domingo, 28 de abril de 2024

Nem sempre a razão está do lado de quem mais grita...

 Quem tem responsabilidades tende a olhar o mundo através daqueles que mais gritam, que mais barulho fazem... Estar atento à realidade não é ficar-se só, nem sobretudo, naqueles que mais barafustam, que mais se fazem notar.

Ora se os grupos barulhentos são favoráveis a quem está no poder, pior ainda. Então quem manda convence-se de que tudo está bem,  que o caminho a percorrer tem o apoio geral, que quem se opõe não sabe o que faz e não merece crédito. Depois, quando a vontade do povo se faz sentir através das eleições, esses dirigentes caem na real, só que já é tarde.

As eleições últimas no FCPorto  são a concretização do que acabo de dizer.

O barulho da claque Super Dragões, o seu estrebuchar por todos os lados no apoio e defesa de Pinto da Costa, não indicava de modo nenhum que a maioria dos associados estava com o presidente. Se juntarmos à claque  aquele grupo que vivia endeusando o dirigente máximo - maioria  dos comentadores portistas nas televisões, treinadores e ex-treinadores, grupo de apoio à candidatura, e mais alguns - não será difícil concluir como se criou na cabeça de Pinto da Costa a ideia de apoio popular, que se veio a revelar não ter.

Foi esta separação abismal  entre a direção e os associados que Pinto da  Costa não entendeu. Estou convicto que nos anos noventa do século passado se teria facilmente apercebido. 

Quando não sabemos sair a tempo, é o que pode acontecer a qualquer um.  Pinto da Costa sai com uma derrota humilhante nas urnas. Nem ao 20% chegou, 

Não havia necessidade.

Que a lição serva para todos os que exercem algum tipo de autoridade: políticos, dirigentes de associações,  autoridades religiosas, dirigentes desportivos ... Todos, todos, todos...

Nota: Há muito tempo que, neste espaço,  opino que Pinto da Costa se deveria ter retirado. Algumas vezes concretizando uma data: 2011. Basta consultar este Blog. 

sábado, 27 de abril de 2024

Parabéns, André Villas-Boas! Cheira a Primavera no Estádio do Dragão!

Upa! Haja festa no mundo portista! Chegou com 13 anos de atraso, mas chegou! E importa que chegou.
Parabéns, André Villas-Boas! Obrigado, senhor novo Presidente do Futebol Clube do Porto, sobretudo porque ousou não desistir deste nosso nobre Clube! Em si os sócios interromperam a queda para o abismo para onde caminhava a passos largos sob a direção de Pinto da Costa.
Gratidão a quem tanto fez pelo Futebol Clube do Porto, durante décadas. Obrigado, senhor Pinta da Costa! O único defeito seu e de quem o rodeia foi este: não ter saído a tempo...
E já agora, senhor Pinto da Costa, leve consigo  Fernando Gomes (ex-autarca), Adelino Caldeira, Vítor Baía, António Oliveira, não todos, mas a maioria dos comentadores afetos ao FCPorto nas televisões, Fernando Madureira e outros que tais, os promotores das suas sucessivas candidaturas....
E já agora, porque sete anos já chegam, leve também o Sérgio Conceição.  
Precisamos de ar fresco, chega de ar bafiento. Novos desafios, respostas modernas para problemas modernos, mais vida para os sócios e simpatizantes, mais transparência, menos casos, mais convicção, mais verdade. Queremos um Porto que  aja mais do que reaja. Um Porto que vai muito à frente, que antecipa soluções para problemas, mantém a chama da garra portista em alta. Um Porto que valoriza os nossos ativos.
Que a partir de agora, o Futebol Clube do Porto seja o Clube de todos nós. Que Villa-Boas seja o Presidente de todos nós e que ninguém esteja acima deste Nobre Clube.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Crise da paróquia,

 

Veja aqui

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Igreja/25 de Abril: Falta de escuta entre progressistas e conservadores continuar a impedir «aplicação» do Concílio Vaticano II

 Jornalista recorda movimentos juvenis como «o espaço de liberdade» que juntavam todos «os homens de boa vontade», a «autenticidade» como marca dos assistentes espirituais e o papel «não submisso» de D. António Ribeiro perante o regime

Lisboa, 17 abr 2024 (Ecclesia) – O jornalista José António Santos disse à Agência ECCLESIA faltar hoje a capacidade de escuta, lacuna que conduz à rutura e impede que “progressistas e conservadores” se juntem para “aplicar os documentos do Concílio Vaticano II”.

“O ‘nós’ que se sentia na rua no 1.º de Maio, em que o Evangelho estava na rua, ficou refém de quem não tem a capacidade de escuta. Sem a capacidade de nos escutarmos entramos em rutura”, lamenta.

José António Santos, hoje aposentado, fez grande parte do seu percurso no Diário de Notícias e, a 25 de abril de 1974, estava no jornal, na secção dos correspondentes, tendo ficado ali retido até ao dia 1 de maio.

Jovem, juntamente com a esposa, participou no grupo ‘Circulo Juvenil’, um grupo de jovens que se reuniam na igreja paroquial do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, tendo como assistente o padre Albino Cleto, que viria a ser bispo auxiliar no patriarcado de Lisboa e em Coimbra.

Nós bebemos sofregamente os documentos do Conselho Vaticano II. Quando estudamos os documentos, queríamos pô-los em prática. Nós éramos contestatários porque o próprio movimento do Concílio Vaticano II foi um movimento contestatário da Igreja do seu tempo. E foi tão contestatário que a própria Igreja depois não aplicou o Concílio, a Igreja não estava preparada para acolher os ensinamentos do Vaticano II”.

Uma entrevista por ocasião dos 25 anos no patriarcado de Lisboa, D. António Ribeiro afirmava aos jornalistas José António Santos e Ricardo de Saavedra, que o Concílio Vaticano II não tinha sido posto em prática porque “progressistas e conservadores jogavam os documentos, uns contra os outros e não souberam ler e aplicar os documentos”.

O jornalista lamenta que hoje a situação persista.

Quando o Papa João XXIII convoca o Concilio Vaticano II e se dirige aos homens de ‘boa vontade’, os jovens sentem que a Igreja quer “abrir os braços ao mundo”.

“Estamos aqui dispostos a falar com todos. E a mensagem que temos para dar é para fazer caminho com todos desde que tenham boa vontade e queiram vir connosco. Não têm que pensar como nós. Temos que nos encontrar e conversar. E conversando podemos caminhar juntos”, sublinha.

José António Santos recorda que não esperavam apoio “explícito” da hierarquia – “Não estávamos à espera que o bispo fosse um porta-estandarte das nossas lutas”, recorda, porque o apoio dos assistentes dos movimentos juvenis ajudavam a fazer perceber que a exigência da fé que professavam se impunha na luta pela liberdade.

“Autenticidade é uma palavra que era muito própria da minha juventude e que agora se vê pouco. Autenticidade, revelada no pensar e no agir, que esteve na origem do gesto que levou a 106 subscritores escreverem ao Núncio apostólico a pedir que fosse D. Manuel Falcão a substituir o cardeal Cerejeira à frente do patriarcado de Lisboa”, recorda.

Os movimentos eram o “lugar de liberdade”, recorda o jornalista, um espaço plural de questionamento e procura.

Muitas pessoas aderiram aos movimentos da Igreja porque encontravam aí um espaço de liberdade. É verdade. O espaço onde eu me exprimi com muitos amigos e jovens da minha geração, aliás, essas pessoas não seriam o que foram se não tivessem esse espaço, se não fossem moldadas nesse ambiente. Er um ambiente de questionamento, um ambiente de procura, um ambiente de busca, um ambiente de grande ansiedade pela verdade. O interesse era comum, o objetivo era comum. Portanto, católicos, comunistas, agnósticos, extremistas, atuavam cada um ao seu jeito, mas com o objetivo comum que era, no fundo, libertação dos povos coloniais, fim à guerra colonial, democracia, liberdade”.

Apesar da carta dos 106 signatários, foi D. António Ribeiro que em 1971 substituiu o cardeal Cerejeira como patriarca de Lisboa, num pontificado que José António Santos indica “falar por si”, pois evidenciou em mais de 25 anos uma capacidade intelectual de leitura dos tempos e de fazer pontes.

O jornalista recorda o episódio em que o então cardeal patriarca de Lisboa se encontrou com Marcelo Caetano, pedindo-lhe que se retratasse quanto à existência do Massacre de Wiriyamu, em dezembro de 1972, que vitimou cerca de 400 pessoas, em Moçambique, e que o presidente do Conselho havia negado.

“D. António Ribeiro pediu uma audiência e perante as palavras de Marcelo que dizia que o Presidente do Conselho não se desmente, afirmou que os bispos portugueses poderiam escrever uma carta, para ser lida pelos párocos nas paróquias numa missa no domingo seguinte. Marcelo Caetano ficou enfurecido, disse que mandaria prender quem lesse as cartas e acabou abruptamente a reunião. Às vezes diz-se que a Igreja foi submissa e que andou de braço dado com o poder, mas com D. António Ribeiro não foi assim”, recorda.

José António Santos conta ainda que o patriarca de Lisboa foi redator de uma carta pastoral, por ocasião do 10.º aniversário da encíclica ‘Pacem in Terris’ do Papa João XXIII, em 1973, onde fala da “missão e competência da Igreja, dos direitos humanos fundamentais, da participação política e social, da participação e pluralismo na vida política”.

“Os documentos da Igreja não iam à censura; se a carta tivesse sido à censura muitos parágrafos do texto teriam sido proibidos mas os bispos tinham liberdade e os documentos da Conferência Episcopal não eram sujeitos a exame prévio”, acrescenta.

A conversa com José António Santos pode ser acompanhada esta noite na Antena 1, pouco depois da meia-noite, ficando disponível no portal de informação e no podcast «Alarga a tua tenda».

In agência ecclesia

25 de abril: “Falta cumprir a Fraternidade”, “falta olhar para o outro como meu irmão”.

 O bispo de Setúbal participou nesta terça-feira, na 9ª edição do Colóquio Pensamento sobre a Revolução dos Cravos, em Linda-a-Velha (Lisboa).

Sublinhamos da sua participação:

“É perigoso que uma fatia significativa da população não esteja nem aí para os 50 anos do 25 de abril, pois não estamos livres de um pesadelo e de acordarmos para um mundo diferente” um destes dias.

(...) criticou ainda que, “no Parlamento, não seja normal a sã convivência de pessoas que pensam de maneira diferente” e questionou: “Há limite em o outro defender aquilo que pensa? Temos de ter um pacto social de linhas vermelhas?”.

É preciso parar para pensar e refletir sobre que forma podemos melhorar a nossa democracia, e não ter medo disso”, defendeu, justificando que “a ideia generalizada de que todos os políticos são ladrões ou corruptos a certa altura cria uma generalização que é perigosa”. “Hoje em dia, quando alguém aceita ser deputado, governante ou autarca, eu rezo por eles porque ou é loucura ou martírio”.

Sobre o porquê de a Igreja não ter sido tão afetada após a revolução como o foi no tempo da I República, D. Américo Aguiar recordou a figura de D. António Ferreira Gomes, antigo bispo do Porto, exilado pelo regime, e “os diferentes movimentos que falavam e refletiam sobre a liberdade”, assinalando como parte da razão que levou a que a transição fosse mais pacífica.
O cardeal elogiou também a posição da Igreja Católica em Portugal ao ter decidido ““não abençoar um partido católico, mas incentivar a presença dos católicos em todos os partidos com que se identificassem”.
“Isso eventualmente tirou alguma visibilidade à Igreja, mas foi uma opção com a qual concordo”, assumiu.

(...) uma nova geração de leigos menos ativa na praça pública e reconheceu que a Igreja “tem défice de salvar as costas aos leigos que dão a cara”. “Isso aconteceu e foi desgastando o laicado que, com a «vacina» do Concílio Vaticano II, era muito ativo.”

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Para onde vais, Europa?

 Eurodeputados aprovam decisão histórica de incluir aborto nos direitos fundamentais da UE

Resolução foi aprovada com 336 votos a favor, 163 contra e 39 abstenções. O Parlamento Europeu (PE) aprovou esta quinta-feira a decisão histórica de incluir todos os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, incluindo o direito ao aborto, na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE).

A resolução foi aprovada com 336 votos a favor, 163 contra e 39 abstenções e no documento os eurodeputados exigem que seja consagrado o direito ao aborto na Carta de Direitos Fundamentais da UE, uma exigência que é feita há muito tempo.

O PE condenou o retrocesso nos direitos das mulheres em vários países, incluindo nos 27, nomeadamente a imposição de restrições ao aborto e cuidados de saúde sexuais e reprodutivos.

Fonte: aqui

Que mais irá acontecer?

Onde ficam os direitos das crianças no ventre materno?

É assim que tratamos os mais frágeis?

Nesta Europa, podre de materialismo e hedonismo, vale tudo?

Que gente andamos a eleger para nos representar  nos Parlamentos (Nacional e Europeu)?