segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Reunião do Arciprestado

Realizou-se ontem, na Casa Paroquial de Salzedas, uma reunião de sacerdotes que integram o Arciprestado de Tarouca e Armamar, presidida pelo Arcipreste, P.e Margulhão.
Após a oração de Vésperas, falou-se sobre a Carta Pastoral do nosso Bispo, o Plano Pastoral Diocesano e foram comunicadas informações do Conselho de Arciprestes.
A propósito de uma ação para catequistas que o Arciprestado vai tentar levar a efeito a seu tempo, trocaram-se experiências, pontos de vista, preocupações e alegrias sobre a catequese paroquial. Ficou o desejo de que a possível ação se centre sobretudo na pedagogia catequética, a partir de uma sessão de catequese.
Marcou-se a próxima reunião do Conselho Pastoral Aciprestal para o 1º domingo do Advento à tarde, falou-se sobre o dia sacerdotal e abordaram-se outras dinâmicas relacionadas com a vida do Arciprestado. Marcaram-se ainda as confissões de novembro para as paróquias onde é tradição celebrar nesta altura a Irmandade das Almas.
Seguiu-se o uma simples e fraterna refeição.
como é boa e bela a experiência de comunhão sacerdotal!

sábado, 28 de outubro de 2017

"Senhor Bispo, o Pároco fugiu"

SINOPSE
«Não posso mais. Prefiro desaparecer.»
É a nota deixada pelo padre Benjamim no dia do seu desaparecimento. Fugiu? E com quem? Há uma mulher envolvida? Negócios ilícitos? Suicidou-se? Porquê? «O mistério adensa-se.» Este é um romance que poderia ser um momento na vida de muitos padres.
Autor: Jean Mercier
    

Ainda não li este romance. Mas, pelo que já vi, está a ter repercussão na comunicação social.
Do que li sobre o livro e do que o título sugere, permito-me referir alguns comentários:
-  "Os cristãos devem cuidar mais dos seus padres. " (João Miguel Tavares)
- "Os párocos deviam confessar-se mais às suas comunidades: os seus erros, as suas angústias, as suas dúvidas. Os padres têm alguma dificuldade em confessar a sua humanidade", afirmou o jornalista  e cronista João Miguel Tavares durante a apresentação do livro «Senhor Bispo, o pároco fugiu», que decorreu na livraria Ferin, em Lisboa.
- "Um padre esmagado pela burocracia e que se tornou funcionário e nem sequer é de Deus, mas da paróquia." (João Miguel Tavares)
- "Nós, os padres, devemos fugir. O padre tem de ser uma pessoa que leva a Cristo. O interessante do padre é que ele desapareça. O sacerdócio cristão não é pôr o sacerdote no centro." (Padre Gonçalo Portocarrero de Almada)


O centro de uma comunidade paroquial nunca pode ser o pároco, mas JESUS CRISTO! O importante nunca pode ser o mensageiro, mas a Mensagem e o Autor da Mensagem.
As comunidades exigem tudo ao pároco, mas são muitas vezes insensíveis à humanidade do pároco.
Os leigos teimam em não assumir mesmo a sério os seus serviços na Igreja, o que sobrecarrega o pároco com serviços e funções que não lhe pertencem. Uma Igreja-comunhão só é possível quando os leigos, fiéis à sua vocação batismal, assumirem que o seu papel na vida da comunidade é para desempenhar com alegria!!!
A hierarquia não pode deixar os párocos à sua sorte, mas tem que estar presente, ser família, lutando pela humanidade que também (e felizmente) existe no pároco. Impor só deveres e obrigações afasta e desumaniza.                    

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Pedaços do mundo que visitei...

Já não era sem tempo!... Parabéns, D. José Ornelas!

 Foto: Família Cristã/Ricardo Perna
O bispo de Setúbal disse que os padres devem “ter pelo menos um dia de descanso por semana”, estão habituados a dar “grande atenção” ao que os rodeia” e é necessário “pensar melhor” a gestão dos centros sociais paroquiais.
Prego a todos que ter pelo menos um dia de descanso por semana é de uma higiene fundamental […] é necessário para pensar, recuperar energias. O fim de semana é muito absorvente de energia e criatividade, e deixa um cansaço ao qual é preciso dar atenção”, disse D. José Ornelas em entrevista à revista ‘Família Cristã’.
O bispo sadino explica que alguns têm “uma metodologia e conseguem” ter o seu descanso semanal “mas outros não” e revela que “gostaria” de aplicar esse conselho a si mas “raramente” consegue.
“A Igreja onde vivemos hoje, e particularmente esta de Setúbal, é uma igreja onde os padres e párocos sempre foram habituados a deitar uma grande atenção ao mundo que os rodeia”, observa.
Para o bispo de Setúbal, os sacerdotes acumulam funções não só na paróquia mas “também nas dioceses, nas várias pastorais especializadas”, sem serem em número suficiente para responder às necessidades, e é necessário “pensar melhor”, por exemplo, a gestão dos centros sociais paroquiais.
“Quando o padre tem de dar metade do seu tempo ao centro paroquial, quem é que faz de pároco?”, questiona.
D. José Ornelas dá também como exemplo que muitas das atividades pastorais são à noite, e “logo de manhã” têm de estar ativos, contudo, o que mais cansa “não é o trabalho” mas “os golpes que se apanham”.
“É uma mudança constante de teatros de operações, que requer uma mudança emocional muito grande”, reforça, dando como exemplo funerais, visitas a doentes, batizados, reuniões e “gerir questões económicas aflitivas da paróquia”.
Para o bispo de Setúbal tem de existir um elemento “integrador e avaliador” que na vida do padre “não pode ser outro que a sua identidade de padre e o seu relacionamento com Deus”.
“As coisas tornam-se difíceis de gerir e o burnout é a criação desse deserto interior que tantas vezes pode acontecer”, acrescentou.
Na entrevista publicada, hoje na página da internet da revista 'Família Cristã', D. José Ornelas realça a “entrega muito generosa” dos sacerdotes que têm de “trabalhar cada vez mais, em termos de complementaridade” e ter “leigos preparados e capacitados” nas comunidades cristãs.
In Agência Ecclesia


Sabe o que é o Síndrome de Burnout?
É  um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Portugal deixou arder quase 6% do seu território

Até à data, os registos apontam para 520 000 ha ardidos em 2017. Mais de metade de toda área ardida na UE ocorreu em Portugal. Portugal deixou arder quase 6% do seu território total (incluindo os arquipélagos atlânticos). Miguel de Unamuno chamava-nos, há um século, um país de suicidas. Hoje aparentamos ser um país de pirómanos. Uma nação que se deixa devorar pelo fogo florestal, que consente ao inferno penetrar dentro da casa de cidadãos indefesos, que permite 110 mortos e muitas centenas de milhões de euros de prejuízo, é um país que perdeu a capacidade de exercer a soberania no seu próprio solo.
(Luis Pereira, in facebook)

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Nota Pastoral para a Semana Nacional da Educação Cristã (29 de outubro - 5 de novembro de 2017)

1.      Jesus Cristo
A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular;
     tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos
     
Foi com estas palavras que Jesus, na Eucaristia de um dos primeiros domingos do ano pastoral e letivo em curso, se nos apresentou. Ou melhor, foi Deus quem assim o apresentou. Jesus cita a sua Palavra na Escritura. Fá-lo para explicar a parábola dos vinhateiros (Mt 21, 33-44), aos quais um proprietário arrendou a sua vinha, mas que, chegada a vindima, recusam entregar-lhe a devida parte dos frutos colhidos. Pior: maltratam-lhe os servos, alguns até à morte. O dono da vinha tenta outra vez, mas com o mesmo resultado. Até que se decide pelo impensável. Envia-lhes o próprio filho, pensando: respeitarão o meu filho. Enganou-se: agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. 
Este filho é Jesus, enviado por Deus – o Pai que amou tanto o mundo que (nos) deu o seu Filho Unigénito, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3, 16). E Jesus, por sua vez, realizou o que disse sobre a sua morte: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos (15, 13). Foi este amor extremo, d’Ele e do Pai, que fez da terrível crucifixão o triunfo definitivo sobre a morte; e fez da pedra que os construtores rejeitaram a pedra angular, sobre a qual Deus edifica o seu povo, a nossa Igreja. Tal o poder e a eficácia deste amor, que veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos!
Sim, quem se não deixa fascinar e atrair por alguém que deu a vida por todos nós?! Alguém que, desse modo, nos abre o caminho para a mesma vitória, numa vida sem fim! Diz-nos S. Paulo, como palavra digna de fé: Se com Ele morremos, também com Ele viveremos (2 Tim 2, 5). Com Ele…
  
2.      Jesus Cristo vem ao nosso encontro
A iniciativa parte sempre d’Ele. Foi Ele, o Ressuscitado, que apareceu a Maria Madalena, tão inesperadamente que ela nem se apercebia que já estava a falar com Ele (Jo 20, 11-18); ou se apresentou no meio dos discípulos, entrincheirados por medo dos judeus (20, 19-23); ou se aproximou dos dois que iam para Emaús e se pôs com eles a caminho (Lc 24, 13-35); ou subitamente envolveu Paulo numa luz intensa, quando ia para Damasco a perseguir os cristãos (At 9, 1-22).
O amor, já assim expresso, tornou-se ainda mais vivo e vivificante no modo como se deu a reconhecer. A Paulo e a Maria Madalena, tratou-os pelo nome, identificativo da pessoa, entrando com eles numa comunhão íntima. Aos discípulos de Emaús (re)partiu o pão do seu Corpo, entregue por eles. Aos onze, mostrou-lhes, no primeiro dia da semana, as mãos e o lado com as marcas dos cravos e da lança do soldado. Repetiu-o oito dias depois a Tomé, que por isso exclamou: Meu Senhor e meu Deus!
O que então iniciou, continua a fazê-lo. Continua a chamar-nos pelo nome, quando, pelo Batismo, nos acolhe na sua Igreja, e, pelo Crisma, nos confirma com seu Espírito. Continua a alimentar-nos e a unir-nos em comunhão com a oferta do seu Corpo e Sangue, na Eucaristia. Continua a privilegiar para isso o primeiro dia da semana, a que desde os primórdios da Igreja se chama domingo ou dia do Senhor. Mas não só.
Ele vem ainda ao nosso encontro na Sagrada Escritura, que d’Ele e em que Ele nos fala, sobretudo se escutada em ambiente de oração, como nas celebrações litúrgicas ou nos encontros de catequese. Vem ao nosso encontro pelos sacramentos, não só da iniciação cristã, mas também da cura, para nos perdoar e confortar, e do serviço, para nos unir em comunhão. Vem ao nosso encontro na vivência do amor que nos une em Igreja e nos leva a dar-nos sobretudo aos mais carenciados, de quem se fez irmão: O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes (Mt 25, 40).
Enfim, Ele próprio realiza o que nos transmite no domingo em que abre a semana da Educação Cristã: que a essência da lei, o segredo da vida, está no total e incondicional amor a Deus, como condição e medida para o igualmente indispensável amor ao próximo. Amemos assim, e veremos o que será de nós. Uma coisa é certa: Sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos (1 Jo 3, 13).
3.      A alegria do encontro
É, antes de mais, a alegria de nos sentirmos amados, de modo pleno e incondicional. Mesmo no pecado? Então ainda mais!... já que a carência é maior. Foi assim com o filho, regressado à casa paterna, depois de desbaratar todos os seus bens: Comamos e festejemos! – Ordenou o pai, cuja alegria não era menor que a do filho (Lc 15, 24). E Deus prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores (Rm 5, 8).
É também a alegria pelo “novo horizonte” e o “rumo novo” que esse amor dá à nossa vida (Bento XVI, Deus é Amor, n. 1). O amor de Cristo impele os que n’Ele creem a viver não mais para si próprios, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Cor 5, 14-15). E a viverem com Ele, não há revês ou tribulação de que não saiam vencedores, graças àquele que nos amou (Rm 8, 17) – fazendo da morte fonte inesgotável de vida.
É, enfim, a alegria de vermos a nossa vida a prolongar-se nas vidas daqueles a quem a damos: os pais nas dos filhos; os catequistas nas dos catequizandos; os professores nas dos alunos; todo o educador nas dos educandos (cf. CEP “Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo”, IV). Uma alegria que cresce, quando também eles se dão – a partir do encontro com Cristo, mediado por cada um de nós, que então pode, por isso, dizer: É Cristo que vive em mim (Gl 2, 20).
Acolhamos, por tudo isso, o convite do Papa Francisco a “todo o cristão, em qualquer lugar que se encontre, a renovar (…) o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar no dia-a-dia sem cessar” (A Alegria do Evangelho, n. 3). Ele que, na celebração conclusiva da Semana da Educação, nos ensina: Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo (Mt 23, 11) – como Ele, o Mestre por excelência que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos (20, 28).
Que Maria, Mãe e Serva do Senhor, na conclusão do centésimo aniversário das suas aparições em Fátima, nos ajude a saborear a alegria deste encontro!
Festa de S. Lucas, 18 de outubro de 2017
Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé