segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Sinal de Paz
Enquanto se pede à comunidade política internacional que trilhe sendas de superação de conflitos pela via diplomática, renunciando à sofisticação e proliferação do armamento, e enverede decididamente pela via do respeito e da tolerância intercultural e civilizacional, é imperioso e oportuno que se bata à porta daquele recurso fundamental para a edificação da cultura pessoal e colectiva de paz. Mas é também necessário que se invista nele um capital de atenção e cuidado, visto tratar-se de recurso extremamente fragilizável em virtude das diversificadas solicitações psicossociais que, ao mínimo deslize, lhe podem acarretar degradação, por vezes, irreversível.
Ora, constituindo a família a plataforma nuclear de comunhão interpessoal, promotora das relações de solidariedade e cooperação, ela configura o sinal mais genuíno e eficaz daquela paz que todos anelamos para a comunidade humana e que teima em não se aninhar no seu complexo seio. E o fundamento de tal significação efectiva e afectiva reside no facto incontornável de todos os homens procederem do mesmo ponto-origem e rumarem ao mesmo fim último.
Infere o papa que esta íntima comunhão de vida amorosa, alicerçada no matrimónio, compagina o lugar primário da humanização da pessoa e da sociedade, o berço da vida e do amor, e deve ser entendida como o fundamento da vida das pessoas, o protótipo de todo o ordenamento social.
Ao viver, por palavras, gestos e obras, a experiência decisiva de componentes basilares da paz, tais como a justiça e o amor fraterno, a função da autoridade parental e o serviço afectuoso aos membros mais débeis ou pequenos, doentes ou idosos, a interajuda nas dificuldades, a disponibilidade para acolher o outro e lhe oferecer o perdão, se preciso for, a família, qual ninho preparado pela natureza para o a génese e o desenvolvimento harmonioso do ser humano, torna-se a primeira e insubstituível educadora da paz. Por isso a sociedade não pode prescindir desse serviço que a ela presta nem do exemplo que ela assume por si e para todos.
Assim é que a violência familiar aparece como contra-sinal impeditivo da marcha da família e lesivo da humanidade inteira. E o léxico anti-paz, hoje mais difundido que nunca, é o meio caminho andado para a negação da família e da paz. E a negação ou a restrição dos direitos da família, obscurecendo a verdade sobre o homem, ameaça os próprios alicerces da paz, uma vez que a família, pelo dever que tem de educar os seus membros, é titular de direitos específicos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, enquanto aquisição de civilização jurídica de valor verdadeiramente universal, reconhece a família como o núcleo natural e fundamental da sociedade, assegurando-lhe o direito à protecção da própria sociedade e do Estado. E a Santa Sé, na Carta dos Direitos da Família, ao garantir a especial dignidade jurídica da família, afirma que os direitos da pessoa, ainda que expressos como direitos do indivíduo, têm uma dimensão social fundamental, que encontra na família a sua expressão originária e vital, sendo expressão e explicitação da lei natural, inscrita no coração do homem e manifestada pela razão.
Finalmente, atenda-se a esta fundamental agência de investimento na paz, enquanto espaço educativo, motor dos afectos, pólo de atracção e sensor humano da propulsão social, e considere-se quão avaros têm sido os poderes no tratamento que lhe têm dispensado. A família precisa da casa para urdir as próprias relações, do emprego e do justo reconhecimento da actividade doméstica dos pais para subsistir como comunidade, da escola para os filhos para o desenvolvimento pessoal e social, de assistência sanitária básica para todos para o crescimento harmónico e a correcção de situações anómalas. E a sociedade e a política, ao não se empenharem na ajuda à família nestes campos, desdenham um recurso essencial de serviço à causa da paz. De modo peculiar os meios de comunicação social, pelo potencial educativo de que dispõem, têm uma responsabilidade especial e única de favorecer o respeito pela instituição familiar, dar vez e voz às suas expectativas e aos seus direitos, de evidenciar o seu fulgor.
Ano novo de paz!
Louro de Carvalho
domingo, 30 de dezembro de 2007
Família: que família queremos?
1. “A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção da sociedade e do Estado”. - Parágrafo 3 do artigo 16 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
2. “A família é a célula natural e essencial da sociedade” ... Por isso, que os governantes “promulguem e apliquem políticas que reforcem a estabilidade do casamento”.... É importante “atender às normas religiosas e morais que contribuem para a estabilidade cultural e o progresso social”... Assim, “nenhum governo tem o direito de mudar a definição de família ou de matrimónio”. - Declaração de Doha que juntou e uniu representantes Cristãos, Muçulmanos e Judeus
3. "Sabemos que todas as crianças criadas em famílias que não sejam o modelo tradicional, com um pai e uma mãe, tem duas a três vezes mais problemas no futuro do que as outras criadas dentro do casamento, com pai e mãe. Delinquência juvenil, gravidez adolescente, maus casamentos, escolaridade inacabada". - David Popenoe, sociólogo da família, co-director do Projecto Nacional da Família, da Universidade de Rutgers, em New Jersey, Estados Unidos
4. 2 milhões de pessoas participam numa manifestação a favor da família cristã.
Os organizadores desta manifestação popular asseguram que se trata de um "acto religioso familiar, sem nenhuma pretensão política", por isso pediram a todos as pessoas que não exibam cartazes, nem bandeiras.
No entanto, reconhecem que se trata de um "protesto contra o Governo", presidido por José Luís Rodriguez Zapatero, por ter legalizado os casamentos homossexuais e por ter tornado mais ágeis os divórcios. - http://www.padre-inquieto.blogspot.com/
Mulheres enxertadoras
Aprendi que determinadas plantas aceitam enxertos de outras bem diferentes quanto ao género. Quem havia de dizer? Um trabalho tradicionalmente masculino a ser realizado por mulheres e com tanto êxito!!!
Realmente as coisas estão a mudar e nem sempre tomamos consciência da mudança. Também nestas pequenas coisas.
sábado, 29 de dezembro de 2007
Metade dos restaurantes vai ter que fechar
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=73526
FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA
Este episódio do “Evangelho da Infância” apresenta-nos uma família – a Sagrada Família – que, como qualquer família de ontem, de hoje ou de amanhã, se defronta com crises, dificuldades e contrariedades (essas dificuldades que, em tantos outros casos, acabam por minar a unidade e a solidariedade familiar). No entanto, esta é uma família onde cada membro está solidário com o outro e está disposto a partilhar os riscos que o outro corre; esta é uma família onde cada membro aceita renunciar ao comodismo e sacrificar-se para que o outro possa viver; esta é uma família onde os problemas de um são os problemas de todos e onde todos estão dispostos a arriscar, quando se trata de defender o outro… Por isso, é uma família que se mantém unida e solidária. É assim a nossa família? Na nossa família há solidariedade? Sentimos os problemas do outro e empenhamo-nos seriamente em ajudá-lo a superar as dificuldades? Aquilo que acontece a um é sentido por todos? A nossa família é, apenas, um hotel onde temos (por um preço módico) casa, mesa e roupa lavada ou um verdadeiro espaço de encontro, de partilha, de fraternidade, de solidariedade, de amor?
2008: salários... bens cujo preço aumenta... serviços mais baratos...
Haverá serviços mais baratos em 2008?
Será que o poder de compra vai aumentar, estagnar ou diminuir?
Os reformados vão ter aumentos reais?
Os trabalhadores da função pública ganham ou perdem perder de compra?
E os trabalhadores do sector privado?
Que perspectivas para os portugueses em 2008?
Quer saber?
Então leia aqui:
http://ww2.publico.clix.pt/print.aspx?id=1315011&idCanal=undefined
Lamego, tão perto...
Gostaria de ver Lamego progredir muito mais, que não fosse só em casas. Penso que o desenvolvimento da "Cidade das Cortes" beneficiaria toda a região envolvente.
Não compreendo como é que Lamego não tem um acesso condigno à A24. Quem já teve que sair da cidade rumo à auto-estrada, vindo atrás de um veículo longo, apercebe-se da dificuldade que este experimenta no Retiro dos Passarinhos. Anda ali a marretar uma série de tempo até que consiga vencer a curva. Realmente é preciso a coragem política para resolver a situação da ligação à A24. Como está, indignifica a cidade.
Por outro lado, estacionar em Lamego é o cabo das tormentas...
Parece que, segundo me referiram, tem sido frequente o roubo por esticão naquela pacata cidade. Os benefícios do progresso tardam em chegar; mas os malefícios implantam-se rapidamente.
Precisamos de políticos, autarcas e cidadãos que não calem o direito à indignação pelo ostracismo a que o interior tem sido votado há muito e se empenhem convictamente pelo acesso destas gentes à mesa do progresso .
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Há momentos intemporais
Partilhámos um simples refeição na casa paroquial, estivemos juntos na Rádio "Espaço Santa Helena" no programa semanal "Igreja", Presidiu por duas vezes à Eucaristia, tendo concelebrado com ele em Cravaz, tomámos uma simpática refeição em casa do Diácono Amorim, sentindo o mesmo acolhimento de sempre. Obrigado, amigos de Cravaz.
Tanto eu como o locutor, sr Veríssimo, ficámos maravilhados com a abordagem profunda e simultaneamente acessível de temas como a Família, Dia Mundial da Paz, retrospectiva do ano prestes a findar e perspectivas para 2oo8, situação vocacional na diocese, no país e no mundo...
À análise equilibrada dos temas não faltou a clareza, a objectividade, o pôr o dedo na ferida. Maravilhoso.
Nas Eucaristias, aliada a um belo sentido de presença advindo de uma fé profunda, houve uma mensagem curta, mas incisiva. Bonito.
Foi um tempo bastante ocupado, graças ao seu sentido de serviço e colaboração. Mas houve espaço para a partilha, para comungar inquietações e esperanças, numa envolvência de grande amor à Igreja. Com o P.e João António aprende-se. Sempre.
Dou graças a Deus por estes momentos que me souberam muito bem e ... a pouco.
Obrigado, Amigo Reitor! Aquele que tudo sabe conhece bem o bem que me fez a sua presença.
Venha sempre. Venha muitas vezes. Esta casa é sua e, como viu, as pessoas com quem esteve gostaram de o cá ver.
Que o SENHOR lhe conceda tudo quanto de bom e de belo deseja o seu coração.
Um agradecimento à senhora D. Teresa por ter acompanhado o seu filho em parte desta tarde e por nos ter dado a satisfação da sua presença.
40 mil jovens entram em 2008 a rezar
Tarouca também vai estar presente. A Laida e o João Pedro vão participar. É uma experiência fantástica, única. Ver sair o ano velho e entrar o novo em união com Deus e com milhares de outros jovens, é indizível. Só experimentando.
Veja mais aqui:http://www.agencia.ecclesia.pt/
E se 2008 fosse marcado pela fidelidade?
Antigamente dizia-se que a palavra de um homem era uma escritura? Actualmente, o que hoje é verdade, amanhã é mentira. Gera-se a desconfiança, o mal estar, as relações entre as pessoas fragilizam-se, o preconceito alarga...
Compromissos são compromissos. Mas quem os cumpre? Arranjam-se sempre motivos e desculpas para não se levarem a sério. Se pensarmos, até sobre o ponto de vista económico, os prejuízos gigantescos que causa a falta de fidelidade aos compromissos assumidos, até nos arrepiamos! Promete-se dar as obras de uma casa, de uma estrada ou de um qualquer empreendimento numa certa data e depois quantos meses mais, quando não até anos!? Promete-se a recuperação do veículo para tal altura e quantas vezes essa altura são muitos dias depois! Promete-se entregar um estudo em tal ocasião e depois... é esperar até desesperar! Promete-se a execução de tal obra num determinado dia e acontece que esse dia nunca mais chega! Etc, etc, etc. Quanto sofrimento, quanto angústia, quanta depressão, quanto stress, quanto prejuízo!!!
Isto para não falarmos já no compromisso matrimonial! Então aqui, com as consequências que todos conhecemos, a situação é alarmante!
E quanto a propósitos, então estamos feitos. Fazemos propósitos de nos emendarmos e à mínima tentação, deitamos o propósito fora; os estudantes fazem o propósito de se aplicarem e estudarem mais e depois é mais do mesmo; há propósito de se largar este ou aquele vício, mas depois, porque custa, volta-se ao mesmo; juramos propósitos em certas alturas especiais da nossa vida para logo a seguir os deitarmos na gaveta do esquecimento...
Éramos todos bem mais felizes se cada um fosse fiel à palavra dada, ao compromisso assumido, à promessa feita! Mesmo quando custa muito sê-lo! Mesmo quando exige um esforço suplementar. Vale a pena.
E se 2008 fosse marcado pela fidelidade?
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Trabalhadores da Santa Casa convivem
Eram dezenas. E pensar que há 30 anos a Santa Casa não tinha um funcionário...Tem sido um trabalho fantástico em favor dos mais carenciados deste concelho e desta zona. E penso que toda a gente concordará. O grande promotor deste crescimento tem sido o Provedor Lucílio Teixeira.
O janta correu bem, com simplicidade, alegria e paz. E lá tive também de cantarolar "As mulheres e o vinho". Não me dispensaram...
No fim, a Santa Casa distribuiu uma prenda aos seus funcionários, que bem merecem este gesto pela sua disponibilidade.
Há uma valência nos serviços da Santa Casa que aprecio imenso e sempre o testemunhei. É o apoio às pessoas com deficiência. Para mim, é o mais nobre dos nobres trabalhos que a instituição presta. Um jovem inserido nesta valência fazia anos. Fiquei feliz com o carinho com que lhe foi preparado o bolo de aniversário e o entusiasmo com que todos lhe cantaram os parabéns e o felicitaram. Dentro do melhor espírito das Misericórdias.
Parabéns à Santa Casa pelo esforço em promover este clima de proximidade entre quem a serve e pelo reconhecimento pelo trabalho quotidiano.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Passagem de ano: onde vão buscar tanto dinheiro?
Afinal, onde está a crise de que tanto se fala???
1. É claro que a crise não é para todos. Em tempos de crise, há sempre quem engorde com a mesma. Disto todos nós sabemos.
2. Há hoje na nossa sociedade um superficialismo feroz. O que interessa é gozar a vida; o que conta é não ficar atrás do colega de emprego ou do vizinho. Se eles vão, nós não somos menos do que eles... Nem que para isso, tenhamos que recorrer ao crédito ou hipotecar o ordenado do mês (meses) seguinte (s).
3. Penso que aqui se coloca a diferença entre o litoral e o interior. De onde são a esmagadora maioria dos milhares que deixam o país para gozar a passagem de ano noutras paragens? Penso que não erro: do litoral. O interior continua ao abandono, cada vez mais pobre e longe do acesso ao progresso. Parece que toda a gente enxerga isto, menos o governo.
4. Por isso, acho extraordinária a coragem do Bispo da Guarda. Não teve medo de pôr o dedo na ferida. Mas só a diocese da Guarda sofre com a desertificação? Não terão o mesmo problema dioceses como Portalegre e Castelo Branco, parte da de Viseu, Lamego, Bragança, entre outras? Só que ... Silêncio!!!
5. Somos um país que vive imenso para a aparência, para o dar nas vistas, para o parecer. Não nos preocupa o essencial. Não investimos, não criamos riqueza. Vendemos o que temos - que os estrangeiros compram - e colocamos o dinheiro na Suíça e em paraísos fiscais. Somos capazes de nos esfarraparmos para comprar um carro caro e telemóveis aos montes, mas não nos preocupa poupar para ter a nossa casinha com condições. Gastamos fortunas em passeios e viagens e não investimos cêntimos na cultura, nos livros, na arte... Estamos sempre à espera que outros ajudem e não fazemos contas. Basta dar uma vista de olhos pela internet e ficamos pasmados com a quantidade de carros, casas, bens penhorados que vão a leilão, porque as mensalidades aos bancos ficaram por pagar. No estrangeiro os portugueses trabalham e rendem, mas cá dentro não o fazem.
6. Penso que o novo ano nos devia ajudar a pensar. Que povo somos? Que projecto temos? Não podemos continuar na eterna dependência dos subsídios da União Europeia, até porque um dia acabarão. Urge uma educação para a cidadania e para o essencial; para a liberdade da criatividade e do investimento; é importante confiarmos mais nas nossas capacidades e deixaremos de ser os eternos "coitadinhos" de mão estendida para a autarquia, para o governo, para a Europa. Urge deixarmos de fazer a "figura de rico" e assumirmos a condição de trabalhadores a sério e construtores do nosso bem colectivo.
Não pude ir...
Queria mesmo ir!
Só que nem sempre é possível estar onde gostávamos.
Quando há compromissos inadiáveis, há que estar, mesmo com mágoa.
Num tempo como o nosso, muitas vezes os compromissos não são assumidos, alterando, em virtude disso, os planos dos outros. Claro que quem não cumpre, tem muitas vezes razões válidas para o não fazer. Há que saber compreender...
Aguardarei uma oportunidade para fazer o retiro. Ele é importante para toda a gente, especialmente para um padre.
Desejo aos meus colegas um óptimo retiro. Rezo por esta intenção.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Um aniversário especial
Perdoem-me a ousadia, mas para mim o melhor presépio é a minha mãe. 85 anos, completamente surda e com muita dificuldade em andar. Muito lúcida, com óptima memória, irradia um carinho imenso. Aquele seu olhar lembra-me um oceano de amor. Nunca gostou de dar trabalho ou de preocupar os outros; continua assim. Assumindo as suas limitações, colabora lindamente com quem a ajuda.
O terço é seu companheiro de todas as horas e fica imensamente feliz quando o seu pároco passa por lá para lhe levar Nosso Senhor que ela ama com infindas simplicidade e confiança.
A postura perante a vida de minha mãe sempre foi para mim um Evangelho. E continua a sê-lo. Cada vez mais.
Obrigado, Senhor, pela minha mãe. Por nela Te sentir tão perto.
Obrigado, mãe, por tudo. Por tanto!
Amo-te.
As crianças e o fascínio do Natal
A Chiquinha
Agora parece uma cadelita, sempre atrás de quem a alimenta. Por mais que tentem pô-la no rebanho, não conseguem. O animalzinho berra e desata numa corrida doida atrás dos donos.
É muito meiga e saboreia imenso uma festinha que lhe façam. Mas não vai com mais ninguém, excepto com quem lhe dá o biberon. Corre e salta imenso.
E naquela casa já decidiram. A Chiquinha tem que se habituar ao rebanho, mas jamais será vendida.
Os animais dão-nos muitas lições. Uma delas é a gratidão. Quando bem tratados e acarinhados, retribuem muitas vezes mais.
Ah! Se o ser humano tivesse a grandeza de aprender tanta coisa com os animais, este mundo teria menos selva, indubitavelmente.
Uma caridade frontal
O gesto chega de Aveiro e do seu Bispo. D. António Francisco dos Santos consoou numa instituição de solidariedade, que acolhe pessoas pobres e desprotegidas. Que melhor homilia???
A palavra vem da Guarda e do seu Bispo. D. Manuel Felício foi corajoso, ousado, profético. Vejo na mensagem do D. Manuel uma ressonância do desafio papal: "É preciso mudar". Também a linguagem. Também em coragem.
À mensagem do Bispo da Guarda fui buscar hoje as ideias básicas para a minha homilia.
Aqui deixo o texto de D. Manuel Felício.
Todos os anos o Natal nos oferece a oportunidade de contemplar a Beleza e o Mistério do Presépio de Belém.
A manjedoira com o Menino, Nossa Senhora e S. José a contemplá-lo, os próprios animais por perto, parecendo querer associar-se, a serenidade e a paz que a noite inspira naquele campo de pastores, longe dos jogos de interesses próprios de ambientes palacianos – é este o quadro escolhido pelo próprio Deus para entrar no coração da Humanidade, fazendo-se um de nós, pobre com os pobres e amigo de todos, a começar pelos excluídos.
O Filho Único de Deus nasce, de facto, fora da cidade, num curral de animais, porque não havia para ele lugar nas casas das famílias nem nas hospedarias. Passou despercebido ao burburinho da cidade onde os populares se cruzavam, intensamente absorvidos pelos negócios e pela política (era tempo de recenseamento).
Mas Ele tem uma palavra para dizer a todos, aos que estão dentro e aos que estão fora da cidade; aos bem incluídos no processo e nos programas do desenvolvimento, como também aos que deles ficam excluídos.
É essa palavra dirigida a todos que nós queremos descobrir, este Natal, olhando para o Presépio montado em nossas casas, nos serviços públicos ou pelas ruas da nossa cidade.
Uma palavra que denuncia o materialismo e consumismo de muitos, mas também anuncia o amor de Deus para todos; palavra que convida a participar na aventura de construirmos em conjunto uma sociedade mais humana e solidária. É particularmente palavra dirigida aos responsáveis pela condução da nossa vida pública, pedindo-lhes que olhem preferencialmente para os que são parentes pobres do desenvolvimento. E neste Natal estou a lembrar as legítimas queixas feitas recentemente pelos autarcas do Distrito da Guarda ao Sr. Presidente da República, a lembrar-lhe o drama da desertificação humana dos nossos ambientes. Compreendemos que o Presidente da República tenha ficado sem palavras para responder, de imediato, com as medidas adequadas a esta situação preocupante. Mas já não compreendemos que a máquina da organização política, subordinada a interesses de crescimento económico fácil, não dê ouvidos a este apelo.
Estamos, de facto, perante um drama de proporções alarmantes, que põe em risco a sobrevivência de muitas das nossas aldeias e obriga as populações locais a deixar as suas terras. Mas é também um drama que todo o país precisa de sentir como seu, pois sem o desenvolvimento das potencialidades que nos são próprias todo o país fica mais pobre e a qualidade de vida de todos os portugueses irremediavelmente prejudicada.
A palavra do Menino de Belém é, por isso, também para que os políticos e outros responsáveis pela vida pública assumam a coragem de construir um futuro equilibrado para todo o nosso país, de tal maneira que sejamos um país e uma nação onde todos têm vez e voz. E consequentemente é necessário assumir a coragem de promover a discriminação positiva para as regiões mais pobres de meios promotores do desenvolvimento, como a nossa e com essa finalidade saber aproveitar a oportunidade única constituída pelo aproveitamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional que vigora nos próximos seis anos.
Que o Menino de Belém seja o grande presente deste Natal para todos os homens e mulheres de boa vontade, principalmente para aqueles de quem mais depende a defesa dos direitos de todos e a definição do futuro da nossa sociedade.
Natal de 2007
+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda
No Natal, o "natal" do Sopé da Montanha
Na hora do aniversário, Sopé da Montanha agradece a todos os que, de forma completamente gratuita, a ele dedicam muitas horas por mês. É justa uma palavra de reconhecimento à direcção, aos que nele escrevem, aos colaboradores, aos assinantes. Para o leitor amigo, um obrigado sentido por o ler e por lhe dar acolhimento.
O jornal quer continuar a ser uma carta ao dispor da comunidade, onde toda a gente pode transmitir o que entender, desde que seja respeitada a sua linha editorial. Porque não tem fins lucrativos nem profissionais ao seu serviço, será razoável que toda a gente entenda que não podemos estar sempre em cima dos acontecimentos, por falta de tempo e de meios. Mas é tão fácil!... Basta que as pessoas nos façam chegar a notícia, a opinião, a entrevista, a perspectiva… Escrever é uma forma de ser solidário.
Sopé da Montanha quer continuar a crescer. Julga ter esse direito. Mas para tal, precisa do leitor amigo. Então a melhor prenda de aniversário é dar-lhe um novo assinante.
Muito obrigado.
Feliz Natal.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Deus amou tanto o mundo que enviou o Seu Filho, JESUS CRISTO.
e que no mundo permaneces.
Tu estás em toda a parte,
estás no Homem,
estás na Vida,
estás na História,
estás no Pequeno,
estás no Pobre.
Hoje como ontem,
permaneces quase imperceptível.
Há quem continue a procurar-Te no fausto,
na ostentação,
na majestade.
Tu desconcertas-nos completamente
e surpreendes-nos a cada instante.
És inesperado
e estás sempre à nossa espera.
Os momentos podem ser duros.
O abandono pode chegar
e a rejeição pode asfixiar-nos.
Tu, porém, não faltas.
Estás sempre presente.
Estás simplesmente.
Creio, Senhor,
que é na simplicidade que nos visitas
e na humildade que nos encontras.
Converte-nos à Tua bondade,
inunda-nos com o Teu amor,
afaga-nos na Tua paz.
Obrigado, Senhor, pelo Teu constante Advento.
Parabéns, Senhor, pelo Teu eterno Natal!
domingo, 23 de dezembro de 2007
Momento estranho...
Aproxima-se o momento estranho:
Sabemos pela tradição que é um dia de Festa, de reunir a família, de trocar presentes, de maior generosidade com os que mais precisam, mas esquecemos a razão de ser de tanta Festa...
É dia de Festa porque é Natal.
É Natal porque Jesus nasceu,
e é porque Jesus nasceu que é Natal.
Ele nasce todos os dias no nosso coração... se não nos esquecermos de nascer também nós com Ele.
Asas da Montanha deseja-lhe a si e a toda a sua família, um Santo Natal.
Muito obrigado pela gentileza da sua visita e saiba que é com muita alegria que é sempre recebido neste pobre blog .
Muita paz.
(foto do paroquias.org)
Valverde em festa
A vela solidária
Na altura própria, foi explicado às pessoas o sentido bíblico da luz, tendo-lhes sido pedido que, na noite de consoada, houvesse uma vela acesa à janela de cada casa.
As pessoas aderiram em pleno, de tal modo que se esgotaram as caixas das velinhas.
Fiquei contente, especialmente pelo sentido de solidariedade que a aquisição da vela significa e de que todos tinham conhecimento.
Belo trabalho da gente nova. Parabéns.
Penso que na noite de Natal esta terra vai estar linda, pois à janela de cada casa vai haver luz, símbolo da LUZ que é Cristo que a todo o homem alumia.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Uma multidão interminável caminha, radiante, para o Presépio
Senhor, eu sou o africano Luenga. O meu país andou em guerra civil durante longos anos. Bombas, minas, ciladas, metralhadoras, fome, miséria, prisões, deportações, estropiamentos, mortes. Há algum tempo acabou a guerra e vivemos em paz. Estamos a aprender a viver como concidadãos. Os nossos governantes, ao contrário de tantos em África, são honestos, incorruptos e próximos do povo. Obrigado, Príncipe da Paz!
Senhor, sou a Ana e tenho 78 anos. Estou numa cadeira de rodas. Os meus filhos e netos cobrem-me de carinho, atenção, disponibilidade. São maravilhosos. E tantas vezes penso que há muita gente a sofrer muito mais do que eu! Gosto de viver e sinto que sou útil e importante para meus familiares e amigos. Por tudo, Senhor, obrigado!
Senhor, eu sou a Catarina e tenho 11 anos. Somos três irmãos e eu sou a do meio. A minha família é fixe. Os meus pais não são ricos, nada disso, mas dão-nos carinho, amor, atenção, presença. Explicam-nos sempre porque devemos ou não devemos proceder desta ou daquela maneira. Não tenho as roupas, os brinquedos e as férias de tantos dos meus colegas, porque os meus pais não mos podem dar. Mas tenho o mais importante, o amor da minha família. Obrigado, Irmão Jesus!
Senhor, nós somos o casal Boaventura. Trabalhámos anos a fio numa fábrica que fechou. Somos quase cinquentões e não foi nada fácil arranjar emprego, até porque temos poucas habilitações literárias. O desespero bateu à nossa porta, pois temos filhos que é preciso acabar de formar. Mas não fomos abaixo. Começámos a estudar as hipóteses de sairmos da situação. Surgiu-nos a hipótese do mini-crédito e criámos a nossa pequenina empresa. As dificuldades, ao início, foram grandes, mas mais uma vez lutámos. Hoje está tudo a correr bem e sentimos-nos felizes. Obrigado, Senhor, pela Tua providência!
Senhor, eu sou o Rolando e tenho 32 anos. Estive algum tempo na cadeia por tráfego, roubo e violência. A cadeia foi uma escola de sofrimento, de solidão, de abandono e de hábitos de trabalho. Aprendi um ofício e abandonei a má vida. Quando saí, olhavam-me de lado e ninguém me dava emprego. Mas não desisti. Sabia o que queria ser. Tinha de conquistar a pulso o respeito dos outros. Hoje trabalho numa fábrica, sou respeitador e respeitado e sinto que sou zeloso na minha profissão. Casei e tenho filhos e esposa admiráveis. Obrigado, Senhor, por nunca desistires de mim!
Senhor, eu sou o Rafa, natural da América Latina. Em nome da minha fé, nunca pude aceitar que uns tantos tivessem quase tudo e uma multidão incontável vivesse na míngua de tudo. Aderi a um movimento pela Solidariedade na Paz. Fui ameaçado e caluniado. Não desisti. Hoje somos um grupo enorme que não tem medo de enfrentar as injustiças pela não violência. Obrigado, Senhor, Salvador de todos!
E a multidão continua, interminável, a desfilar perante o Menino que sorri para cada um. E de todos os cantos do mundo, em uníssono com os Anjos do Presépio, surge o mais belo canto: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Ele ama!"
A vida não está fácil...
Ver para além do visível
Maria, sua Mãe, noiva de José,
Antes de terem vivido em comum,
Encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo,
Que era justo e não queria difamá-la,
Resolveu repudiá-la em segredo.T
inha ele assim pensado,
Quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor,
Que lhe disse:
«José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um FilhoE tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus,
Porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o senhor anunciara
Por meio do Profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho,que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’».
Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara
E recebeu sua esposa.
Mt 1,18-24
A figura de José desempenha aqui um papel muito interessante… O anjo dirige-se a ele como “filho de David” (vers. 20) e pede-lhe que receba Maria e que ponha um nome à criança (vers. 21). A imposição do nome é o rito através do qual um pai recebe uma criança como filha. Assim, Jesus passa a fazer parte da família de David e a ser, naturalmente, a esperança para a restauração desse reino ideal de paz e de felicidade pelo qual todo o Povo ansiava. Pela obediência de José, realizam-se os planos e as promessas de Deus ao seu Povo.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Os Magos do nosso tempo
Levam um coração sofrido, dorido, esmagado. Esperam que o Menino o aceite e o transforme.
Senhor, eu sou o Ibraim. Saí do meu país pobre em busca de um pedaço de pão mais abundante. Alguém, sem escrúpulos, prometeu-me um futuro radioso, mas exigiu-me tudo o que tinha. E eu vim, com intensas saudades dos que deixei, mas com uma esperança enorme de os ajudar. O barquito em que vinha amontoado despejou-nos na costa de um país rico e fomos abandonados. Fui levado ao tribunal como malfeitor. Por sorte, autorizaram-me a ficar. Caí nas mãos de um empregador sem escrúpulos que me pagava mal - quando pagava! Muitas vezes recorri aos caixotes do lixo para entreter a fome...
Senhor, eu sou a Lisa. Fui raptada por criminosos e levada para a prostituição. Tinha 12 anos quando aconteceu. Meus pais continuam a procurar-me angustiadamente, mas os raptores puseram-me incomunicável. Destruíram-me e reduziram-me a um farrapo humano.
Senhor, eu sou o Bonga. No meu país africano, vivo nas ruas de uma grande cidade com milhares de outras nas mesmas circunstâncias. Enxotam-nos como moscas desprezíveis e somos olhados com um misto de receio e de desprezo. A fome é mais do que muita e disputámos os restos podres dos caixotes como se fôssemos ratos.
Senhor, eu sou a Frederica. No meu país, ganho o ordenado mínimo. Mas ainda bem que tenho trabalho... Meu marido caiu nos braços de uma outra mulher que era mais cheirosinha, bem vestida e de palavras enleantes. Fiquei só com os três filhinhos. Ele desapareceu e nunca mais quis saber. Tento ser mãe e pai. Mas é tão difícil! Renda de casa, vestir, calçar, comida, estudos... O dinheiro não chega. Já não sei o que hei-de fazer!
Senhor, eu sou o Dino. Tenho 20 anos, embora pareça ser um kota. Este gosto de experimentar tudo e de ultrapassar todos os limites... Para não me sentir menos que os outros, experimentei a droga. Maldito dia e malditos amigos! Amigos??? Quem me pôs neste estado é tudo menos amigo. Fui expulso de casa, já estive preso por assaltos e zaragatas. Sinto-me só, desprezado, olhado de lado... Estou farto!
Senhor, eu sou o Hussan. Sou de um país rico em petróleo que foi invadido com pretextos falsos. Uma vez, ao sair da oração, um bomba explode e fiquei sem braços. Ao meu lado, só via cadáveres. Mas esta cena repete-se diariamente e o meu país é um cemitério gigante...
Senhor, sou a Dalila e tenho 75 anos. Vivo na rua de uma grande cidade europeia. Durmo no meio de caixotes abandonados e pedincho uma côdea para sobreviver. Mesmo quem me dá, afasta a cara. Outros nem olham e ouço piadas e chacotas que já nem magoam...
Senhor, eu sou um bebé sem nome. Não tive a sorte de ter uns pais como tu. Minha mãe abortou e eu fui despejado ... E agora estou aqui, sem nome, sem identidade, sem futuro.
Senhor, eu sou a Didinha e tenho sida. Nunca quis desistir de viver e procurei trabalho. Sempre fui cuidadosa e exigente no que toca à saúde dos outros. Mas quando souberam da doença que tenho, fui despedida com argumentos de ocasião. Mais que a doença, magoa-me o desprezo, o preconceito, o afastamento com que tantos e tantos me tratam.
Senhor, eu sou o Joky, sou casado e tenho seis filhos. Sou alcoólico. O vício roubou-me a força e o gosto pelo trabalho. A vida da minha família é um inferno. Ninguém respeita ninguém e a violência física e verbal é o pão nosso de cada dia. Vale-nos o ordenado mínimo, que nunca nos chega porque não o sabemos administrar. Enquanto há, é um regabofe. Depois... Mas preocupam-me os meus filhos! Gerados no álcool, criados na violência e no sem-amor, que será deles? Mas eu não tenho forças para largar o maldito vício...
Senhor, eu sou a Sila. Minha mãe é viúva e trabalhou e poupou quanto pôde para eu estudar. Acabei o meu curso universitário com boa nota. Mas estou desempregada e já me doem os pés e a alma de tanto procurar emprego. Sou muito humilde e não tenho cunhas. Tenho ocupado o tempo a pastorear as ovelhitas da minha mãe. Mas foi para isto que ela fez um esforço sobre-humano?
Senhor, eu sou o Xavi. Escrevo nos jornais, já publiquei livros que tiveram grande recepção. Sou uma referência no meio intelectual do meu país. Alinho pela moda dominante e tenho usado o engenho e a inteligência para combater Deus, a Igreja, os crentes. Mas sinto-me vazio. O meu coração parece um deserto e sinto necessidade de procurar. O orgulho tolhe-me os passos e rebolo-me na angústia...
A fila é interminável. O Menino Jesus a todos acolhe, para todos sorri. Só se mostrou contrariado quando São José pediu às pessoas que deixassem descansar um bocadinho o Menino. José olha para o Pequeno e cala-se para Maria acrescentar: "O prazer deste Menino é estar no meio dos homens. Deixa-o estar que nós vamos estar com Ele também."
Convento da Cartuxa, em Évora
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Para si o Natal é...
Para si o Natal é...
- A Festa mais importante do ano? - 13%
- Uma Festa como as outras? - 0%
- A Festa da Família? - 68%
- Uma Festa que não lhe diz nada? - 0%
- A Festa do encontro de Deus com o homem? - 45%
Em primeiro lugar, o meu obrigado a todas as pessoas que, mais uma vez, colaboraram nesta sondagem. É uma forma de participação que se louva.
Antes de tudo, para os católicos o Natal é o ENCONTRO de Deus com o Homem em Seu Filho encarnado. Como se vê pelos resultados, não foi este ítem o mais assinalado. Compreendo que o não tenha sido se os votantes são indiferentes, agnósticos ou ateus. Porque se foram cristãos, fico realmente apreensivo. Então torna-se realmente urgente uma nova evangelização. O Natal não é a festa cristã mais importantedo ano. O primeiro lugar cabe à PÁSCOA!!! Foi na Sua morte que todos fomos salvos. Foi na Sua ressurreição que recebemos a vida nova de Filhos de Deus. Depois desligar o Nascimento de Cristo da família é voltar ao paganinismo. Foi Cristo que ao nascer numa família a abençou e santificou, restituindo assim ao original amor do Pai o Seu projecto sobre o amor humano.
MENSAGEM DO NOSSO BISPO PARA O NATAL 2007
http://paroquiadetarouca.blogs.sapo.pt/435.html?page=5#comentarios
Também a podem encontrar em: http://www.diocese-lamego.pt/
Casos e causas...
2. No distrito de Viseu, a taxa de natalidade é baixa, o que quer dizer que temos cada vez mais idosos e menos crianças e jovens. A este panorama, foge o concelho de Viseu. O nosso concelho não é dos mais queixosos neste aspecto. Mas que há que incentivar a natalidade, isso é verdade.
3. Chocou-me a maneira como foram acolhidos, recebidos e tratados aqueles magrebinos que a pobreza obrigou ao abandono da sua terra em demanda de Espanha. Por contingências, aportaram no Algarve. Na época natalícia é ainda mais chocante a forma como as autoridades e muita comunicação social trataram esta realidade humana. São gente, amigos! São pobres.
4. Volta e meia surgem pessoas revoltadas e inquietas com a maneira como os hospitais (não) atendem pessoas que os procuram. Ainda há muito pouco tempo, uma pessoa da nossa zona andou de Anás para Caifás, numa dolorosa caminhada entre casa, um hospital, outro hospital... Acabou por falecer!!!
Com a saúde não se brinca, meus senhores! Especialmente quando pode desembocar nas garras da morte.
Às vezes, tenho a sensação que é épico ser português em Portugal. Mormente no interior.
5. Alguém me telefona. Feliz, acusando o toque de alguma emoção. Uma pessoa, por sinal nada abastada, mandara-lhe uma certa quantidade de dinheiro com a finalidade de apoiar pessoas muito carenciadas. A pessoa doadora sentia que o receptor tinha mais conhecimentos da realidade social para assim poder utilizar o dinheiro de forma eficaz.
Tocou-me a generosidade da pessoa pobre. Toucou-me a sensibilidade e o esmero da pessoa receptora, na sua preocupação de ser escrupulosamente fiel à vontade de quem doou.
Salvemos o Natal
Entramos nas ruas das cidades e vilas e deparamos com ornamentações coloridas, luminosas, de bom e mau gosto.
É um atractivo dos comerciantes, qual deles o mais criativo para admirar as suas montras pejadas de material.
Ouvimos também toda a espécie de músicas difundidas pela rádio, pela televisão. E nas lojas há uma azáfama na escolha de prendas e lembranças que lembram o Natal a quem tudo esquece.
O Natal - aniversário natalício de Jesus Cristo - está moribundo, porque os valores espirituais estão soterrados pela avalanche materialista que o ofusca.
Na Europa, em Portugal, portanto, o Natal é preparado com ornamentações vistosas, sem momentos de reflexão sobre o mistério do Natal e ainda com expressões singulares como essa árvore descomunal que o dinheiro de não sei quem custeia generosamente.
Certo dia ao chegar a Paris, dois japoneses, naturais dum país onde o Natal cristão não é conhecido, ao verem as decorações significativas das montras e das ruas, ficaram surpreendidos e perguntaram no hotel:
- Que festa tão grande se celebra aqui?
- É a festa do Natal.
- A festa de quem?
- A festa do nascimento de Jesus Cristo.
Muita da nossa gente – alguma até baptizada – nada sabem sobre o Natal de Jesus, tal a cortina opaca dos festejos e tradições natalícias.
A caminhada para o Natal transformou-se numa corrida materialista de compra de guloseimas , roupas e brinquedos, sem um minuto para reflectir sobre a realidade do Natal: o amor profundo de Deus manifestado naquele Menino nascido numa cabana de animais.
Não podemos deixar morrer o Natal porque já agonizante está ele.
Mário Salgueirinho
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Neve, frio e estradas perigosas
Esperava bem mais
Sinceramente, depois da visita Ad Limina onde teve lugar o célebre discurso papal que foi um enorme convite à mudança, esperava bem mais das mensagens de Natal dos nossos Bispos.
Na minha humilde opinião, e dos que li até agora, só a mensagem do Bispo da Guarda me pareceu traduzir e concretizar o apelo papal. As restantes ficam-se por palavras de circunstância que a quadra sempre melifica. Ainda não foi rompido o círculo do "social e eclesialmente correcto."
Será este o caminho?
VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: fantástica reflexão da escitora Alice Vieira
Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam a vingar nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam agora.
Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu, anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas gostam de ver em qualquer telejornal.
Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros, naifadas e o mais que houver. Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela calada, mais insidiosa.
Uma violência mais "normal". E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da violência.
Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados…) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si…", isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado tarde…)
Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada". Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer dia - querem lá ver? - até fumam… Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios incompreendidos. Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos filmes, etc.).
Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade. Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério. E então em estilo filme americano. Com tiros, naifadas e o mais que houver.
Alice Vieira, Escritora
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Falta-me tempo!
Ouvi hoje numa conversa de amigos. E gostei.
Aos pobres tudo acontece...
De acordo com fontes locais e diplomáticas citadas pela agência de notícias espanhola EFE, pelo menos 56 corpos foram resgatados esta madrugada por membros da organização Médicos sem Fronteiras no Iémen.
As mesmas fontes disseram que viajavam no barco 148 imigrantes da Somália e da Etiópia, entre os quais 40 mulheres e cinco crianças, a mais nova com oito meses.
As autoridades iemenitas não comentaram até agora o ocorrido, apesar de a agência oficial de notícias daquele país, Saba, ter afirmado que o incidente ocorreu pouco após a meia-noite de domingo.
Desconhece-se também o número exacto dos sobreviventes.
De acordo com testemunhas citadas pela EFE, a embarcação virou porque «vários imigrantes foram agredidos para que deixassem o barco, o que gerou pânico entre os ocupantes e causou o acidente».
A organização Médicos sem Fronteiras calcula em 30 mil o número de imigrantes africanos que conseguiram chegar pelo mar este ano ao Iémen.
Diário Digital / Lusa
As ceias de Natal
domingo, 16 de dezembro de 2007
Pensamentos da viagem
Pelo caminho, fui assaltado por um pensamento forte, que me deixou inquieto, mas envolvendo-me gustosamente. Não é uma preocupação nova, muitas vezes tenho reflectido sobre o assunto, mas talvez a época de fraternidade natalícia lhe tenha dado outra intensidade. Sei, felizmente, que na zona já existem pessoa que partilham da mesma preocupação.
Há 20 anos, não se via praticamente nenhum estrangeiro por esta zona. Tínhamos e temos muitos portugueses emigrantes, mas imigrantes, não. Hoje há muita gente, das mais variadas partes do mundo, a viver e a trabalhar entre nós. O mundo muda a uma velocidade estonteante, exigindo respostas rápidas e novas. A tal "fantasia da caridade" de que falava João Paulo II. Não podemos é continuar no ram-ram como se nada de novo tivesse acontecido.
Se há povo que tem obrigação de acolher os emigrantes, é o português. Temos perto de 5 milhões de emigrantes espalhados pelos quatro cantos do mundo e desejamos sempre que sejam acolhidos e estimados pelos países que os acolheram. Logo é do mais elementar justiça prestar atenção aos que, vindos do estrangeiro, aqui vivem.
Por essas aldeias, vilas e cidades há hoje muitos estrangeiros. Que se tem feito por eles? Que estruturas de acolhimento, apoio e acompanhamento existem? Sabe-se em que condições vivem? Sabe-se se têm que comer? Não integrarão eles a fila da "pobreza envergonhada" deste país? E os filhos, estão integrados na comunidade, na escola, na Igreja? Quem os defende face a empregadores sem escrúpulos? É-lhes pago o devido salário? Não lhes é imposto o silêncio face à injustiça, com ameaças? E a sua situação diante da saúde, da segurança social, das engrenagens estatais?
Penso que seria de constituir equipas multidisciplinares, que incluíssem pessoas de boa vontade, desde advogados, assistentes sociais, médicos, empregadores, professores, autarcas, Igreja e outras pessoas de boa vontade, que eleborassem um programa a ser cumprido por todos em corresponsabilidade, visando acolher, apoiar e acompanhar os estrangeiros que vivem nas nossas terras. O governo e a sociedade civil só lucrariam em acarinhar e incentivar por todas as maneiras este tipo de equipas de voluntariado.
E entre portugueses, não haverá pessoas que precisam igualmente do apoio da equipa de voluntariado? Refiro-me especialmente aqueles menos aptos para se defenderem dos problemas que a vida tantas vezes acarreta. Viúvos, órfãos, solitários, "simplórios" à mercê dos "chicos espertos", abandonados familiar e socialmente, os que caíram na vida e depois não são aceites...
Inquieta-me a situação. O sofrimento de tantos e a indiferença de muitos mais. Às vezes, lembro-me que a Igreja tem estruturas que podia encaminhar para estes problemas nesta etapa do nosso viver colectivo. Por exemplo, a CARITAS. E porque não há-de cada diocese criar o Secretariado da Inserção?
Mas atenção! A resolução deste problema não pertence só nem predominantemente à Igreja, embora esta possa e deva marcar presença. Ao governo e à sociedade civil cabe todo o empenho em organizar este tipo de apoios.
Nunca se enganar e raramente ter dúvidas...
A “dúvida” de João acerca da messianidade de Jesus não é chocante, mas é sinal de uma profunda honestidade… Devemos ter mais medo daqueles que têm certezas inamovíveis, que estão absolutamente certos das suas verdades e dos seus dogmas, do que daqueles que procuram, honestamente, as respostas às questões que a vida todos os dias põe.
Sou um fundamentalista, que nunca se engana e raramente tem dúvidas, ou alguém que sabe que não tem o monopólio da verdade, que ouve os irmãos, e que procura, com eles, descobrir o caminho verdadeiro?
Em nome da transparência de processos...
sábado, 15 de dezembro de 2007
Festa Natalícia no Lar da Santa Casa
Gostei do que vi. Se no Auditório, vi crianças a actuar para os seus avós, no Lar vi os idosos em palco a portarem-se lindamente. Então aquela cena referente ao nascimento de Jesus estava magnífica! Com Maria e José, Menino (de carne e osso), Anjos, Magos, povo...
Já não me espantou o papel das funcionárias, pois habituaram-nos a intervenções de qualidade. Exemplares. Mas pareceu-me que este ano os idosos intervieram ainda com mais qualidade. Pareciam mesmo artistas profissionais.Parabéns!
Gosto de ver os idosos activos, interventivos. Em cada idade, podemos sempre ser úteis, de acordo com as possibilidades do momento.
Seguiu-se a Eucaristia. O Coral era formada pelas funcionárias e algumas pessoas dos órgãos sociais da Santa Casa, com a Laida à viola. Estiveram bem.
Porque na paróquia, era o dia dos avós, estes foram lembrados na Eucaristia. Por eles rezamos, a Deus agradecemos e lhe propus a importância do seu papel na educação cristã dos netos. E no fim, cantamos-lhes os parabéns.
Seguiu-se a ceia, que decorreu em ambiente sereno, com simplicidade elegante. No fim, a sr Provedor falou da Misericórdia, seus anseios e projectos, salientando o papel de tantos no serviço prestado, mormente por parte das funcionárias, apelando à sociedade e instituições do concelho para um apoio efectivo à Misericórdia, dados os grandes projectos para 2008.
No fim, quatro pessoas, duas funcionárias, o médico e o capelão, receberam a medalha de prata da instituição, tendo em conta os dez anos ou mais de serviços prestados. Deixo aqui o meu obrigado.
A festa terminou com a chegada do generoso e bem-disposto Pai Natal, que ofertou prendas a todos.
Festa Natalícia da Catequese
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
A pequenada dá outro sabor à noite de consoada
Embora morem longe uns dos outros, estão sempre muito presentes. O telefone e o email aproximam-nos. Novitos, manobram à maneira as novas tecnologias, embora com o telemóvel a coisa pie mais fino, pois têm um plafound que sabem que, de maneira nenhuma, podem ultrapassar.
Então o Natal, a Páscoa e o Verão são sempre tempos muito desejados por todos. Podem finalmente juntar-se em casa dos avós que os acolhem com imensa ternura e desmedida satisfação. Os tios colaboram na festa e o ambiente é de uma cumplicidade fantástica. Os pais abrandam um bocadinho no que se refere a algumas exigências, também eles tocados pelo ambiente efectivo e afectivo que se respira.
A preparação do Natal é uma azáfama pegada, pois sabem o que querem oferecer e como oferecer. No meio do turbilhão de emoções que os pequenos vivem, os pais tentam "segurar as pontas". Por um lado, a ansiedade da festa não pode dispensá-los da necessidade de concentração nos estudos; por outro, sabem que o Natal diz demais à pequenada e não querem frustrá-la.
Mas, felizmente, surge sempre oportunidade para a VERDADE do Natal. Na altura certa, os pais chamam os filhos à razão natalícia. É preciso ser fraterno, estar atento aos mais carenciados, ajudar. Então os pequenos investigam roupas, brinquedos, livros, etc que podem oferecer. E mais uma vez, surgem os pais, lembrando que tal ou tal objecto seria bom doá-lo, pois dar só o que não nos interessa não é espírito de Natal. Em certas alturas, refiam, discordam, barafustam. Mas depois acabam, tantas vezes, por ir mais longe do que o sugerido pelos pais.
Há sempre entre eles alguém encarregado de preparar a Ceia de Natal. Um ano, é uma pequena representação em que todos participam; noutro, são cânticos natalícios; ainda noutro, é uma oração comunitária que envolve toda a gente. E como eles ensaiam naqueles dois dias antes da Festa!
O pior é a ansiedade. Acham sempre que os adultos demoram demais a refeição, tal a pressa de actuarem. Mas, na altura certa, lá sobem eles ao palco improvisado, com um àvontade fantástico a que o "público" corresponde de maneira empenhada, não regateando aplausos.
Imparcialidade jornalística
O outro jovem, imediatamente, agarra num tubo de metal e dá com ele na cabeça do animal, matando-o, permitindo assim que o amigo escape apenas com alguns arranhões.
Ao ver a cena, um jornalista que passava pelo local correu para ser o primeiro a cobrir o acontecimento e escreveu no seu caderninho:
** Jovem verde e branco, salva amigo do ataque de um cão feroz. **
- Mas eu não sou verde e branco, disse o jovem.
E então, o repórter corrige para:
** Bravo pequeno herói benfiquista salva amigo das garras de animal feroz. **
- Mas eu também não sou benfiquista, disse o jovem novamente.
- Desculpa outra vez, apenas pensei que como estamos em Lisboa e não és
verde e branco, deverias ser benfiquista. Afinal, de que equipa és tu?
- Sou Portista.
E o repórter volta a escrever no seu caderninho:
** Delinquente portista assassina brutalmente animal doméstico indefeso. **
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
PARA EXEMPLO FUTURO
Há dias, um colega contava-me, entre a consternação e a revolta, que no seu concelho - algumas dezenas de quilómetros daqui - uma pessoa pobre e sem "cunhas", ficava praticamente sem possibilidade de trabalhar na Câmara. E acrescentava: "Não será por estas e por outras que a classe política está no descrédito que esta?" E divagava: " Se queres emprego, então deixa de apoiar o partido tal e apoias o meu... Arranjo emprego para o teu filho (a) mas nas eleições não concorres pelo partido rival... Se queres manter o emprego sem problemas, nada de apoiar esta ou aquela força política, mantém-te em silêncio... Este emprego é para fulano de tal, porque tem certa influência, família numerosa e queremo-lo do nosso lado, são mais uns votinhos que entram... fulano (a) é pobre e tem imensas necessidades, mas fulano(a) sempre nos apoiou e há muito procura emprego da Câmara. Vamos dar-lho, embora até nem precise ou até tenha outro emprego...""
Fiquei a pensar e a perguntar para os meus botões que dose de verdade poderá existir nas palavras do meu amigo. Será mesmo verdade?
Se for, mesmo que só em parte, e salvaguardados os naturais exageros, a classe política fica muito mal na pintura! Onde fica a transparência de que tanto falam? Como é possível conjugar democracia com chantagem sobre as pessoas? Como é possível alguém valer-se do poder para manipular consciências, opções, dignidade? Como pode alguém valer-se das necessidades e situações precárias dos cidadãos para os chantagear? Então vale tudo para serem atingidos os fins? Não há valores, não há ética, não há nada?
Mas os eleitores têm imensa responsabilidade. Cada político que se apresente a eleições com métodos destes, deveria ser seriamente penalizado... Para exemplo futuro.
De passagem pelas origens
O regresso disse-me mais pelo passado do que pelo presente. Apesar de alguns melhoramentos, as ruas e ruelas, as casas, os cheiros, o ar das pessoas, a visão da casita onde nasci, a capela onde tantas vezes rezei... tudo recordações que tocam cá dentro.
Paz eterna à minha tia, conforto e esperança ao meu tio e primos.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Não basta falar em mudança, urge operacionalizá-la
Sem esta oração estruturante da vida, a Igreja fica reduzida a uma mera organização filantrópica ou a uma estrutura como outras existentes.
Penso sinceramente que rezamos todos muito pouco e bastante mal. Para muitos, a oração resume-se a uma pedinchice pegada. E se não sentem necessidade de pedir, até porque a vida lhes corre, não rezam.
Ainda hoje uma pessoa me testemunhava a importância que a oração tem na sua vida, até no que toca ao equilíbrio psíquico. Interessante a maneira como essa pessoa vê Deus a escorrer na sua vida... Muito bonito.
Foi este apelo papal para a mudança, que me levou a pensar: critica-se muito a paganização do Natal. Há quem fale que Cristo já não tem lugar no Natal. Mas que se faz para inverter a situação? Chega a denúncia?
Decidi então oferecer a cada família desta comunidade uma simples proposta de oração, intitulada: "Para uma celebração cristã da consoada". Procurei que fosse profundamente bíblica, aberta à Boa Nova que essa noite festeja, fácil de executar, suscitadora da participação e altruísta.
Ela irá no meio do boletim paroquial do Natal que vai ser entregue de casa em casa. Procurarei, da melhor forma que souber, motivar as pessoas para esta proposta.
É pouco? Nesta comunidade só se faz isso? Não, felizmente. Bastante mais. Mas sinto que se não rezarmos, podemos ficar só no fogo de artifício.
A mudança vive muito da criatividade. Parece que às vezes temos medo desta palavra, como se ela fomentasse desvarios, heresias, desmandos, brechas. Não penso assim. Entendo ao contrário. Se não dermos asas à criatividade, ficamos num rotineirismo entorpecedor e incapacitante.
Não estará na falta de criatividade um dos males da pastoral dos nossos dias? Não devemos oferecer a VERDADE ETERNA DE DEUS na linguagem e nos modos que os homens de cada época percebam?
Paróquia e Freguesia não são a mesma coisa...
A freguesia tem a ver com o civil, enquanto paróquia se refere ao religioso. Nem sempre coincidem. Por exemplo, na freguesia de Castro Daire, há três paróquias.
Então, vamos à sondagem:
Concordaria com o desmembramento da Freguesia de Tarouca em várias freguesias?
- Nunca: 21%
- Sim, não me importava:7%
- É-me indiferente: 21%
- Acho que devia surgir a Freguesia do Castanheiro do Ouro: 28%
- Acho que deveria surgir a Freguesia de Arguedeira: 21%
1. Note-se que se perguntava pelo desmembramento da Freguesia e não da Paróquia
2. Pouca gente aderiu a esta sondagem. Porque será?
3. Claro que toda a gente sabe que a filosofia actual é no sentido de juntar freguesias e não de as separar.
4. Mesmo que, se por hipótese, de momento absurda, houvesse o desmembramento da freguesia, nada garantiria que a paróquia se desmembrasse. São realidades distintas.
5. Assumo o que penso convictamente: sou TOTALMENTE contra o desmembramento da freguesia e da paróquia... nem pensar!!! Respeito o pensamento dos outros, mas não me coíbo de apresentar o meu.
6. As divisões não levam a lado nenhum e são uma afirmação de pequenez. O desafio é unir cada vez mais a comunidade, respeitando logicamente as diferenças que enriquecem essa mesma unidade. Os bairrismos, quando doentios e fanáticos, nunca ajudaram as pessoas e os povos a crescer.
Diante deste testemunho, quem fica indiferente???
Cometi tantos erros, dei desgostos, perdi Amigos, ou melhor dizendo, afastei-me deles, mas quando falo em Amigos, refiro-me aos Amigos de verdade, não àqueles que se faziam de amigos só por interesse. Desses tive muitos, infelizmente.
A minha vida foi um tormento, porque não dei ouvidos a quem me queria bem, e hoje encontro-me numa situação triste, porque vivo com o peso daquilo que fiz. Por vezes, até tenho vergonha de mim. Por isso, procuro Deus, para que Ele me alivie toda esta dor que sinto no meu coração. Hoje, Graças a Deus, estou fora desse caminho que percorri durante vários anos, mas sinto-me perdido, desorientado, confuso... Com grande fervor peço a Deus que me guie, que me leve até Si, e me proteja como um filho.
O meu coração esta cheio de Amor, por vezes sinto que me pode explodir. Este amor queria depositá-lo em Deus, mas não sei como chegar a Ele. Por isso, gostaria que me ajudassem a fazê-lo, se possível.
Estou a desabafar aqui, porque não tenho ninguém com quem o possa fazer, e sei que me compreendem em vez de me julgar.
Por vezes, procuro amigos de infância, que pensava eu que eram amigos, mas viram-me as costas, não me respondem... Podem imaginar o quanto fico triste com isso! Só porque hoje me encontro sem nada, essas pessoas rejeitam-me, pensando eu que podia encontrar nelas uma palavra amiga! Assim sendo, poderei dizer que amigos só tenho um. Esse nunca me virou as costas, mesmo quando eu me afastei dele, e hoje, como sempre, sinto um grande carinho por ele, mesmo se não tenho coragem de lho dizer, e se por vezes não lhe telefono, não é porque me esqueci dele, mas sim por vergonha de mim mesmo, de não ter dado ouvidos ao que de bom ele me dizia e diz. A esse amigo, peço as minhas maiores desculpas e quero que saiba que está sempre presente no meu coração, mesmo se não lho digo directamente.
É-me difícil dizer tudo isto, mas sinto que, a cada palavra que escrevo, fico mais aliviado. São tantas as coisas que quero dizer! São tantas as respostas que procuro!... Mas não tenho coragem para o fazer, pois o medo apoderou-se de mim. O medo de voltar a ser feliz, depois de tantos anos de infelicidade.
Amigos, desculpem se estou a ser chato, não é essa a minha intenção, apenas quero gritar ao mundo que estou vivo e quero voltar a ser o mesmo de antes, alegre, sempre pronto a ajudar, amigo, companheiro. Mas para isso preciso que as pessoas também me compreendam ,e que não me julguem sem me conhecerem primeiro.
Não imaginam o quanto eu sofro por estar longe da minha terra, da minha Família. Aqui não encontrei felicidade, antes pelo contrário, mas também é difícil regressar, da maneira que está o nosso Pais... Tenho encargos, pessoas que dependem de mim, e sei que aí não conseguiria mantê-los!
Um grande abraço para todos"
(segue-se a assinatura)