200 milhões de doses adicionais;

• BioNTech-Pfizer para a compra inicial de 200 milhões de doses, com a opção de compra de 100 milhões de doses adicionais;

• CureVac para a compra de 225 milhões de doses, com a opção de compra de 180 milhões de doses adicionais;

• Moderna para uma compra inicial de 80 milhões de doses, com a opção de compra de 80 milhões de doses adicionais.

Onde tirar dúvidas sobre a vacinação?

Governo disponibilizará um portal e linhas telefónicas de apoio à população para que os portugueses possam tirar todas as dúvidas quanto à vacina.

Fonte: Jornal de Notícias 

Vacina contra a Covid-19 será gratuita e facultativa em Portugal.

(CM)

 "Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato."

Johann Goethe

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Uma frase de JOHN LENNON, que me arrepia absolutamente:

“Não interessa quem tu amas, onde é que amas, porque é que amas, quando é que amas ou como é que amas, o que interessa é que amas”.
Soa-me a um egoísmo atroz, inqualificável, desumano..
Como é possível amar, passando por cima de tudo e de todos''???
Mas alguém poderá ser feliz semeando dor, sofrimento, lágrimas, angústia, desolamento!?
Ninguém é Feliz sozinho. A não ser que seja um monstro, que transforma a infelicidade dos outros EM PSEUDO-FELICIDADE própria...
Ama, sofrendo; nunca há amor onde fazes sofrer aqueles que dizes que amas...

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

NEM TUDO É MAU

«Se o meu filho muitas vezes não limpa o quarto e está a ver televisão, é porque está em casa.
Se há desordem depois de uma festa, é porque estivemos rodeados de familiares e amigos.
Se há roupas que me estão apertadas, é porque tenho mais do que o suficiente para comer.
Se tenho trabalho a limpar a casa, é porque a tenho.
Se oiço queixas acerca do governo, é porque tenho liberdade de expressão.
Se não encontro estacionamento, é porque tenho carro.
Se me incomodam os gritos das crianças, é porque posso ouvir.
Se sinto cansaço no final do dia, é porque posso trabalhar.
Se o despertador me acorda todas as manhãs, é porque estou vivo».
In Facebook

sábado, 28 de novembro de 2020

Advento é tempo de “mudança e de esperança”

 

“O Deus do Advento vem para o meio desta pandemia, pega na nossa mão, muda o nosso coração e envia-nos a mudar a situação. Está aberta a oficina do Advento: enquanto uns se afadigam na vacina, outros nos hospitais, outros nos lares, nas farmácias, na padaria, empenhemo-nos todos em encher este mundo de Paz, de Esperança e de ‘Bom-Dia’, à imagem e sob a proteção maternal de Maria”.

(Bispos Portugueses)

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Entendamos que não se cura um amor com um novo amor... Cura-se com amor-próprio...



quinta-feira, 26 de novembro de 2020

APROVADO O ORÇAMENTO DE ESTADO

 

Orçamento do Estado 2021: As principais medidas que podem afetar a sua carteira: AQUI

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

*Piadas Atuais*

🦜- Troco massa, arroz e açúcar por papagaio. Preciso de falar com alguém.

🏃🏻‍♂- Se virem que saí do Grupo, adicionem-me outra vez. É o desespero para sair para algum lado.

🦸🏻‍♂- Nem nos meus sonhos mais loucos imaginei entrar mascarado no Banco.

✋🏻🤚🏻- Nunca pensei que as minhas mãos iam consumir mais álcool do que o meu fígado. Nunca...

💀- A Quarentena parece uma série da NETFLIX: Quando parece que vai acabar, vem mais uma temporada.

😷- A máscara até tem coisas boas... No supermercado passei por 2 tipos a quem devo dinheiro e nem me reconheceram.

📆- Queixaram-se que 2020 tinha poucos feriados. Como estão agora?

😜- Preciso de manter distância social com o frigorífico. Testei positivo para gordura abdominal.

👨‍👩‍👧‍👦 Alguém sabe se a segunda quarentena se repete com a mesma família? Ou podemos trocar?

🖥 Faltam duas semanas para que nos digam que faltam duas semanas para nos dizerem que faltam duas semanas...

⏳ Não vou acrescentar 2020 à minha idade. Nem sequer usei!

😟 Queremos nos desculpar publicamente com 2019 por tudo o que falamos mal dele.

🙎🏻‍♀ Essas mulheres que pediam a Deus que os maridos ficassem mais tempo em casa... Como estão?

🚰 A minha máquina de lavar roupa só aceita pijamas... Coloquei umas calças de ganga e ela mandou-me a mensagem #ficaemcasa 😷🏠.

🎉 O primeiro que eu vir 👁 em 31 de Dezembro a chorar pelo ano que se vai, vou enchê-lo de porrada.

💉 Depois de passar por toda esta angústia, só nos falta dizerem que a vacina será um supositório.

👨‍🦱👩🏼‍🦱 Sinto-me como se tivesse 15 anos novamente: Sem dinheiro na carteira, com o cabelo comprido, pensando no que fazer com a minha vida e sem permissão para sair.

domingo, 22 de novembro de 2020

 


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Paixão cega, arrebatadora, envolvente, hipnotizante.

Imagem relacionada
A princípio umas conversas, umas brincadeiras, contactos por telemóvel e internet...Depois surgiu a paixão que é sempre cega. Arrebatadora, envolvente, hipnotizante. Ele só via aquela pessoa, não existiam olhos nem coração para mais ninguém. O resto era paisagem.Em casa iam surgindo as mentiras, cada vez mais requintadas para parecerem mais autênticas. Claro, a vítima era o trabalho. Na atividade profissional buscava e rebuscava desculpas para ausências físicas e anímicas. Tornara-se numa autêntica máscara de si mesmo. Mas que lhe interessava isso se se sentia uma labareda? A paixão, a que chamava amor, dominava-o, envolvia-o, queimava-o, cegava-o.Naquele domingo à noite, a esposa pedira-lhe que levasse a filha mais nova ao comboio no regresso à Universidade. Que não, que não podia, que estava à espera de um contacto importantíssimo da empresa, assunto inadiável...
A filha abraçou-o, beijou-o e murmurou: "Gosto muito de ti, papá! Amo-te muito". Ouviu mas não escutou. Respondeu com um leve gesto como quem despacha a cena. Estava em brasas.
Mal o carro que a esposa conduzia saiu da garagem em direção à estação do comboio, ligou, frenético, o computador. Aproveitar até ao tutano cada segundo para estar, conversar, ver a pessoa por quem estava apaixonado.
Durante o dia, de longe em longe, irrompia do fundo da sua alma a frase da filha: "Gosto muito de ti, papá!" Procurou afastar rapidamente essa memória. Era perturbante para o fogo "amoroso". E isso ele não queria. O que lhe agradava era sentir-se imerso na espuma fofa da paixão.
Mas à medida que o dia avançava, a lembrança das palavras e gesto da filha tornavam-se mais persistentes como espinho que se vai cravando na carne. A noite foi complicada. Deu voltas e voltas na cama, levantou-se várias vezes, tomou uma bebida, deitou as mãos á cabeça. Parou junto do espelho da sala e olhou-se. Discretamente a esposa, envolvida no roupão, apareceu, colocou-lhe suavemente as mãos à volta do pescoço e sussurrou: "Que tens, meu querido!?" Instintivamente recorreu à carapaça da mentira: "Nada, problemas no trabalho!" Então olhou-se no espelho e, pela primeira vez desde que o caso começou, experimentou vergonha de si mesmo, sentiu-se um fantoche, sentiu o ridículo da máscara.
Nos dias imediatos, bailou-lhe na alma uma frase que ouvira à sua avó há muitos anos: "As paixões são como a chuva de trovoada, encharcam, mas não molham."
Começou a sentir-se menos bem nos contactos com a pessoa por quem se apaixonara, embora lhe continuasse a ser agradável. O dilema punha-se. Ou largava a mulher e os filhos que o amavam ou largava a sua paixão e regressava à família. Já não suportava mais a máscara da mentira. Sabia até que, mais cedo ou mais tarde, tudo seria conhecido e sabe Deus com que consequências.
Não, não se imaginava afastado da sua família, abandonado por esta, desprezado. Não aguentaria tal. Seria um infeliz. Por mais agradável, chamariz, queimante que fosse a pessoa por quem se apaixonara, o gelo da sua infelicidade viria a acabar com o fogo da paixão. E então seria ainda mais infeliz e deixaria mais alguém infeliz.
Tomou uma decisão. Não queria mais ser barco ao sabor das vagas alterosas da paixão. A partir de agora, tomaria o leme do seu próprio barco.
Não foi fácil para ele acabar a relação com a pessoa. Nem por ele nem pela pessoa que aperfeiçoou estratégias para o segurar. Primeiro, afetivamente; depois, vitimizando-se; por fim, ameaçando...
Pássaro livre, amadurecido e corajoso, seguiu o seu caminho. Terminou!
Nesse dia, sensibilidade partida, chegou a casa, abraçou a mulher, beijou-a e disse-lhe com todo o sentir do seu ser: "Amo-te!" Depois pegou no telemóvel e ligou a cada filho: "Amo-te, filho (a)!"
Algum tempo depois, recebe um telefonema da pessoa com quem tivera uma relação apaixonada. Tentou não atender. Mas estava tão ciente do que queria que atendeu. Do outro lado da linha, a voz quente que lhe havia queimado os sentidos, surpreendeu-o: " Dou-te os parabéns pela coragem e pela decisão. Sofri muito como calcularás. Mas compreendo agora que jamais me poderias fazer feliz, sendo tu infeliz!" Sê feliz na tua família que eu procurarei o meu rumo. Até sempre!"

Não vives só no mundo. Não és o centro da história. Ninguém é feliz sozinho. Na vida não vale tudo! Por isso tem em conta quem tu amas, onde é que amas, porque é que amas, quando é que amas ou como é que amas.

 


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

NÓS NÃO TEMOS FÉ; A FÉ É QUE NOS TEM


1. Quem não falha uma romaria, mas falta sempre à Eucaristia, terá fé?
Quem venera as imagens de Nossa Senhora e dos Santos, mas sem parar diante do Sacrário, terá fé?
2. O problema reside precisamente aqui, em «ter» fé. É que na fé não se trata de «ter», mas de «ser tido».
Quem «tem» fé propende a fazer a sua vontade, mesmo em relação a Deus. Já quem «é tido» pela fé procura dar prioridade à vontade de Deus (cf. Mt 6, 10).
3. É a diferença entre uma qualquer promessa e participar na Eucaristia.
No primeiro caso, estamos diante de uma decisão pessoal. No segundo, encontramo-nos perante a resposta a uma proposta: «Fazei isto em memória de Mim» (1Cor 11, 23).
4. Os sentimentos religiosos de cada um merecem, sem dúvida, o maior respeito.
Mas a fé é outra coisa: é fazer, não necessariamente o que nos apraz, mas o que Deus — em Cristo pela Sua Igreja — nos indica.
5. A fé não é possessiva, mas oblativa.
Assim, sendo, não somos nós que temos a fé; a fé é que nos tem, a nós.
6. Não é o homem que se impõe a Deus; é Deus que Se propõe a nós.
Até Roger Garaudy percebeu que «a fé está em nós, mas não é de nós». É por isso que, na fé, não existe «autarquia», mas uma «autonomia teónoma».
7. A iniciativa não nos cabe a nós; quem toma a iniciativa é Deus (cf. Ap 3, 20).
Neste sentido, a fé consiste em viver «ad Deum» (para Deus), «secundum Deum» (segundo Deus) e «in Deo» (em Deus).
8. A Igreja é fundamental para a fé.
Aliás, é o que os nossos lábios afirmam. No Credo, proclamamos que «cremos em Deus» e professamos que «cremos em Igreja».
9. O latim estabelece uma distinção que nos ajuda a compreender o que estamos a dizer.
Enquanto Deus é precedido de «in» («Credo in Deum»), a Igreja aparece logo a seguir a «Credo» («Credo Ecclesiam). Isto significa que «cremos em Deus “dentro” da Igreja».
10. Duas palavras bíblicas ilustram a solidez da fé: «emunah» e «ámen». Com a primeira, expressamos firmeza e lealdade. Com a segunda, sinalizamos adesão e disponibilidade.
Jesus é o grande «ámen» do Pai, a «testemunha fiel e verdadeira» (cf. Ap 3, 14). Que, em Jesus, vivamos sempre para Deus!
João António Teixeira, Facebook

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Tarouca é Natal com o Comércio Tradicional

 



















O objetivo é incentivar os munícipes para que escolham o comércio local para realizar as suas compras, onde existem mais condições de segurança.

Esta é a oportunidade para que cada um dos tarouquenses devolva a merecida confiança ao comércio local, usufruindo de mais segurança e de pura empatia e alavancando também o sentimento de pertença e identidade territorial.

Com esta iniciativa ambiciona-se aumentar a atividade do comércio local, objetivo que assume particular importância neste contexto de crise pandémica, em que temos o dever cívico de permanecer no domicílio, evitar deslocações desnecessárias e aglomerados de pessoas.

Este ano, consequência desta crise pandémica, o comércio local arrecadou perdas muito significativas, colocando mesmo em causa a sustentabilidade de algumas estruturas comerciais, pelo que urge repensar cada uma das políticas e estratégias que têm vindo a ser desenvolvidas.

É neste sentido que o executivo municipal decidiu premiar aqueles que optam por fazer as suas compras no comércio tradicional, atribuindo um voucher de 25€ por cada 100€ em compras realizadas (pode ser valor acumulado de várias compras), de 21 de novembro a 31 de dezembro de 2020, nas lojas aderentes. O voucher poderá ser utilizado até ao dia 31 de março de 2021 num restaurante aderente do Concelho de Tarouca.

Esta iniciativa pretende funcionar como um balão de oxigénio para a restauração, um dos setores que tem sido fortemente fustigado pelos efeitos colaterais da pandemia COVID19, alavancando em simultâneo o incentivo às compras no comércio tradicional, motor essencial para o desenvolvimento da economia local.

Os vouchers poderão ser levantados na Loja Interativa de Turismo de Tarouca, mediante a apresentação dos talões de compra. 
Município de Tarouca, Facebook

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O Vasco e o gato....

 




Rita Valadas nomeada como nova presidente da Cáritas Portuguesa



A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) nomeou neste sábado, 14 de Novembro, uma nova presidente para a Cáritas Portuguesa: Rita Valadas, que já integrou a direcção da instituição num dos últimos mandatos, sucede no cargo a Eugénio Fonseca, anunciou a CEP no final da sua assembleia plenária, que decorreu em Fátima desde quarta-feira.
Em declarações à agência Ecclesia, Rita Valadas considerou que o novo cargo, no contexto da actual pandemia, é um trabalho com um desafio acrescido, por não conseguir “chegar tão perto” das pessoas como seria desejável.
“O maior benefício da Cáritas é chegar muito perto das pessoas e agora não o podemos fazer. Mas equacionaremos todas as hipóteses e soluções” para poder servir quem precisa, afirmou Rita Valadas.
A nova presidente da Cáritas é licenciada em Política Social e trabalhou no Departamento de Ação Social na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

domingo, 15 de novembro de 2020

Balada da Caridade

terça-feira, 10 de novembro de 2020

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O IV DIA MUNDIAL DOS POBRES - 15 DE NOVEMBRO DE 2020

 «Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32)


«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32): a sabedoria antiga dispôs estas palavras como um código sacro que se deve seguir na vida. Hoje ressoam com toda a densidade do seu significado para nos ajudar, também a nós, a concentrar o olhar no essencial e superar as barreiras da indiferença. A pobreza assume sempre rostos diferentes, que exigem atenção a cada condição particular: em cada uma destas, podemos encontrar o Senhor Jesus, que revelou estar presente nos seus irmãos mais frágeis (cf. Mt 25, 40).

1. Tomemos nas mãos o Ben-Sirá, um dos livros do Antigo Testamento. Nele encontramos as palavras dum mestre da sabedoria que viveu cerca de duzentos anos antes de Cristo. Andava à procura da sabedoria que torna os homens melhores e capazes de perscrutar profundamente as vicissitudes da vida. E fê-lo num período de dura prova para o povo de Israel, um tempo de dor, luto e miséria por causa da dominação de potências estrangeiras. Sendo um homem de grande fé, enraizado nas tradições dos pais, o seu primeiro pensamento foi dirigir-se a Deus para Lhe pedir o dom da sabedoria. E o Senhor não lhe deixou faltar a sua ajuda.

Desde as primeiras páginas do livro, Ben-Sirá propõe os seus conselhos sobre muitas situações concretas da vida, sendo a pobreza uma delas. Insiste que, na contrariedade, é preciso ter confiança em Deus: «Não te perturbes no tempo do infortúnio. Conserva-te unido a Ele e não te separes, para teres bom êxito no teu momento derradeiro. Aceita tudo o que te acontecer e tem paciência nas vicissitudes da tua humilhação, porque no fogo se prova o ouro, e os eleitos de Deus no cadinho da humilhação. Nas doenças e na pobreza, confia n’Ele. Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera n’Ele. Vós que temeis o Senhor, esperai na sua misericórdia, e não vos afasteis, para não cairdes» (2, 2-7).

2. Página a página, descobrimos um precioso compêndio de sugestões sobre o modo de agir à luz duma relação íntima com Deus, criador e amante da criação, justo e providente para com todos os seus filhos. Mas, a constante referência a Deus não impede de olhar para o homem concreto; pelo contrário, as duas realidades estão intimamente conexas.

Demonstra-o claramente o texto donde se tirou o título desta Mensagem (cf. 7, 29-36). São inseparáveis a oração a Deus e a solidariedade com os pobres e os enfermos. Para celebrar um culto agradável ao Senhor, é preciso reconhecer que toda a pessoa, mesmo a mais indigente e desprezada, traz gravada em si mesma a imagem de Deus. De tal consciência deriva o dom da bênção divina, atraída pela generosidade praticada para com os pobres. Por isso, o tempo que se deve dedicar à oração não pode tornar-se jamais um álibi para descuidar o próximo em dificuldade. É verdade o contrário: a bênção do Senhor desce sobre nós e a oração alcança o seu objetivo, quando são acompanhadas pelo serviço dos pobres.

3. Como permanece atual, também para nós, este ensinamento! Na realidade, a Palavra de Deus ultrapassa o espaço, o tempo, as religiões e as culturas. A generosidade que apoia o vulnerável, consola o aflito, mitiga os sofrimentos, devolve dignidade a quem dela está privado, é condição para uma vida plenamente humana. A opção de prestar atenção aos pobres, às suas muitas e variadas carências, não pode ser condicionada pelo tempo disponível ou por interesses privados, nem por projetos pastorais ou sociais desencarnados. Não se pode sufocar a força da graça de Deus pela tendência narcisista de se colocar sempre a si mesmo no primeiro lugar.

Manter o olhar voltado para o pobre é difícil, mas tão necessário para imprimir a justa direção à nossa vida pessoal e social. Não se trata de gastar muitas palavras, mas antes de comprometer concretamente a vida, impelidos pela caridade divina. Todos os anos, com o Dia Mundial dos Pobres, volto a esta realidade fundamental para a vida da Igreja, porque os pobres estão e sempre estarão connosco (cf. Jo 12, 8) para nos ajudar a acolher a companhia de Cristo na existência do dia a dia.

4. O encontro com uma pessoa em condições de pobreza não cessa de nos provocar e questionar. Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a sua marginalização e o seu sofrimento? Como podemos ajudá-la na sua pobreza espiritual? A comunidade cristã é chamada a coenvolver-se nesta experiência de partilha, ciente de que não é lícito delegá-la a outros. E, para servir de apoio aos pobres, é fundamental viver pessoalmente a pobreza evangélica. Não podemos sentir-nos tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda, reduzindo-se a uma sombra. O clamor silencioso de tantos pobres deve encontrar o povo de Deus na vanguarda, sempre e em toda parte, para lhes dar voz, defendê-los e solidarizar-se com eles face a tanta hipocrisia e tantas promessas não cumpridas, e para os convidar a participar na vida da comunidade.

É verdade que a Igreja não tem soluções globais a propor, mas oferece, com a graça de Cristo, o seu testemunho e gestos de partilha. Além disso, sente-se obrigada a apresentar os pedidos de quantos não têm o necessário para viver. Lembrar a todos o grande valor do bem comum é, para o povo cristão, um compromisso vital, que se concretiza na tentativa de não esquecer nenhum daqueles cuja humanidade é violada nas suas necessidades fundamentais.

5. Estender a mão leva a descobrir, antes de tudo a quem o faz, que dentro de nós existe a capacidade de realizar gestos que dão sentido à vida. Quantas mãos estendidas se veem todos os dias! Infelizmente, sucede sempre com maior frequência que a pressa faz cair num turbilhão de indiferença, a tal ponto que se deixa de reconhecer todo o bem que se realiza diariamente no silêncio e com grande generosidade. Assim, só quando acontecem factos que transtornam o curso da nossa vida é que os olhos se tornam capazes de vislumbrar a bondade dos santos «ao pé da porta», «daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus» (Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 7), mas dos quais ninguém fala. As más notícias abundam de tal modo nas páginas dos jornais, nos sites da internet e nos visores da televisão, que faz pensar que o mal reine soberano. Mas não é assim. Certamente não faltam a malvadez e a violência, a prepotência e a corrupção, mas a vida está tecida por atos de respeito e generosidade que não só compensam o mal, mas impelem a ultrapassá-lo permanecendo cheios de esperança.

6. Estender a mão é um sinal: um sinal que apela imediatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor. Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! A mão estendida do médico que se preocupa de cada paciente, procurando encontrar o remédio certo. A mão estendida da enfermeira e do enfermeiro que permanece, muito para além dos seus horários de trabalho, a cuidar dos doentes. A mão estendida de quem trabalha na administração e providencia os meios para salvar o maior número possível de vidas. A mão estendida do farmacêutico exposto a inúmeros pedidos num arriscado contacto com as pessoas. A mão estendida do sacerdote que, com o coração partido, continua a abençoar. A mão estendida do voluntário que socorre quem mora na rua e a quantos, embora possuindo um teto, não têm nada para comer. A mão estendida de homens e mulheres que trabalham para prestar serviços essenciais e segurança. E poderíamos enumerar ainda outras mãos estendidas, até compor uma ladainha de obras de bem. Todas estas mãos desafiaram o contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação.

7. Esta pandemia chegou de improviso e apanhou-nos impreparados, deixando uma grande sensação de desorientamento e impotência. Mas, a mão estendida ao pobre não chegou de improviso. Antes, dá testemunho de como nos preparamos para reconhecer o pobre a fim de o apoiar no tempo da necessidade. Não nos improvisamos instrumentos de misericórdia. Requer-se um treino diário, que parte da consciência de quanto nós próprios, em primeiro lugar, precisamos duma mão estendida em nosso favor.

Este período que estamos a viver colocou em crise muitas certezas. Sentimo-nos mais pobres e mais vulneráveis, porque experimentamos a sensação da limitação e a restrição da liberdade. A perda do emprego, dos afetos mais queridos, como a falta das relações interpessoais habituais, abriu subitamente horizontes que já não estávamos acostumados a observar. As nossas riquezas espirituais e materiais foram postas em questão e descobrimo-nos amedrontados. Fechados no silêncio das nossas casas, descobrimos como é importante a simplicidade e o manter os olhos fixos no essencial. Amadureceu em nós a exigência duma nova fraternidade, capaz de ajuda recíproca e estima mútua. Este é um tempo favorável para «voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo (...). Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade (...). Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento duma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente» (Francisco, Carta enc. Laudato si’, 229). Enfim, as graves crises económicas, financeiras e políticas não cessarão enquanto permitirmos que permaneça em letargo a responsabilidade que cada um deve sentir para com o próximo e toda a pessoa.

8. «Estende a mão ao pobre» é, pois, um convite à responsabilidade, sob forma de empenho direto, de quem se sente parte do mesmo destino. É um encorajamento a assumir os pesos dos mais vulneráveis, como recorda São Paulo: «Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo. (...) Carregai as cargas uns dos outros» (Gal 5, 13-14; 6, 2). O Apóstolo ensina que a liberdade que nos foi dada com a morte e ressurreição de Jesus Cristo é, para cada um de nós, uma responsabilidade para colocar-se ao serviço dos outros, sobretudo dos mais frágeis. Não se trata duma exortação facultativa, mas duma condição da autenticidade da fé que professamos.

E aqui volta o livro de Ben-Sirá em nossa ajuda: sugere ações concretas para apoiar os mais vulneráveis e usa também algumas imagens sugestivas. Primeiro, toma em consideração a debilidade de quantos estão tristes: «Não fujas dos que choram» (7, 34). O período da pandemia constrangeu-nos a um isolamento forçado, impedindo-nos até de poder consolar e estar junto de amigos e conhecidos atribulados com a perda dos seus entes queridos. E, depois, afirma o autor sagrado: «Não sejas preguiçoso em visitar um doente» (7, 35). Experimentamos a impossibilidade de estar junto de quem sofre e, ao mesmo tempo, tomamos consciência da fragilidade da nossa existência. Enfim, a Palavra de Deus nunca nos deixa tranquilos e continua a estimular-nos para o bem.

9. «Estende a mão ao pobre» faz ressaltar, por contraste, a atitude de quantos conservam as mãos nos bolsos e não se deixam comover pela pobreza, da qual frequentemente são cúmplices também eles. A indiferença e o cinismo são o seu alimento diário. Que diferença relativamente às mãos generosas que acima descrevemos! Com efeito, existem mãos estendidas para premer rapidamente o teclado dum computador e deslocar somas de dinheiro duma parte do mundo para outra, decretando a riqueza de restritas oligarquias e a miséria de multidões ou a falência de nações inteiras. Há mãos estendidas a acumular dinheiro com a venda de armas que outras mãos, incluindo mãos de crianças, utilizarão para semear morte e pobreza. Existem mãos estendidas que, na sombra, trocam doses de morte para se enriquecer e viver no luxo e num efémero desregramento. Existem mãos estendidas que às escondidas trocam favores ilegais para um lucro fácil e corruto. E há também mãos estendidas que, numa hipócrita respeitabilidade, estabelecem leis que eles mesmos não observam.

Neste cenário, «os excluídos continuam a esperar. Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe» (Francisco, Exort. ap Evangelii gaudium, 54). Não poderemos ser felizes enquanto estas mãos que semeiam morte não forem transformadas em instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro.

10. «Em todas as tuas obras, lembra-te do teu fim» (Sir 7, 36): tal é a frase com que Ben-Sirá conclui a sua reflexão. O texto presta-se a uma dupla interpretação. A primeira destaca que precisamos de ter sempre presente o fim da nossa existência. A lembrança do nosso destino comum pode ajudar a conduzir uma vida sob o signo da atenção a quem é mais pobre e não teve as mesmas possibilidades que nós. Mas existe também uma segunda interpretação, que evidencia principalmente a finalidade, o objetivo para o qual tende cada um. É a finalidade da nossa vida que exige um projeto a realizar e um caminho a percorrer sem se cansar. Pois bem! O objetivo de cada ação nossa só pode ser o amor: tal é o objetivo para onde caminhamos, e nada deve distrair-nos dele. Este amor é partilha, dedicação e serviço, mas começa pela descoberta de que primeiro fomos nós amados e despertados para o amor. Esta finalidade aparece no momento em que a criança se cruza com o sorriso da mãe, sentindo-se amada pelo próprio facto de existir. De igual modo um sorriso que partilhamos com o pobre é fonte de amor e permite viver na alegria. Possa então a mão estendida enriquecer-se sempre com o sorriso de quem não faz pesar a sua presença nem a ajuda que presta, mas alegra-se apenas em viver o estilo dos discípulos de Cristo.

Neste caminho de encontro diário com os pobres, acompanha-nos a Mãe de Deus que é, mais do que qualquer outra, a Mãe dos pobres. A Virgem Maria conhece de perto as dificuldades e os sofrimentos de quantos estão marginalizados, porque Ela mesma Se viu a dar à luz o Filho de Deus num estábulo. Devido à ameaça de Herodes, fugiu, juntamente com José, seu esposo, e o Menino Jesus, para outro país e, durante alguns anos, a Sagrada Família conheceu a condição de refugiados. Possa a oração à Mãe dos pobres acomunar estes seus filhos prediletos e quantos os servem em nome de Cristo. E a oração transforme a mão estendida num abraço de partilha e reconhecida fraternidade.

Papa Francisconcisco