domingo, 31 de agosto de 2014

Barulho, barulho, barulho...



Tão pouca gente na tarde agradável de hoje em Santa Helena!!!
As pessoas preferem o barulho e a confusão ao silêncio falante e sereno da Serra! Quanto maior é o vazio interior, mais a necessidade de barulho...


Uma preocupação obsessiva com a forma física. Um descuido desolador com a forma espiritual.
Não será a forma espiritual a melhor maneira de manter o físico em forma?


Gostam-se horas em ginásios; esgrime-me até ao tutano os alimentos que não engordam; fazem-se caminhadas e "bicicletadas"; envereda-se pela natação; recorre-se às plásticas e aos técnicos de tratamento da pele...
Mas não se tem tempo para a leitura, a reflexão, o silêncio, a oração, a Missa, a  atenção aos outros.
Resultado: há tantos corpos danone que escondem almas cheias de teias de aranha!


Tratar e cuidar do corpo? Sim, claro.
E que tal tratar e cuidar igualmente da alma?


Barulho, confusão, evasão...Parece ser a loucura do nosso tempo. E olhem que não é só a malta nova.... Estes, mesmo quando estão sozinhos, não prescindem dos auriculares e do telemóvel, sempre em movimento.
O homem de hoje mostra um horror tonto ao silêncio, um medo tremendo de se reencontrar consigo mesmo. Talvez por não ter a coragem de enfrentar o vazio que lhe vai na alma...

sábado, 30 de agosto de 2014

Primárias do PS para escolha de líder do PSD?


A propósito da entrevista de António Costa ao Expresso, de 23 de agosto, ocorre-me a ideia de tecer algumas considerações sobre a estatura e as ambições partidárias.

Um partido político é uma organização de direito privado que, no sentido contemporâneo da palavra, pode ser definido como uma união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, disciplinada e organizada, revestindo a forma de associação, e que visa a disputa do poder político ou, pelo menos, o direito-dever de intervenção pública no debate das questões nacionais e das internacionais que estejam conexas com aquelas.

À partida, um partido político almeja ascender ao poder. E normalmente aproveita o mecanismo das eleições a que se candidata com um programa eleitoral, que, em caso de vitória, se transforma em programa de governo, com alterações pontuais, se a vitória possibilitar uma maioria parlamentar de apoio ao governo, ou significativas e objeto de negociação, caso o apoio parlamentar seja minoritário ou resulte de uma coligação pós-eleitoral. Porém, a História regista, além de situações normais de mudança de poder e até de transição pacífica de regime,  não raros exemplos de acesso ao poder com recurso à revolta armada, militar e/ou popular, seguido de governação em democracia (usualmente precedida de governo provisório, que toma medidas legislativas de fundo) ou de governação em ditadura (normalmente em torno de uma figura carismática, cuja deposição se torna muito problemática, se não impossível, a menos que o regime apodreça por si). Neste último caso, a governação é contra os partidos ou apoia-se na existência de partido único, combatendo qualquer manifestação significativa contrária, por diversos meios (polícia política, censura na comunicação social, limitação de acesso à administração pública…) e de modo por vezes feroz (tortura, repressão policial, prisão arbitrária, morticínios…).

Também acontece que muitas democracias, em tempo de crise política ou de crise geral, inventam um líder musculado que exerce o poder com mão de ferro, mas não prescindindo de eleições regulares e submetendo formalmente aos órgãos democráticos as principais opções de política governativa e mobilizando em torno das mesmas a opinião pública e as forças da ordem.

Na antiguidade greco-romana, dava-se o nome de partido a um grupo de seguidores de uma personalidade de prestígio, de uma ideia mobilizadora ou de uma doutrina. Modernamente, só na Inglaterra, no século XVIII, é que se criaram pela primeira vez, instituições de direito, com o objetivo de congregar partidários de uma ideia política – o partido Whig e o partido Tory. A partir daí e da segunda metade daquele século, alastrou pelo mundo a ideia de organizar e dividir os políticos em partidos, ideia que recebeu notável incremento depois da independência dos Estados Unidos e da revolução francesa, momentos em que se formulou a perceção de que a natureza da comunidade política se transforma dramaticamente.

Dos sociólogos e cientistas políticos que teorizaram sobre partidos políticos, destacam-se Ostrogorsky, Robert Michels, Maurice Duverger, Max Weber e Nildo Viana. Para eles, os partidos políticos atuais são organizações onde predomina a burocracia na sua estrutura e que se fundamentam na ideologia da representação política, e não propriamente no acesso direto do povo às decisões políticas. Têm como objetivo conquistar o poder político estatal e constituem formas de expressão política de oligarquia económica ou social. No entanto, alguns, influenciados por Weber, consideram que o predomínio da burocracia nos partidos políticos, especialmente nos partidos fascistas, nazistas, socialistas e comunistas, ocorre por uma necessidade técnica, ao passo que, segundo outros, a burocratização dos partidos é derivada de um complexo processo social e político que dá origem à expansão de uma nova classe social, a “burocracia”. Mas coincidem em afirmar que a burocracia partidária é uma fração daquela nova classe social: a “burocracia”. Essa burocracia partidária, hoje designada por aparelho partidário ou mesmo “aparelhismo”, ultrapassa frequentemente a sua função de assessoria do político e passa a ditar regras nos partidos políticos.

No decurso do tempo, têm-se verificado as mais variadas formas de atuação dos partidos na vida das nações, bem como diversificadas formas de atuação dentro dos próprios partidos. Partidos políticos seculares têm-se mantido, através dos séculos, basicamente iguais só no nome, pois os seus programas, doutrinas e estilos de fazer política têm variado enormemente com o passar dos tempos, tendo alguns esbatido e até perdido a carga ideológica que os identificava. Há partidos que definem, já através da designação, claramente a sua doutrina – como fazem, por exemplo, os partidos: fascista, liberal, democrata-cristão, conservador, nazista, socialista, comunista e trabalhista. Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e ex-presidente do Brasil, cunhou o termo “partido omnibus” (para todos, em latim) para designar qualquer partido que parta do propósito explícito de reunir seguidores de diversas doutrinas e ideologias para atingirem objetivo comum a todos eles. Têm como seu arquétipo, na literatura, os partidos dominantes na política norte-americana – partido democrata e partido republicano – e o PMDB no Brasil, o partido democrata italiano ou o MDP/CDE e o Bloco de Esquerda portugueses, bem como o evolucionista e o unionista da I República de Portugal.

Muitos políticos fazem a sua carreira política dentro de um grande partido, para só depois se candidatarem a altos cargos públicos, como ocorre, por exemplo, na França com uma grande disputa pelo cargo de secretário-geral do Partido Socialista Francês; porém, outros políticos, ao contrário, integram ou formam pequenos partidos para mais rapidamente se candidatarem a altos cargos públicos como fez Fernando Collor de Mello, em 1989.

***

Dada a sua índole associativa e o seu aparato público, os partidos, embora se rejam pela lei geral, são independentes de qualquer estrutura do Estado e dispõem de declaração de princípios, estatutos, programas eleitorais e/ou governativos e planos de ação. Sendo assim, seriam unicamente os membros da respetiva associação partidária a decidir que elementos devem integrar os órgãos partidários e em especial a liderança de topo.

Nestes termos, parece descabido que a direção do Partido Socialista tenha convocado para a eleição do seu candidato a Primeiro-Ministro todos os simpatizantes que reúnam determinadas condições, mormente a sintonia com os princípios fundamentais por que se pauta o partido. Mais esquisita se torna tal convocação, quando para a eleição de dirigentes distritais e, segundo referem alguns, nas últimas eleições diretas para secretário-geral se mantiveram nos cadernos eleitorais inscrições de militantes falecidos, ausentes por tempo prolongado e mesmo alguns que se tinham candidatado a cargos políticos, designadamente em autarquias, por outras formações partidárias ou de independentes/dissidentes.

Porém, Costa segue o seu percurso para a eleição “interna” de setembro com a aceitação das iniciativas da direção partidária, tendo chegado a afirmar, quase com displicência, que as questões estatutárias eram tratadas por outras personalidades. E o seu percurso, que não ultrapassa as marcas de um percurso de campanha, como é compreensível, nem sempre prima pela ousadia e pela clareza de propostas, a ponto de, creio que injustamente, ser apontado pela candidatura adversária como o rosto de um PS da promiscuidade entre política e negócios. Como se não bastasse a falta de clareza e ousadia de ideias, na referida entrevista, depois de farpar aqueles que “andam anos na política e ninguém se lembra de nada que tenham feito”, declara que o seu adversário é o socialdemocrata Rui Rio, com a dupla ironia de afugentar do discurso o adversário Seguro, com quem contende, e limitar-se “a constatar o que todos constatam”, no pressuposto de que “o país anseia por novos protagonistas, com provas dadas, que rompam este ciclo de vistas curtas em que temos estado bloqueados nos últimos anos”.

Assim, não se estranha que a pena de quem escreveu uma nótula sobre “primárias” na última página de O Diabo, de 26 de agosto, tenha inferido que “ficámos a saber que as primárias do PS não só servem para escolher o candidato a Primeiro-Ministro do próprio partido como de outros”. Ora, como Costa, voz do PS autorizada pela experiência de governante e pela de edil lisboeta, apenas cita o ex-edil portuense, creio ser legítimo pensar que os resultados das primárias de setembro definam o líder do PS e o do PSD, ambos socialdemocratas ou paladinos do socialismo democrático.

A referida pena de escrever, ao questionar quais os adversários de outros partidos selecionados por Costa, alvitra a hipótese de serem personalidades sem interesse, talvez alguns dos que se sentam há anos na sexta fila da respetiva bancada parlamentar a aguardar pela sua vez e a fazer planos. Penso, todavia, que terão de ser como Costa, daqueles que não “andam a comprar votos nem a ressuscitar mortos” (vd Expresso, de 23 de agosto, pg 8).

A pretensão de substituir o líder do partido adversário não é nova. Quem não se recordará das declarações de Ferreira Leite ou de Passos Coelho, que, por volta das eleições de 2009 (antes e depois) e de 2011 (antes), respetivamente, rejeitavam a hipótese de entendimento com o PS, se liderado por José Sócrates. E este, quando viu Passos Coelho eleito líder do PSD, parecia ter encontrado um par para a dança do tango, conforme declarou a órgãos de comunicação social estrangeiros. Também a opinião pública, através de políticos comentadores, formulou a convicção, nunca desmentida, de que o PSD preferiria disputar as eleições legislativas com Seguro a disputá-las com outra personalidade em líder, nomeadamente António Costa.

Agora, Costa parece ter embarcado em pretensão semelhante. José Serrão, em O Diabo, de 26 de agosto, explica o tríplice objetivo: sensibilizar o PSD, pressionar o Governo e estimular Rui Rio a iniciar o seu assalto ao poder e à cadeira de Coelho na liderança do partido, seguindo o exemplo Costista, mas correndo acrescido risco. Porém, o mesmo colunista aponta a Costa o facto de as suas palavras saberem a ato falhado e poderem ser interpretadas como um desígnio até agora inconfessado, pelo menos nos detalhes: Guterres a Presidente da República, o próprio Costa em Primeiro-Ministro e Rio como líder da oposição – remetendo para a prateleira da memória Cavaco, Seguro e Coelho. E Costa seria atualmente o candidato a pajem do novo Dom Sebastião, o desaparecido no mundo…

Será que Rio, homem minudente e meticuloso, embarcará na aventura de subdiácono de Guterres ou acólito de António Costa? Suponho bem que Seguro não terá motivos sérios para temer Costa, tentar ignorá-lo ou refugiar-se em evasivas quando os jornalistas os questionam sobre a candidatura adversa, a menos que se torne inseguro, hesitante e pateticamente emotivo. Se for esta hipótese, então o medo que tem será de si próprio.

Não estaremos em situação similar à do rotativismo dos fins da monarquia, ao invés do tempo de crise em que emergem líderes políticos que se perfilam como verdadeiros homens de Estado destinados a dar ao país a fina flor da sua lucidez e o melhor da sua vontade do seu esforço pela causa e pela saúde da res publica?

De qualquer modo, deixemos que os líderes partidários sejam escolhidos pelos próprios partidos, cada um pelo seu!

Mas José Serrão acerta na muche – e termino com suas palavras – quando assegura: “A política portuguesa está a incandescer e o aproximar dos próximos escrutínios eleitorais cerceia a qualidade do pensamento e condiciona a ação dos principais agentes políticos”.

Referências

Amaral, Diogo Freitas (1985). O Antigo Regime e a Revolução. Lisboa: Círculo de Leitores.
Lassale, Jean Pierre (1971). Introdução à Política. 2.ª ed. Col. Universidade Moderna. Lisboa: Edições Dom Quixote.
Rosas, Fernando e Rolo, M. Fernanda (coord) et al (2010). História da Primeira República Portuguesa. Lisboa: Tinta-da-China.

 2014.08.27
Louro de Carvalho

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

POLITICA - Antes e depois da posse!!!


ANTES DA POSSE

  O nosso partido cumpre o que promete.
  Só os tolos podem crer que
  não lutaremos contra a corrupção.
  Porque, se há algo certo para nós, é que
  a honestidade e a transparência são fundamentais.
  para alcançar os nossos ideais
  Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
  as máfias continuarão no governo, como sempre.
  Asseguramos sem dúvida que
  a justiça social não será o alvo da nossa acção.
  Apesar disso, há idiotas que imaginam que
  se possa governar com as manchas da velha política.
  Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
  se termine com a corrupção e as negociatas.
  Não permitiremos de modo nenhum que
  os reformados morram de fome.
  Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
  os recursos económicos do país se esgotem.
  Exerceremos o poder até que
  Compreendam que
  Somos a nova política.

  DEPOIS DA POSSE BASTA LER O MESMO TEXTO ACIMA, DE BAIXO PARA CIMA, LINHA A LINHA

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

LIGA DOS CAMPEÕES


Benfica em grupo complicado
Sporting em grupo menos complicado
Porto em grupo mais acessível
Isto à primeira vista, porque no campo é que se vai ver...

Ronaldo eleito Melhor Jogador da Europa
Cristiano Ronaldo pode sagrar-se o melhor na Europa
Ronaldo é o vencedor do prémio UEFA de Melhor Futebolista da Europa.

O jogador do Real Madrid, de 29 anos, superou a concorrência de Neuer e Robben pelo galardão, que foi atribuído há momentos no Fórum Grimaldi, no Mónaco, onde também decorreu a realização do sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Cristianp Ronaldo sucede assim na galeria de vencedores a Franck Ribéry (2013), Andrés Iniesta (2012) e Lionel Messi (2011).
Fonte: aqui

LIGA DOS CAMPEÕES


Benfica em grupo complicado
Sporting em grupo menos complicado
Porto em grupo mais acessível
Isto à primeira vista, porque no campo é que se vai ver...

Ronaldo eleito Melhor Jogador da Europa
Cristiano Ronaldo pode sagrar-se o melhor na Europa
Ronaldo é o vencedor do prémio UEFA de Melhor Futebolista da Europa.

O jogador do Real Madrid, de 29 anos, superou a concorrência de Neuer e Robben pelo galardão, que foi atribuído há momentos no Fórum Grimaldi, no Mónaco, onde também decorreu a realização do sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Cristianp Ronaldo sucede assim na galeria de vencedores a Franck Ribéry (2013), Andrés Iniesta (2012) e Lionel Messi (2011).
Fonte: aqui

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"O motor da sociedade é a juventude»

antonio_couto_mg_5598
A família, a baixa taxa de natalidade e o futuro da Igreja estão entre as preocupações do bispo de Lamego. Para António Couto, aos domingos, os horários de trabalho poderiam ser mais flexíveis para que as pessoas tivessem mais tempo livre.
«A Igreja pode e deve chamar a atenção para certas leis que escravizam as pessoas, como por exemplo trabalhar aos domingos», afirmou António Couto, bispo de Lamego, em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA, à margem do Curso de Missiologia, que está a decorrer em Fátima.
Para o prelado, se por um lado os hipermercados estão «abertos a toda a hora» e «facilitam a vida às pessoas», por outro lado «escravizam-nas». «Escravizam porque as pessoas ficam a ser escravas daquilo. Têm que fazer aqueles horários: ao domingo, à segunda, seja em que dia for. E ficam quase sem liberdade para ter um dia como tínhamos antigamente. Um dia em que as pessoas podiam estar à vontade. Hoje não temos esse dia», lamentou.
Segundo D. António Couto, as «leis podiam ser mais flexíveis» e os horários de trabalhos poderiam ser «diferentes». «Aos domingos, em vez dos funcionários trabalharem oito horas, podiam ter um horário mais reduzido e flexível» que deixasse algum «tempo livre mesmo àqueles que ao domingo têm de fazer algum trabalho», afirmou.
Aludindo às famílias e à oração, António Couto lamentou a fraca participação destas na Eucaristia. «Estamos num tempo em que é raro encontrar uma família na missa. É muito raro ver uma família a rezar», referiu. Referindo-se à baixa taxa de natalidade em Portugal, o prelado disse que o aumento do número de nascimentos é «profundamente importante». «Quem leva o mundo para a frente são as crianças e os jovens porque têm uma mudança de hábitos. O motor da sociedade é a juventude», frisou.
Vi aqui

terça-feira, 26 de agosto de 2014

TELEFONEMA DO HOSPITAL E PARA O HOSPITAL


Bom dia, é da recepção? Eu gostaria de falar com alguém que me desse informações sobre um doente internado. Queria saber se a pessoa está melhor ou se piorou...
 
 - Qual é o nome do doente?
 - Chama-se Celso e está no quarto 302..
 - Um momentinho, vou transferir a chamada para o sector de enfermagem...
 
 - Bom dia, sou a enfermeira Lourdes... O que deseja?
 - Gostaria de saber a condição clínica do doente Celso do quarto 302,por favor!
 - Um minuto, vou localizar o médico de serviço.
 
 - Aqui é o Dr. Carlos. Em que posso ajudar?
 - Olá, doutor. Precisava que alguém me informasse sobre a saúde do Celso que está internado há três semanas no quarto 302.
 
 - Só um momento que eu vou consultar a ficha do doente... Hummm! Aqui está: alimentou-se bem hoje, a pressão arterial e o pulso estão estáveis, responde bem à medicação prescrita e vai ser retirado da monitorização cardíaca amanhã. Continuando bem, o médico responsável assinará a alta em três dias.
 
 - Ahhhh, Graças a Deus! São notícias maravilhosas! Que alegria!

  - Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo, certamente da família!?
 
 - Não, sou o próprio Celso telefonando aqui do 302! É que toda a gente entra e sai deste quarto e ninguém me diz porra nenhuma. Eu só queria saber como estou....

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

La oposición al Papa Francisco


 Por un lado están quienes - amparados en el poder de su dinero, de sus privilegios y comodidades - han actuado eficazmente para silenciar la Evangelii gaudium....... 
(Marco A. Velásquez).
No hay duda que el papa encuentra una férrea oposición dentro de la Iglesia. Los hechos están a la vista. Mientras unos expresan de manera cada vez más abierta sus diferencias; otros lo hacen sentir de manera menos visible y explícita.
En un comienzo lo criticaron por la sencillez de sus atuendos, luego por su libertad litúrgica, más tarde por su crítica al sistema económico. Ahora les molesta que visite a sus amigos -más bien que tenga amigos, peor aun sin son judíos, musulmanes o pentecostales. No les gusta que ría, que juegue, que sorprenda, que improvise, que dialogue, que telefonee, en resumen, que actúe humanamente.
En un plano más reservado, el descontento se acompaña de la felonía del chisme, donde la indignación con el papa cunde por su crítica y denuncia sistemática contra la corrupción del clero. No le perdonan que exponga públicamente sus debilidades, aunque con ello el papa busque contener el proceso de degradación que experimenta la noble y necesaria función sacerdotal.
En un nivel más elevado, y de manera más orgánica, se estructura una oposición dogmática contra el magisterio del papa Francisco. Silenciosamente va tomando fuerza una corriente teológica que, sin pudor, va enmendando la plana a los anhelos reformistas del papa.
Por un lado están quienes -amparados en el poder de su dinero, de sus privilegios y comodidades- han actuado eficazmente para silenciar la Evangelii gaudium. Sorprende que una exhortación pontificia tan incisiva no sea suficientemente socializada en foros, seminarios, jornadas u homilías; menos aun en tiempos de globalización de las comunicaciones.
Por otro lado, están quienes, convencidos de defender el buen Nombre Dios, advierten públicamente contra todo gesto de apertura o supuesta laxitud moral que pueda desencadenar la misericordia papal. En esta categoría caben los temas relativos a la comunión y confesión de las personas separadas o divorciadas vueltas a casar, los temas de la moral sexual, la ordenación de los viri probati y de las mujeres, así como los nombramientos de obispos, entre otros.
La oposición al papa se articula bajo la misma estructura piramidal de la Iglesia y opera en forma directamente proporcional al poder eclesial. Donde hay más poder, hay mayor oposición. Consecuente con ello, los núcleos de oposición están radicados en la jerarquía, y más precisamente, en no pocos obispos.
Quienes se aglutinan tras la oposición del papa son los obispos que han comprendido su ministerio episcopal bajo una concepción administrativa de ejercicio de poder eclesial. Son quienes han renunciado a asumir la tarea episcopal como un encargo evangélico orientado eminentemente al servicio del Pueblo de Dios. Son los obispos que se han dejado guiar por sus propios miedos y prejuicios, más que por la guía fiable del Espíritu Santo. Son quienes no confían en su clero ni en sus fieles, y que consecuentemente dedican gran parte de su tiempo a controlar, reprimir y sancionar. Son quienes se dejan interpelar más por el Código de Derecho Canónico que por los Evangelios. Son quienes no han asimilado esa gracia divina de la misericordia y que por tanto “dicen una cosa y hacen otra. Atan cargas pesadas, imposibles de soportar, y las echan sobre los hombros de los demás, mientras que ellos mismos no quieren tocarlas ni siquiera con un dedo.” (Mt 23, 3b – 4). Son quienes, en definitiva, apagan el Espíritu y quienes han sumido a la Iglesia, de todos, en una crisis de grandes proporciones, habiendo tanto bien que compartir y tanto sufrimiento que contener.
Mientras ayer la Iglesia era remecida por vergonsosos escándalos provocados por algunos de sus ministros, en el presente aflora en la conciencia del Pueblo de Dios esa otra crisis, que persiste a través de la historia, es la crisis que provoca la tentación del ejercicio del poder en la Iglesia. Esta es la crisis que afecta de manera más incisiva al servicio apostólico del papa Francisco y que lo lleva insistentemente a pedir que el Pueblo de Dios lo sostenga con la oración.
El papa, como fiel hijo de san Ignacio de Loyola, con su testimonio actualiza esa Guerra del Reino descrita en los Ejercicios Espirituales. La escena de un campo de batalla donde se enfrentan la vida y la muerte, el bien y el mal, y donde los hombres se disponen a luchar bajo una de Las Dos Banderas, la de Jesucristo o la de Santanás, es una adecuada escenificación para graficar las tensiones que afectan a la Iglesia y al papa. (EE 135-149).
Tan fuerte es la tentación del poder que invade al ministerio episcopal, que San Agustín, como obispo bueno de Hipona, quiso advertir a sus contemporáneos y a sus sucesores de los peligros que encierran el ejercicio del episcopado, diciendo: “Desde que se me impuso sobre mis hombros esta carga, de tanta responsabilidad, me preocupa la cuestión del honor que ella implica. Lo más temible en este cargo es el peligro de complacernos más en su aspecto honorífico que en la utilidad que reporta a vuestra salvación. Mas, si por un lado me aterroriza lo que soy para vosotros, por otro me consuela lo que soy con vosotros. Soy obispo para vosotros, soy cristiano con vosotros. La condición de obispo connota una obligación, la de cristiano un don; la primera comporta un peligro, la segunda una salvación.” Sermón 340.
No está lejano el día en que el Pueblo de Dios comience a sustituir sus reverencias por exigencias de conversión a sus pastores, porque nada alienta más a vivir la alegría del Evangelio que el buen ejemplo de esos hombres que están llamados a guiar a los hijos e hijas de la Iglesia. Mientras tanto, ese mismo Pueblo seguirá sosteniendo fielmente al papa Francisco con su modesta y agradecida oración.
 Marco Antonio Velásquez Uribe
Li  aqui

sábado, 23 de agosto de 2014

Que pensas da Maria Santieiro?

Um jornalista encontrou um grupo de pessoas e perguntou:
- Que pensa cada um de vós da Maria Santieiro?
O grupo dispôs-se a colaborar prontamente e o primeiro respondeu:
- Não conheço, nunca ouvi falar de tal pessoa...
O segundo disse:
- O nome não me é estranho... Tenho uma ideia muito vaga ...
O terceiro interveio:
- Uhmmmm! A ela não a conheço pessoalmente, mas a avaliar pelos amigos que tem, não será grande rês... São falsos, egoístas e incoerentes! E já diz o povo: "diz-me com quem andas e dir-te-ei o que és!"
O quarto afirmou:
- Conheço, sim senhor. É a minha mãe. A melhor mãe do mundo. Dou-me a vida, educou-me, salvou-me de situações complicadas, ama-me como ninguém.
Por fim, o último testemunhou:
- Conheço, pois! É uma pessoa fantástica, uma amiga, mesmo amiga. Está quando é preciso estar. Sabe participar das alegrias e tristezas do seu amigo. Deixa-se a si mesma pelos outros.

Esta historieta para lhe fazer uma pergunta, amigo leitor:
"Que pensa de Jesus Cristo?"
Em qual ou quais das respostas acima dada(s) enquadra a sua resposta?

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Alguém disse e eu subscrevo:

“Aceito a Igreja católica. Apesar dos seus impressionantes defeitos, para mim, de todas as Igrejas é a que me parece mais fiel à Sagrada Escritura e à totalidade da experiência humana. Se a Igreja pretendesse ser uma coletividade perfeita, seria falsa. A Igreja não tem que ser perfeita. A sua missão consiste em fazer referência a Jesus Cristo. Se a Igreja remete unicamente a Jesus Cristo, posso pertencer à Igreja. O que me permite sentir-me à vontade na Igreja é que ela não pretende julgar o Evangelho; ao contrário, sente-se sempre julgada pelo Evangelho. A Igreja não pretende encaminhar os homens para si mesma, mas para Cristo: sempre nos remete a Alguém que a julga a ela mesma”…
E se pensarmos nisto, para amarmos a Igreja, em vez de atirarmos pedras e de lhe retiramos a pedra fundamental?…

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A mulher de César…


Decorria, em casa de Caius Iulius Caesar, no dia 1 de maio do ano 62 a.C., a festa da Bona Dea (Boa deusa), uma orgia báquica, reservada às mulheres. A responsabilidade da celebração era de Pompeia Sula, a segunda mulher de Júlio César, pelos vistos, uma mulher bem jovem e muito bela.

Sucede que Publius Clodius Pulcher, jovem rico e atrevido, que estava apaixonado por Pompeia, não resistiu: disfarçou-se de tocadora de lira e entrou clandestinamente na festa, na esperança de chegar junto de Pompeia. Porém, foi descoberto por Aurélia, mãe de César, sem que tivesse conseguido os seus intentos.

Quase de imediato, todos os romanos passaram a conhecer a peripécia e César decretou o divórcio de Pompeia, de que informou o senado. Mas César não ficou contra Publius Clodius, chamado a depor como testemunha em tribunal. Pelo contrário, disse que nada tinha, nem nada sabia contra o putativo sacrílego adúltero.

Foi o espanto geral entre os senadores: “Então porque te divorciaste da tua mulher?”.

A resposta tornou-se famosa: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita”.

Esta frase deu origem ao provérbio, cujo texto é geralmente traduzido do modo seguinte: À mulher de César não basta ser honesta, deve também parecer honesta.

A expressão cruzou séculos e milénios e tem sido aplicada às mais diversas situações, desde as relações amorosas até à higiene de restaurantes e imparcialidade em empresas e provimento em lugares políticos. Os motivos do tempo e da generalização constituem razão bastante para justificar uma reflexão sobre a frase, o autor, o contexto e a aplicação na atualidade.

O autor é um dos homens mais conhecidos da História. Jurista, orador, sacerdote, escritor, general e político, César era também muito famoso pelos casos amorosos que mantinha com as esposas de seus adversários políticos.

Por haver sido acusado, na juventude, de ter tido relação homossexual com o rei Nicomedes, para garantir o apoio da Bitínia numa expedição romana – mentira explorada pelos adversários durante décadas – César seguiu o conselho da extremosa mãe, Aurélia, de responder aos detratores seduzindo-lhes as esposas pública e notoriamente, o que fazia com êxito.

Para lá desse seu tique de sedutor, convém esclarecer que César teve várias esposas (Cornélia, Pompeia, Calpúrnia), o que possibilitou que haja uma outra versão sobre a origem do provérbio. Segundo a história, César manteve um caso amoroso com Cleópatra em Alexandria, momento em que terá encarregado um aliado de voltar a Roma e espalhar o boato de que Calpúrnia o vinha traindo. Contra o argumento do aliado de que isso era mentira César foi enfático na ordem de divulgação do boato. Alguns meses depois, retornando a Roma, César entrou em casa, chamou pela esposa, a quem informou de que pretendia o divórcio. Tendo Calpúrnia indagado o motivo, retorquiu: “porque dizem que me vens traindo”. A esposa fiel argumentou que isso era não era verdade. Como resposta recebeu a afirmativa que “à mulher de César não basta ser honesta, também tem de parecer honesta”.

Ninguém pensaria que sobre o general que gritou a ordem de passagem do Rubicão com o “Alea iacta est”, ao entrar em Roma, de normal cabeleira, com a coroa de louros, os soldados que o transportavam em ombros bradassem para os lados: Cavete, cives, uxores, moechum calvum portamus – Guardai, ó cidadãos, as vossas esposas, que nós transportamos um careca filógino.

***

Independentemente de qual seja a sua verdadeira origem, o caso mostra duas facetas. A verdade, mesmo conhecida, foi ignorada em prol das aparências; e os motivos que geraram a frase foram indignos.

Num mundo que hipervaloriza a imagem e as aparências – embora hipocritamente apregoe que “o ser” é mais importante que “o parecer” e insista tanto na necessidade de transparência – facilmente se explicam os motivos por que a sentença ganhou popularidade.

Por outro lado, por mais evidentes que sejam os defeitos e transgressões dos varões, a condição e os erros das mulheres são mais apontados histórica e popularmente. Assim, em caso de adultério (em que evidentemente há a cooperação homem/mulher) só a mulher é que era condenada até à lapidação; pode usar-se à vontade a expressão “homem público”, mas a correspondente feminina “mulher pública” tem conotação negativa; e pode dizer-se “puto” de um menino, mas seria ultrajante aplicar a forma feminina a uma menina. Até há pouco tempo só se utilizava a palavra designativa do/a “profissional” de prostituição no feminino. E, para elogiar determinadas mulheres da política, se dizia que esta ou aquela era o “Cavaco de Saias”.

E note-se que se exige que a mulher de César seja e pareça honesta, mas o mesmo não se exige a César nem ao filho de César.

É o nosso mundo que prega a igualdade, mas utiliza a duplicidade de critérios, ou seja, tem dois pesos e duas medidas.

***

O provérbio vem a talho de foice a propósito da recente incorporação de um filho de Durão Barroso (o chefe de governo que fugiu para governar a Europa – e se governar – a partir de Bruxelas) no grupo de colaboradores do Banco de Portugal, a convite do BdP, sem que se tenha divulgado o preço monetário da colaboração de “tão soberbo crânio” de 31 anos de idade nem a que patamar ou cargo ela corresponde (vd O Diabo, de 19-08-2014; Público, de 20-08-2014). É sempre invocado o critério da competência em razão do currículo académico e da experiência profissional. Mas o que se assiste é aos jogos da medíocre classe política (com honrosas e egrégias exceções) “prostituída e destituída de valores”, ao mais deslavado nepotismo e à complexa bolsa de poderio e tráfico das influências.

Já assim era quando se integraram, em lugares de relevância técnica e profissional, filhos dos casais Sampaio, Silva, Gama, etc. Entretanto, deste novel colaborador do BdP di-zse que a sua ação abrange com mestria as áreas “de interesse académico” tais como Direito da União Europeia, Direito Administrativo, Direito Internacional e Direito de Regulação – um especialista em tantas áreas, milagre! E também se diz que o colaborador revela competências no domínio do facebook, como benfiquista e que gosta dos Spurs no basquetebol. Se calhar, fala inglês, francês, italiano, neerlandês e alemão; e tocará piano e guitarra…

Ora, sabe-se que o BdP recruta os colaboradores por concurso, candidatura espontânea e convite. No caso vertente, dada a crise que passa no BdP, talvez por descrédito do seu papel de regulador e supervisor, não houve candidaturas espontâneas; e, porque, com a emigração de quadros e pela ultrapassagem da crise sistémica em Portugal e na Europa, o concurso deve ter ficado deserto. Por isso, só restava o convite. E, dada a urgência do provimento no lugar, o BdP terá promovido uma acurada pesquisa nos meios académicos e no IEFP e só terá encontrado este potencial colaborador com o complexo de requisitos necessários. Quem ter+a aferido tais capacidades?!

Não obstante custa-me a vislumbrar motivo para tanta e tão grande turbulência. Eu creio que, tal como o Governo não teve nada a ver com a solução do BES/GES, também nem o Presidente da Comissão Europeia nem o PSD/CDS tiveram qualquer influência no recrutamento e seleção do neocolaborador. Ademais, o lema de António Guterres, No jobs for the boys, fica inviolável ou seja, manet in aeternum. E, como se tem verificado ninguém quebrou a cadeia da sua observância: Barroso, Lopes, Sócrates, Passos!

É o sistema que nos ajuda a viver a vida perfeitamente dentro das nossas possibilidades: com novos pobres, sem avareza, sem desperdício e obrigados à contribuição extraordinária de solidariedade para com os pobres e às sobretaxas para ajudar corresponsavelmente a expiar as culpas pelos acidentes do BCP, BPN, BPP e BES/GES.

2014.08.20
Louro de Carvalho

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Papa recorda viagem à Coreia e destaca importância dos leigos

Lá a comunidade cristã não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos que ficaram encantados com alguns textos cristãos
Papa Francisco na audiência geral de 20 de agosto de 2014


Papa Francisco dedicou a catequese desta quarta-feira à sua recente viagem à Coreia: “Lá, encontrei uma Igreja jovem, fundada no testemunho dos mártires e animada pelo espírito missionário”, disse. 

Para Francisco, esta viagem apostólica se condensa em três palavras: memória, esperança e testemunho. No contexto coreano, a Igreja custodia a memória e a esperança: 

“É uma família espiritual onde os adultos transmitem aos jovens a chama da fé recebida por seus antepassados; e a memória das testemunhas se torna um novo testemunho no presente e esperança do futuro”, explicou. Para Francisco, este foi o enfoque dos principais eventos da viagem: a beatificação dos 124 mártires coreanos e o encontro com os jovens, por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude. 

Em seguida, foi ressaltado o papel primário desempenhado pelos leigos na Igreja coreana desde os seus primórdios. O Papa contou aos fiéis que a comunidade cristã na Coréia não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos do século XVIII que, fascinados por alguns escritos cristãos, os estudaram e os adotaram como regra de vida. 

“Um deles foi enviado a Pequim para receber o Batismo e na volta, batizou seus companheiros. A partir deste primeiro núcleo, se desenvolveu uma grande comunidade que desde o início e durante cem anos, sofreu violentas perseguições e teve milhares de mártires. Deste modo, a Igreja coreana se baseia na fé, no engajamento missionário e no martírio dos leigos”. 

O Papa continuou recordando: “Assim como os primeiros cristãos coreanos praticaram o amor fraterno que supera toda diferença social, encorajei os cristãos de hoje a serem generosos com os mais pobres e excluídos”.

Concluindo a catequese, Francisco afirmou que a história da fé na Coreia demonstra que Cristo não anula as culturas, não cancela o caminho dos povos que buscam a verdade e praticam o amor a Deus e ao próximo. Cristo não extingue o que é bom, mas o completa. 

“Cristo combate e derrota o maligno, que semeia o perverso entre os homens e entre os povos, que provoca exclusão em favor da idolatria do dinheiro; que espalha veneno no coração dos jovens. Se, no entanto, ficarmos Nele, em Seu amor, nós também, como os mártires, poderemos viver e testemunhar sua vitória. Com esta certeza, rezemos por todos os filhos e filhas da Península Coreana que sofrem as consequências de guerras e divisões, para que possam realizar um caminho de fraternidade e plena reconciliação”. 

Pedindo a intercessão de Maria para que acompanhe o nosso caminho, nos ampare nas fadigas, conforte os sofredores e mantenha aberto o horizonte da esperança, o Papa concedeu a sua bênção a todos, rogando paz e prosperidade para os coreanos. 
 Fonte:  aqui

terça-feira, 19 de agosto de 2014

CENTRO PAROQUIAL EM GESTAÇÃO




Pouco a pouco as obras continuam...


A sua ajuda é fundamental para que a gestação do Centro Paroquial continue!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O menino que deixou a praia a sorrir

O Elias. Brincava imenso com a sua jovem avó. Jogavam à bola, faziam pocinhas na areia, chapinhavam na água... Belíssima cumplicidade.
O Elias teria não mais de 2 anos. Todo ele era simpatia, afabilidade. Por isso conquistou o coração de todas as pessoas que estavam na praia junto ao paredão.
Então a jogar à bola era um espetáculo! Cada chuto no ar! Mas, de longe em longe, lá acertava. Só que a direção não era a melhor. E lá ia bater a pequena bola num ou noutro dos veraneantes. Logo acorria o Elias, com um ou dois tombos pelo meio, a pedir desculpas: "culpa!". E sorria. Falava para as pessoas numa linguagem muito própria da sua idade, por isso quase impercetível a quem não estiva habituado a ele. Mas o seu sorriso falava muito mais.
Uns adolescentes saltam para a água onde brincam. Elias fica parado a observá-los. Quando regressam às toalhas, o menino fala com eles. Como quem o despacha, fazem-lhe uma festinha e caminham. Só que o petiz não desiste e dirige-se-lhes. Um dos jovens traz o pequeno para junto da avó e começa a brincar com ele. Jogam à bola, põe-no às cavalitas e entra assim com ele na água, fazem pocinhas na areia.
Os companheiros chamam o jovem que se despede do Elias. Só que este nem por nada quer perder o seu novo amigo e arranja estratagemas. Mostra as mãozitas sujas e pede ao rapaz que lhas lave no mar. De regresso, volta a metê-las na pocinha feita na areia e aponta-as para o jovem, como quem diz: "Estão sujas, vem lavar-mas!" E assim durante mais um tempo.
Depois a avó estende uma toalha sobre uma pedra do paredão para mudar a fralda ao Elias. Mas que paciência a daquela avó! O petiz rebola-se, diz que não, arranca a fralda. E a senhora volta a começar tudo sem nervos, com sorriso, mas persistente.
Pronto, o Elias teima em não querer seguir a avó. Vira-se para todos e fala no "seu latim" que ninguém entende, mas de que todos gostam. A senhora caminha muito devagar e os praiantes lá vão indicando ao Elias a avó. Por fim convence-se. E lá corre, com alguns pequenos tombos na areia pelo meio.
O Elias foi, naquelas horas, o rei daquele pedaço da praia. Todos os olhos o fixaram e todos os corações se deixaram tocar pela onda de luz que irradiava da inocência alegre e comunicativa do petiz.
Obrigado, pequenito, por aqueles momentos. Que continues a crescer para a vida sorrindo, irradiando afabilidade e graça.

sábado, 16 de agosto de 2014

Livros de Férias

O que existe depois da vida?
Para onde vamos quando morremos?
Existe realmente um "Além"?

 Em Crónicas do Céu, Sol Blanco Soler responde a estas e a muitas outras perguntas. É um livro cheio de testemunhos do outro lado, que demonstram que morrer é simplesmente outra forma de viver. Uma viagem que todos faremos, sem malas, nem bilhetes de volta, em que tudo começa para sempre.
Depois de muitos anos de investigação sobre aquilo que nos espera no "além", a autora procura demonstrar que, depois de morrer, tudo ainda é possível, que a morte não é mais do que uma porta que se abre - a passagem de uma realidade tridimensional a uma realidade pluridimensional onde a vida continua.
O livro conta numerosos testemunhos, investigados, e analisados rigorosamente, e que nos mostram que devemos aprender tudo o que pudermos sobre essa "vida do além" enquanto ainda estivermos cá, uma vez que a única luz que vamos ter quando passarmos para o outro lado é o conhecimento que aqui tivermos adquirido. (aqui)
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Cafuné centra-se na figura de Rodrigo Favinhas Mendes, um bom malandro que não resiste aos encantos femininos e que se torna amigo de um ex-frade, Frei Urbino de Santiago, que acaba por ser o seu conselheiro e zelador espiritual. É que Rodrigo tem um coração gigante onde cabem muitas...(aqui)

Foram estes os livros que li nas férias. Literatura leve, como é próprio do tempo de descanso.
Mas do que o enredo, que achei pouco interessante, apreciei na obra de Zambujal as referências ao contexto histórico em que se desenrola a ação. Revolução Francesa, fuga da Família Real para o Brasil, a decadência moral de uma nobreza superficial, a decadência da Pátria, um povo sem rei nem roque nem culturas, a prepotência de ingleses e franceses...
Na obra de Sol Blanco Soler, nada de especial encontrei. Lê-se bem, mas para um cristão nada traz de novo. Jesus disse muito mais e muito melhor sem precisar de médiuns ...

Recordações de Férias




Entre 3 e 15 deste mês, fiz um tempo de praia.
Para mim, praia mais do que gosto é uma necessidade que o  médico sempre recomenda com insistência, tendo em conta os meus problemas de saúde.
Foram momentos humanamente muito ricos. O ambiente familiar que amável e generosamente me acolheu não podia ter sido melhor. Senti-me muito bem, verdadeiro membro daquela família que foi de uma atenção e de uma delicadeza desinteressadas que eu sei que não mereço.
Foram momentos fantásticos onde a boa disposição reinou. Sentia saudades de me rir tanto como aconteceu naqueles dias. Claro que houve tempo e ambiente para a oração, a partilha, a conversa mais séria. Não me faltou, como tanto aprecio, o meu espaço individual, mormente nas longos e repetidas caminhadas pela praia. Só no meio da multidão.
O meu sentido e profundo obrigado à família Ribeiro.
 
A PRAIA
Água gelada, muita gente, bom tempo, pese embora o ventinho desagradável da tarde e da noite.




Gente, gente e mais gente. Em certos sítios da praia, quase não havia lugar para estender uma toalha. Durante os dias em que estive por lá, não me apercebi de contendas, disputas ou azedumes. Uma boa paz. Pessoalmente não aprecio aqueles jogos (bola, raquetes, etc) junto à água. Penso que há espaço para estes jogos noutros locais da praia. É que estorvam e incomodam que quer ir a banho ou quer passear. Além de umas boladas que sempre cabem a quem nada tem a ver com os jogos.
À noite, a avenida junto à praia era um mar ambulante de pessoas e junto aos bares então nem se fala. O calor apertava e as gargantas pediam alívio. Bandos de jovens no meio da multidão. E mais bandos ao pé dos bares onde bufava aquela música que eles apreciam. Sempre de copo na mão.
Em qualquer estabelecimento comercial, pequeno ou grande superfície, havia filas, fosse de manhã, à tarde ou à noite. O comentário escorria aqui e ali: "Ainda dizem que há crise!...

O PAROLISMO...
Enerva-me sempre, mas este ano foi demais. Refiro-me aos nossos emigrantes francófonos. Pela pronúncia do Francês se notam...
Em Portugal, a sua terra, falam (ou arranham) o Francês! Que parolismo! Que exibicionismo bacoco! Não sabe esta gente que o Português se conta entre as línguas mais faladas do mundo? Não sabe esta gente que "ruim é o passarinho que enjeita o seu ninho!? Não sabe esta gente que "a minha Pátria é a Língua Portuguesa"?

Famílias e jovens
 Muita gente nova, adolescentes e jovens. Na praia, mais à tarde; na night, sempre.
Juntos a conversar, a jogar e a rir. Juntos naquilo que lhes cativava o interesse, fossem as cambalhotas para a água, fossem as músicas e  as danças do momento, fossem os bares cuja música lhes caísse no goto, mas aqui sempre de copo na mão... Fossem ainda as situações que lhes causassem adrenalina.
Quanto à família, continuo a gostar de ver muitas famílias juntas, especialmente quando os filhos são pequenos. Observam-se momentos de empatia que calam fundo. Quando passeiam juntos, quando partilham e conversam debaixo do chapéu de praia, quando jogam, quando brincam na água.
Cada vez vejo mais o pai a cuidar dos filhos pequenos. "Hoje, na praia, vêm-se os pais mais interventivos junto dos filhos do que as mães", comentava uma amiga minha.
 
O "Dr. Figo"


 
De regresso da praia, certo dia, passámos por um simpático vendedor de figos e outros produtos da terra. Ao pararmos para observar a exposição, aproxima-se um casal espanhol que pergunta ao simpático vendedor "o que era aquilo". O homem... dos bigodes responde que eram alfarrobas e de imediato explica os seus benefícios para a saúde.. "Basta tomar uma vez", explicou.
Foi quanto bastou para fazermos um romance durante todas as férias. Por tudo e por nada, apontava-se o "Dr. Figo" como solução para todos os problemas de saúde, reais ou imaginários.
Imaginarão quantas gargalhadas soltámos à custa do enredo criado à volta da simpática personagem!
Ao fim do dia, passou a ser quase obrigatório para alguns de nós passar por aquele "consultório ao ar livre"! E quando o homem não estava? Imaginarão também o rol de explicações que fabricávamos para justificar a ausência e consequentes gargalhadas soltas...

 
FÁTIMA

No regresso passámos por Fátima.
Participámos na Eucaristia celebrada na Capelinha das Aparições e soube bem o ambiente celebrativo que àquela hora se vivia no local.
 Como me tocaram aqueles minutinhos com a Mãe, junto à sua Imagem na Capelinha das Aparições! 

sábado, 2 de agosto de 2014

AMO-TE, IGREJA!


Creio que não posso escrever neste livro sobre as coisas que amo, sem falar também na nossa Igreja, sobre a minha querida Igreja. Compreendo que, ao fazê-lo, não estou muito na moda, porque hoje o habitual é falar dela, pelo menos, com desinteresse (e tantas vezes com ferocidade!), inclusive os crentes. Dizem que o sinal dos tempos é gritar: “Cristo, sim; Igreja, não”. Isso me parece tão sem sentido como dizer “quero a alma de minha mãe, mas a minha mãe, não”. Tenho pena de não entender aqueles que a insultam ou desprezam “em nome do Evangelho”, ou os que parecem sentir-se envergonhados da sua história e pensam que só agora ou no futuro vamos construir a “verdadeira e fiel Igreja”. Não sei; penso que, talvez quando já esteja no céu, hei-de sentir compaixão por isso tudo em que cá em baixo transformámos a Igreja; mas enquanto estiver na terra já tenho bastante trabalho em amá-la para ter ainda tempo de ficar a olhar os seus defeitos.
Vou ver se explico um pouco as razões pelas quais quero bem à Igreja. Para ser um pouco sistemático, vou reduzi-las a cinco fundamentais.
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Como poderia eu não amar aquilo
porque Jesus morreu?
A primeira é que ela saiu do lado de Cristo. Como poderia eu não amar aquilo porque Jesus morreu? Como poderia eu amar a Cristo sem amar, ao mesmo tempo, aquelas coisas pelas quais Ele deu a Sua vida? A Igreja - boa, má, medíocre, santa ou pecadora, tudo isso junto - foi e continua a ser a esposa de Cristo.
Posso amar o esposo e desprezá-la a ela? Mas - dir-me-á alguém - como podes amar alguém que tantas vezes atraiçoou o Evangelho, alguém que tem tão pouco a ver com o que Cristo sonhou que fosse? Não sentes pelo menos “nostalgia” da Igreja primitiva? Sim, claro que sinto nostalgia daqueles tempos em que - como dizia Santo Irineu - “o sangue de Cristo estava ainda quente” e em que a fé era ardente e viva na alma dos crentes. Mas que é que justificaria que eu sentisse saudade da minha mãe jovem e sentisse menos amor por minha mãe velhinha? Poderia eu desprezar os seus pés cansados e o seu coração fatigado?
Ouço por vezes em alguns púlpitos e em algumas tribunas jornalísticas vozes demagógicas que nem têm o mérito de ser novas. As que falam, por exemplo, de que a Igreja é agora uma esposa prostituída. Recordo aquele disparatado texto que Saint -Cyran enviou a São Vicente de Paulo e que é - como certas críticas de hoje - um monumento de orgulho: - “Sim, eu reconheço que Deus me concedeu grandes luzes. Fez-me compreender que já não há Igreja. Deus fez-me compreender que há cinco ou seis séculos que não existe Igreja. Antes, a Igreja era um grande rio de águas transparentes; mas agora o que nos parece ser a Igreja é apenas lodo. A Igreja era a sua esposa. Actualmente é uma adúltera e uma prostituta. Por isso a repudiei e a quero substituir por outra que seja fiel”.
Fico, é claro, como São Vicente de Paulo, que, em vez de se pôr a sonhar passadas ou futuras utopias, se entregou à construção da sua santidade, e com ela, da Igreja.
Um rio de lama tem de ser limpo, e não apenas condenado. Sobretudo quando ninguém pode apresentar esse suposto libelo de repúdio que Cristo teria entregue à sua Igreja.
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A Igreja e só ela me deu Cristo
A segunda razão por que amo a Igreja é porque ela e só ela me deu Cristo e tudo quanto eu sei dele. Através dessa imensa cadeia de crentes medíocres chegou -me a memória de Cristo e do Evangelho. Sim, por vezes foi maculado ao ser transmitido: mas tudo o que sabemos dele nos chegou através dela. Ela não é Cristo, bem sei. Ele é o absoluto, o fim; ela, apenas o meio. Inclusive, é certo que quando eu digo “creio na Igreja” o que estou a dizer é que creio em Cristo, que continua a estar nela; quando bebo um copo de vinho o que de facto bebo é o vinho e não o copo. Mas como poderia beber o vinho se não tivesse o copo? O cano não é a água que passa por ele, mas como o cano é importante!
O centro final do meu amor é Cristo, ela “é a câmara do tesouro, onde os apóstolos depositaram a verdade, que é Cristo”, como dizia Santo Irineu. Ela é “a sala onde o pai de família celebras as bodas do filho”, como escrevia São Cipriano. Ela é verdadeiramente - agora é o rio de Santo Agostinho que transborda “- a casa de oração adornada de visíveis edifícios, o templo onde habita a tua glória, a sede insubstituível da verdade, o santuário da eterna claridade, a arca que nos salva do dilúvio e nos conduz ao porto da salvação, a querida e única esposa que Cristo conquistou com o seu sangue e em cujo seio renascemos para a tua glória, com cujo leite nos amamentámos, cujo pão da vida nos fortalece, a fonte da vida com que nos sustentamos”.
Como poderia não amar eu quem me transmite todos os legados de Cristo: a eucaristia, sua palavra, a comunidade dos seus irmãos, a luz da esperança? A sua história, porém, é triste, está cheia de sangue derramado, de intolerância, de legalismo, de casamentos com os poderes deste mundo, de hierarcas medíocres e vendidos… Sim, é verdade. Mas também está cheia de santos.
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Pesam muito mais os sacramentos
do que as cruzadas,
os santos
do que os Estados Pontifícios,
a Graça
do que o Direito Canónico.
E esta é a terceira razão do meu amor. Quando subo num comboio lembro-me sempre de que a história dos caminhos de ferro está cheia de acidentes. Mas nem por isso deixo de usá-los para me deslocar. “A Igreja — dizia Bernanos” — é como uma companhia de transportes que, há dois mil anos, transporta os homens da terra para o céu. Em dois mil anos teve muitos descarrilamentos, e uma infinidade de horas de atraso. Mas graças aos seus santos a empresa nunca faliu”. É verdade, os santos são a Igreja, são o que não nos deixa perder a confiança nela. Eu sei muito bem que a história não foi um idílio. Mas, no fim de contas, na hora de avaliar a Igreja, pesam muito mais os sacramentos do que as cruzadas, os santos do que os Estados Pontifícios, a Graça do que o Direito Canónico.
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Como temos os olhos doentes,
só vemos as zonas doentes da Igreja
Quero eu dizer com isto que amo a Igreja invisível e não a visível? De modo nenhum. Penso que Bernanos tinha razão ao escrever que “a Igreja visível é o que nós podemos ver da invisível.” Como temos os olhos doentes, só vemos as zonas doentes da Igreja. Não é mais cómodo? Se víssemos os santos, teríamos obrigação de ser como eles. È mais fácil “tranquilizar-nos” a olhar apenas as suas zonas obscuras, que ao mesmo tempo nos dá o prazer de as criticar e a tranquilidade de saber que todos são tão medíocres como nós.
Se não fôssemos tão humanos, veríamos mais os elementos divinos da Igreja, que só não vemos porque não somos dignos de os ver.
Atrevo-me a dizer um pouco mais: eu amo com maior intensidade a Igreja precisamente porque é imperfeita. Não que goste das suas imperfeições, mas porque penso que sem elas já há muito teria sido expulso dela. No final de contas, a Igreja é medíocre por estar formada de pessoas como nós, como tu e como eu. É isto que, definitivamente, nos permite continuar dentro dela.
E o que Bernanos dizia com fina ironia:
“Oh, se o mundo fosse a obra-prima de um arquitecto obcecado com a simetria ou de um professor de lógica, de um Deus deísta, a santidade seria o primeiro privilégio dos que mandam; cada grau da hierarquia corresponderia a um grau superior de santidade, até chegar ao mais santo de todos, o Santo Padre, é claro. Gostariam, porém, de uma Igreja assim? Sentir-se-iam bem dentro dela? Deixem-me rir. Em vez de se sentir bem, ficariam nessa congregação de super-homens a rodar o barrete entre as mãos, como um mendigo à porta do hotel Ritz. Felizmente, a Igreja é uma casa de família onde existe a desordem que há em todas as casas familiares, com cadeiras sem um pé, mesas manchadas de tinta, e onde os frascos de doces se esvaziam misteriosamente nas prateleiras, que todos conhecemos muito bem, por experiência própria”.
Felizmente na Igreja imperam as divinas extravagâncias do Espírito, que sopra onde quer. Graças a isso nós podemos agradecer a Deus todas as noites que não nos expulsaram da casa da qual todos somos indignos. Temos, é claro, de lutar por melhorá-la. Mas sem esquecer que sempre foi medíocre, sempre será medíocre, como nas casas há sempre poeira por mais cuidadosa que seja a sua dona.
Não se sabe por onde, mas o pó está sempre a entrar. E nós limpamos o pó em vez de estarmos a perguntar por onde é que ele entrou.
Rigorosamente falando, todas essas críticas que projectamos contra a Igreja deveríamos lançá-las contra nós mesmos. Vou dizê-lo em latim, com as palavras preciosas de Santo Ambrósio: “Non in se, sed in nobis vulneratur Ecciesia. Caveamus igitur, ne lapsus noster vultus Eclesiae fiat” ( a ferida da Igreja não está nela, está em nós mesmos. Tenhamos por isso cuidado, não aconteça que as nossas faltas se transformem na ferida da Igreja).
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A Igreja é a minha mãe
A quinta mais cordial das minhas razões é que a Igreja é – literalmente – minha mãe. Gerou-me e continua a amamentar-me. Gostaria de ser como Santo Atanásio, que se “agarra Igreja como uma árvore se agarra ao chão”. E poder dizer, como Orígenes, que “a Igreja arrebatou-me o coração. Ela é a minha pátria espiritual, a minha mãe e os meus irmãos”. Como envergonhar-me então das suas rugas quando sei que foram nascendo de tanto trabalho de nos dar à luz?
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Espero, por todas essas razões, encontrar-me sempre nela como num lar aconchegado. Desejo - com a graça de Deus - morrer nela, como sonhava e conseguiu Santa Teresa. Será o meu maior orgulho na hora final.
Nesse dia gostarei de repetir um pequeno poema que escrevi há muitos anos, ainda seminarista. É um mau poema, mas conservo-o tal qual, porque creio que exprimia e exprime o que vai no meu coração:

Amo a Igreja, estou com as suas torpezas,
com as suas ternas e formosas colecções de loucos,
com a sua túnica cheia de manchas e pecados.
Amo os seus santos e os seus parvos,
amo a Igreja, quero estar com ela.


Ó mãe de mãos sujas e vestidos gastos,
cansada de nos amamentar,
cheia de rugas por dar à luz sem descanso.
Não temas nunca, mãe querida, que os teus olhos de velha
nos levem a outros portos.


Não foi a beleza que nos fez teus filhos.
Foi o teu sangue derramado.
Cada ruga da tua fronte nos apaixona
e o brilho cansado dos teus olhos atrai-nos para ti.
Hoje, cansados, sujos e com fome,
não esperamos palácios nem banquetes,
mas a tua casa, mãe, com uma pedra para nos sentarmos.

In Razões para o amor

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

UMA CAUSA DO CORAÇÃO