quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Vaticano: Papa descarta cenário de renúncia no imediato

Vaticano: Papa descarta cenário de renúncia no imediato: Francisco assume dor pela morte de Bento XVI, que evoca como um «pai» Cidade do Vaticano, 25 jan 2023 (Ecclesia) – O Papa rejeitou cenários de uma eventual renúncia ao pontificado, em breve, numa entrevista publicada hoje pela agência norte-americana ‘Associated Press’ (AP). “Estou bem de saúde. Para a minha idade, estou normal. Posso morrer […]

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A VIVER EM TENDAS

Não, não se trata de campismo. Nem mesmo se trata de banhistas na praia para se abrigarem do Sol.
Há dias, um canal de televisão mostrava aos telespectadores a realidade de alguns emigrantes a viver em tendas junto à Igreja de Arroios, tendo apenas o sustento de uma refeição diária. Não encontram trabalho, só promessas de trabalho... Depois, gastos os euros que trouxeram do país natal, resta-lhes a caridade alheia.
Hoje pode ler-se no Correio da Manhã: "Nunca pensei estar a viver na rua. Tenho frio e medo. É desumano." O desabafo é de Amélia Ferreira, de 66 anos, que vive com o filho, Daniel Tato, 41, numa tenda, na praia de Matosinhos, desde setembro."
Apenas dois casos entre tantos e tantos que nos chegam a cada passo.
Ah! Isto não são casos e casinhos. São situações HUMANAS que nos deviam envergonhar  como povo, como sociedade. Pelo nosso silêncio cúmplice e pela maneira apática como reagimos com os governantes. 
Perante situações de animais maltratados, as pessoas reagem e manifestam-se - e bem. Perante situações de pessoas em enorme sofrimento, em deprimente carência, ninguém se junta, ninguém se manifesta, ninguém reage - e muito mal!
Mesmo quando não é inimigo do homem, muitas vezes o homem também não é amigo do homem.
Há tempos, o presidente da República, falava aos emigrantes para virem viver e trabalhar para Portugal onde seriam bem acolhidos.
Já sabemos que Marcelo fala muito e nem sempre acerta. 
Vir para Portugal  para viver como vivem tantos emigrantes no Alentejo? Vir para Portugal para viver na rua, numas tendas, à esperea da caridade alheia e sem trabalho?
E ser português e viver numa tenda, numa praia, com medo e frio, só porque não há rendimentos para pagar uma renda???
Não, nunca nos habituemos a estas situação degradantes! Levantemos a voz, exijamos! Partilhemos!
Que saudades de D. Manuel Martins! Donde vem esta saudade? Talvez porque os nossos bispos  "metem a profecia na gaveta" e perderam o "pio" , não sendo voz nem vez de quem não tem voz nem vez!

sábado, 14 de janeiro de 2023

SE PARA UMA MISSA BASTA UM PADRE, PARA UM PADRE NÃO BASTARÁ UMA MISSA?

 Um artigo do Prof. João Paiva - leigo, pai de família - que fui convidado a ler e no qual me revejo inteiramente… Há mais de duas décadas que ando a defender isto, consciente de andar a pregar no deserto e ser alvo de chacota e maus olhados de muitas “santas beatas” e de apessoados “doutores da(s) fé(s)”. E acredito piamente que não há alternativa… Leiam e digam da vossa santa e caridosa justiça. (P. António Magalhães Sousa)

«A minha intenção é pegar em alguns olhares e experiências de Igreja e dar largas a uma certa reflexão crítica, partindo de uma realidade que é inequivocamente complexa e com alguns contornos desoladores. Partindo da figura do padre, acabarei por redundar em alguma projeção de eventual visão futura (ou futurista…) da vida eclesial. Faço notar que nesta fase da vida, sou espectador/ator de dinamismos paroquiais rurais. Mas admito que muito do que se tece aqui possa ser extrapolável para realidades mais urbanas e para outras culturas.
1 – Se para uma missa basta um padre, para um padre não bastará uma missa?
Já há muito tempo que reclamo junto dos meus amigos padres que seria melhor celebrarem uma missa por dia, porventura também ao domingo. Entendo que os padres “turbomisseiros”, embora certamente agindo por bem, alimentam e perpetuam uma realidade insustentável.
2- Então e as pessoas ficam sem missa ao domingo?
Se for preciso, sim… Mas será a resposta que cada comunidade der, em cada lugar, aldeia, capela, que vai determinar as possibilidades e, principalmente, o futuro possível dessa vida eclesial que, em muitos casos, convenhamos, aparenta e poderá mesmo ser definhante e deprimente, principalmente no que diz respeito ao não rejuvenescimento. Mas avanço desde já atenuantes num sentido muito prático, com algum caráter prospetivo:
a) celebrações de palavra presididas por leigos, se significarem solidez, preparação, envolvimento, renovação, fidelidade à Igreja, unidade com o pároco, etc. (pode não haver recursos humanos para tal).
b) dinamismos de ‘boleias’ bem organizados para que os fiéis (incluindo, obviamente, os mais carenciados e com problemas de mobilidade) possam deslocar-se às celebrações em centros da paróquia (então em menor número mas certamente mais participadas). Esta atividade de fazer com que quem queira, possa ir, é, em si própria, vida cristã.
c) celebrações com a presença do padre noutros dias da semana que não ao domingo, em alguns locais mais distantes do centro paroquial.
d) sinergias em maior escala (arciprestados, etc), que otimizem ainda mais todos estes processos
3- Isto não seria uma desvalorização do sacramento da Eucaristia?
Na versão otimista seria o contrário, sob o lema “menos e de mais qualidade”. Seria, antes de mais, o possível e realista. Mas, porventura, mais pré-preparado, mais solidário, mais confortável, menos “a correr”, em suma, mais qualificado…
4- Então e o padre – se celebrar menos missas – o que tem para fazer?
Aquilo que este tempo de Igreja e cultura lhe pedem: que seja um dinamizador pastoral, um garante da unidade com o Bispo e a Igreja no seu todo, mas não mais o executor de tudo e por quem tudo passa. Em particular, nas celebrações e em muito mais, alguém que, rezando menos missas (e porventura reduzindo igualmente outras rotinas de “serviço religioso” questionáveis) tem mais tempo e disponibilidade para:
a) ter ele próprio – padre – “qualidade de vida”, precisamente para poder descansar, rezar, formar-se, refletir com a comunidade sobre o presente e o futuro, ter a sua vida comunitária cristã, estar com as pessoas sem agenda de pressa, etc.
b) revitalizar a ligação da prática religiosa à vida e ao Evangelho, dando mais relevância a outras atividades não necessariamente sacramentais como a lectio divina com partilha de vida, meditação e outras práticas de silêncio, o acompanhamento espiritual, outras atividades de abertura à cultura e à sociedade, etc.
c) apoiar as comunidades nos desafios – agora mais auto-responsabilizantes e auto-protagonizantes por parte dos leigos – que uma vida cristã menos padrocêntrica pode implicar.
5- E com isto não vamos ter ainda menos gente nas Igrejas? E muitas pessoas não vão ficar tristes?
Teria de se ensaiar para ver mas, se sim, se as pessoas se afastarem mais, será uma purga razoável, diminuindo porventura o grau de consumismo religioso, fenómeno que, em si próprio, é já pouco cristão e sinal de insustentabilidade. A eventual tristeza de algumas pessoas poderá perceber-se mas não pode ser matéria suficiente para não discernir e não agir. Poderão ser criadas alternativas mas a realidade impõe-se e isso tem muita importância. Ignorá-lo é esconder a cabeça na areia e o “medo de magoar” não justifica deixar andar…
6- E muitas igrejas e capelas não ficarão desertas e sem atividade?
Poderá ser que sim e isso deve assumir-se, redesenhando-se o espaço sem nunca optar pela tentação do fechar e guardar. Convém, ao contrário, abrir e partilhar. Algumas sugestões avulso sendo que o padre, mais uma vez, nunca poderá ser o ator omniactuante mas apenas um proponente e depois um ajudador daquilo que a comunidade, nos limites das suas possibilidades e motivações, desejar:
a) criar um subespaço nas capelas mais confortável (aquecido no inverno!) e acolhedor, para dinamismos de pequenas comunidades cristãs (voltar um tanto às origens) que confrontam a sua vida em partilha e se interajudam no viver a fé, em confronto com a Palavra.
b) dispor bancos, cadeiras, altar, etc., de formas inovadoras (porventura mais circulares e onde as pessoas se veem e se horizontalizam à volta de uma fé essencial). Poderá tratar-se de uma certa redecoração intencional de interiores, não necessariamente dispendiosa. Este reinvenção espacial, aliás, poderia ser implementada independentemente dos espaços religiosos estarem mais vazios.
c) mantendo a autonomia de um espaço mais reservado e de silêncio (com o sacrário, nomeadamente) recriar outros espaços no mesmo espaço, que possam abrir a Igreja a outros serviços à comunidade, de índole artístico, cultural, social e inter-religioso. De alguma forma, recriar a coreografia do espaço sagrado a um formato mais flexível, coerente com a não rigidez que este tempo, como todos os tempos, pede aos cristãos.
7- E os outros sacramentos e manifestações religiosas?
Também elas terão que ter os seus ajustes realistas e paulatinamente, haver algum filtro sobre tudo aquilo que se costuma fazer, dando mais importância ao que é essencial e relevando e subtraindo a presença do padre ao que não é crucial. A título de exemplo, em termos pessoais, prefiro um padre que priorize funerais, mesmo à custa de centralizações e sinergias de batizados e casamentos. Prefiro um padre que se vá ausentando de algumas procissões e outras não essencialidades cristãs e tenha mais tempo para ouvir os membros da comunidade e/ou para visitar a casa de cada um… A gestão de tensões entre a continuidade e a rutura, será o discernimento maior do sacerdote…
Sei bem da ousadia e do quase simplismo que acarreta o exercício de colocar numa folha A4 um conjunto de itens que dizem respeito a uma realidade complexíssima e que traz consigo desafios gigantes. Mas reconheço, ao mesmo tempo, uma evidência clara de que as coisas não poderão ficar como estão, com todos e cada um de nós a sermos espectadores (discutíveis alimentadores?) de um dinamismo (ou falta dele) insustentável. O traço mais marcante das ideias acima tem por base uma convicção forte de que a religiosidade mais massificada tem um perigo enorme de se banalizar. Sem resignificação criativa, fazendo-se porque sempre se fez, o perigo de afastar a religião cristã de uma vida verdadeiramente afetada pelos critérios do Evangelho é muito real. A prática religiosa, incluindo os sacramentos, parecem em inúmeras situações nada ter a ver com a vida das pessoas. A “crise das igrejas vazias” é, neste sentido, uma enorme oportunidade de requalificação da religião. Pode, a partir daqui, operar-se um certo renascimento, capaz de oferecer uma resposta coerente e integrada de uma espiritualidade que, alimentando-se também de rituais, os encara, prepara e vive como graça que se fecunda em vida-vivida num tempo que, à luz da Fé, será sempre um “tempo favorável” (2 Cor 6, 2). O padre? É um cristão, livre e feliz, com um serviço particular, centrado em animar e caminhar com outros tantos caminhantes, que queiram caminhar neste Caminho…»
Através de "Aopro e Vida", aqui

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

O pato e o chefe

 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Política portuguesa em valsa louca


Ainda nem há um ano o governo tomou posse. Entretanto as saídas e entradas de governantes sucedem-se à velocidade da luz. Um espectáculo degradante. E isto num governo saído de uma maioria absoluta!
São casos e casinhos todos os dias. Um descrédito total desce, plúmbeo, sobre a vida política nacional.
Perante isto, que oferece a oposição? Os partidos à esquerda do governo, a cantilena de sempre. À direita, temos uma luta de galos pelo protogonismo político. Por exemplo, o maior partido da oposição que tem feito? "Ai, o seu presidente está em cima do governo como um leão!" - dirão alguns. Pois, mas para comentar os casos e casinhos, as muitas e diversas trabalhadas do governo, já temos os cafés e as redes sociais. Do maior partido da oposição espera-se muito mais do que o "deita-abaixo". Ideias, alternativas, estratégias, o diferente que atenda à situação real das pessoas. Uma ideia para Portugal, mesmo que polémica...
Quanto ao Presidente da República, ele não ajuda Portugal porque fala demais, a tempo e fora de tempo, sobre tudo e sobre coisa nenhum e diz o povo "quem muito fala...."
Além disso, porque está sempre a falar, torna os ouvidos dos cidadãos "malhadiços", isto é, não ligam.
Entretanto o Sistema Nacional de Saúde continua como qualquer utente sabe por experiência; a escola pública está ao rubro como as notícias sobre professores confirmam; o interior cada vez mais abandonado e despovoado; o investimento público e privado tarde em arrancar; a riqueza nacional que produzimos vai-nos atirando para a cauda da Europa; os jovens emigram ou ficam, sujeitando-se ao desempre e/ou a ordenados baixos; para muitos idosos, as reformam não chegam sequer para comer e para os medicamentos, etc, etc.
Que os governos não sirvam para resolver equilibrismos partidários, mas que busquem, com alma e com génio, o melhor para o Portugal de hoje e de amanhã. Que se investigue eficientemente o candidato a governante antes de entrar no governo para evitar a lástima a que temos estado sujeitos. Que a ligação aos cidadãos nunca seja quebrada ou abrandada; que a luta contra a corrupção, o compadrio e clientelismo seja franca e forte. Que, entre o filiado no partido e o competente, este passe sempre à frente.