quarta-feira, 31 de julho de 2013
Alguns dados interessantes sobre os Jovens que estão na JMJ do Rio, segundo um Inquérito realizado pelo Instituto Datafolha (1.279 participantes da JMJ, com uma margem de erro de 3%)
"- El 65 % de los jóvenes consultados defiende el uso de preservativos en las relaciones sexuales y el 55 % considera que el papa debe asumir esa posición.
- Frente a la píldora anticonceptiva, el 53 % aprueba su uso y el 44 % cree que el papa debería tener la misma postura.
En temas como la legalización del matrimonio entre personas del mismo sexo, sólo el 25 % apoya ese asunto y el 21 % es favorable a que el pontífice asuma esa defensa.
- En cuanto a la píldora del "día siguiente", que la Iglesia considera como abortiva, el 32 % la respalda y el 28 % dice que el pontífice debería adoptar esa posición.
- El 54 % rechaza que las mujeres accedan al sacerdocio y el 56 % piensa que esa debe ser la actitud del papa.
- El 64 % está a favor del celibato entre los sacerdotes y el 63 % cree que eso es lo que el pontífice debe defender, mientras que un 75 %, tanto para los propios entrevistados como para lo que según ellos debe sostener el papa, rechaza el aborto en cualquier circunstancia."
Comentário:
- Premissa: Os Jovens que vão às JMJ não são, na minha opinião, uma "amostra representativa" da Juventude Cristã, pois possuem um "status económico" acima da média, o que às vezes também lhes pode dar uma visão um bocadinho "cor de rosa" da Vida.
- Parece-me que os "Jovens do Papa" são mais liberais naquilo que lhe diz respeito a "eles próprios" - preservativo, pílola, etc. -, do que nas questões que dizem respeito a "terceiros", como seja o Celibato dos Padres...
- Interessante o facto de pouco mais de 50% se opor ao acesso da Mulher ao Sacerdócio.
- A "não-aceitação do aborto" deverá, na minha opinião, ser confrontada com a posição favorável ao uso de contraceptivos, sobretudo em Países como o Brasil, em que a esmagadora maioria da População não saberá sequer o que é "Planeamento familiar"... e existe uma elevada taxa de mortalidade infantil (que é tão criminosa, nas suas causas, como o aborto).
Os participantes das JMJ serão os Cristãos do Futuro. Ou a Igreja está consciente de como "eles/as pensam", ou o "divórcio" está garantido, mas cedo ou mais tarde.
Fonte: aqui
"Creio que Deus nos pede, neste momento, maior simplicidade"
- " Eu não sino medo"
- "Um jovem é essencialmente um inconformista"
- "Há gente que busca a exploração dos jovens"
- " O mundo atual caiu na feroz idolatria do dinheiro"
- A fome e a miséria não são notícia; mas as quedas na bolsa são tidas como catástrofes mundiais.
- As religiões encontrarem-se, todas, para trabalhar pelos demais.
VEJA ESTA EXTRAORDINÁRIA ENTREVISTA DO PAPA FRANCISCO À GLOBO.
AQUI
- "Um jovem é essencialmente um inconformista"
- "Há gente que busca a exploração dos jovens"
- " O mundo atual caiu na feroz idolatria do dinheiro"
- A fome e a miséria não são notícia; mas as quedas na bolsa são tidas como catástrofes mundiais.
- As religiões encontrarem-se, todas, para trabalhar pelos demais.
VEJA ESTA EXTRAORDINÁRIA ENTREVISTA DO PAPA FRANCISCO À GLOBO.
AQUI
terça-feira, 30 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
PORQUE É QUE ACONTECEM COISAS MÁS ÀS PESSOAS BOAS?
1. Por muito que nos esforcemos, é praticamente impossível desvendar porque é que acontecem coisas más às pessoas boas e porque é que acontecem coisas boas às pessoas más.
À partida, esperar-se-ia que o mal acontecesse aos maus e o bem acontecesse aos bons. Não é, contudo, isso o que se verifica.
2. O que mais nos intriga é verificar como, por vezes, tudo parece correr bem a quem é mau ao mesmo tempo que tudo parece correr mal a quem é bom. Porque é que o estudante compassivo e carinhoso não pode ser médico? E porque é que o cerebral e frio o pode ser só porque tem classificações altas?
3. Porque é que a pessoa discreta e simples nunca é reconhecida? E porque é que o arrogante é constantemente elogiado e exaltado? Porque é que aquele que segue (apenas e sempre) os ditames da sua consciência tem dificuldade em obter emprego e em avançar na carreira? E porque é que aquele que alinha em esquemas alcança tudo o que pretende?
4. Dá a impressão de que a fortuna, a riqueza, a saúde, o poder e a fama batem à porta de quem passa a vida a mentir, a prejudicar, a rumorar e a retaliar. Ao invés, a mesma impressão parece mostrar que a aflição, a doença, as dívidas, o prejuízo e a estagnação acompanham quem cumpre, quem é recto, quem nunca mente nem prejudica quem quer que seja.
5. Sabemos, por experiência própria, que a vida não é um mar de rosas. Nem isto, aliás, lhe retira encanto. Os espinhos de uma rosa não lhe subtraem beleza. Apenas lhe acrescentam perigosidade.
6. A vida é como as rosas. Ela é feita de dor, sangue, suor e lágrimas. Era melhor que nada disto nos incomodasse. Mas é quimérico presumir uma vida sem sofrimento. O que temos é de conseguir uma estratégia que nos permita ter uma relação pacificada com ele.
7. Apesar da habituação ao sofrimento, custa sofrer. Dói ver sofrer. Sobretudo quando deparamos com o sofrimento excruciante do inocente, do justo, da pessoa boa. Por muito que intentemos uma compreensão, a nossa sensibilidade não deixa de ficar abatida, perturbada.
8. Harold Kushner, com base num drama familiar, escreveu um livro com um título deveras apelativo: «Quando acontecem coisas más às pessoas boas». Há sempre um miríade de explicações possíveis, mas não há uma única que nos satisfaça. É que aquilo «de que as pessoas mais precisam — afirma Kushner — é de consolo, não de explicações».
9. E é bem verdade que, muitas vezes, «um abraço caloroso e alguns minutos de atenção e silêncio restabelecem mais o coração do que a mais informada dissertação»!
Fonte: aqui
2. O que mais nos intriga é verificar como, por vezes, tudo parece correr bem a quem é mau ao mesmo tempo que tudo parece correr mal a quem é bom. Porque é que o estudante compassivo e carinhoso não pode ser médico? E porque é que o cerebral e frio o pode ser só porque tem classificações altas?
3. Porque é que a pessoa discreta e simples nunca é reconhecida? E porque é que o arrogante é constantemente elogiado e exaltado? Porque é que aquele que segue (apenas e sempre) os ditames da sua consciência tem dificuldade em obter emprego e em avançar na carreira? E porque é que aquele que alinha em esquemas alcança tudo o que pretende?
4. Dá a impressão de que a fortuna, a riqueza, a saúde, o poder e a fama batem à porta de quem passa a vida a mentir, a prejudicar, a rumorar e a retaliar. Ao invés, a mesma impressão parece mostrar que a aflição, a doença, as dívidas, o prejuízo e a estagnação acompanham quem cumpre, quem é recto, quem nunca mente nem prejudica quem quer que seja.
5. Sabemos, por experiência própria, que a vida não é um mar de rosas. Nem isto, aliás, lhe retira encanto. Os espinhos de uma rosa não lhe subtraem beleza. Apenas lhe acrescentam perigosidade.
6. A vida é como as rosas. Ela é feita de dor, sangue, suor e lágrimas. Era melhor que nada disto nos incomodasse. Mas é quimérico presumir uma vida sem sofrimento. O que temos é de conseguir uma estratégia que nos permita ter uma relação pacificada com ele.
7. Apesar da habituação ao sofrimento, custa sofrer. Dói ver sofrer. Sobretudo quando deparamos com o sofrimento excruciante do inocente, do justo, da pessoa boa. Por muito que intentemos uma compreensão, a nossa sensibilidade não deixa de ficar abatida, perturbada.
8. Harold Kushner, com base num drama familiar, escreveu um livro com um título deveras apelativo: «Quando acontecem coisas más às pessoas boas». Há sempre um miríade de explicações possíveis, mas não há uma única que nos satisfaça. É que aquilo «de que as pessoas mais precisam — afirma Kushner — é de consolo, não de explicações».
9. E é bem verdade que, muitas vezes, «um abraço caloroso e alguns minutos de atenção e silêncio restabelecem mais o coração do que a mais informada dissertação»!
Fonte: aqui
Reunião Arciprestal
Decorreu na tarde deste domingo, no Salão da Paróquia de Gouviães, a reunião do Arciprestado Armamar -Tarouca, presidida pelo Arcipreste P.e Artur Mergulhão.
Presente em parte deste encontro esteve o leigo Alexandre Magno, representante eleito deste arciprestado no Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens. Com ele analisou-se o projeto "Avalanches" que o nosso Bispo quer lançar em toda a Diocese.
Falou-se das informações advindas do último Conselho de Arciprestes, de vários inquéritos que deverão ser preenchidos, do futuro Conselho Pastoral Arciprestal, sua implementação e organização.
Os presentes partilharam ainda as várias experiências com as "Escolas da Fé" e focaram-se outros assuntos relacionados com a dinâmica pastoral.
Antes de depois da reunião, realizaram-se momentos de oração.
Também mereceu enfoque a reflexão partilhada pelo Arcipreste sobre a 1ª Encíclica do Papa Francisco "Lumen Fidei".
Depois, os presentes partilharam na alegria, simplicidade e sã amizade uma refeição comum.
Presente em parte deste encontro esteve o leigo Alexandre Magno, representante eleito deste arciprestado no Departamento Diocesano da Pastoral de Jovens. Com ele analisou-se o projeto "Avalanches" que o nosso Bispo quer lançar em toda a Diocese.
Falou-se das informações advindas do último Conselho de Arciprestes, de vários inquéritos que deverão ser preenchidos, do futuro Conselho Pastoral Arciprestal, sua implementação e organização.
Os presentes partilharam ainda as várias experiências com as "Escolas da Fé" e focaram-se outros assuntos relacionados com a dinâmica pastoral.
Antes de depois da reunião, realizaram-se momentos de oração.
Também mereceu enfoque a reflexão partilhada pelo Arcipreste sobre a 1ª Encíclica do Papa Francisco "Lumen Fidei".
Depois, os presentes partilharam na alegria, simplicidade e sã amizade uma refeição comum.
domingo, 28 de julho de 2013
JMJ 2013: Papa quer jovens sem medo de testemunhar fé nas «periferias» da humanidade
O Papa Francisco encerrou hoje na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, a 28ª edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e convidou os participantes a anunciar a sua fé mesmo nas “periferias” da humanidade.
“Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente”, disse, na homilia da missa do envio, a que preside, que segundo as autoridades locais reuniu cerca de 3 milhões de pessoas.
Francisco sublinhou que “o Evangelho é para todos e não apenas para alguns”, pelo que o testemunho dos católicos não tem “fronteiras”.
“Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas”, precisou, em português.
Como habitualmente, o Papa organizou a sua intervenção, com passagens em castelhano, à volta de três ideias centrais - “Ide, sem medo, para servir” –, numa reflexão da dimensão missionária de um evento como a JMJ.
Segundo Francisco, a experiência deste encontro “não pode ficar trancada na vida de cada um ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade”.
""Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus", precisou.
Partilhar a experiência da fé, acrescentou, é “uma ordem” que não nasce da vontade de domínio ou de poder, mas “da força do amor”.
A homilia do primeiro Papa latino-americano da história da Igreja deixou uma palavra especial para os jovens da região.
“A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que os caraterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas 19 anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem”, declarou.
Francisco pediu que os jovens católicos “não tenham medo” de anunciar Cristo, para que sintam a companhia de toda a Igreja nesta missão e, particularmente, dos sacerdotes.
""Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos", observou.
O Papa defendeu que a vida de um católico deve ser “uma vida de serviço” aos outros e desafiou os presentes a “levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência, para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio, para construir um mundo novo”.
“Queridos jovens, Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês”, assegurou, no ato conclusivo desta edição internacional da JMJ, que se iniciou na terça-feira, reunindo jovens de quase 180 países, incluindo mais de 500 portugueses.
Após a homilia, os presentes rezaram pelas 79 vítimas mortais, seus familiares e os feridos do acidente de comboio de Santiago de Compostela, Espanha, bem como pelos jovens atingidos por "diversas formas de guerra e violência".
No momento da apresentação das ofertas ao altar esteve junto a Francisco um casal brasileiro com uma filha afetada por uma malformação fetal do cérebro.
Segundo a Rádio Vaticano, a família foi apresentada ao Papa no sábado, à saída da Catedral do Rio de Janeiro, e o próprio convidou-os a participar na cerimónia, como reconhecimento pública pela sua decisão de não terem optado pelo aborto.
Agência ecclesia
sábado, 27 de julho de 2013
Francisco fala aos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas e na Igreja
Papa pediu respostas aos problemas da droga, violência, fome e racismo
O Papa Francisco falou hoje na cidade brasileira do Rio de Janeiro aos jovens que se afastaram da Igreja e protestam contra os políticos, pedindo soluções para problemas como a droga, violência, fome ou o racismo.
“Jesus está junto de tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e mesmo em Deus, pela incoerência dos cristãos e dos ministros do Evangelho”, disse o Papa, no final da via-sacra a que presidiu na Praia de Copacabana, perante centenas de milhares de participantes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
“Quanto fazem sofrer Jesus as nossas incoerências”, lamentou. A intervenção recordou as “vítimas da violência” e as pessoas que passam fome “num mundo que todos os dias se dá ao luxo de deitar fora toneladas de comida”. “Jesus une-se a quem é perseguido pela religião, pelas suas ideias, ou simplesmente pela cor da pele”, acrescentou Francisco, após lembrar as “famílias que passam por dificuldades, que choram a perda dos seus filhos". Neste contexto, o Papa pediu um momento de oração pelos jovens vítimas da tragédia na cidade de Santa Maria, Brasil, onde um incêndio provocou 242 mortes a 27 de janeiro deste ano. Francisco recordou também os pais e mães que sofrem ao ver os seus filhos "vítimas de paraísos artificiais como a droga”. “Jesus com a sua cruz atravessa as nossas ruas e carrega os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”, acrescentou, alternando entre o português e o espanhol. Segundo o Papa, a experiência da cruz de Jesus toca “os mais variados mundos da existência humana” e as “situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. “Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida”, referiu. Francisco apelou à confiança na “certeza do amor inabalável de Deus”, à luz do qual “o sofrimento e a morte não têm a última palavra”. “A Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto”, observou. O Papa evocou a chegada dos portugueses ao Brasil e disse que “a Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro”. “Queridos jovens, levamos as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a cruz de Cristo; encontraremos um coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor”, concluiu. As 14 estações da via-sacra foram encenadas na Avenida Atlântica, ao longo de cerca de um quilómetro, até ao palco onde se encontrava o Papa. Cada momento evocativo do julgamento e execução de Jesus foi representado por atores e voluntários, com referências aos sofrimentos e questões existências dos jovens de hoje. Agência ecclesia VEJA aqui a Via-Sacra e a mensagem do Papa. Vale a pena. |
sexta-feira, 26 de julho de 2013
AOS MEUS AVÓS
Neste Dia Mundial dos Avós, evoco com saudade a memória dos meus avós maternos, Agostinho e Elisa, e dos meus avós paternos, Justino e Gracinda. Todos partiram já para o Pai.
Tanto do lado paterno como do materno, eu era o neto mais velho. Por isso, não é de estranhar uma ligação especial aos meus avós.
O avô Agostinho e o avô Justino partiram deste mundo quando eu tinha apenas sete anitos, ambos no mesmo mês de Setembro. A avó Elisa e a avó Gracinda faleceram já bem perto da casa dos noventa anos.
Tinha uma particular ligação ao meu avô Agostinho, um pessoa excepcional em todos os aspectos. Se na vida há referências - elas existem realmente - meu avô tem sido uma delas. Forte. Bonita. Estimulante. O avô Agostinho era fumador e caçador (diria melhor, passeador de arma). Fazia da caça acima de tudo um momento de convívio com os seus amigos. Nos últimos anos de vida, em virtude de alguns problemas de saúde, não trabalhava por aí além, mas dirigia os trabalhos com a mestria com que sempre o fez. Por isso, tinha mais tempo para mim que era seu companheirito permanente. A sua afabilidade, o bom humor, o gosto com que me ensinava os ninhos e me falava dos pássaros, a sua postura justa e pacífica marcaram-me. Acima de tudo, num tempo de imensa pobreza, meu avô revelava-se um uma pessoa com imensa sensibilidade para, no contexto do tempo, socorrer quem precisava. Sempre com uma regra: discrição. Como recordo a quinta-feira, dia de feira em Lamego! Ele ia sempre à feira. Fazia parte dos seus rituais. Montado na sua égua, que praticamente nada mais fazia do que transportá-lo à cidade em cada dia de feira, era esperado por mim com enorme alegria, pois trazia-me sempre um "trigo"e como me sabia a manjar aquela carcaça! Broa de milho havia, mas trigo!... Só quando o avô mo trazia...
A Avó Elisa era diferente. Sem grande sensibilidade para a pobreza, era escrupulosamente zeladora do que era seu, sem nunca se apoderar de algo que a outros pertencesse, nem que fosse uma castanha! Era uma mulher, como então se dizia, para a vida. Inteligente, de larga visão, persistente, trabalhadora, perspicaz. Nunca andou na escola, entretanto lia maravilhosamente desde que o escrito estivesse em letra de máquina. Por isso, conhecia a Bíblia praticamente de cor, tantas as vezes que a lera.
Meu avô Justino era um coração de ouro, embora um bocado berrelas, facto que a uma criança não caía no goto. Mas avaliando agora, com a distância do tempo, os seus gestos e atitudes, concluo que era um homem fantástico. É que as aparências enganam tanta vez! Como era uma figura franzina e gostava de conviver - aliás a sua condição de feirante exigia estar perto das pessoas - bastava um copito para ficar mais animado. Bêbado nunca. Dava-se às mil maravilhas com minha avô, mas ela, quando o via assim, passava-se.
Como já referi, a miséria era imensa nesses tempos. Não havia nem reformas nem abonos de família. Os pobres estavam entregues à sua sorte e à caridade alheia. Ainda me recordo ele dizer para minha avó: "Faz aí um pote de boa sopa e à noite vamos levá-la àqueles miseráveis que também são filhos de Deus." Á noite... Quem ajudava fazia-o sem dar nas vistas, para não expor ainda mais a miséria de quem precisava.
A avô Gracinda era uma maravilha! Nada tinha de seu, porque gostava de partilhar com outros. Muito determinada e corajosa, era muito meiga, carinhosa e divertida. Por motivos de saúde, veio morar connosco e connosco esteve cerca de 30 anos. Logo que melhorou, assumiu-se como a dona de casa, até porque minha mãe sempre se sentiu melhor nas tarefas do campo.
Recordo com imensa saudade os momentos felizes e de sã e boa disposição que com ela passámos. Nos dias cálidos de Verão, muitas vezes à noite, após o trabalho, eu, meus dois irmãos e o empregado vestíamos uns calções e íamos até ao tanque da quinta para nos refrescarmos. Minha avó ficava em pulgas: "Ai meu Deus! Ainda se afogam estes malandros!"
Como tínhamos outros terrenos longe da quinta, acontecia que uma vez ou outra íamos para lá trabalhar e minha avó ficava sozinha. Ora aconteceu que numa dessas vezes, também ela atormentada pela canícula, meteu a cabeça no tanque para se refrescar. O que lhe havia de acontecer! À noite, encontrámo-la muito murcha, com o lenço muito atado à cabeça. Porque estava meu pai, ela não deu explicações. "Dói-me a cabeça, pronto!" Mas no dia seguinte, estando apenas os netos, lá explicou: " Como vos via ir tanto para o tanque e chegáveis sempre bem-dispostos a casa, pensei: 'Afinal meter-se na água do tanque é capaz de fazer bem!' E meti lá a cabeça. Oh! Trabalhos da minha vida! A minha cabeça parece os "zé-pereiras! tum-tum-tum,tum! Credo! Parece uma trovoada pegada! Não dormi nadinha durante a noite... E o pior é que não se me passa!"
Na ausência de meu pai, este episódio deu pano para mangas durante muito tempo. As gargalhadas que soltámos e a festa que fizemos com a cena! Muitas vezes, também durante o Verão, meu pai lhe dizia: "Mãe, sente-se à sombra, não ande ao calor. Sente-se e reze o terço!" - Olha, reza-o tu! Se rezo muito, seca-se-me a boca! - respondia ela com o ar mais convicto do mundo.
Uma maravilha, os meus avós. Como lhes estou grato!
Senhor, por bondade, acolhe-os na eterne bem-aventurança!
O avô Agostinho e o avô Justino partiram deste mundo quando eu tinha apenas sete anitos, ambos no mesmo mês de Setembro. A avó Elisa e a avó Gracinda faleceram já bem perto da casa dos noventa anos.
Tinha uma particular ligação ao meu avô Agostinho, um pessoa excepcional em todos os aspectos. Se na vida há referências - elas existem realmente - meu avô tem sido uma delas. Forte. Bonita. Estimulante. O avô Agostinho era fumador e caçador (diria melhor, passeador de arma). Fazia da caça acima de tudo um momento de convívio com os seus amigos. Nos últimos anos de vida, em virtude de alguns problemas de saúde, não trabalhava por aí além, mas dirigia os trabalhos com a mestria com que sempre o fez. Por isso, tinha mais tempo para mim que era seu companheirito permanente. A sua afabilidade, o bom humor, o gosto com que me ensinava os ninhos e me falava dos pássaros, a sua postura justa e pacífica marcaram-me. Acima de tudo, num tempo de imensa pobreza, meu avô revelava-se um uma pessoa com imensa sensibilidade para, no contexto do tempo, socorrer quem precisava. Sempre com uma regra: discrição. Como recordo a quinta-feira, dia de feira em Lamego! Ele ia sempre à feira. Fazia parte dos seus rituais. Montado na sua égua, que praticamente nada mais fazia do que transportá-lo à cidade em cada dia de feira, era esperado por mim com enorme alegria, pois trazia-me sempre um "trigo"e como me sabia a manjar aquela carcaça! Broa de milho havia, mas trigo!... Só quando o avô mo trazia...
A Avó Elisa era diferente. Sem grande sensibilidade para a pobreza, era escrupulosamente zeladora do que era seu, sem nunca se apoderar de algo que a outros pertencesse, nem que fosse uma castanha! Era uma mulher, como então se dizia, para a vida. Inteligente, de larga visão, persistente, trabalhadora, perspicaz. Nunca andou na escola, entretanto lia maravilhosamente desde que o escrito estivesse em letra de máquina. Por isso, conhecia a Bíblia praticamente de cor, tantas as vezes que a lera.
Meu avô Justino era um coração de ouro, embora um bocado berrelas, facto que a uma criança não caía no goto. Mas avaliando agora, com a distância do tempo, os seus gestos e atitudes, concluo que era um homem fantástico. É que as aparências enganam tanta vez! Como era uma figura franzina e gostava de conviver - aliás a sua condição de feirante exigia estar perto das pessoas - bastava um copito para ficar mais animado. Bêbado nunca. Dava-se às mil maravilhas com minha avô, mas ela, quando o via assim, passava-se.
Como já referi, a miséria era imensa nesses tempos. Não havia nem reformas nem abonos de família. Os pobres estavam entregues à sua sorte e à caridade alheia. Ainda me recordo ele dizer para minha avó: "Faz aí um pote de boa sopa e à noite vamos levá-la àqueles miseráveis que também são filhos de Deus." Á noite... Quem ajudava fazia-o sem dar nas vistas, para não expor ainda mais a miséria de quem precisava.
A avô Gracinda era uma maravilha! Nada tinha de seu, porque gostava de partilhar com outros. Muito determinada e corajosa, era muito meiga, carinhosa e divertida. Por motivos de saúde, veio morar connosco e connosco esteve cerca de 30 anos. Logo que melhorou, assumiu-se como a dona de casa, até porque minha mãe sempre se sentiu melhor nas tarefas do campo.
Recordo com imensa saudade os momentos felizes e de sã e boa disposição que com ela passámos. Nos dias cálidos de Verão, muitas vezes à noite, após o trabalho, eu, meus dois irmãos e o empregado vestíamos uns calções e íamos até ao tanque da quinta para nos refrescarmos. Minha avó ficava em pulgas: "Ai meu Deus! Ainda se afogam estes malandros!"
Como tínhamos outros terrenos longe da quinta, acontecia que uma vez ou outra íamos para lá trabalhar e minha avó ficava sozinha. Ora aconteceu que numa dessas vezes, também ela atormentada pela canícula, meteu a cabeça no tanque para se refrescar. O que lhe havia de acontecer! À noite, encontrámo-la muito murcha, com o lenço muito atado à cabeça. Porque estava meu pai, ela não deu explicações. "Dói-me a cabeça, pronto!" Mas no dia seguinte, estando apenas os netos, lá explicou: " Como vos via ir tanto para o tanque e chegáveis sempre bem-dispostos a casa, pensei: 'Afinal meter-se na água do tanque é capaz de fazer bem!' E meti lá a cabeça. Oh! Trabalhos da minha vida! A minha cabeça parece os "zé-pereiras! tum-tum-tum,tum! Credo! Parece uma trovoada pegada! Não dormi nadinha durante a noite... E o pior é que não se me passa!"
Na ausência de meu pai, este episódio deu pano para mangas durante muito tempo. As gargalhadas que soltámos e a festa que fizemos com a cena! Muitas vezes, também durante o Verão, meu pai lhe dizia: "Mãe, sente-se à sombra, não ande ao calor. Sente-se e reze o terço!" - Olha, reza-o tu! Se rezo muito, seca-se-me a boca! - respondia ela com o ar mais convicto do mundo.
Uma maravilha, os meus avós. Como lhes estou grato!
Senhor, por bondade, acolhe-os na eterne bem-aventurança!
quinta-feira, 25 de julho de 2013
JMJ 2013: Papa saúda centenas de milhares de jovens em «festa da fé»
O Papa está a participar na cerimónia de boas-vindas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013, na Praia de Copacabana, que classificou como uma “festa da fé”, com jovens de mais de 175 países.
“Hoje, vim para os confirmar nesta fé, a fé no Cristo Vivo que mora dentro de vós; mas vim também para ser confirmado pelo entusiasmo da vossa fé”, declarou, perante centenas de milhares de pessoas, afirmando que não quer que a sua fé “seja triste”.
Francisco deixou agradecimentos a autoridades nacionais, estaduais e locais, além de outros envolvidos, que permitiram concretizar um “momento único de celebração da unidade, da fé e da fraternidade”.
“Bem-vindos a esta festa da fé! Em várias partes do mundo, neste mesmo instante, muitos jovens estão reunidos para viver juntos este momento: sintamo-nos unidos uns com os outros, na alegria, na amizade, na fé”, declarou, alternando entre português e espanhol.
O encontro contou com um momento de silêncio em memória de uma peregrina de França, Sophie Morinière, que morreu antes de chegar ao Rio, num acidente de autocarro.
Francisco evocou a primeira JMJ realizada a nível internacional, que aconteceu em 1987 na cidade natal do Papa, Buenos Aires.
Este ano, a jornada volta, pela segunda vez, à América Latina, em resposta ao convite de Bento XVI, a quem o Papa enviou um “forte abraço”, lembrando que esteve em conversa com o seu predecessor antes de ir ao Rio de Janeiro.
Apesar das distâncias, precisou todos estavam ali juntos, “unidos para partilhar a fé e a alegria do encontro com Cristo, de ser seus discípulos”.
“Nesta semana, o Rio torna-se o centro da Igreja, o seu coração vivo e jovem”, destacou.
O Papa elogiou o "testemunho de fé" dos ‘cariocas’, apesar do "frio e da chuva".
"O meu coração enche-se de alegria", acrescentou, antes de convidar os jovens a renovar o seu “compromisso de cristãos”.
O Papa assistiu antes a uma introdução musical, antes de ser cumprimentado pelo arcebispo do Rio, D. Orani Tempesta, e acompanhar a apresentação multimédia ‘Rio de Fé’, em que 150 intervenientes reproduziram artisticamente o quotidiano da ‘cidade maravilhosa’, com referências ao samba, e apresentaram simbolicamente a fé do povo brasileiro.
A celebração começou com um percurso em papamóvel por entre a multidão desde o forte de Nossa Senhora de Copacabana, onde Francisco chegou em helicóptero e foi recebido com aplausos e gritos dos peregrinos, acenando para a multidão, desde o papamóvel, tendo mesmo bebido ‘chimarrão’ (mate) que lhe foi oferecido por um dos presentes.
“Irmãos e amigos, bem-vindos à vigésima oitava Jornada Mundial da Juventude, nesta cidade maravilhosa do Rio de Janeiro”, concluiu.
No final do ato, cinco jovens representantes todos os continentes saudaram a chegada de Francisco à JMJ Rio 2013 e foi evocada a primeira missa celebrada por portugueses no Brasil, em 1500, seguindo-se um momento musical, com a presença da cantora Fafá de Belém
Ao momento artístico segue-se uma celebração litúrgica, com a entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida, leituras da Bíblia, preces em várias línguas e a recitação do Pai-Nosso.
Agência ecclesia
JMJ 2013: Bispo de Lamego diz que iniciativa desafia à mudança de lugar e de modo
O bispo de Lamego considera que a 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre até domingo no Rio de Janeiro, é “extremamente importante” e deve motivar uma mudança de atitude.
D. António Couto sublinha à Agência ECCLESIA que a juventude é a única moda que nunca acaba e que a Igreja Católica tem de estar “preocupada” e atenta ao mundo dos jovens para “aprender” a sua linguagem e poder relacionar-se com eles.
O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização deixa um alerta: “Quando não entendo a linguagem do meu irmão não o consigo entender”.
A JMJ pode ser uma articulação nova entre a Igreja e os jovens num momento em que a juventude “parece escorregar para outros mundos”.
A Igreja precisa de os acolher e levar a “palavra apaixonante que cativa sempre” de Jesus para criar uma “grande” e “bela fraternidade” de “filhos de Deus” porque o “imenso continente jovem” é composto por pessoas com sonhos, angústias, dificuldades.
Para D. António Couto, o tema da 28ª JMJ - “Ide e fazei discípulos de todos os povos” - é “belo” e motiva à mudança de lugar e de modo, de interesses e projetos pessoais para que exista uma partilha de mundos.
“O Papa Francisco tem falado muitas vezes que a Igreja tem de sair de si, não ficar debruçada sobre o seu umbigo, mas sair de si e ir até às periferias existenciais e até junto dos pobres, das pessoas que precisam do nosso afeto”, precisou.
O bispo de Lamego explica que é a “mudança de comportamentos” com um “coração, pés, olhos e cabeças novos”, diferentes, para haver o encontro com os irmãos.
E, é esta mudança que “tem de afetar, no bom sentido, e infetar” também os participantes portugueses e que regressem da JMJ “marcados” pelo Evangelho porque “o Evangelho é ir”: “Se nós não ganharmos paixão por Cristo e pelo seu Evangelho dificilmente conseguimos mudar a nossa vida que é a primeira coisa a mudar”.
E, neste encontro com a juventude, “que é sempre contagiante”, D. António Couto considera que a Igreja “poderá” ganhar novas “perspetivas e prospetivas” para observar o futuro com “olhos diferentes”, com os “olhos dos jovens”:
O Papa, na chegada ao Rio de Janeiro, apresentou-se despojado de bens materiais, sem ouro mas com o bem mais precioso, Jesus Cristo e esta “linguagem” de “missionário” e não de “funcionário” é comum no discurso de Francisco.
“É assim que deve ir sempre um missionário e enviado de Jesus Cristo, mais pobre que aqueles a quem é enviado, o missionário nunca deve ser mais rico, deve ser mais pobre, espiritualmente, materialmente, em todos os sentidos”, como Francisco de Assis, considera D. António Couto.
Agência ecclesia
D. António Couto sublinha à Agência ECCLESIA que a juventude é a única moda que nunca acaba e que a Igreja Católica tem de estar “preocupada” e atenta ao mundo dos jovens para “aprender” a sua linguagem e poder relacionar-se com eles.
O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização deixa um alerta: “Quando não entendo a linguagem do meu irmão não o consigo entender”.
A JMJ pode ser uma articulação nova entre a Igreja e os jovens num momento em que a juventude “parece escorregar para outros mundos”.
A Igreja precisa de os acolher e levar a “palavra apaixonante que cativa sempre” de Jesus para criar uma “grande” e “bela fraternidade” de “filhos de Deus” porque o “imenso continente jovem” é composto por pessoas com sonhos, angústias, dificuldades.
Para D. António Couto, o tema da 28ª JMJ - “Ide e fazei discípulos de todos os povos” - é “belo” e motiva à mudança de lugar e de modo, de interesses e projetos pessoais para que exista uma partilha de mundos.
“O Papa Francisco tem falado muitas vezes que a Igreja tem de sair de si, não ficar debruçada sobre o seu umbigo, mas sair de si e ir até às periferias existenciais e até junto dos pobres, das pessoas que precisam do nosso afeto”, precisou.
O bispo de Lamego explica que é a “mudança de comportamentos” com um “coração, pés, olhos e cabeças novos”, diferentes, para haver o encontro com os irmãos.
E, é esta mudança que “tem de afetar, no bom sentido, e infetar” também os participantes portugueses e que regressem da JMJ “marcados” pelo Evangelho porque “o Evangelho é ir”: “Se nós não ganharmos paixão por Cristo e pelo seu Evangelho dificilmente conseguimos mudar a nossa vida que é a primeira coisa a mudar”.
E, neste encontro com a juventude, “que é sempre contagiante”, D. António Couto considera que a Igreja “poderá” ganhar novas “perspetivas e prospetivas” para observar o futuro com “olhos diferentes”, com os “olhos dos jovens”:
O Papa, na chegada ao Rio de Janeiro, apresentou-se despojado de bens materiais, sem ouro mas com o bem mais precioso, Jesus Cristo e esta “linguagem” de “missionário” e não de “funcionário” é comum no discurso de Francisco.
“É assim que deve ir sempre um missionário e enviado de Jesus Cristo, mais pobre que aqueles a quem é enviado, o missionário nunca deve ser mais rico, deve ser mais pobre, espiritualmente, materialmente, em todos os sentidos”, como Francisco de Assis, considera D. António Couto.
Agência ecclesia
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Em 26 de Julho : DIA DOS AVÓS
A 26 de julho comemora-se o Dia dos Avós, por este ser o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.
Este Dia celebra-se desde há alguns anos e é provável que a publicidade o aproveite para mais uma campanha comercial. Isso será também uma forma de o divulgar e de interessar as pessoas na sua celebração. É bom também que as Comunidades Cristãs o aproveitem para falar no dever de os novos tratarem bem os seus idosos. Celebrar, condignamente, este dia, é uma das formas de prestar homenagem e render o preito de consideração a essas pessoas que são pais duas vezes, como diz o povo e muito bem.
Com que carinhos, com que devoção, com que amor paternal eles acompanham os seus netinhos. Que desvelos e com que cuidados os avós rodeiam os seus descendentes mais novos. De facto, entre avós e netos cria-se uma relação profunda que é benéfica para a união de todos os descendentes.
Por outro lado os avós podem ter um papel importante na formação e na estrutura moral e cívica dos seus netinhos. A muitos são os avós que os ensinam a rezar!
O governo da China impôs aos chineses a obrigação de prestar mais atenção a seus pais idosos, que deverão ser visitados frequentemente, segundo uma nova legislação que entrou em vigor no princípio de julho. "Os filhos e os responsáveis dos idosos não podem abandonar a sua responsabilidade de sustentá-los", diz a nova legislação.
É uma pena que tenham de ser as leis a obrigar os filhos a visitar e amparar os pais idosos!
Fonte: aqui
terça-feira, 23 de julho de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Elogios públicos, reprimendas privadas
Ouvi-o a um empresário, que se está aguentar bem, mesmo no contexto da grande crise que o país atravessa.
Dizia ele que, quando achava justo elogiar um colaborador seu, o fazia publicamente, diante de todos. Mas quando tinha que chamar alguém à atenção, sempre o fazia em privado, dominando o impulso para "descarregar logo no momento.
Saber acolher é também isto: dizer o que se tem a dizer na hora certa e de forma assertiva. Não é diante de todos e quando estamos com os nervos em franja. Não é fugir à verdade, mas dizer a verdade com caridade.
Se na família, no trabalho, com os vizinhos, no grupo e na comunidade, as pessoas soubessem escolher o momento certo, a forma correta e o local certo para dizer as coisas, quantos amuos, revoltas, indisposições, maus ambientes humanos, intrigas não seriam evitados!?
Boa semana.
Elogie publicamente quando o achar justo. Se tiver que fazer alguma correção, faça-o na hora certa, no local certo e de forma correta.
Evite pronunciar-se quando está com os nervos em franja. Nessa altura, certamente dirá o que não quer e da forma que menos quer.
Dizia ele que, quando achava justo elogiar um colaborador seu, o fazia publicamente, diante de todos. Mas quando tinha que chamar alguém à atenção, sempre o fazia em privado, dominando o impulso para "descarregar logo no momento.
Saber acolher é também isto: dizer o que se tem a dizer na hora certa e de forma assertiva. Não é diante de todos e quando estamos com os nervos em franja. Não é fugir à verdade, mas dizer a verdade com caridade.
Se na família, no trabalho, com os vizinhos, no grupo e na comunidade, as pessoas soubessem escolher o momento certo, a forma correta e o local certo para dizer as coisas, quantos amuos, revoltas, indisposições, maus ambientes humanos, intrigas não seriam evitados!?
Boa semana.
Elogie publicamente quando o achar justo. Se tiver que fazer alguma correção, faça-o na hora certa, no local certo e de forma correta.
Evite pronunciar-se quando está com os nervos em franja. Nessa altura, certamente dirá o que não quer e da forma que menos quer.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
À MESA DO CAFÉ: FÉRIAS
– O senhor Antunes este ano não vai passar uns dias de
férias? Pode ir descansado que eu rego-lhe o
quintal e trato-lhe dos galinácios que tem na capoeira…
– Eu sei, Artur, que posso confiar em ti, como se confia num filho…
– Ou mais, senhor Antunes! Olhe que há por aí muitos
filhos que não estimam os pais como eu estimo o senhor Antunes! Nem
sombras disso! E olhe que, apesar de vivermos numa terra de
bons costumes, há bem quem seja capaz de ir passar umas boas férias à
praia, deixando os pais, idosos e doentes, entregues a si mesmos. E
alguns, como vossemecê sabe, já nem têm tino para tomarem a medicação a
tempo e horas. O Francisco, por exemplo, teve a coragem de me vir pedir
para, durante quinze dias em que vai com a mulher para o estrangeiro,
passar por casa do velhote, ao menos dia sim dia não, para ver se ele
tomava o leite com os flocos que lhe deixava no armário. O Tio Zé já
mal se pode movimentar…
– E tu vais passar por lá todos os dias, Artur!
– A minha mulher tem ido lá todas as manhãs dar-lhe a comida
e ver se ele toma os remédios. Mas eu não era capaz de deixar assim um
familiar chegado e ir por esse mundo fora. Eu e muitos mais! Ainda um
dia destes fui ao nosso grande amigo doutor Heitor, para ele me passar
uma receita para umas dores que me apareceram aqui no músculo da perna
direita, e perguntei-lhe por férias, na intenção de o convidar a passar
cá pela terra e, se fosse possível, até participar naquele convívio
para que está destinado o galo maior que vossemecê traz na capoeira.
– E ele?
– Talvez possa passar um dia! Mas férias nem pensar
nisso, porque tem um familiar chegado praticamente dependente, e não põe
a hipótese sequer de o deixar a uma pessoa expressamente contratada
para cuidar dele.
– Eu também não sei se posso ir uma semanita com o
meu afilhado Miguel. Não me está a apetecer muito este ano sair daqui,
até porque não me falta cá coisa nenhuma. Sombra, não a agarro igual em
lado nenhum! Água fresca é o que tu sabes: a bica corre aí todo o ano,
mais pura e cristalina que a de algumas termas. Comida também não
encontro mais saudável em parte nenhuma do mundo…
– Sempre é bom a gente dar uma volta para visitar
familiares e amigos. E até por motivos culturais. Eu não, que sou um
matarroano que não sabe distinguir uma igreja barroca dum templo
românico. Mas o senhor Antunes, tal como o Eduardo, que são homens lidos e
cultos, fazem muito bem em visitar, por exemplo, algumas das nossas
aldeias históricas. O Eduardo disse-me, duma vez, que era capaz de
andar um cento de quilómetros só para apreciar um pelourinho de estilo
manuelino, ou coisa no género. Esse não passa sem ir a Trás-os-Montes,
ao Douro ou ao Alentejo para ver se o património construído está bem
conservado, se não houve nenhum atentado contra algum monumento
histórico.
– Eu também gosto de fazer turismo desse género,
Artur! Mas as pernas já me começam a faltar para ir a certos locais
mais inóspitos…e depois estou sempre dependente ou do meu afilhado
Miguel ou de alguém que me garanta o transporte. Porque em matéria de
transportes, se exceptuarmos, a linha litoral que vai de Lisboa ao
Porto, um homem passa um verdadeiro martírio. Se, por exemplo, tu
quiseres ir Vila Viçosa visitar a Padroeira de Portugal, utilizando os transportes públicos, não sei se
conseguirás chegar lá em dois dias…
– Há outros lugares tanto ou mais atraentes e muito
mais próximos de nós, senhor Antunes! Por vezes pensamos que os lugares
bonitos e os monumentos significativos estão lá para o norte ou lá para o
sul…e vamos por aí fora, andar quilómetros e quilómetros, para fazermos
um piquenique numa barragem qualquer, quando aqui, quase à nossa porta,
temos algumas das albufeiras mais bonitas do país. Podia já citar-lhe
duas ou três de cor, sem sair dos vales do Barosa e do Távora. E museus? Temos alguns bem interessantes em Lamego e Viseu, que
nunca foram visitados pelos habitantes dessas cidades e seus arredores. E
igrejas? Até a nossa merece uma visita, por exemplo, por causa do seu estilo românico-gótico
e das suas talhas douradas que precisavam de algum restauro, mas, mesmo
assim, vale a pena. É um monumento digno de ser admirado. O Eduardo disse-me um dia destes,
que a pintura que existe no túmulo manuelino tem cerca de quinhentos anos. E o templo é ainda mais antigo. Apesar disso, vossemecê já viu alguém cá da terra passar um
quarto de hora a contemplar aquela belíssima obra de arte?
– Olha, Artur! A maioria dos portugueses que vão
passar férias a uma praia só sabem o caminho do apartamento para o
areal, desviando-se, quando muito, para algum bar que haja por ali
perto ou para a night. Querem eles lá saber de arte, ou de monumentos ou de história da
pátria. Culturalmente somos um povo na idade da pedra.
– Há muitas excepções, senhor Antunes!
– Muitas, muitas não há! Até te digo mais! Muitos dos
nossos homens públicos, incluindo políticos destacados, não têm uma ideia de nação, de história pátria, de portugalidade. Tirando umas tiradas sobre economia que ninguém entende e os ataques partidários, que mais vem dali?
– Tem razão, senhor Antunes. Eu não sou nem homem
público, e muito menos sou político. Mas já fui ao santuário da Senhora
da Lapa, à capela de Santa Eufémia e ao Senhor dos Milagres, lá para
as bandas da Beira profunda…
– Eu também, Artur! Este ano, porém, dada a situação económica e social do país, eu sou capaz de ficar cá pela terra. Ou melhor: só me decidirei a fazer uma saída desse género, depois de ver onde vão passar férias o nosso Presidente, os nossos ministros e os nossos deputados, incluindo os dos partidos da oposição. Quero ver até onde chega a crise…
Um Papa que provoca
Apenas alguns dias após a eleição do Papa Francisco, o Professor Manuel Pinto escrevia que este é "um pontífice que não tem parado de surpreender, desde o ‘atrevimento’ do nome (já considerado em si mesmo uma encíclica, ou até mesmo um programa)".
Esta semana Alberto Melloni, um estudioso da História da Igreja, especializado no Concílio Vaticano II, afirmou ao sítio ‘Vatican Insider’, que a homilia do Papa proferida na visita a Lampedusa é um texto "programático de um Pontificado". Para o historiador "poucos se deram conta" da importância e da profundidade da homilia do Papa, "é um texto comparável ao discurso de abertura do Concílio" de João XXIII. As palavras verbalizam a opção do Papa pelos mais pobres, cuja escolha do nome já tinha deixado subentendida.
Carlo Costalli, presidente do Movimento Cristão de Trabalhadores (MCT), em declarações ao mesmo sítio, confessou que "ficou perplexo com a escassez de comentários e reações do mundo político ao significativo gesto do Papa Francisco ao querer fazer a sua primeira viagem fora de Roma a Lampedusa: para estar no meio de quem sofre, sacudir as consciências e a vencer a indiferença que nos torna insensíveis". E conclui: "Francisco, com a sua histórica visita a Lampedusa, fez com que a extrema periferia da Europa e do sofrimento, lá onde se morre na indiferença, se tornasse o centro".
O Papa orientou a sua reflexão em torno das duas questões bíblicas: "Onde estás, Adão?" e "Caim, onde está o teu irmão?" A primeira refere-se ao homem que se esconde depois de ter pecado, mas que o Criador não desiste de procurar. A segunda é a pergunta ao homicida do seu irmão. "Estas duas perguntas de Deus ressoam, também hoje, com toda a sua força! Muitos de nós – e neste número incluo-me também a mim – estamos desorientados, já não estamos atentos ao mundo em que vivemos, não cuidamos nem guardamos daquilo que Deus criou para todos, e já não somos capazes sequer de nos guardar uns com os outros. E, quando esta desorientação atinge as dimensões do mundo, chega-se a tragédias como aquela a que assistimos", afirmou o Papa. Estas palavras desinstalam e desafiam, até o próprio, a não passar ao lado dos dramas humanos.
Fonte: aqui
quinta-feira, 18 de julho de 2013
É ridículo comparar a I República com esta III República
Até no café já ouvi a comparação, pois, pá, isto está tal e qual como a I República, o caos entre partidos, um regime desorganizado, dissolvente, sem rumo. Ora, vamos lá com calminha, vamos lá ver se nos entendemos: a I República tinha um rumo, era o rumo autoritário dos republicanos de Afonso Costa, o rumo ditatorial do Partido Democrático, a União Nacional daquele tempo. Por outras palavras, não existe qualquer semelhança entre o regime chavista de Afonso Costa e a nossa III República. Com todos os seus defeitos, a nossa democracia pós-82 está dentro dos padrões europeus. Aquilo que ficou conhecido pelo eufemismo de "I República" era um regime autocrático fora dos padrões das democracias europeias da época.
Ao contrário do que reza a lenda republicana e soarista, a I República não deu o sufrágio universal aos portugueses. Aliás, a Monarquia foi mais democrática do que a República. Nos primeiros anos, Afonso Costa manteve o sufrágio censitário herdado da Monarquia (o normal na época), mas em 1913 cortou para metade o número de eleitores. Além disso, convém registar que as eleições da I República não eram muito diferentes das eleições no Estado Novo. Para assegurar o resultado certo, o Partido Democrático colocava capangas junto das urnas. E na questão da liberdade de imprensa? A nossa Monarquia foi um dos regimes mais livres de toda a Europa. Durante décadas, os republicanos tiveram liberdade total para fazerem comícios e publicarem pasquins anti-Monarquia. Ao invés, o Partido Democrático atacou violentamente a liberdade de imprensa. De forma rotineira, os capangas da "formiga branca" vandalizavam as sedes dos jornais inimigos do partido.
A I República foi um regime de partido único. Não foi um regime inclusivo, não foi o chão comum constitucional e democrático para todas as facções. Pelo contrário, foi o veículo que uma facção usou para humilhar as outras facções. Se querem comparar, comparem a I República com o Estado Novo e a nossa III República com a Monarquia Constitucional. Sim, o regime mais parecido com a nossa democracia é a Monarquia Constitucional. Não por acaso, os poderes do Presidente são parecidos com os poderes do Rei. Tal como o monarca, o Presidente é o árbitro do regime. Tal como o Rei de outrora, o Presidente de hoje tem poderes vastos mas imprecisos, poderes demasiado dependentes do perfil pessoal do detentor do cargo. Na minha modesta opinião, esta imprecisão foi uma das causas da queda do constitucionalismo monárquico em 1910. Como será agora?
Henrique Raposo
Expresso Quinta feira, 18 de julho de 2013, aqui
quarta-feira, 17 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
Desporto e Pedagogia
I
Diz ele que não sei ler
Isso que tem? Cá na aldeia
Não se arranjam dúzia e meia
Que saibam ler e escrever.
II
P'ra escolas não há bairrismo,
Não há amor nem dinheiro.
Por quê? Porque estão primeiro
O Futebol e o Ciclismo!
III
Desporto e pedagogia
Se os juntassem, como irmãos,
Esse conjunto daria,
Verdadeiros cidadãos!
Assim, sem darem as mãos,
O que um faz, outro atrofia.
IV
Da educação desportiva,
Que nos prepara p'ra vida,
Fizeram luta renhida
Sem nada de educativa.
V
E o povo, espectador em altos gritos,
Provoca, gesticula, a direito e torto,
Crendo assim defender seus favoritos
Sem lhe importar saber o que é desporto.
VI
Interessa é ganhar de qualquer maneira.
Enquanto em campo o dever se atropela,
Faz-se outro jogo lá na bilheiteira,
Que enche os bolsinhos aos que vivem dela.
VII
Convém manter o Zé bem distraído
Enquanto ele se entrega à diversão,
Não pode ver por quantos é comido
E nem se importa que o comam, ou não.
VIII
E assim os ratos vão roendo o queijo
E o Zé, sem ver que é palerma, que é bruto,
De vez em quando solta o seu bocejo,
Sem ter p'ra ceia nem pão, nem conduto.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
Diz ele que não sei ler
Isso que tem? Cá na aldeia
Não se arranjam dúzia e meia
Que saibam ler e escrever.
II
P'ra escolas não há bairrismo,
Não há amor nem dinheiro.
Por quê? Porque estão primeiro
O Futebol e o Ciclismo!
III
Desporto e pedagogia
Se os juntassem, como irmãos,
Esse conjunto daria,
Verdadeiros cidadãos!
Assim, sem darem as mãos,
O que um faz, outro atrofia.
IV
Da educação desportiva,
Que nos prepara p'ra vida,
Fizeram luta renhida
Sem nada de educativa.
V
E o povo, espectador em altos gritos,
Provoca, gesticula, a direito e torto,
Crendo assim defender seus favoritos
Sem lhe importar saber o que é desporto.
VI
Interessa é ganhar de qualquer maneira.
Enquanto em campo o dever se atropela,
Faz-se outro jogo lá na bilheiteira,
Que enche os bolsinhos aos que vivem dela.
VII
Convém manter o Zé bem distraído
Enquanto ele se entrega à diversão,
Não pode ver por quantos é comido
E nem se importa que o comam, ou não.
VIII
E assim os ratos vão roendo o queijo
E o Zé, sem ver que é palerma, que é bruto,
De vez em quando solta o seu bocejo,
Sem ter p'ra ceia nem pão, nem conduto.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Quermesse em Santa Helena
O Grupo ELAS levou a efeito uma quermesse
durante a Festa de Santa Helena cujos proventos reverteram a favor do Centro
Paroquial.
Marcante atitude deste grupo que, por
iniciativa própria, realizou este gesto em prol do bem comum. São gestos
bonitos como estes que dão força e coragem para todos levarmos em frente as
obras da 3ª parte do Centro Paroquial. Nem as condições difíceis em que
realizaram a tarefas as desmotivou.
Merecem pela atividade realizada e pelo
empenho demonstrado os mais sinceros e vivos parabéns!
quinta-feira, 11 de julho de 2013
"Esqueceram-se de Mim", diz o Senhor
Muitos andores, tantos que nem lembro. Anjinhos e figuras, muitos mesmo. Banda de música, cruzes, bandeiras, pálio, padre, acólitos, entidades, associações... Um longo cortejo.
Nas bermas das ruas, muita gente que comenta, fotografa, ri, acena para amigos... Uns de pé, outros sentados. Há quem beba e até quem fume. Com o calor, qualquer coisa serve de leque para refrescar o rosto. Um longo percurso, porque é assim que o povo gosta.
Na Igreja depois, já pouca gente entra. Os intervenientes, afogueados, tentam escapuli-se rapidamente para refrescar a garganta. Os assistentes debandam porque é preciso acolher os convidados em casa e saciar o "bichinho do estômago".
- Senhor, pareces triste. Que tens? - Inquiriu a criança que levara o guião mais pequenino e que fora a única que se lembrou do Senhor da festa.
- Amiguito - respondeu o Senhor - esqueceram-se de Mim nesta festa.
- OIlha que não, Senhor! Não viste tanta gente na procissão?
- Eu vi, amiguito, mas essa gente é que Me não viu.
- Como assim? - insistiu o petiz.
- Olha - continua o Senhor a quem a voz saía profunda, meiga, envolvente apesar da mágoa - esta gente não Me quis a Mim, mas o espectáculo. Fizeram da procissão um desfile qualquer. Viste que nem sequer houve respeito em alguns assistentes? Viste como eles estavam? As posições que tomaram? Os comentários que fazeram? As brincadeiras que alimentaram?
- Senhor, eu ia na procissão, concentrado em levar o guião direitinho e, para o fim, já me doíam os braços, por isso não prestei muita atenção aos comentários. Fazia o meu papel...
- Eu vi, amiguito. E reparei bem que ias vestido com dignidade. Não foste de calções como alguns. Se as pessoas reparassem no ridículo que é vestir uma opa por cima de uns calções, vestiriam umas calças ou um vestido decente antes de participar na procissão. Não é por Mim, amiguito, é por elas. Atos solenes, roiupa digna.
- Senhor, começo a perceber que tens razão...
- Pois, amiguito... E reparaste certamente que a maioria das pessoas que presenciou e participou na procissão Me abandonou quando Eu desci para estar com elas. Viste a Missa? Onde estavam os mirones da procissão? É na Eucaristia que estou realmente presente para os meus amigos. É na Eucaristia que lhes falo e os alimento. É na Eucaristia que faço com eles família.
- Senhor, eu reparei porque estive presente com meus pais que sempre me ensinaram que a parte central da festa é a Eucaristia. Nós não gostamos de deixar o nosso lugar vazio.
- Vês, amiguito? Há tanta festa dita religiosa sem Deus, sem fé... As pessoas ficam-se pelo aspeto mais folclórico.
A que festa se refere o texto? A NENHUMA em particular. Todas, de uma forma ou de outra, padecem daquilo de que se queixou o Senhor.
Cabe a cada pessoas e a todas as pessoas fazer algo para que o Senhor não se queixe.
Nas bermas das ruas, muita gente que comenta, fotografa, ri, acena para amigos... Uns de pé, outros sentados. Há quem beba e até quem fume. Com o calor, qualquer coisa serve de leque para refrescar o rosto. Um longo percurso, porque é assim que o povo gosta.
Na Igreja depois, já pouca gente entra. Os intervenientes, afogueados, tentam escapuli-se rapidamente para refrescar a garganta. Os assistentes debandam porque é preciso acolher os convidados em casa e saciar o "bichinho do estômago".
- Senhor, pareces triste. Que tens? - Inquiriu a criança que levara o guião mais pequenino e que fora a única que se lembrou do Senhor da festa.
- Amiguito - respondeu o Senhor - esqueceram-se de Mim nesta festa.
- OIlha que não, Senhor! Não viste tanta gente na procissão?
- Eu vi, amiguito, mas essa gente é que Me não viu.
- Como assim? - insistiu o petiz.
- Olha - continua o Senhor a quem a voz saía profunda, meiga, envolvente apesar da mágoa - esta gente não Me quis a Mim, mas o espectáculo. Fizeram da procissão um desfile qualquer. Viste que nem sequer houve respeito em alguns assistentes? Viste como eles estavam? As posições que tomaram? Os comentários que fazeram? As brincadeiras que alimentaram?
- Senhor, eu ia na procissão, concentrado em levar o guião direitinho e, para o fim, já me doíam os braços, por isso não prestei muita atenção aos comentários. Fazia o meu papel...
- Eu vi, amiguito. E reparei bem que ias vestido com dignidade. Não foste de calções como alguns. Se as pessoas reparassem no ridículo que é vestir uma opa por cima de uns calções, vestiriam umas calças ou um vestido decente antes de participar na procissão. Não é por Mim, amiguito, é por elas. Atos solenes, roiupa digna.
- Senhor, começo a perceber que tens razão...
- Pois, amiguito... E reparaste certamente que a maioria das pessoas que presenciou e participou na procissão Me abandonou quando Eu desci para estar com elas. Viste a Missa? Onde estavam os mirones da procissão? É na Eucaristia que estou realmente presente para os meus amigos. É na Eucaristia que lhes falo e os alimento. É na Eucaristia que faço com eles família.
- Senhor, eu reparei porque estive presente com meus pais que sempre me ensinaram que a parte central da festa é a Eucaristia. Nós não gostamos de deixar o nosso lugar vazio.
- Vês, amiguito? Há tanta festa dita religiosa sem Deus, sem fé... As pessoas ficam-se pelo aspeto mais folclórico.
A que festa se refere o texto? A NENHUMA em particular. Todas, de uma forma ou de outra, padecem daquilo de que se queixou o Senhor.
Cabe a cada pessoas e a todas as pessoas fazer algo para que o Senhor não se queixe.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
"O país precisa de compromisso de salvação nacional", afirmou o chefe de Estado
Na comunicação que fez nesta noite ao país, o presidente da República defendeu um acordo de médio prazo entre PSD e CDS e PS. "O país precisa de compromisso de salvação nacional", afirmou o chefe de Estado."Darei todo o apoio a esse compromisso patriótico", disse.
Veja aqui
Veja aqui
terça-feira, 9 de julho de 2013
Mário Soares diz que puseram na missa do patriarca de Lisboa "capangas" para "bater palmas aos políticos"
Veja aqui
Como se ouve com frequência, já não há pachorra para ouvir o antigo presidente da República e candidato severamente derrotado nas últimas eleições presidenciais a que concorreu. Não nego o importante papel que Soares teve em momentos críticos da nossa História recente. Mas não esqueço também as asneiras políticas que cometeu.
Pensava que agora os cabelos brancos lhe trariam a prudência, a sabedoria e a postura de um vero ancião. Neste campo, Eanes ganha-lhe de longe.
"De velho se volta a menino", diz o povo. Mas se há paciência, até alguma simpatia, para com certa irreverência da juventude, o mesmo já não acontece face à reguilice de uma pessoa daquela idade.
De um ancião espera-se muito mais. Outra postura.
De deita-abaixo está o país cheio. De Mário Soares espera-se muito mais. Ao menos a dignidade do silêncio.
"¿Por qué no te callas?", Mário Soares?
Mário Soares e Torgal Ferreira só fariam bem em prestar alguma atenção àquilo que o rei Juan Carlos disse ao falecido presidente da Venezuela naquela célebre reunião.Como se ouve com frequência, já não há pachorra para ouvir o antigo presidente da República e candidato severamente derrotado nas últimas eleições presidenciais a que concorreu. Não nego o importante papel que Soares teve em momentos críticos da nossa História recente. Mas não esqueço também as asneiras políticas que cometeu.
Pensava que agora os cabelos brancos lhe trariam a prudência, a sabedoria e a postura de um vero ancião. Neste campo, Eanes ganha-lhe de longe.
"De velho se volta a menino", diz o povo. Mas se há paciência, até alguma simpatia, para com certa irreverência da juventude, o mesmo já não acontece face à reguilice de uma pessoa daquela idade.
De um ancião espera-se muito mais. Outra postura.
De deita-abaixo está o país cheio. De Mário Soares espera-se muito mais. Ao menos a dignidade do silêncio.
sábado, 6 de julho de 2013
Momentos especiais da novena:
- Domingo, dia 7, Festa da Senhora das Dores, às 18.30h
ÀS 21 HORAS:
- 3ªfeira, dia 9: VIA LUCIS (via sacra da Ressurreição)
- 5ª feira, dia 11: Melodias com Fé. A beleza da
Música, com o P.e Marcos Alvim
- 6ªfeira, dia 12: Vidas com fé. Encontro/partilha
com a presença de um casal e de um jovem
Começa a NOVENA
Vou agora para Santa Helena.
Às 18.30h começa a novena e é preciso acolher as pessoas que vão chegando.
Quem quer vir?
sexta-feira, 5 de julho de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
O BALDE
Um velho senhor tinha um bonito lago na sua enorme propriedade.
Depois de algum tempo sem ir ao local, decidiu naquele dia dar uma olhada geral para ver se estava tudo em ordem.
Pegou um balde para aproveitar o passeio e trazer umas frutas das árvores pelo caminho, e ao aproximar-se do lago, escutou vozes femininas, animadas, divertidas.. ..
Então viu um grupo de jovens mulheres a tomar banho no lago, completamente nuas.
Chegou mais perto e, com isso, todas elas fugiram para a parte mais funda do lago, deixando apenas a cabeça fora de água.
Uma das mulheres gritou:
-Não saímos daqui enquanto o senhor não for embora!
O velho respondeu:
- Calma moças, eu não vim até aqui para vê-las nadar ou para vê-las sair nuas no lago!
Levantando o balde, ele disse:
-Eu só vim dar comida ao jacaré...
(Recebido do por email)
Santa Helena ... indica-nos o caminho para horizontes mais largos!
A partir desse lugar místico , poderemos abraçar um dos mais belos horizontes que conheço.
Aproxima-se a altura especial de subir a serra.
São muitas as pessoas de todo o concelho e região que sobem para sentir, cada um à sua maneira , n(a) Serra.
Santa Helena tem muito de especial sempre, e nesta altura então ....!
A Cruz da subida indica-nos o caminho para horizontes mais largos!
Domingos Nascimento, aqui
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Portugueses estão reféns de governo incompetente e não depositam qualquer esperança na oposição
A governação de Passos Coelho falhou em toda a linha. Este já só se aguenta no poder porque não há à vista qualquer alternativa credível.
A equipa de Coelho, Portas e Gaspar, não só não conseguiu tirar o país do beco para onde Sócrates nos tinha atirado, como ainda piorou a situação. As finanças públicas estão num caos. Há milhares de empresas a fechar, o desemprego é galopante. Os mais pobres passam fome, a classe média extingue-se. A coligação PSD-CDS não reduziu a despesa com as estruturas inúteis do estado. Não se baixaram sequer as rendas das parcerias, como preconizava o memorando com a troika.
Caminhamos para o abismo e o maior drama é que nem sequer há alternativa eleitoral. O PS é inconsistente. Seguro é feito da mesma massa de Passos e Relvas. Vindo das juventudes partidárias, não tem mundividência nem currículo. Não se lhe conhece uma ideia. Apenas se sabe que domina bem o aparelho socialista. Seguro é, afinal, um clone de Passos.
Restaria, como opção, a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, apadrinhado por Cavaco Silva. Mas quais seriam as políticas desse seu executivo? Provavelmente, apenas fazer chegar à governação a ala cavaquista do PSD, constituída por gente habituada a bons empregos do estado, negócios fáceis e privilégios; e que está ávida de poder.
E quem seria o preferido de Cavaco para primeiro-ministro? Talvez Rui Rio ou Guilherme de Oliveira Martins. Mas das escolhas de Cavaco há que temer. Recorde-se que foi o atual presidente que, enquanto líder do PSD, nomeou para secretário-geral Dias Loureiro, um dos principais responsáveis pela maior burla financeira do regime, o BPN. Como primeiro-ministro, designou como líder parlamentar um atual presidiário, Duarte Lima. E já recentemente, para liderar o grupo de sua iniciativa "EPIS - empresários pela inclusão social", escolheu João Rendeiro, o responsável pela fraude do BPP. Não se pode pois confiar em quem erra tão clamorosamente em nomeações de tamanha importância.
Os portugueses estão em fim de linha, reféns de um governo incompetente, e não depositam qualquer esperança na oposição. Sabem que o Presidente é desastrado. Só com novos protagonistas poderemos sair deste atoleiro. O regime precisa de uma reviravolta.
Paulo Morais, Professor Universitário, aqui
terça-feira, 2 de julho de 2013
Fim da atual coligação?
Portas demite-se do Governo
descontente com solução para as Finanças
Veja aqui
Será que há salvação para o atual governo? Para já Passos Coelho diz que não se demite, mas as condições de governação estão a esgotar-se.
A maioria não tem cessado de dar tiros nos pés. Muito mais do que as manifestações e greves, muito mais do que as oposições, têm sido as constantes trapalhadas desta maioria que a têm enfraquecido e levado ao esgotamento.
A opinião que as pessoas têm é que o governo não se entende, não tem liderança, nem um projeto para Portugal e é mais troikista do que a Troika.
Passos Coelho e seus ministros têm-se desgastado por culpa própria, à custa de muitas e constantes asneiras, revelando alguma impreparação para o cargo.
E depois a grande oposição política ao governo vem de dentro dos partidos que apoiam a atual maioria. Sobretudo do PSD. Basta ver certos comentadores televisivos. É sintomática aquela questão que há dias ouvi a uma pessoa do povo: "Se ele (Passos Coelho) não põe em ordem o partido, vai pôr em ordem o país?"
Vamos certamente caminhar para eleições legislativas antecipadas, com custos muito altos para o país. Mas é próprio da democracia gerar soluções, a mais importante das quais passa por devolver a palavra ao eleitorado.
Só desejo como cidadão que não volte a aparecer por aí um novo "Sócrates"...
Vamos certamente caminhar para eleições legislativas antecipadas, com custos muito altos para o país. Mas é próprio da democracia gerar soluções, a mais importante das quais passa por devolver a palavra ao eleitorado.
Só desejo como cidadão que não volte a aparecer por aí um novo "Sócrates"...
pessismo e derrotismo lusitanos
O pessimismo e o derrotismo com que muita gente encara o nosso mundo não servem para tornar o mundo melhor, antes pelo contrário. Ninguém gosta de viver ao lado de gente que não sabe fazer outra coisa senão lamentar-se e dizer mal de tudo e de todos.
Alguns jornais online apresentam as notícias mais lidas pelos seus leitores. Quem estiver minimamente atento verificará que as preferências vão para a informação que apresenta o lado negro da vida: mortes violentas, assassínios, roubos, raptos, escândalos sexuais, vigarices e quejandos...
A comunicação social, em constante "guerra" de audiências, espreme até ao tutano o gosto dos leitores pelo lado negro da vida. Sem faltar à verdade, a comunicação social poderia e deveria ir muito mais além, apresentado o lado bom e positivo da vida e da sociedade. É que temos direito à verdade total. Por seu lado, os consumidores de informação, que são as pessoas, poderiam obrigar a comunicação social a mudar de agulha. Bastava que dessem muita mais importância aos aspetos positivos.
Sabe-se bem que o otimismo e a vontade de viver são uma forte alavanca na recuperação da doença e na ultrapassagem dos problemas. Ao contrário, o pessimismo e o derrotismo aumentam a doença e alargam os problemas.
O otimista não deixa de ter os pés no chão. Só que onde outros vêm desilusões, obstáculos e dificuldades, ele enxerga oportunidades, desafios e saídas.
O derrotista pessimista gasta na má língua, na crítica estéril e na alheia culpabilização as energias que o deixam ainda mais em baixo e o destroem.
Também na Igreja há demasiado pessimismo, pese embora a lufada de ar fresco trazida pelo Papa Francisco. Uma das coisas que me custa mais na Igreja de hoje é ouvir leigos, padres e bispos com uma visão derrotista. Penso que há hoje muita coisa melhor na Igreja do que há anos atrás. E até no que diz respeito à ética e relação afetiva entre as pessoas o mundo antigo não era melhor do que hoje. Sem já falar nos bens materiais e na política.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Parabéns, P.e Adriano!
Veja aqui
Bispo alerta para «ilusão do poder»
D. António Couto ordenou dois padres e lembra que anúncio do Evangelho implica «rejeição»
O bispo de Lamego afirmou neste domingo que a Igreja deve saber resistir à “ilusão de poder”, com a consciência de que o anúncio do Evangelho implica rejeição e dificuldades.
“Se a rejeição acompanha o Evangelho em pessoa, que é Jesus Cristo, os seus discípulos de ontem e de hoje devem saber bem estas coisas, para não procurarem facilidades no seguimento fiel do caminho de Jesus”, disse D. António Couto. A celebração decorreu na Catedral de Lamego e inclui a ordenação de dois padres, Adriano Filipe Assis e António Júlio Fernandes Pinto. O bispo diocesano partiu de uma passagem do Evangelho na qual dois apóstolos, Tiago e João, “propõem a Jesus dizimar uma povoação samaritana” porque esta recusa a acolhê-lo. “A postura do mensageiro ou missionário é a de um pedinte que vai à frente e bate à porta, às portas. Tem de aprender a pedir e a receber; não a insultar, a suspeitar e a ameaçar”, observou. D. António Couto disse que “Jesus caminha sem hesitação para a cruz” e que quem o quiser seguir “tem, portanto, de apostar tudo no novo sentido que Jesus imprime à existência, partir da morte para a vida, com a única chave possível que abre este caminho Crucial: o amor, o amor, o amor”. “Entenda-se: é um caminho novo que se abre à nossa frente. Sem retrocessos, sem desvios, sem distrações, sem nostalgias, sem qualquer saída de segurança”, precisou. In agência ecclesia |
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