Há dias tive uma conversa interessante com um casalinho de namorados, novitos. Ele e ela eram jovens simpáticos.
À medida que o diálogo foi decorrendo, começaram a sentir-se mais à-vontade e foram-se soltando. E apareceu a questão da Eucaristia dominical. Foi quando ele perguntou:
- Faltar à Missa ao domingo é pecado?
Evitei a resposta rápida e pronta. Preferi ajudá-los a pensar e a concluir por eles mesmos.
Deambularam ambos por aquilo que entendiam como pecado. "Pecado é tratar mal os animais", "é matar e roubar", "é ser falso e enganador", "é prejudicar os outros", "é poluir a natureza", "é dizer asneiras e mentir"...
Ela então desafia-me a apontar situações de pecado. E aceitei o desafio com a mesma naturalidade com que eles se tinham manifestado. Pecado é atentar contra a vida, esteja ela em que estádio estiver - ventre materno, percurso terreno, fim natural; pecado é pôr Deus de lado, vivendo como se Ele não existisse; pecado é deixar de fazer e de proclamar o bem, seja por conveniência, por medo, por comodismo ou por interesse (as chamadas omissões); pecado é tratar e ver o outro como mero objeto de prazer; pecado é perder a beleza de uma consciência justa e bela; pecado é quando a pessoa se considera o centro do mundo em que só conta o que agrada, interessa, convém; pecado é egoísmo e egocentrismo…
Mas a pergunta deles persistiu, agora com outra acuidade: "Mas então faltar à Missa ao domingo é pecado"?
Falei-lhes da Eucaristia, não como sermão, mas num diálogo a três. Abordámo-l'A como Sacrifício, como Ceia, como Festa, como Ressurreição, como Reunião da família cristã, como Encontra da comunidade, como Sacramento, como Presença enriquecedora ou Ausência empobrecedora, como Encontro com Cristo, como Energia Sua para a semana…
No fim, eles mesmos responderam em sintonia:
- Agora é claro que faltar à Missa ao domingo é pecado, um grande pecado.