sábado, 30 de maio de 2020

Cardeal António Marto critica quem exige comunhão na boca apesar da pandemia. "Jesus disse 'tomai e comei'. Não disse 'abri a boca'"

 
Numa entrevista a um podcast da Companhia de Jesus, o cardeal D. António Marto defendeu que as mãos são dignas de receber a hóstia — ao mesmo tempo que "há tanta sujidade às vezes nas bocas".

O cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima e vice-presidente da Conferência Episcopal, deixou esta semana duras críticas à ala mais conservadora da Igreja Católica — sobretudo aos que se opõem às normas de higiene para o regresso das missas comunitárias, nomeadamente à proibição de receber a comunhão diretamente na boca.

O próprio Jesus disse ‘tomai e comei’. Tomai. Não disse ‘abri a boca’. ‘Tomai e comei, tomai e bebei.’ O gesto de Cristo é expressivo“, disse o cardeal numa entrevista ao podcast Ponto de Viragem, do portal dos jesuítas Ponto SJ.

As declarações de D. António Marto surgem na mesma semana em que foi conhecido um apelo, assinado por 500 católicos, entre leigos e sacerdotes, enviado aos bispos portugueses, mas também ao Vaticano, no sentido de que seja levantada a proibição de receber a comunhão na boca.

“Há tanta sujidade às vezes nas bocas”, disse o cardeal. “Às vezes vejo mãos calejadas a receber a sagrada hóstia e fico comovido. São mãos de trabalho, de sacrifício, de doação à família, de doação aos outros. Mãos às vezes de santos e santas. Porventura mãos santas. Porque é que havemos de dizer que há de ser só na boca?“, questionou.

O cardeal lembra que a “divergência de opiniões” dentro da Igreja Católica não é novidade, mas sublinha que é preciso que os católicos sejam “racionais” e se mostrem “responsáveis”.

“Todas as medidas que a Conferência Episcopal tomou e indicou, todas elas foram dialogadas com as autoridades do Estado e com a DGS”, garantiu D. António Marto. O bispo de Leiria-Fátima deu mesmo o exemplo concreto do que aconteceu em Fátima no 13 de Maio, que, pela primeira vez, ocorreu sem peregrinos fisicamente presentes.

“As pessoas não podem pensar que fiz isso de ânimo leve”, disse Marto. “Quando foi posto em causa se se havia de fazer, por causa das declarações da ministra da Saúde, que num primeiro momento foram ambíguas, aqui choveram centenas de mails a querer que a Igreja manifestasse a sua posição firme. Se os outros fazem, nós também devíamos fazer.”

Porém, o cardeal optou por manter a decisão privilegiando “o bem comum, a dignidade da pessoa humana e o imperativo moral de salvar vidas”. “Como dizia o Papa Francisco, era preciso colaborar com os responsáveis pela saúde pública e respeitar as indicações que nos davam para isso“, considerou D. António Marto.

O cardeal lamenta ainda aquilo que descreve como “uma bulimia dos ritos e a anorexia da palavra”. Ou seja, “a sofreguidão, o apetite sôfrego de consumir ritos, e a falta de apetite para a palavra de Deus“, que encontra em alguns setores da Igreja Católica.

Fonte: aqui

sexta-feira, 29 de maio de 2020


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Sem o Espírito Santo... Com o Espírito Santo

Sem o Espírito Santo:
Deus está longe,
O Cristo permanece no passado,
O Evangelho é letra morta,
A Igreja é uma simples organização,
A autoridade é uma dominação,
A missão é propaganda,
O culto é uma velharia e
O agir cristão uma obra de escravos.

Mas, no Espírito Santo:
O cosmos é enobrecido pela geração do Reino,
O homem está em combate contra a carne,
O Cristo ressuscitado torna-se presente,
O Evangelho  faz-se poder e vida,
A Igreja realiza a comunhão trinitária,
A autoridade  transforma-se em serviço que liberta,
A missão é um Pentecostes,
A liturgia é memorial e antecipação,
O agir humano é deificado.

terça-feira, 26 de maio de 2020


segunda-feira, 25 de maio de 2020

Uma campanha que surpreendentemente cresce. Mau será que nos passe ao lado…

Num momento de pandemia, há outros assuntos mais importantes.
Mas, o Espírito de Deus age quando quer e em quem quer. Ninguém é dono dele. Nesse princípio do Espírito, o «santo povo de Deus», como gosta de dizer o papa Francisco, vai falando e pede aos seus pastores que deixem já os símbolos pagãos do passado, que não estão em concordância com os tempo de hoje e com o desprendimento de Jesus Cristo, que os Evangelhos sobejamente nos dão conta. É preciso ouvir o povo, porque não pode ser só para quando dá jeito a máxima «vox Populi, vox Dei».
A campanha começou com a irmã Mercedes Loring, freira da Assunção, de 95 anos, porém com uma cabeça perfeitamente saudável e cheia de vitalidade na entrega aos mais pobres em Guayaquil, Barcelona ou Madrid, fez a seguinte pergunta «Seria possível pedir ao Papa que suprima esses ‘chapéus’ inúteis dos bispos?»
Muitos arrancam os cabelos com este tipo de notícias e campanhas. Não fora o gosto desmedido por tanta gente que se enfeita dos pés à cabeça nas cerimónias religiosas e não só para se apresentar diante dos outros como se fossem extra humanos, deuses… A máscara é necessária para proteger a saúde não para se destacar do comum dos mortais. Os tempos que vivemos são uma boa oportunidade, para recentrar o pensamento e a vida na simplicidade do essencial, ainda mais se nos reconhecermos tão efémeros. É a hora de perceber como tantos enfeites anacrónicos que ainda persistem e, alguns são retomados com entusiasmos, não passam de vaidades inúteis.
A imagem da simplicidade e humildade de Cristo é o modelo. Tudo que extravasa esta referência é pura criação humana, logo paganismo.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais : "Boas Histórias"

A mensagem do Papa para esta celebração alerta para as narrativas “falsas” e “devastadoras” que marcam a comunicação atual, apelando a um maior espaço para “boas histórias”.
“Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o ‘deepfake’), precisamos de sabedoria para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas”, escreve.
O texto tem como tema “‘Para que possas contar e fixar na memória’ (Ex 10, 2). A vida faz-se história”, centrando-se no papel central que a “narração” tem na história do ser humano.
Francisco indica que as pessoas têm “necessidade” de se narrar a si próprias, uma narração ameaçada constantemente pelo mal.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se no domingo antes do Pentecostes.
"BOAS HISTÓRIAS"
As novas tecnologias - e não só - surgem como campo fértil para o surgir de teorias da conspiração, notícias falsas ou deturpadas, mentiras...
Não podemos acreditar numa notícia só porque ela surgiu numa das novas tecnologias. Precisamos de verificar as fontes e confrontá-la.
Em muitas formas de sensacionalismo subjaz a manipulação e a falsidade. Ora são exactamente as notícias sensacionais as que mais rapidamente são copiadas, passadas e voltadas a passar. Porquê? Porque as pessoas são más consumidoras de informação. Comem e calam, não questionam, não confrontam, não procuram as fontes.
E isto nem sequer é difícil, basta pedir ajuda ao google...
Recentemente fui confrontado com duas notícias que me chegaram. Uma delas, que citava claramente a fonte, pareceu-me credível, de fonte confiável. Coloquei-a nos meus espaços internéticos. Só que fiquei com "a pulga atrás da orelha" e resolvi investigar. Pois, a notícia continha muita inexactidão, várias deturpações. Logo retirei a notícia dos meus espaços. Voltei a consultar a fonte da referida notícia. Já tinha sido retirada. Certamente ter-se-ão apercebido das imensas lacunas que ela continha e, logicamente, apagaram-na.
Pelo WhatsApp, chegou-me uma outra informação, cativante, chamariz, envolvendo poupanças no dia-a-dia. Lembrei-me do provérbio "não há almoços grátis" e fui consultar. Claro, enganosa e falsa...
E depois este tipo de notícias é imparável. Continuam a circular algumas frases atribuídas ao Papa que são falsas e completamente fora do contexto. Apesar de imensas vezes desmentidas e de tudo ser explicado, continuam as circular...
Cuidado, pois!
Sejamos fim de estrada para a mentira, a falsidade, a deturpação, as teorias da conspiração, Sejamos pessoas de bom paladar intelectual, que não comem tudo o que lhe dão, porque não prescindem de usar o dom maior: a inteligência.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Iniciativa que merece o meu aplauso

A monja de 95 anos que lançou uma campanha para acabar com as mitras dos bispos

A irmã Mercedes Loring, 95 anos, monja espanhola das irmãs da Assunção, lançou uma campanha para pedir ao Papa que acabe com as mitras dos bispos, justificando: “Não imagino que Jesus tivesse estas pretensões. Os seus representantes devem dar testemunho de simplicidade e o solidéu já é suficiente.”
A campanha foi assumida pelo portal Religión Digital que, em poucos dias, recebeu centenas de adesões à ideia, como conta aquele jornal digital espanhol, de todos os cantos do mundo e com mensagens de todo o género e condição. “Absolutamente todas contra as mitras dos bispos”, asseguram os editores do jornal.
O RD acrescenta que, nas mensagens, muitas pessoas recordam a imagem do bispo Pedro Casaldáliga, de origem catalã, mas que vive há largas décadas no Brasil. Em 1971, o agora bispo emérito tomou posse da diocese de São Félix do Araguaia, com um chapéu de palha no lugar da mitra, um remo de um barco como báculo e um anel de tucum.
Mercedes Loring, acrescenta o RD, passou grande parte da sua vida nos bairros mais pobres de Guayaquil (sudoeste do Equador, na costa do Pacífico), Barcelona ou Madrid. A própria apresenta-se também como sendo irmã de dois padres jesuítas, Jaime e Jorge, que já morreram.
Fonte aqui

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A fé e a ciência lado-a-lado

Como nós nos desviámos das pautas da música de Deus! Como nos transviámos! Mas podemos sempre regressar, procurar os caminhos ajustados, acertar processos, dado que Deus nos deixou um mapa preciso e precioso na nossa inteligência, vontade, sensibilidade, capacidade de discernir e decidir. Quero dizer: nem fideísmo nem cientismo. O fideísmo é aquela maneira de viver pensando que a fé não é da ordem da razão, mas apenas do sentimento, um assentimento do sentimento, portanto e só. Em nome desta conceção de fé cega e fechada, quantos desastres aconteceram ao longo da história, e ainda hoje toldam o olhar de grupos extremistas radicalizados! O cientismo consiste em entregar todas as chaves da vida e da nossa casa à ciência e à técnica, vendo nelas «o deus deste mundo» (2 Coríntios 4,4), que resolve todos os nossos problemas. Também este modo de ver e de viver se revelou desastroso e abriu incontáveis valas comuns. Serve aqui o juízo de Max Horkheimer e Theodor Adorno, com data de 1947: «O iluminismo, no sentido mais amplo de pensamento em contínuo progresso, perseguiu desde sempre o objetivo de libertar os homens do medo e de os tornar donos. Mas a terra inteiramente iluminada resplandece, ao contrário, de triunfal desventura!». 
Serve este estendal para olharmos com mais atenção para este tempo marcado pela tempestade da Covid-19, que praticamente sem aviso nos caiu em cima, arrumando para o lado as nossas agendas, fechando as nossas portas e deixando a nu as nossas limitações. Dizem uns: afinal, Deus e as Igrejas, a fé e a oração não servem para nada, não nos trazem nenhum proveito; dizem outros: e nós que pensávamos que a ciência resolveria todos os nossos problemas! Nem os crentes verdadeiros perderam os seus créditos, nem o saber dos cientistas foi pela água abaixo! O mapa e a bússola para os novos caminhos a trilhar não estão só nas mãos dos crentes que rezam de verdade ou dos cientistas que se esmeram nas suas pesquisas. Deixou-os Deus nas mãos do ser humano, do crente e do sábio, e todos devem lutar, cada um com os dons que recebeu, para tornar este mundo mais belo e saudável e habitável. Deus acredita em nós: por isso, ao criar-nos livres, inteligentes e voluntariosos, repartiu connosco o seu poder e a sua sabedoria, fundando a oração e a ciência, e até não nos impedindo de podermos fazer mau uso dos seus dons. Ao criar-nos assim, responsáveis e livres, convenhamos que Deus correu riscos, mas Deus acredita em nós, confia em nós. Lutemos, pois, com a inteligência e o coração, com a oração; lutemos, pois, com os dados por Deus dados, nos hospitais e laboratórios. De resto, os santos sempre souberam arrastar o mundo para o bem e o bem para o mundo, vergando, para tanto, o coração de Deus. E os verdadeiros cientistas, crentes e não crentes, mas sempre sensatos e sensíveis e humildes, a cada passo são surpreendidos com o incrível e o ainda não explicável! 
É bem verdade, podem testemunhá-lo os santos e os verdadeiros homens da ciência: o pão e o sonho que alimenta a vida, Deus o dá aos seus amigos até durante o sono (Salmo 127,2; cf. 1 Reis 3,5). Eu próprio disse e escrevi a meio do ano passado de 2019: «Sendo a vida, então, um contínuo estado de emergência, o bem que deve ser feito agora assume um carácter de extrema urgência». Têm-me perguntado: como é que eu disse e escrevi isto naquela altura, quando ainda não se pressentia nada? Se não se via nada, era por causa do escuro que fazia. Tenho dito e escrito muitas vezes que atravessamos “a noite do mundo”. E de noite, pouco se vê. É preciso perguntar com Isaías: «Sentinela, quanto resta da noite? E a sentinela responde: Já desponta a manhã, mas é ainda noite» (Isaías 21,11-12). É, portanto, necessário que nos postemos sobre a fresta da porta entreaberta (Salmo 106,23), para que algum pingo de luz possa ainda alumiar o nosso olhar, e para impedirmos que a porta se feche. 
                                                                                                                   D. António Couto

quarta-feira, 13 de maio de 2020

«Voltaremos, sim, voltaremos!», a promessa do cardeal D. António Marto, num 13 de maio marcado pela pandemia

 
O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, disse hoje na Missa da peregrinação do 13 de maio que a atual pandemia obriga a repensar estilos de vida e modelos económicos, deixando uma mensagem de esperança no futuro.
“Voltaremos, sim, voltaremos! É a nossa confiança e nosso compromisso, hoje. Voltaremos juntos aqui, em ação de graças”, referiu, no final da homilia, desde o altar do Recinto de Oração, na Cova da Iria, que acolhe este ano uma celebração inédita, sem a presença de peregrinos.
Algumas dezenas de pessoas – bispos, capelães e funcionários do Santuário – asseguraram as celebrações da primeira grande peregrinação do ano, que evoca a aparição de 13 de maio de 1917.
O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa destacou o impacto da pandemia de Covid-19.
“É uma situação dramática e trágica, sem precedentes, que nos convida a refletir sobre a vida e, em primeiro lugar, a ir ao essencial, que muitas vezes esquecemos quando a vida corre bem”, precisou, numa cerimónia com transmissão televisiva e nas plataformas digitais.
O cardeal D. António Marto destacou que, “pela primeira vez na história”, a peregrinação de maio é assinalada sem uma multidão, devido aos “riscos da saúde pública”.
“Talvez estejamos todos a aprender como é uma peregrinação em estado puro, o peregrinar com o coração, a peregrinação interior no percurso mais íntimo da nossa vida”, acrescentou.
O bispo de Leiria-Fátima falou de um tempo de responsabilidade e solidariedade, diante das “terríveis consequências económicas, sociais e laborais” da Covid-19, deixando um “grito de alarme” perante “uma outra pandemia mais dolorosa, a da extensão da pobreza, da fome e da exclusão social, agravada pela cultura da indiferença e do individualismo”.
O responsável católico defendeu uma mudança de paradigma, menos centrado no “poder cientifico-técnico, no poder económico-financeiro” ou no consumo, com novos hábitos e outro estilo de vida, mais atento à dimensão interior.
“Não se pode viver só para produzir e para consumir, para ter e para aparecer”, apontou.

Papa assinala 13 de maio com saudação para Fátima e apelo à oração pela paz e o fim da pandemia 


"Mãe do Senhor, Virgem Maria, Rainha do Rosário, mostra-nos a força do teu manto protetor. Dos teus braços virão a esperança e a paz de que tanto precisamos"
Cidade do Vaticano, 13 mai 2020 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje a peregrinação do 13 de maio com uma carta dirigida ao Santuário de Fátima, no qual evoca as vítimas da pandemia de Covid-19, que levou ao encerramento do recinto.
“Peço-vos uma oração particular – enquanto vos asseguro a minha – pelas vítimas sem conta desta pandemia de Covid-19 e por todos os defuntos; a quantos se viram sozinhos na sua travessia para a eternidade, sei que a boa Mãe do Céu lhes fez companhia até Deus”, refere o texto.
“A Deus, Ela confia todos e cada um de vós, desde os zeladores do Santuário de Fátima, que hoje nos personificam e representam a todos aos pés de Nossa Senhora, à semelhança do apóstolo João no Calvário – «Mulher, eis o teu filho!» (Jo 19, 26) e, pela casa dentro, entrou-Lhe todo o mundo”, prosseguiu.
Francisco saúda os “queridos peregrinos de Fátima” e assinala as “circunstâncias” que este ano impede a “habitual a peregrinação até à Cova da Iria”, onde chegam espiritualmente “os doentes, pobres e abandonados, sem esquecer os profissionais e voluntários empenhados a servi-los”.
“Sei, porém, que aí vos encontrais igualmente, embora apenas de alma e coração. E a razão é simples! Um filho, uma filha não se pode ver longe da mãe e clama por ela; a confiança que lhe inspira é tal que basta a sua companhia para cessarem todos os medos e inquietações, abandonando-se a um sono tranquilo logo que se vê no regaço dela”, escreve.
Com estas minhas palavras, queria apenas tranquilizar-vos a respeito da companhia que vos faz a nossa Mãe do Céu. Hoje conseguimos, através apenas da alma e do coração, fazer a ligação à Virgem Maria; e somos limitados! Tão limitados, tão pequeninos que um inesperado vírus pôde facilmente transtornar tudo e todos…”.
O Papa apresenta Maria como exemplo de fé e de confiança em Deus.
“Hoje, gloriosa em corpo e alma, toda Ela é um coração materno ocupado e preocupado em restabelecer a sua ligação connosco e a nossa ligação com Deus”, acrescentou.
A mensagem pontifícia citou a aparição de 13 de junho de 1917: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».
“Que o bom Deus vos abençoe e Nossa Senhora de Fátima vos guarde e proteja”, conclui Francisco.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Mundo de Cartão


Percorro as ruas
Procurando um sito pra ficar,
A noite faz muito frio
Necessito de repousar.

O meu mundo é de cartão
Não tenho qualquer abrigo,
Nem mesmo um tostão
Para um côdea de trigo.

Muitos amigos eu tinha
Até começar a adoecer,
Todos me abandonaram
Tive de tentar sobreviver.

A saúde já é pouca
E a idade avançada,
Não tenho alternativa
Senão dormir na calçada.

Sou uma pessoa normal
A que todos desviam o olhar,
Sou visto como animal
Que só sabe mendigar.

Sem trabalho, sem carro,
Sem tecto nem amparo,
Sinto falta de amor
E de algum calor.

Finalmente encontrei
Um bom sitio para ficar,
Vou utilizar o cartão
Para me aconchegar.

Estou muito cansado
Tenho mesmo de dormir,
Vou dar o dia por terminado
E o poema concluir.

André Filipe
2012/04/13 


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Nestes dias...

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Todos ficámos horrorizados com a morte da criança de Peniche e as circunstâncias que a rodearam.
Nesta Semana da Vida, este trágico acontecimento veio sensibilizar-nos ainda mais para a beleza e importância da vida, primeiro dom de Deus.
Amar a vida em todo o seu percurso, viver a vida, defender a vida nossa e dos outros, cuidar da vida, anunciar a boa nova da vida... A vida toda, toda a vida.

***
Li Aqui um texto que me deixou magoado. Refere-se à fúria anti-Francisco existente na Igreja, envolvendo cardeais, bispos, padres e leigos. 
Sei que, felizmente, são uma minoria. A esmagadora maioria dos católicos gosta e revê-se no Papa Francisco. Está com ele.
Mas são uma minoria aguerrida, que encharca o espaço virtual, disseminando a discórdia, a desunião,  a falsidade, a intriga.  Ora isto nada tem a ver com a Igreja e os seus valores.
O fundamentalismo e o ultra-conservadorismo, que cheiram que tresandam a fariseísmo,  são hoje uma "praga" na Igreja. 
Estejamos atentos e saibamos  ser fim de via para estas posições.
"Na Igreja há liberdade de expressão, mas na Igreja não há liberdade de insulto, não há liberdade de calúnia, não há liberdade de difamação, não há liberdade de fraude.”
(Andrea Grillo, teólogo italiano)
Eu estou de corpo e alma com Francisco.

sábado, 9 de maio de 2020

Em 30 de maio, voltam as celebrações comunitárias da Missa

Indicações práticas para participar na Missa, em tempos de pandemia.
Mais informações em www.agencia.ecclesia.pt

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sexta-feira, 8 de maio de 2020

SERÁ HOJE EM DIA O MAIOR DOS LUXOS ESTAR OFFLINE?

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Quando não há rede de telemóvel, não há wifi, nem rádio apanhamos, ou falamos uns com os outros ou ficamos em silêncio… e sabe tão bem!
Será hoje em dia o maior dos luxos estar offline? Quando é que foi a última vez que ficaste uma semana sem ir ao Instagram, sem abrir o e-mail, sem ligar o telefone e ouvir aquele toque irritante do WhatsApp… daqueles mil grupos de “amigos” que enviam basicamente nada a toda a hora? Somos diariamente inundados por poluição digital, e sem nos apercebermos somos viciados nela. Hoje tudo tem de ser fotografado, partilhado, mapeado… vivemos num mundo de dados e informação. Temos necessidade de nos sentir validados pelos outros… Para quê? Será tudo isso uma perda de tempo?
Eu contra mim falo... Saber estar offline! É hoje em dia essencial para poder experienciar a beleza das pessoas, dos lugares, das emoções que nos rodeiam...

João Cajuda,

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Sobre o COVID-19, em 7 de maio de 2020

Proibida a realização de festivais de música até 30 de setembro
1. Festivais de música proibidos até 30 de setembro
Aqui

2. Combate à covid-19 "não pode abrandar ao sabor das estações do ano e dos dias com mais ou menos sol"
Aqui

3. Número de mortos por coronavírus volta a subir em 24 horas: há mais 16 óbitos do que ontem. Entretanto há mais 182 pessoas recuperadas em relação a ontem.
Aqui

4. Conferência Episcopal Portuguesa ultima orientações para regresso às celebrações comunitárias, em diálogo com autoridades de saúde
Aqui

quarta-feira, 6 de maio de 2020

domingo, 3 de maio de 2020

Nesta altura, um confronto ideológico interessará a alguém?


Hoje o CM titulava assim uma  notícia: "Igreja abre guerra contra Costa e Marcelo".
Zita Seabra escrevia: "A decisão do governo de António Costa de apenas permitir Missas a partir de dia 31 de maio é, em si mesmo, um atentado à liberdade religiosa."
Nas novas tecnologias chovem imensas críticas, por parte de padres e leigos, àquilo a que poderemos cognominar de dualidade de critérios do poder político. Por um lado, foram permitidas as celebrações do 25 de Abril e as do 1ª de Maio. Por outro, as celebrações religiosas com assembleia continuam proibidas e o 13 de maio não se vai realizar com a presença de peregrinos. Há quem refira estes factos como cedências ao ritos pagãos e prepotência em relação às religiões. Há ainda quem fale de "jogos políticos" por trás do pano do palco das decisões.
Enquanto isto, a hierarquia da Igreja católica tem norteado a sua acção por um enorme realismo e por uma profunda coerência em relação à defesa da vida contra a qual atenta fortemente este miserável vírus.
Vejamos só algumas afirmações de importantes figuras da Igreja, acabadinhas de vir a público:
"Cardeal D. António Marto mantém decisão de celebrar 13 de maio em recinto fechado, sem presença de peregrinos".
«Não podemos ter pressa nem ser precipitados» – D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga.

Cardeal-patriarca apela ao cumprimento da suspensão das celebrações comunitárias,  «a bem da saúde pública».
Recorde-se que antes da declaração do estado de emergência, já a Igreja, com imersa dor de alma,  suspendera as celebrações com a participação da assembleia.
Sinto-me sintonizado com o agir dos Bispos de Portugal. Há que manter a firmeza em relação à defesa da vida, em todas as suas etapas. Custe o que custar e doa a quem doer. 
Só um à parte. Não estaremos a ir depressa demais no tocante à celebração dos funerais? Sei e sinto que são momentos de imensa dor para quem vê partir um ente querido ou um amigo, tendo de o fazer nas actuais circunstâncias.  Mas penso que é uma das situações mais perigosas no que diz respeito à transmissão do vírus. Aqui, penso, impõe-se absoluta cautela...

sábado, 2 de maio de 2020

Parabéns, mães! Obrigado, mães!

Beijo · mãe · jovem · adolescente · filho · beijando - foto stock ...
Por tudo e por tanto, obrigado, mães!

Pelo vosso amor sem prazos de duração,
Pela vossa dedicação sem limites,
Pelo caminho que fazeis com os vossos filhos,
Pelo muito que ensinais amando e amais ensinando,
Pela Fé que recebemos da vossa Fé,
Pelo abrigo que sois nas tempestades da vida,
Pelo vosso amor que testemunha que Deus ama o mundo,
Pela alegria em dobro que sentis na alegria de vossos filhos,
Pelo silêncio falante e pela palavra importante,
Pela vossa insistência perante a desistência,
Pelo vosso sexto sentido de mulheres e de mães,
Pela vida que dais e amais,
Por tudo e muito mais,
PARABÉNS, MÃES!
Um bom e belo dia das Mães!



Pai Nosso - várias raças, um só Pai de todos


sexta-feira, 1 de maio de 2020

Depois, queixem-se do populismo

1.º DE MAIO, 2020 - ESTADO DE EMERGÊNCIA PELA COVID-19
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Esta fotografia foi tirada, hoje, em Lisboa, na Alameda D. Afonso Henriques, na manifestação do 1º de Maio organizada pela CGTP. Certamente haverá outras fotos. Esta colhi-a das redes sociais, porque me chocou.
Como é que uma família que, nestas semanas, não pôde enterrar decentemente os seus entes queridos reagirá a imagens destas? O que sentem as pessoas que têm suportado tantas restrições em prol da saúde pública, desde o início do estado de emergência em 18 de Março? Como reagem os cidadãos que têm acatado este período de contenção e confinamento?
O sol, quando nasce, não é para todos. Há filhos e enteados. Há os próximos do poder e todos os outros. Há duas bitolas para avaliar e decidir.
E era assim tão importante? Ou é apenas o altivo gosto de desafiar? A arrogância, a soberba, a bazófia: "eu posso!"
Depois, queixem-se do populismo.
Há quem ande a semeá-lo. E a regar também.
Tristíssimo exemplo.