quinta-feira, 31 de março de 2011

AFINAL, VAMOS PARA ELEIÇÕES

O guião está a ser muito previsível. Passo a passo, o cenário vai-se tecendo.

Hoje, reuniu-se o Conselho de Estado e foram marcadas eleições.

Entretanto, a dívida aumenta e o recurso à ajuda externa torna-se inevitável.

A situação avança de modo tão rápido. E a reacção ocorre de forma tão lenta.

Cada dia, há notícias novas.

Governo novo só lá para fim de Junho ou início de Julho.

Lá chegaremos mais divididos, mais pobres.

Ainda iremos a tempo de reconstruir Portugal?
Fonte: aqui

Cavaco dissolve Parlamento e abre a porta
a um pedido de resgate financeiro
Veja aqui

A vida a nascer

Hoje gastei um tempinho na "reforma agrária".
Não é só gastar dinheiro a compor a terra e a plantar, depois urge tratar das coisas.
Reguei os morangos e os kiwis que são mais gulosos e não se fartam de água. As restantes árvores ainda não careciam de molho na raiz.
Todas estas árvores tive que regar à mão, já que não dá para o fazer com a mangueira, uma vez que o tanquito fica mais baixo. Então lá andei  de balde.
Fez-me muito bem, e nem dos cigarros me lembrei. O contacto com a natureza só nos traz saúde, mesmo quando, como é o meu caso, a fraqueza da coluna se queixa de qualquer esforço que envolva pesos...
Gostei de ver as plantitas a espreguiçar-se e a começar a abrir os olhos. Animei-as: "Vá, amiguitas, não tenhais vocação de caracol! Toca a sair cá para fora, com coragem. Sois mais fortes do que a força do vento, o rigor das geadas ou o calor do Sol."
Gostei da animação dos morangueiros, do espevitar das couves galegas e do despertar confiante das amendoeiras. As oliveiritas nem tugem nem mungem. Estão na mesma. Os kiwis e os marmeleiros saem-se muito a medo e os citrinos começam finalmente a deixar uma certa amarelidão provada pela medo que o transplante lhes provocou. Os diospireiros e os castanheiros invernam ainda sem se terem apercebido que a Primavera já começou. Só lhes disse que não quisessem dormir o "sono eterno"...

Repito, senti-me bem naquele bocadinho de tempo. Deu para esquecer preocupações que continuamente me envolvem (então o Centro Paroquial...), sentir o abraço do Sol no rosto, engolir umas garfadas de ar puro, fazer um pouco de ginástica, contactar com o balbuciar menino das plantinhas.

Devido à crise que está para durar e agravar, mas também pelos benefícios que a Natureza sempre oferece à saúde física e mental, admira-me que haja gente que, após o trabalho, apodreça em cafés, tascas ou frente a uma TV.
Há mais vida para além dos espaços fechados...

Parlamento dos Jovens teve Sessão Distrital do Secundário em Tarouca

Veja aqui

quarta-feira, 30 de março de 2011

Oposição revoga decreto que aumentou limites de autorização de despesa pública

"A oposição no Parlamento revogou hoje, com os votos contra do PS, o decreto-lei do Governo que aumentou os limites para a autorização de despesa por parte do Estado, autarquias, institutos, fundações, associações e empresas públicas." - In Público
  Ora aqui está uma atitude que me merece todo o aplauso.
Num momento da maior gravidade, à beira da bancarrota, aumenta-se o valor de ajuste directo para o dobro?!!
O Presidente da república não podia ter vetado essa lei?
Quando a agência Fitch avisa que cortará rating de Portugal se FMI não intervier, aumenta-se o valor de ajuste directo para o dobro?!!
Apesar de demissionário e deixar o país à beira da banca rota, o Governo  de José Sócrates  não só queria
aumenta-se o valor de ajuste directo para o dobro, como  continua a fazer nomeações para cargos públicos de diversos sectores (aqui).
Apesar de haver tribunais - como o de Almada (aqui) - em risco de ficar sem tinta para as impressoras por falta de pagamento do Ministério da Justiça à empresa fornecedora, o governo aumenta-se o valor de ajuste directo para o dobro?!!
Quando a taxa de desemprego dos jovens entre os 15 e os 24 anos na região Norte ultrapassou pela primeira vez os 25 por cento no último trimestre de 2010 (aqui) , aumenta-se o valor de ajuste directo para o dobro?!! Quando Sócrates se comprometeu há anos em criar 150 mil novos postos de trabalho!
O "rei vai nu" mesmo!!!

'Les Prêtres' : Spiritus Dei



Eles não são excêntricos como a Lady Gaga e não têm a popularidade dos artistas que integram as principais paradas de sucesso. Mas já conquistaram a França com o álbum de estreia, Spiritus Dei. Membros do grupo Les Prêtres, os padres Jean Michel Bardet e Charles Troesch, e o seminarista Dinh Nguyen Nguyen, estão no especial inédito e exclusivo que o Eurochannel exibe.
Apoiados pelo bispo Jean-Michel di Falco, os religiosos decidiram  unir-se e gravar um CD para arrecadar fundos para uma escola em Madagascar e construir uma nova igreja em sua diocese. Com incentivo também do canal por assinatura TF1, um dos mais vistos na França, o projeto se tornou realidade e teve uma surpreendente repercussão no país.
Lançado em março de 2010, o primeiro álbum do grupo, Spiritus Dei, não tem apenas faixas religiosas. Além das clássicas Ave Maria, Ave Verum Corpus e a tradicional música natalina francesa Il Est Né Le Divin Enfant, traz versões mais modernas de sucessos como Quand On N’a Que L’Amour, já interpretados por outros artistas, além de Amazing Grace e Hallelujah.
O álbum recebeu disco de platina na França e rendeu ao grupo vários convites, não só de igrejas, como de casas de shows e programas de televisão.
Fonte: aqui

terça-feira, 29 de março de 2011

Qualquer dia só nos resta comer alcatrão...

IP8 vai cortar ao meio olival 
que produz o melhor azeite do mundo

A Sociedade Taifas, que explora um olival com 700 hectares em Ferreira do Alentejo e que em 2010 ganhou o prémio para o melhor azeite maduro frutado do mundo, vai ter a sua exploração cortada ao meio pelo IP8.
João Filipe Passanha, um dos responsáveis da empresa familiar que produz azeite na Quinta de São Vicente desde 1738, diz estar "incrédulo" e preocupado pelo futuro da exploração. É que o prestígio já granjeado junto dos importadores que "são extremamente exigentes" com as condições ambientais da produção, pode ficar comprometido.
"O mais aberrante em tudo isto é que nem se deram conta das infra-estruturas que existiam", quando optaram trazer o traçado do IP8 pela Quinta de São Vicente, acentua Filipe Passanha, em declarações ao jornal Público.
Para além de perder cerca de 6000 árvores e uma parcela de terreno com três quilómetros de comprimento por 80 metros de largura, a viabilidade económica e ambiental da empresa pode ser afectada.
Com a herdade cortada ao meio "temos de gerir o olival nos dois lados da estrada", observa Filipe Passanha, que assegura que o traçado do IP8 - que ligará Sines a Beja - vai causar "impactes brutais na exploração".
Em 2010, a Sociedade Taifas exportou, para 18 países, quase 90% das 800 toneladas de azeite que produziu em lagar próprio. Os principais importadores encontram-se em Inglaterra, Noruega, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Brasil, China e Estados Unidos da América.
Fonte:aqui

Eu já não sei que pensar desta gente que nos (des)governa!  Estamos na miséria, quase nada produzimos e ainda se destrói o pouco que, com êxito reconhecido, exportamos!
Está visto. Um dia destes, temos que comer o alcatrão que, entretanto, nos vais sugando o dinheiro que não temos.
Temos estradas à rico - em algumas zonas do país, acrescente-se, que noutras, valha-nos o divino Construtor! - mas temos milhares e milhares sem pão, sem emprego, sem dinheiro para o combustível para circular nas estradas.
E se for preciso, para fazer uma nova estrada, destrói-se o olival que produz o azeite mais premiado do mundo!!!
Enfim, que pensemos todos o que queremos e nas próximas eleições digamos claramente o que pretendemos. Castiguemos a mentira e o propagandismo. Exijamos a verdade. Exijamos projectos claros para sairmos desta calamidade.

Tudo é do Pai

segunda-feira, 28 de março de 2011

A geração à rasca às vezes também é assim...

- Então, foste à manifestação da geração à rasca?
- Sim, claro.
- Quais foram os teus motivos?
- Acabei o curso e não arranjo emprego.
- E tens respondido a anúncios?
- Na realidade, não. Até porque de verão não dá jeito: um gajo vai à praia, às esplanadas, as miúdas são giras e usam pouca roupa. Mas de inverno é uma chatice. Vê lá que ainda me sobra dinheiro da mesada que os meus pais me dão. Estou aborrecido.
- Bom, mas então por que não respondes a anúncios de emprego?
- Err...
- Certo. Mudando a agulha: felizmente não houve incidentes.
- É verdade, mas houve chatices.
- Então?
- Quando cheguei ao viaduto Duarte Pacheco já havia fila.
- Seguramente gente que ia para as Amoreiras.
- Nada disso. Jovens à rasca como eu. E gente menos jovem. Mas todos à rasca.
- Hum... E estacionaste onde? No parque Eduardo VII?
- Tás doido?! Não, tentei arranjar lugar no parque do Marquês. Mas estavacheio.
- Cheio de...?
- De carros de jovens à rasca como eu, claro. Que pergunta!
- E...?
- Estacionei no parque do El Corte Inglês. Pensei que se medespachasse cedo podia ir comprar umas coisinhas à loja Gourmet.
- E apanhaste o metro.
- Nada disso. Estava em cima da hora e eu gosto de ser pontual. Apanhei um táxi. Não sem alguma dificuldade, porque havia mais jovens à rasca atrasados.
- Ok. E chegaste à manif.
- Sim, e nem vais acreditar.
- Diz.
- Entrevistaram-me em directo para a televisão.
- Muito bom. O que disseste?
- Que era licenciado e estava no desemprego. Que estava farto de pagar para as reformas dos outros.
- Mas, se nunca trabalhaste, também não descontaste para a segurança social.
- Não? Pois... não sei.
- ….. E então, gritaste muito?
- Nada. Estive o tempo todo ao telemóvel com um amigo que estava namanif do Porto. E enquanto isso ia enviando mensagens para o Facebooke o Twitter pelo iPhone e o Blackberry.
- Mas isso não são aparelhinhos caros para quem está à rasca?- São as armas da luta. A idade da pedra já lá vai.
- Bem visto.
- Quiriquiri-quiriquiri-qui! Quiriquiri-quiriquiri-qui!
- Calma, rapaz. Portanto despachaste-te cedo e ainda foste à loja Gourmet.
- Uma merda! A luta é alegria, de forma que continuámos a lutar Chiado acima, direitos ao Bairro Alto. Felizmente uma amiga, que é muito previdente, tinha reservado mesa.
- Agora os tascos do Bairro aceitam reservas?
- Chamas tasco ao Pap'Açorda?
- Errr... E comeram bem?
- Sim, sim. A luta é cansativa, requer energia. Mas o pior foi o vinho. Aquele cabernet sauvignon escorregava...
- Não me digas que foste conduzir nesse estado.
- Não. Ainda era cedo. Nunca ouviste dizer que a luta continua? Econtinuou em direcção ao Lux. Fomos de táxi. Quatro em cada um, porque é preciso poupar guito para o verão. Ah... a praia, as esplanadas, as miúdas giras e com pouca roupa...
- Já não vou ao Lux há algum tempo, mas com a crise deve estar meio morto, não?
- Qual quê! Estava à pinha. Muita malta à rasca.- E daí foste para casa.
- Não. Apanhei um táxi para um hotel. Quatro estrelas, que a vida nãoestá para luxos.
- Bom, és um jovem consciente. Como tinhas bebido e...
- Hã?! Tu passas-te! A verdade é que conheci uma camarada de luta e...bem... sabes como é.
- Resolveram fazer um plenário?
- Quê? Às vezes não te percebo.
- Costuma acontecer. E ficaram de ver-se?
- Ha! Ha! Ha! De ver-se, diz ele. Não estás a ver a cena. De manhãchegámos à conclusão que ela era bloquista e eu voto no Portas. Saiuporta fora. Acho que foi tomar o pequeno-almoço à Versailles.
- Tu tomaste o teu no hotel.
- Sim, mas mandei vir o room service, porque ainda estava meio ressacado.
- Depois pagaste e...
- A crédito, atenção. Com o cartão gold do Barclays.
- ... rumaste a casa.
- Sim, àquela hora já não havia malta à rasca a entupir o tráfego.
- Moras onde? Paço d'Arcos? Parede?
 - Que horror! Não, não. Moro na Quinta da Marinha, numa casita modesta  que os meus pais se vêem à rasca para pagar. Para a próxima levo-os comigo.

(Enviado por email)

domingo, 27 de março de 2011

Eleições/Sporting

Godinho Lopes vence eleições em noite de violência


Godinho Lopes venceu as eleições para a presidência do Sporting por 36,55% dos votos.
Bruno de Carvalho ficou em segundo com 36,15%.

Veja  aqui  a infornação

D. Jacinto Botelho apresenta último livro de Bento XVI


Veja aqui

e aqui

ainda aqui


sábado, 26 de março de 2011

Relógios adiantam 60 minutos no domingo

Portugal Continental e a Madeira voltam à hora de verão ao adiantar os relógios 60 minutos à 1h de domingo, para as 2h, enquanto nos Açores a alteração realiza-se às 00h, informa o Observatório Astronómico de Lisboa.
In Sol

IMPOSSÍVEL DEIXAR DE OUVIR ATÉ O FIM !!!

Trecho da Intervenção do Dr. Marinho Pinto.

É para ver e pensar...
"Bilhante intervenção do Dr. Marinho Pinto por ocasião da Sessão de Solene de Abertura do Ano Judicial.
Em poucos minutos o Dr. Marinho e Pinto exprimiu o sentimento e o pensamento de milhões de portugueses, relativamente à conjuntura actual e atribuiu responsabilidades pela mesma."

Visitante amigo, LEIA aqui

Observação: Agradeço à pessoa que visitou este blog e deixou este comentário. Eu já ouvi. Fantástico! Verdades como punhos! Obrigado, Dr. Marinho Pinto.

Tem 27 anos e está paralisado desde os cinco meses e meio

É sempre um momento que nos toca na visita aos doentes.
O Daniel tem 27 anos e está paralisado desde os cinco meses e meio.
O Daniel, sem dizer uma palavra, comunica e de que maneira! Podemos não o entender, mas a mãe que o acompanha com um desvelo e uma dedicação sem limites, entende-o claramente. Em cada gesto, em cada olhar, em cada esboço de movimento, ela percebe perfeitamente aquilo que o filho quer dizer.
Ainda hoje, quando o visitámos, ele "disse" que faltavam uma pessoas. E era verdade, pois não estava gente que nos costuma acompanhar. Mais, pediu que se apagasse a TV. Nós não entendemos a mensagem, mas sua mãe leu-a perfeitamente.
O Daniel está totalmente dependente da mãe, viúva,  para tudo. Não sei que mais admirar: se o sorriso acolhedor e sereno daquele jovem; se a paciência, carinho e dedicação de sua mãe. A sensação é sempre a mesma: uma profunda humildade perante o mistério da vida e a convicçaõ de que os nossos momentos difíceis nada são ao pé de quem tanto sofre, sorrindo. Por tudo, obrigado, Daniel! Obrigado à mãe do Daniel!
Há anos, um incêndio destuiu a antiga casa do Daniel e na voracidade do fogo, ardeu a sua cadeira-de-rodas. Por isso agora o jovem está permanentemente na cama. Ele precida de uma nova, adaptada ao seu estado, mas a mãe não pode. Será que alguém pode doar-lhe uma cadeira? Tudo faremos para ajudar este jovem-menino, o GASPTA não se poupará a esforços...
E interessante, no meio de tanta limitação, naquela casa não se ouvem queixumes. Bela lição.

sexta-feira, 25 de março de 2011

OS MEDOS DA IGREJA

Acabo de ler no blog "Padres Inquietos" - aqui - um post que me parece merecedor da atenção de todo o povo de Deus:  leigos, religiosos, sacerdotes e bispos.
Como estamos em caminho quaresmal para a Páscoa da Libertação, será necessário que o povo de Deus se liberte de velhos medos e da tentação do regresso às "cebolas do Egipto."

         "É, provavelmente, o medo o que mais paralisa os cristãos no seguimento fiel de Jesus Cristo. Na igreja actual há pecado e fragilidade, mas há sobretudo o medo de correr riscos. Começamos o terceiro milénio sem audácia para renovar criativamente a fé cristã. Não é difícil assinalar alguns destes medos.
Temos medo ao novo, como se «conservar o passado» garantisse automaticamente a fidelidade ao evangelho. É verdade que o Concílio Vaticano II afirmou de forma contundente que na Igreja deve haver uma «constante reforma», pois, «como instituição humana dela necessita permanentemente». No entanto, não é menos verdade que o que move a Igreja nestes tempos não é tanto um espírito de renovação, mas antes um instinto de conservação.
Temos medo de assumir as tensões e conflitos que traz consigo o procurar a fidelidade ao evangelho.
  • Calamo-nos quando devíamos falar;
  • inibimo-nos quando devíamos intervir;
  • Proíbe-se o debate de questões importantes para evitar posicionamentos que podem inquietar;
  • preferimos a adesão rotineira, que não traz problemas nem indispõe a hierarquia.
Temos medo da investigação teológica criativa. Medo de rever ritos e linguagens litúrgicas, que não favorecem hoje a celebração viva da fé. Medo de falar dos «direitos humanos» dentro da Igreja. Medo de reconhecer praticamente à mulher um lugar mais de acordo com o espírito de Jesus.
Temos medo de antepor a misericórdia acima de tudo, esquecendo que a Igreja não recebeu o «ministério do juízo e da condenação», mas sim o «ministério da reconciliação». Há medo de acolher os pecadores como Jesus fazia. Dificilmente se dirá hoje da Igreja que é «amiga de pecadores», como se dizia do seu Mestre.

Segundo o relato evangélico do passado Domingo, os discípulos caem por terra «muito assustados» ao ouvir uma voz que lhes diz: «Este é o meu Filho muito amado ... Escutai-. Mete medo escutar apenas Jesus. É o próprio Jesus que se aproxima, toca-lhes e diz-lhes: «Levantai-vos e não tenhais medo». Só o contacto vivo com Jesus nos podia libertar de tanto medo."

quinta-feira, 24 de março de 2011

ÓSCAR ROMERO: SANTO AINDA ANTES DE SER CANONIZADO

Entre a plêiade de homens e mulheres admiráveis, sublinho três que me enchem de especial encantamento: João XXIII, Madre Teresa de Calcutá e D. Óscar Romero.
Na vida destes três irmãos na fé, torna-se-me mais claro e belo o Evangelho de Jesus. Deixaram Deus entrar nas suas vidas com a sumptuosidade da luz do meio-dia que rasga trevas e põe tudo a claro.

Ocorre hoje o aniversário do assassinato de Óscar Romero.
Peço-lhe, amigo visitante, que leia este fantástico texto do P.e João António. Diz tudo e nem sequer é extenso. AQUI.

Sem desculpas

Portugal vive um Alcácer-Quibir financeiro, mas esse desastre não aconteceu ontem. Sócrates arranjou com o chumbo do PEC 4 uma desculpa para atribuir a outros o ónus do inevitável resgate externo, mas quem esteve ao leme do Governo nos últimos seis anos não pode culpar terceiros por erros e próprios.
É verdade que aconteceu em Setembro de 2008 uma grave crise económica mundial e que esse terramoto colocou a nu os crimes do BPN, que nos vão custar pelo menos 1,1% do PIB, ainda não contabilizados nas contas públicas.
É verdade também que a crise grega abriu uma caixa de Pandora sobre os países mais frágeis do euro que levou à desconfiança dos credores e à especulação sobre os juros, levando a taxas que o País não pode pagar.
A culpa do Governo foi não ter conseguido travar a espiral despesista do Estado, sem contrapartida para os contribuintes, cada vez mais pressionados. Sócrates seguiu uma política antiga: parte dos gastos do Estado foram escondidos debaixo do tapete, quer nos passivos das empresas públicas, quer nas ruinosas parcerias público-privadas.
O fim do dinheiro fácil e barato acabou com o Governo de Sócrates e deixa o País à beira da falência. A ressaca vai ser dolorosa e demorará anos. E custará ainda muitos PEC.
Armando Esteves Pereira, aqui

Leia AQUI "Dito&Feito", de  José António Lima: "O que levou José Sócrates a precipitar a crise política que há muito estava anunciada?"

quarta-feira, 23 de março de 2011

José Sócrates apresentou a demissão.

O Presidente da República anunciou na página oficial da Presidência que o primeiro-ministro José Sócrates apresentou a demissão.
“O Presidente da República recebeu hoje, em audiência, o primeiro-ministro, o qual lhe apresentou o seu pedido de demissão”, lê-se num comunicado da Presidência da República.

"Com vista à resolução da situação política", adianta a nota, o Presidente vai receber no próximo dia 25 todos os partidos para uma audiência, mantendo-se, até lá, o Governo em funções.

O primeiro-ministro saiu às20:40 do Palácio de Belém, onde esteve reunido com o Presidente da República durante 20 minutos, numa audiência que decorreu depois do Parlamento ter ‘chumbado’ a nova versão do Programa de Estabilidade e Crescimento.
Fonte: aqui

CINCO MENTES BRILHANTES

(Enviado por email)


O que se aprende junto de um doente!

Ontem visitei 12 doentes desta comunidade. E foi só o primeiro dia!
Tive a companhia, sempre agradável, de elementos do GASPTA (Grupo sócio-caritativo).
Cada doente é uma universidade. Naquela cama ou naquela cadeira de rodas está um mestre que ensina, mesmo quando não fala.
E dei comigo a pensar muitas vezes: "Como tudo poderia ser diferente se as pessoas do nosso tempo  ganhassem uns minutos visitando um doente, levando consigo disponibilidade interior para aprender!"
Na maioria dos casos, impressionou-me a dedicação, o carinho e a persistência dos familiares. Muitos destes fazem-no há anos e anos... Admiráveis sireneus dos tempos actuais!
Aparece sempre um ou outro caso de pessoas doentes com pouca ou quase nula assistência. Então a cruz carrega mais, a dor é mais dor. Mais funda, mais chorada, mais queixosa.
Encontrei doentes de todos os tipos, desde os que não falam nem sabemos se nos ouvem, passando por aqueles em que o sofrimento e o desalento esmagam as palavras, e terminando nos que, mesmo padecendo, nos oferecem um sorriso, uma atitude de confiança e uma serenidade que edifica.
Felizmente que há elementos no GASPTA que têm muito jeito para os doentes, arrancando-lhes muitas vezes sonoras e espontâneas gargalhadas. Não admira por isso que alguns, ao ser anunciada a despedida, digam sentidamente: "Já vão!? Oh!!!"
Quase todos quiseram receber o Sacramento da Reconciliação. Aqui concordo com um que me disse: "Sabe, não sinto grandes pecados. Mas se Deus não tira nada e dá tudo, então que Ele me dê o seu perdão e o seu amor."
Em casa de cada um, como é costume, o GASPTA deixou uma pequena recordação que mais não é do que a testemhunha do respeito e carinho que a comunidade sente pelos seus doentes.

terça-feira, 22 de março de 2011

De Artur Agostinho à Iminência da Crise

1. NA MORTE DE ARTUR AGOSTINHO
AQUI

2. DA POSSIBILIDADE À IMINÊNCIA DA CRISE
AQUI

3. VENHA, ENTÃO, A GRANDE COLIGAÇÃO
AQUI

segunda-feira, 21 de março de 2011

Preços das portagens nas SCUTs

País à rasca

Comentadores prevêem a interrupção do ciclo de gerações a sucederem-se com enriquecimento geral. Daí a autoproclamada geração à rasca.
O problema é a geração à rasca não ver que é todo o país que está mal. As próprias gerações anteriores têm tanta gente no desemprego que parece absurdo culpá-las hoje pela falta de ofertas de trabalho.
A insegurança laboral, ao contrário das promessas liberais, não tem gerado empregos. As empresas habituaram-se a explorar ao máximo os seus trabalhadores, com cargas horárias que impedem a criação de empregos. A crise de 2008 ainda não passou, e já os seus responsáveis aí estão outra vez, seguros daquela receita que, pelo menos a eles, enriquece. O filme-documentário Inside Job mostra que o próprio Obama foi buscar para a área económica os mesmos que provocaram a crise na era de Bush.
Em Portugal, um primeiro-ministro videirinho (desde o curso aos projectos beirões, e etc.) vai-se mantendo, apesar de geralmente desprezado, porque não se alcança uma alternativa (entre um PSD igual ao PS, um CDS bastante parecido, um BE apenas fracturante e um PCP obsoleto). Nem se põe a Inspecção de Trabalho a impedir o excesso de cargas horárias - o que poderia animar a economia, mas desanimaria os gurus do liberalismo global.
Pedro d'Anunciação, in Sol

sábado, 19 de março de 2011

Crianças não esquecem o Centro Paroquial


Realizou-se hoje a Festa da Catequese desta Comunidade Paroquial, como pode ver aqui.
Durante a Festa, que decorreu sob o lema "VEM E TRAZ UM AMIGO TAMBÉM", foi indicado o Centro Paroquial como um amigo que está a ser gerado para depois a todos acolher com imensa alegria.
Um grupo de crianças do 5º ano há muito se vem quotizando para oferecer a sua ajudinha e hoje entregou o seu mealheiro.
Meu Deus, que arrepio senti na espinha! E que encantamento também!
Pareceu-me que recebi o euromilhões! Naquele gesto de crianças e nas suas renúncias estão oceanos que nos transportam para a esperança e que nos interpelam a TODOS para a generosidade!
Sei que outros grupos de catequese também estão no mesmo processo.
Parabéns aos catequistas que os motivam. Um abraço do tamanho da Serra de Santa Helena para os meus amigos pequenitos. "Obrigado, amigos!" - diz-vos o Centro Paroquial.

GERAÇÃO À RASCA - A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem  Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde  uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a  informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem  são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.

Mia Couto
(Enviado por email)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Uma agricultura sem trabalhadores; uma agricultura sem dinheiro para pagar aos trabalhadores

Vamos lá fazer contas:
- um trabalhador agrícola que trabalhe 22 dias por mês, a 35 euros diários, ganha mensalmente 770 euros. mais de 1,5 rendimento mínimo.
Falo de trablaho legal de 8 horas.
Acresce que em muitos lados é da praxe dar ao trabalhador bebida e/ou uma refeição.
Diga-se ainda que os chamados "trabalhadores diários" (aqueles que trabalham durante todo o ano numa propriedade agrícola) podem ganhar ligeiramente menos, mas é-lhes garantido o transporte gratuito casa-emprego.
É muito? Não. Quem trabalha e procura ser bom profissional é bom que seja dignamente recompensado.
A queixa que se ouve é que não há quem queira trabalhar. Muitos preferem viver do "rendimento mínimo" ( e até de outras formas obscuras) do que produzir alguma coisa, já que o Estado lhes possibilita essa forma parasitária de vida.

Por outro lado, existe a questão dos pequenos e médios proprietários agrícolas que se queixam justamente que a produção não dá para custear as despesas com a mão-de-obra. Por isso, muitos terrenos férteis são abandonados.
Ao contrário de antigamente,  os agricultores hodiernos não se queixam do que ganham os trabalhadores, fazem-no sim em relação ao preço que é pago pelo que produzem.
E aqui concordo com o que sempre concordei: o lucro excessivo, desmesurado e especulativo dos intermediários. Quanto é pago ao agricultor pelas batatas, as maçãs, o vinho, os legumes, o leite, etc, etc? E depois a que preço são esses mesmos produtos vendidos ao público?
Ah! E mesmo assim muitas vezes não aparece quem queira comprar...
Há muitos anos que Portugal não tem uma verdadeira política agrícola. Tem Ministro da Agricultura, mas não existe política agrícola.
O resultado está à vista. Mais de metade do país está abandonado. Com as consequências que todos sentimos, mormente no interior.

Não há pessoal para trabalhar

Na página 11 do "Jornal da Beira", de 17 de Março de 2011, lê-se:
"Empresa quer investir 1,5 milhões, mas tem falta de pessoal para trabalhar. Trata-se da Insercol, empresa do ramo da metalomecânica, com sede em Moimenta da Beira, que tem suspenso um investimento superior a 1,5 milhões de euros, porque não consegue encontrar pessoal para trabalhar.. "Crise" é palavra que João Guedes, sócio-gerente da Insercol, não aceita de bom grado, porque trabalho "não falta", o que falta, segundo este empreendedor, "é gente para trabalhar".

Isto dá que pensar! Num país onde o desemprego é galopante e numa zona onde todos se queixam que não há empregos, existe uma empresa que quer investir e não o faz por falta de pessoal para trabalhar!!!

Ontem, na TV, Henrique  Granadeiro, presidente do Conselho de Administração da PT, dizia  coisas muito sábias:
- Em Portugal-se estuda-se para o prestígio, para obter cursos que dão status, e não para o conhecimento:
- Se acabássemos com os títulos, como "doutor", etc, e as pessoas passassem a ser tratadas por "senhor" apenas, o PIB subiria 2%.
- Pais e famílias ainda não se convenceram que gastar imenso dinheiro para que o filho tire um curso superior no ramo das tais cursos de prestígio (Psicologia, Direito, História, Relações Internacionais, Comunicação Social, etc) é contribuir para a desilusão futura, sua e dos filhos, pois muito dificilmente estes conseguem emprego.

Portugal com três equipas nos "quartos" pela primeira vez

Benfica, FC Porto e Sp. Braga fazem história

 Portugal coloca pela primeira vez na história três equipas nos quartos-de-final da mesma competição europeia, depois do sucesso desta quinta-feira de Benfica, FC Porto e Sp. Braga.
Em 1993/94 registou-se feito semelhante, só que em três competições diferente: o Boavista na Taça UEFA, o Benfica na Taça das Taças e o FC Porto na Liga dos Campeões.
Em 2002/03, ano em que o FC Porto de José Mourinho ganhou a Taça UEFA, Portugal colocou duas equipas nas meias-finais da prova, tendo o Boavista sido eliminado da presença na final pelos escoceses do Celtic.
In Record

Sucesso desportivo. Óptimo!
Bem precisam os portugueses desta lufada de ar fresco que vem desanuviar o clima pesado da crise...
Se as equipas portuguesas apresentam sucessos contra clubes poderosos e com jogadores pagos a peso de ouro, também o povo português poderá vencer a crise, mesmo lutando contra o colosso da inércia nacional e o poderio de nações ricas.

quarta-feira, 16 de março de 2011

'É um erro histórico não ouvir as multidões'

Na homilia da missa de abertura do ano judicial, que decorreu hoje de manhã, D. José Policarpo partiu da leitura do Evangelho das Bem-Aventuranças para traçar um retrato do estado actual do país, muito além do sistema de Justiça. Em alusão às manifestações da Geração à Rasca, que juntaram 300 mil pessoas, o cardeal-patriarca enviou mesmo um recado ao poder político: «É um erro histórico não ouvir as multidões. A reivindicação é clara: querem caminhos renovados de construção de justiça».
Perante as palavras proferidas durante a homilia, é inevitável pensar também na polémica que tem envolvido juízes responsáveis por alguns dos processos mais mediáticos, como é o caso do Face Oculta. «Bem-aventurados aqueles que sofrem, que são perseguidos, por causa da justiça. A todos os obreiros da justiça, no nosso país, eu digo: se estiverdes entre esses que sofrem, tende coragem, não desanimeis, porque está-vos destinado o Reino dos Céus», incitou D. José Policarpo.
Mas o cardeal-patriarca deixou claro que «um serviço judicial é apenas um meio nesta busca de justiça». Para D. José Policarpo, «um Estado de Direito é apenas uma dimensão de uma sociedade justa, onde a dignidade do homem seja respeitada e promovida». A justiça, reforçou, «exige renovação interior do homem».
Durante a celebração religiosa, o cardeal-patriarca mostrou que a realidade vivida por Jesus, há dois mil anos, não é muito diferente da actualidade portuguesa: «Povo sobrecarregado de impostos, limitado na sua identidade espiritual».
E perante a crise que o país vive, incentiva os portugueses a unirem-se para a construção de uma sociedade justa: «Este clamor colectivo tem de ser escutado, tem de nos mobilizar a todos para sermos justos».
Fonte: aqui

Os carros podem vir a ser controlados pela mente?

Denominado BrainDriver, este carro do futuro desenvolvido por cientistas Alemães utiliza um capacete neural para habilitar a interface de controlo cerebral.


Em outras palavras, cada acção corresponde a uma actividade cerebral e o software do BrainDriver associa-os aos comandos específicos como virar à esquerda, virar à direita, acelerar, travar, etc.
Os pensamentos poderão assim controlar os travões, vidros, ar condicionado, etc.

Fonte: planntaonerd.com
 

terça-feira, 15 de março de 2011

Bispos elogiam caráter pacífico das manifestações

Os bispos portugueses elogiaram hoje o caráter ordeiro e pacífico do protesto "Geração à rasca" e sublinharam que, mesmo descontentes, os portugueses agem com dignidade, considerando que este é mais um argumento a seu favor.
"Apraz-nos verificar que estas (...) centenas de milhares de pessoas em todo o país se manifestaram de uma maneira muito ordeira, muito pacífica", afirmou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão, em Fátima, onde hoje reuniu o seu Conselho Permanente.
Para Manuel Morujão, "o povo português, mesmo descontente, mesmo que se sinta à rasca, como assim chamaram esta geração, sabe portar-se com dignidade".
 Fonte: aqui

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mais uma que não dá para entender!


Depois de o Governo ter anunciado o congelamento de todas as pensões e medidas adicionais de austeridade, sabe-se agora que os campos de golfe deverão voltar a ser tributados a 6%, a taxa mínima de IVA.
 Diário de Notícias

domingo, 13 de março de 2011

Quaresma com menos Internet e sem «esbanjamento» da noite

«Sofrimentos» de uma «sociedade laica, pobre e desorientada» são sintomas de que «algo vai mal» em Portugal

Menos Internet, menos tempo diante dos computadores, menos despesas supérfluas e menos actividades nocturnas: estas são algumas das formas que os bispos da diocese de Vila Real propõem para viver o período penitencial da Quaresma.

Cada um é convidado a descobrir novos modos de rezar e de viver a renúncia, desde o uso exagerado da Net e dos computadores até ao esbanjamento de dinheiro e das horas da noite”, refere a ‘Mensagem para a Quaresma’ da diocese de Vila Real.
Falar da Quaresmaparece hoje desnecessário, tão grandes são as privações e os sofrimentos com que andamos esmagados”, assinala o texto intitulado ‘Assumir as dores e as esperanças da Sociedade’, que é assinado pelo bispo diocesano, D. Joaquim Gonçalves, e pelo prelado coadjutor, D. Amândio José Tomás.

Apesar da muita legislação, há cada vez mais estruturas que não funcionam, vizinhos que se desconhecem, casados que se agridem e se separam em número cada vez maior, pais que matam os filhos e filhos que matam os pais” e “empresas públicas que acumulam lucros enormes com bens indispensáveis aos cidadãos”, assinala o documento.

Os prelados constatam igualmente a existência de “milhares de abortos oficializados com despesas superiores a muitos subsídios familiares, mecanismos que afastam as pessoas em vez de as aproximar, legalização de casamentos que são estrutura de egoísmo”, além de “idosos abandonados e candidatos ao suicídio”.

Depois de sublinhar que “aqueles sofrimentos são sintomas de que algo vai mal” em Portugal, os bispos consideram que no quadro de uma “sociedade laica, pobre e desorientada” é preciso “tomar atitudes que afastem falsos progressos, falsas liberdades e falsos triunfos”.

No Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa, que decorre em 2011, a mensagem pede aos fiéis que ofereçam parte do seu tempo para ajudar a solucionar “muitos problemas sociais”, por exemplo através da visita a “doentes e idosos”.

Os bispos assinalam que “são ainda muitos os hábitos de raiz cristã” presentes na sociedade e lembram que os pais devem transmitir aos filhos os “clássicos caminhos quaresmais”, como “ouvir a palavra de Deus, rezar, jejuar e renunciar”, além da “oração diária”, “abstinência às sextas feiras” e “partilha de bens”.
In ecclesia

sábado, 12 de março de 2011

PROTESTO "GERAÇÃO À RASCA"

1. Numa manifestação que se queria que juntasse todos, vieram mesmo todos. Vieram aqueles que são o retrato fiel desta geração à rasca, vieram também os pais, as mulheres, os estudantes, até os anarquistas e o novo partido dos Animais. A adesão à manifestação ultrapassou largamente os números inicialmente previstos, com cerca de 300 mil pessoas em todo o país, disse à Lusa Paula Gil, da organização. Aqui

2. As caras e as  reivindicações de uma geração. Aqui

3. Veja aqui  fotos, vídeos e reportagem sobre a manifestação.

4. No mesmo dia, nove mil professores de vários níveis de ensino e de norte a sul do país encheram  a sala de espetáculos do Campo Pequeno para contestar a política do Governo e aprovar o reforço da greve às horas extraordinárias.

5. VAI O PAÍS DECIDIR-SE NA RUA?
O saldo desta semana lusa é que há um esgotamento crescente do modelo que nos tem dirigido.

O Presidente disse o que disse no Parlamento. O Povo mostrou o que mostrou na rua.

A país está saturado e, pior, sente-se abandonado.

E o poder, em resposta, serve-lhe não só a continuidade, mas também o agravamento da situação.

As manifestações que, hoje, foram realizadas deixam entrever uma mancha de desespero muito grande.

As pessoas estão cansadas do poder, mas também não se sentem estimuladas pela oposição.

É estranho que, enquanto representantes do país, os políticos não mostrem a preocupação devida na regeneração das ideias, dos projectos e das práticas.

A classe política parece bloqueada no compasso de espera que criou.

O Presidente alertou para os limites dos sacrifícios. O povo mostrou que já não suporta mais.

O Presidente apelou a um sobressalto cívico. O povo acaba de mostrar que está mais que sobressaltado.

E agora? Irá o centro da vida política deslocar-se do Parlamento para a rua?

Muita gente está a pensar em eleições. O problema é que, com ou sem eleições, a acção política não dá sinais de mudar.

E grave é pressentir que, mesmo com mudança, tudo pode continuar na mesma.

Daí talvez que ninguém queira dar o passo. O Presidente não demite o Governo. O Governo não se demite. A Oposição não derruba o Governo.

A rua pode tornar-se mesmo o palco que resta. Para já, é a voz do desespero. Pode ser que se transforme em gérmen de esperança.

Sê-lo-á se houver quem escute devidamente o que está a acontecer.

Não se pode ignorar o que se vê, ouve e lê.

Há que ter cuidado com a tentação de subestimar os protestos. Há comentadores que parecem meros áulicos de um sistema injusto.

Parecem mover-se bem nas águas pantanosas. E voltam-se contra quem sofre e, claro, protesta. E não falta até quem despreze.

Chamar deolindos a centenas de milhar de cidadãos é sinal de sobranceria. Mas pode ser também sintoma de miopia, para não dizer de cegueira.

Não querer ver o que se passa à nossa frente é perigoso.

É claro que este fenómeno não é homogéneo, mas é inquestionável que ele encerra uma profundidade muito forte.

De resto, todo o inconformismo deve ser lido com atenção.

As pessoas que se manifestam não querem que as sustentem. Querem que lhes dêem uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do país.

Com Bernhard Haering aprendi que o protesto pode ser um serviço, um ministério.

Ainda bem que o povo está desperto, alerta.

Há muita gente a passar mal. A fome é uma realidade presente e ameaça ser um vendaval num futuro muito próximo.

E, atenção, há muitos pobres que já nem à rua descem.

Pensemos nas pessoas. Deixemos os egoísmos partidários de lado.

Esta hora é grave. Precisamos de dirigentes à altura dos tempos.

Tê-los-emos?
Fonte: aqui

sexta-feira, 11 de março de 2011

NOVAS MEDIDAS DE AUSTERIDADE

Conheça todas as novas medidas propostas pelo Governo para baixar o défice orçamental. 

O Governo anunciou hoje novas medidas de austeridade. Corte nas pensões superiores a 1.500 euros, mudanças no mercado laboral e mais impostos são alguns exemplos. Saiba tudo sobre a nova vaga de austeridade em Portugal.

Veja AQUI:
 Ouça aqui  a reacção dos parceiros sociais.

O POVO QUER UMAS MEDIDAS, O GOVERNO TOMA OUTRAS

Sim, a população sabe perfeitamente que atravessamos uma profundíssima crise e não foge à necessidade de tomar medidas.
Mas será que os políticos ouvem o povo? Será que querem cavar ainda mais o fosso que separa a  classe política e a população?
Da minha parte, acho muito mais razoável a proposta da "Geração à rasca". Com sua proposta sintonizo perfeitamente:
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três Presidentes da República retirados;
2. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode;
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros?s e não são verificados como podem ser auditados?
6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821, etc...;
7. Redução drástica das Juntas de Freguesia.. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.
8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades;
9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;
10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...
11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;
12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc;
13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes
14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES....;
15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder...
16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;
17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.
18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP;
19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.
20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.
21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.
22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).
23. Assim e desta forma Sr. Ministro das Finanças recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado ;
24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privadas), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem"...;
25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;
26. Controlar a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise";
27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;
28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.
30. Pôr os Bancos a pagar impostos.