sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
Jesus não pode nascer em (alguns sítios de) Portugal.
Será oportuno recomendar que usem o GPS e não se guiarem pelas estrelas, pois estas podem direcioná-los por caminhos inundados ou alagados. O melhor é mesmo usarem um bom GPS. Bom, se trouxerem Moisés pode ser que tenham sorte.
Ahh, avisem S. José para usar um casaquinho! Apesar de não estar frio, há muita humidade e como já não vai para jovem, pode apanhar um desses "birus" e ter que ir para a urgência, sujeitando-se a ficar 12h ou 16h com pulseira amarela. Alerto que, caso precise de internamento e a coisa se complicar, como a família não consegue dar reposta (nem tem rendimentos), será encaminhado para uma vaga da "rede" (pode demorar meses).
Acrescentem à nota informativa que Maria não deverá comer bacalhau, não vá encravar uma pequena espinha e nesse hospital não haver Otorrino de urgência.
Já agora, se tomam algum medicamento de forma crónica... tragam, poderá haver "ruptura de stock no hospital".
Eles não se preocupem, apesar de serem atendidos por profissionais cansados, desmotivados e sem reconhecimento... são pessoas altamente qualificadas para os cuidar.
Feliz Natal.
PS: texto escrito a 23/12/2022, não publicado nesse dia por cansaço do autor.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
500 mil
Tenha a configuração jurídica que tiver, tenha a legalidade que tiver, tenha o acordo o que tiver, não há nada que justifique uma indemnização de 500 mil euros a quem trabalhou 2 anos na TAP e logo depois salta para novas funções de Estado.
terça-feira, 27 de dezembro de 2022
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
TIRANIA, NÃO PASSARÁS!!!
sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
HOSSANAS AO SANTO PAGODE [também a respeito do Natal]
“Ser um pagode ou andar no pagode” pode designar uma situação confusa, mas também uma situação divertida, divertimento ruidoso, folia, andar na farra, fazer vida desregrada de leviandade. No Brasil, o pagode é designação de um ritmo musical parecido com o samba e com a música sertaneja. Também há quem chame pagode às reuniões de sambistas, onde tocam, cantam e dançam pagode e outros ritmos populares.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022
Os melhores jogadores? Os melhores treinadores? Um pouco mais de humildade só nos ficava bem...
Grande decepção, Portugal eliminado frente a Marrocos. E toca a regressar a casa, sem sequer haver o bom senso de regressarem todos juntos, como se o povo português merecesse isto...
Uma das coisas qie me incomoda no futebol de que gosto é a gabarolice como embrulho de uma clubite cega ou de exibicionismos balofos.
Os melhores treinadores? Mas olhem que o Benfica está a ganhar e a jogar bem com um treinador estrangeiro. Coisa que, nos últimos anos, os treinadores portugueses não conseguiram. E mais, os badalados treinadores Conceição e Amorim veem, meste momento, o Benfica a comandar o campeonato à distância. Dirão que os encarnados conseguiram mais e melhores reforços. Até compreendo. Mas os outros treinadores já estão nas suas equipas há anos, conhecem muito bem o campeonato português e têm a obrigação de terem construído rotinas de jogo que quem chega ainda não tem.
Há treinadores portugueses que se distinguém no Médio Oriente ou no Brasil? Sim. Mas quantos brilham em Inglaterra, França, Espanha ou Alemanha? José Mourinho já brilhou, mas atualmente que feitos extraordinários tem conseguido no campeonato italiano?
Não, não somos o supersumo em treinadores. Por mais que isso se apregoe nalguns programos televisivos onde muitas vezes têm assento comentadores- treinadores.
Mesmo Fernando Santos que conseguiu para a selecção portuguesa êxitos nunca alcançados, não é, atualmente, consensual. De forma nenhuma. Aliás nas últimas competições internacionais, Portugal tem ficado aquém do esperado. Na minha opinião, já se deveria ter demitido há dois anos. Saber sair a tempo é um virtude.
Não gostei do clima reinante na seleção e muito menos do intriguismo jornalista e advindo das novas tecnologias. Não ajudou à concentração e à união entre os elementos da equipa. Cristiano Ronaldo, que tanto deu à selecção e ao nome de Portugal, pareceu-me que não esteve à altura. É preciso aprender a saber "envelhecer", futebolisticamente falando. É preciso aprender a ser importante quer se esteja no campo quer se esteja no banco. O mais omportante , não é o exibicionismo pessoal, mas o bem da equioa. Sempre.
A selecção não pode ser um festival de vaidades. Vale para o Ronaldo, para o Cancelo, para todos e cada um. Senhor seleccionado, não pergunte à selecção o que pode fazer por si; pergunte a si o que pode fazer pela selecção.
E depois é assim, temos bons jogadores, mas não temos jogadores geniais. Tivemos o Ronaldo, mas como em tudo na vioda, a idade não perdoa.
A selecção precisa de ideias novas, projectos novos, tácticas novas, dinâmicas novas, espírito novo. Que se evite até ao tutano quaquer vedetismo individual. Que o jogador brilhe pelo que dá e trabalha em prol da equipa.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2022
O Papa e a Guerra Justa. Volumes de teoria e uma frase de realidade
Tem também insistido na necessidade da paz e apelado ao fim de múltiplos conflitos em todo o mundo, incluindo os que já foram esquecidos pelo resto dos líderes mundiais.
Mas o Papa tem sido também criticado por estar a pôr em causa a tradição cristã da Teoria da Guerra Justa. Na encíclica “Fratelli Tutti”, Francisco diz o seguinte:
Nas últimas décadas, todas as guerras pretenderam ter uma ‘justificação’. O Catecismo da Igreja Católica fala da possibilidade duma legítima defesa por meio da força militar, o que supõe demonstrar a existência de algumas ‘condições rigorosas de legitimidade moral’. Mas cai-se facilmente numa interpretação demasiado larga deste possível direito. Assim, pretende-se indevidamente justificar inclusive ataques ‘preventivos’ ou ações bélicas que dificilmente não acarretem ‘males e desordens mais graves do que o mal a eliminar’. A questão é que, a partir do desenvolvimento das armas nucleares, químicas e biológicas e das enormes e crescentes possibilidades que oferecem as novas tecnologias, conferiu-se à guerra um poder destrutivo incontrolável, que atinge muitos civis inocentes. É verdade que ‘nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma, e nada garante que o utilizará bem’. Assim, já não podemos pensar na guerra como solução, porque provavelmente os riscos sempre serão superiores à hipotética utilidade que se lhe atribua. Perante esta realidade, hoje é muito difícil sustentar os critérios racionais amadurecidos noutros séculos para falar de uma possível ‘guerra justa’. Nunca mais a guerra!
Segundo a tradição cristã os critérios para que uma guerra seja considerada justa são as seguintes:
- Deve haver a certeza de uma ameaça duradora e grave por parte da entidade à qual se vai declarar guerra
- Todos os outros meios para pôr fim ao conflito devem ter sido esgotados
- Deve existir uma perspectiva séria de sucesso
- O uso da força armada não deve produzir um mal maior do que aquele que pretende eliminar
A forma mais simples de entender o argumento do Papa Francisco é de que na era das armas nucleares estas condições nunca se cumprem, porque o risco de causar um mal maior do que aquele que se pretende evitar estão sempre presentes.
Francisco tem sido muito criticado por esta posição. Parece-me justa e equilibrada esta apreciação do jesuíta Francisco Sassetti da Mota, numa recensão que aparece nas páginas finais da edição de Novembro da revista Brotéria, a uma obra que reúne textos soltos do Papa sobre a temática da guerra:
É discutível que tudo o que o Papa Francisco afirma seja tecnicamente rigoroso. (…) o enamoramento por uma linguagem radicalmente pacifista é ingénuo, pouco fundado na tradição cristã e em muitos casos perigoso para o inocente oprimido. Mas essa falta de rigor em alguns pontos não pode condenar o que o Papa Francisco tem para dizer de mais fundamental: a violência perturba a ordem desejada por Deus.
Tem-se pensado muito nesta problemática desde que começou a guerra na Ucrânia. Em primeiro lugar, quantos de nós, quando a guerra começou, acreditavam que a Ucrânia tinha sérias perspectivas de sucesso no campo de batalha? Desse ponto de vista, devíamos ter defendido a rendição imediata. Uma das frases mais significativas desta década foi “não preciso de boleia, preciso de munições”, e com isso começou a desenhar-se o fantástico desempenho das forças armadas ucranianas que estão cada vez mais próximas de libertar o seu território todo.
O Papa tem sido incansável a falar da guerra na Ucrânia, criticando sem margens para dúvidas a invasão russa. Tem sido por vezes criticado por recordar que do lado russo também há sofrimento, por exemplo, ou por apelar a negociações quando os russos não revelam qualquer intenção de devolver à Ucrânia a soberania sobre os territórios ocupados. Mas permaneceu sempre a dúvida. O Papa acredita que os ucranianos devem estar a fazer valer a sua posição pelo uso da força? Dito de forma mais simples: O ucraniano que parte para combater os russos nos territórios ocupados está a fazer bem, ou mal?
Depois de textos suficientes para encher um volume sobre a guerra e a paz, o Papa disse finalmente uma frase que parece dar-nos a resposta que procuramos. Na carta escrita ao povo ucraniano, por ocasião dos nove meses da guerra, Francisco diz: “Penso em vós, jovens, que, para defender corajosamente a vossa pátria, tivestes de pegar em armas em vez dos sonhos que nutríeis para o futuro”.
Reparem na escolha da palavra, nada acidental. “Tivestes”. Não “optastes”, não “quisestes”, mas “tivestes”. E mais, esse pegar em armas não é uma mera fatalidade, é um acto de coragem.
É numa situação como a guerra da Ucrânia que toda a teoria sobre guerra, paz, justiça e injustiça cai por terra e temos de nos confrontar com a realidade. Uma nação poderosa, liderada por um tirano, invadiu uma terra estrangeira, sob falso pretexto, procurando subjugá-la, eliminar a cultura dos seus habitantes, espalhando terror, tragédia e morte. Perante isto não há teorias bonitas sobre espadas convertidas em arados, não há cálculos frios sobre se a defesa tem probabilidades de sucesso ou não, e daí ser ou não lícita. O que há é uma obrigação moral de defender o inocente, de travar o assassino, de fazer frente à injustiça.
Esteve bem o Papa em reconhecer a força desta realidade e de perceber quando escreve aos ucranianos – que tanto tem apoiado, e por quem tanto tem rezado – que eles precisam tanto de lições de guerra justa como precisam de boleias.
Fonte: aqui