Em 14 de setembro, foi inaugurada a Faculdade de Medicina da UCP (Universidade Católica Portuguesa).O diretor da nova Faculdade, António Medina de Almeida, destacou que os alunos são os “grandes protagonistas” deste projeto, apontando aos desafios demográficos e da digitalização, no futuro.
“Tudo faremos para que estejam preparados para a vocação de cuidadores, mas também de investigadores, promotores da saúde pública”, declarou.
Na sessão de abertura esteve presente o Primeiro-Ministro que saudou a criação desta Faculdade de Medicina.
Já não era sem tempo. Parecia que o ensino da medicina era uma coutada estatal. Se há cursos onde Estado e privados marcam presença, era sumamente incompreensível esta estatização do ensino da medicina.
Tanta gente sem médico de família porque não há médicos. Penso que o único critério para entar em medicina é a nota. Mas isto quer dizer que um aluno com 19 valores virá a ser melhor médico do que um com 15 valores? Claro que não.
Muita gente poderá escolher medicina, não por vocação, mas por prestígio social, por garantia de emprego, por pressão familiar. Por isso gostei de saber que alguns dos alunos que entraram na Faculdade de Medicina da UCP passaram por testes psicotécnicos. Devia ser assim em todo o lado. No público também.
Há bastantes anos, um governante, que passou por esta terra, confessava diplomaticamente à refeição a força do lobby médico no modo como condicionava as políticas de saúde dos governos.
Penso que tal lobby fez tudo para obstaculizar a abertura da nova Faculdade de Medicina no privado. Felizmente a democracia venceu. Os vários lobbys têm o seu papel no funcionamento da democracia, mas a democracia está sempre sobre os lobbys.
Quando aparecem na televisão, altos responsáveis por sectores da saúde falam que não há falta de médicos. Só que a realidade diária desmente frontalmente tais declarações. E o povo sente isso.
Também no campo da medicina funciona a lei da oferta e da procura. A tendência será esta: quanto menos médicos, mais serão os preços a pagar pelos actos médicos. Por isso, haver mais e melhores médicos beneficia também a carteira dos doentes.
Penso ainda que a formação de novos médicos, além da necessária e óbvia componente técnico-científica, deve envolver uma forte componente humanizante. O médico vai lidar com pessoas!!!
Quantos vezes encontramos médicos da nova geração, tecnicamente irrepreensíveis, mas que deixam tanto a desejar no campo humano!
Claro que se encontram médicos novos com enorme grau de humanidade. Verdade.