quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Titanic parecia seguro...


Todos já ouvimos falar do Titanic. Construído com a melhor tecnologia da época, o navio foi apresentado ao público como obra-prima das mãos humanas, capaz de resistir às maiores tempestades. "Nada poderá afundá-lo", anunciavam as manchetes dos principais jornais. Numa altura em que muitos navios eram ainda feitos de madeira, o Titanic erguia-se no mar como um colosso de ferro, pensado pelos seus criadores para ser inafundável. Com capacidade para transportar 3.547 passageiros, iniciou a sua viagem inaugural há 90 anos atrás, mais precisamente a 10 de Abril de 1912, com 2.228 pessoas a bordo. Largou do cais de Southampton, na Inglaterra, tendo como destino Nova Iorque.
No dia previsto para zarpar, o cais transformou-se em festa. O momento chegou. O navio afastou-se lentamente do cais, enquanto os passageiros acenavam para os parentes que ficaram em terra. O clima era de segurança a toda prova. A tripulação inspirava tranquilidade.
Cinco dias depois veio a tragédia. O navio chocou com um enorme bloco de gelo, um "iceberg", as águas invadiram os porões, e aquele imenso transatlântico, indestrutível aos olhos dos homens, não foi capaz de resistir à força das águas.
Enquanto a orquestra tocava o clássico evangélico "Mais perto quero estar", o Titanic submergia lentamente, levando consigo centenas de passageiros.
Esta é uma história que se repete todos os dias, na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Sonhos evaporam-se da noite para o dia, expectativas são desfeitas da mesma forma como se destroem castelos construídos na areia. O desespero toma conta dos corações decepcionados.

Aquela personalidade forte, que parecia invulnerável, não consegue suportar o "iceberg" da tentação, do casamento destruído, dos filhos envolvidos com drogas, do emprego perdido após tantos anos de dedicação, e acaba descendo ao fundo do poço, onde não vê nenhuma saída. O "Titanic" desfaz-se entre esperanças mal resolvidas.
Ninguém pode pensar que é suficientemente forte para resistir às tempestades da vida. Por isso há que encontrar apoio seguro em Deus. Quem põe em Deus a sua esperança nunca será desiludido.
Muitas vidas destroçadas poder-se-iam evitar, se houvesse mais fé em Cristo. É nas pessoas onde há menos religião que há mais suicídios.
In O Amigo do Povo

Metade dos erros da nossa vida...

A ESTRADA

Raro é o jornal de Tarouca em que eu não leia, com agrado e desgrado, a notícia de mais uma estrada. Assim como a epidemia das rotundas por tudo quanto era sítio, assim são agora as estradas. Lembro-me duma história engraçada que vem a propósito desta tendência de imitar os outros sem outro propósito que não seja a imitação. Numa determinada paróquia, o novo pároco verificou com desgosto que as paredes dum lado e do outro da igreja paroquial estavam todas pretas de fuligem e de cera. Perguntou a alguém do que se tratava e responderam-lhe que era costume os homens que acompanhavam a procissão com círios acesos, ao entrarem na igreja, em vez de apagarem os círios com um sopro, esmurravam-nos na parede da entrada. O novo pároco mandou pintar e limpar as paredes e avisou, à saída da procissão que não sujassem de novo as paredes com os círios ao voltar. Quando a procissão recolheu, para prevenir qualquer infrator, pôs-se o pároco a observar os homens que iam entrando com os círios acesos. Todos os apagavam com um sopro ao verem o pároco a observá-los. Porém um homem mais velho, ao entrar, olhou para o pároco e para o círio aceso e num repente exclamou: ”o meu pai esmurrou e eu também hei-de esmurrar” — dizendo isto apagou o círio contra a parede.
Que tem isto a ver com as estradas? Abrem-se estradas porque se julga que o progresso das terras está nas estradas, não refletindo que não é pelo facto dos outros as fazerem que são mais progressistas. Mas como os outros as fazem, eu também as faço. E se há outras vilas que sobem a cidade porque não a minha? Que algumas estradas sejam necessárias é uma evidência que ninguém nega. Que as estradas só por si tragam progresso, sobretudo as vias rápidas tem que ser demonstrado.
Acho que algumas estradas só devassam e estragam o ambiente, poluem a atmosfera com os carros que passam, provocam incêndios e desastres mortais. Os que são da minha idade, quando eram jovens alguma vez viram a Serra de Santa Helena a arder? Eu nunca vi. E agora? Com os carrinhos carregados lá vão serra acima fazer os seus piqueniques e assarem as suas sardinhas. Lixo e fogo.
 Alguém observou que as estradas que servem para entrar numa terra, também servem para sair. Em Tarouca acho que são mais para sair que para entrar. Não penso que elas sejam a varinha mágica do progresso porque esse progresso tem mais a ver com as pessoas que habitam determinada zona do que com múltiplas estradas.
Ao longo dos tempos houve muitas vilas e aldeias que se desenvolveram porque eram atravessadas por uma estrada, mas com as auto-estradas e vias rápidas, nada disso acontece. Ë a velocidade, é a pressa que não dá para parar e tomar um café, comprar uma recordação e até quem sabe, dormir uma noite. Todos têm pressa e as estradas modernas atiçam essa pressa. Gastamos milhões a construir estradas para nada. Mas os outros têm, eu também tenho que ter. As ilusões pagam-se caras .Ate os ladrões têm espaça para fugirem e os incendiários ocasião para destruírem a floresta. Senhores autarcas pensem bem antes de imitarem os outros.
Carlos A,Borges Simão

A senhora que envergonhou as crianças

Ao regressar de férias, enquanto alguns vieram directamente para casa, outros passaram por Guimarães onde um familiar meu tinha um compromisso profissional.
Os dois sobrinhos rapazes quiseram vir por Guimarães porque estavam especialmente interessados na visita ao castelo local.
Deixados no centro da cidade por meu irmão que logo se dirigiu para o trabalho, eu, meus sobrinhos e minha cunhada caminhámos em direcção ao Castelo, não sem antes ela ter que ir tratar de um assunto pessoal numa instituição ali perto. Enquanto esperávamos, eu e os pequenos entrámos numa Igreja para um momento de oração e uma visita. Ajoelhado, procurava saborear aquele instante de intimidade com o Senhor enquanto os rapazes me esperavam muito recatados no extremo do banco.
Eis senão quando um senhora muito zelosa se dirige aos pequenos nestes termos:
- Meninos, se querem pedir vão lá para fora! Cá dentro não há autorização para peditórios.
Os miúdos olharam-na sobressaltados com o inesperado da situação. E a senhora continuou com o ar mais convicto do mundo:
- Sim, eu bem vejo que são pedintes! Mas aqui dentro não peçam...
O mais velhito ainda balbuciou a sua indignação. Mas perante o ar imperial da senhora, debandaram enquanto eu me sorria quando o inesperado da situação.
Contei cá fora  toda a cena à minha cunhada que entretanto chegara, rindo-me perdidamente. Escusado será dizer que o episódio alimentou as nossas brincadeiras durante a viagem...

Mas de facto o comportamente da "zeladora do templo" foi inqualificável. Nem sequer se quis informar, partiu de imediato para a acusação. Fala-se tanto em acolhimento e aparecem pessoas que escurraçam.
Claro que depois conversei com os pequenos e estou certo de que este comportamento "beatério" não lhes deixou mossas.

DE REGRESSO


Após uns dias de descanso, o regresso ao trabalho.
Foi um tempinho passado em família num ambiente descontraído e acolhedor que me possibilitou um contacto mais interessante com os meus 5 sobrinhos mais novos com os quais raramente tenho oportunidade de estar durante o ano. Meu irmão, minha irmã, minha cunhada e meu cunhado, como sempre, atenciocíssimos.
Mais do que um momento de lazer, a praia é importante para a minha saúde, embora a minha pele branquita exija especiais cuidados que, especialmente minha irmã, levou sempre muito a sério. Às vezes, com tanto creme, sentia-me um "entrudo". Mas tinha que ser...
Tudo teria corrido bem não fora uma lesão sofrida por meu irmão num momento de descompressão na praia com os meus sobrinhos. Resultado, na última semana teve que usar  muletas para se movimentar.
Estive menos passeador pelos areais da praia. A minha coluna, às vezes, torna mais penosa a deambulação. Por isso, prestei menos atenção do que o habitual ao modo de estar das famílias, embora a praia onde estive fosse eminentemente familiar.
O tempo esteve geralmente agradável, apesar de um ventito tonto que uma ou outra vez se ergueu pela tarde ou pela noite.
Falei e brinquei imenso com os meus sobrinhos que estão ou caminham para a adolescência.Mas achei-lhes um piadão. Como os da sua idade, quando se trata de exigências, apelam para a sua condição de crianças; quando é para apelar aos seus direitos, frisam a sua condição de adolescentes e até de jovens. Foram uma simpatia estes pequenos e pequenas!
A todos fico reconhecido e de todos gosto demais.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sobre o Baptismo: algumas considerações

A mentira e o amor não se misturam. Só se ama na verdade e com a verdade.
1. Filho de pais recasados. Porque houve um anterior casamento católico que depois terminou e um deles ou ambos formaram nova família. Os filhos destes novos lares recebem o baptismo, pois os pais não podem voltar a casar catolicamente. Aqui entra a misericórdia e a bondade, pois já basta tanta vez o que esses pais sofreram (sofrem) com a separação.
2. Um casal vive em união de facto ou casado civilmente e pede o baptismo para o filho. Como? Então eles querem viver fora da Igreja e empurram para a Igreja um inocente? Que coerência e que verdade há nisto? Então esperem que o filho tenha 16 anos e depois que seja ele a escolher...
3. Quanto aos padrinhos nem é bom falar. Os padrinhos representam a fé da comunidade junto do baptizado. Como pode representar a fé da comunidade quem não a assume por palavras, actos e comportamentos? Aliás já nem sequer são precisos 2 padrinhos, basta um desde que tenha 16 anos, tenha concluído a iniciação cristã (Baptismo, Eucaristia e Crisma)e viva de acordo com a lei da Igreja (ser solteiro ou ser casado catolicamente, não viver em escândolo público, etc).
3. Pensem nisto: a Igreja é para todos mas não é para tudo.
4. No Baptismo, a 1ª pergunta feita aos pais é esta: "Que PEDIS à Igreja para o vosso filho?" Quem pede não exige, aceita as regras. A nossa fé é a fé da Igreja na qual a criança é baptizada.
5. O relativismo moral que hoje invade a sociedade vai levar-nos onde? É bom o que nos interessa, nos convém, nos satisfaz??? Sem valores universais o homem volta à selva.

domingo, 14 de agosto de 2011

Já lá vão 32 anos!

15 de Agosto de 1979. Sé Catedral de Lamego, 11 horas.
Três jovens diáconos vão ser ordenados sacerdotes: o Avelino, o José Melo e eu. Preside o Prelado lamecense, D. António de Castro Xavier Monteiro, de muito saudosa memória.

Senhor, obrigado!  Tu me chamaste, sabendo das minhas muitas limitações, das minhas grandes imperfeições. Obrigado pelo dom do teu amor!

Senhor desculpa o pouco que te tenho dado, quando de Ti tanto tenho recebido!

Deixa-me olhar o mundo com os olhos da primeira vez.
Deixa-me vivenciar o entusiasmo, a esperança e a generosidade da primeira hora.
Renova em mim o encanto e a sedução do primeiro instante.
Não me deixes instalar, desinstala-me, inquieta-me com a serenidade do teu amor.
E permite, Senhor, que viva e parta para Ti nos braços do alegre compromisso daquele 15 de Agosto de 1979.
"Não desejes mal ao teu vizinho que logo te vem pelo caminho" - Popular

sábado, 13 de agosto de 2011

Assim não

Comentários ANÓNIMOS não lerei nem publico.

Ainda há pouco tempo aqui coloquei um post neste sentido. E ao longo do tempo sempre tenho reafirmado a importância de "dar a cara" por aquilo que se escreve. No louvor ou na crítica, na concordância ou na discordância, identifiquemo-nos sempre. Não façamos dos nossos textos  "filhos incógnitos".

Mercados financeiros põem mundo de joelhos

O bispo da diocese de Leiria e Fátima disse hoje que o mundo tem vivido subjugado aos interesses do poder financeiro e que isso se deve “à ausência de referências capazes de motivar empenho moral pelo bem comum”.
António Marto inspirou-se no título de um livro de Ernest Hemingway – Por quem os sinos dobram – argumentou que “hoje dobram os sinos” por “um mundo que está à mercê do poder dos mercados financeiros, de um capitalismo bolsístico sem rosto e virtual que dita a agenda política da noite para o dia e que põe o mundo de joelhos”.
O bispo mencionou o “atentado xenófobo” cometido em Oslo, na Noruega, “os motins violentos e criminosos que assolam a cidade de Londres”, bem como a catástrofe humanitária que se vive no Corno de África” para defender que estes são sintomas de um mau estar da civilização que grita por um sobressalto ético global”.
António Marto enfatizou que no mundo de hoje em que vivemos “é inadmissível morrer à fome, algo que está a acontecer com meio milhão de crianças em África e cujas imagens deveriam sacudir do torpor em que vivemos”.
Razão pela qual o Santuário, anunciou António Marto, decidiu contribuir com 15 mil euros, dinheiro que será canalizado para aquela região através da Cáritas.
“É uma gota no oceano, mas é um contributo”, admitiu.
O anúncio foi feito durante a conferência de imprensa realizada a meio da tarde de hoje e que pretendeu apresentar o programa da peregrinação Internacional do Migrante que se realiza em Fátima a 12 e 13 de Agosto.
Lusa / SOL

Frase do dia

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Senhor, obrigado pela vida que é dom do teu Amor!

Não precisará a Igreja de tomar medidas?

Não ponho em causa o interesse e a justeza dos temas discutidos na Conferência Episcopal Portuguesa.
Tenho, por vezes, a sensação que a nossa Conferência Episcopal paira sobre os reais problemas  e não os enfrenta.
Refiro hoje apenas um. Os BAPTISMOS, problema que atravessa toda a Igreja Portuguesa como a comunicação social, uma vez ou outra, faz eco. Basta ver os inúmeros comentários que aparecem a notícias deste tipo nos jornais...
Penso que são os problemas ligados ao Baptismo daqueles que mais infernizam pastoralmente a vida de um pároco. Sobretudo porque as coisas como estão colocam os cristãos à deriva. Numas paróquias exige-se preparação, noutras não. Numas paróquias cumpre-se o que está estabelecido em relação aos padrinhos, noutras aceita-se toda a gente. Numas paróquias não se baptizam os filhos dos que vivem em união de facto ou só casados civilmente (quando poderiam casar-se catolicamente), noutras baptiza-se toda a gente... Meu Deus, numa época em que tudo se contesta, esta bagunça no tratamento da questão baptismal não ajuda nada, antes só serve para confundir, afastar, criar anticorpos.
Penso que a Conferência Episcopal e depois os bispos em cada diocese deveriam traçar linhas de rumo claras e exigir que todos as cumprissem.
Conforme as coisas estão, nem somos sal, nem luz, nem fermento. Somos confusão, revolta e sofrimento.

Um inquérito a 3500 jovens de vários pontos do globo inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

Um inquérito a 3500 jovens de vários pontos do globo inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) mostra que os participantes têm em média 22 anos, frequentam o ensino superior (58%) e visitam Madrid pela primeira vez (73%).
Os resultados divulgados esta quinta-feira no site da JMJ revelam que 88% dos jovens são solteiros e 55% vivem em casa dos pais, enquanto que em relação à situação laboral a sondagem assinala que quase 48% são estudantes, 40% trabalham e 6% estão desempregados.
À cabeça das razões que motivam a deslocação à capital espanhola para o encontro que decorre de 16 a 21 de agosto está a vivência de novas experiências (72%), seguindo-se a difusão da mensagem de Jesus Cristo (68%).
Para 65% dos jovens a participação no evento em que o Papa Bento XVI marca presença nos últimos quatro dias deve-se à vontade de manifestar o compromisso com a Igreja Católica.
A satisfação das inquietações espirituais (61%), o convívio com pessoas que pensam de maneira idêntica (58%), o estabelecimento de novas amizades (53%), a descoberta do sentido da vida (48%) e a contribuição para melhorar a sociedade foram também motivos apontados pelos jovens.
A estadia média em Madrid será de nove dias, em pavilhões polidesportivos e albergues (22%), paróquias (13%) e famílias de acolhimento (12%), indica a sondagem, que também divulga as atividades que os participantes pretendem realizar.
Além de participar na vigília de oração com o Papa, a realizar no aeródromo de Cuatro Vientos na noite de 20 para 21 de agosto, os jovens pretendem visitar museus (mais de 80%), comprar recordações (80%) e ver cinema (21%).
Nove em cada dez participam na Jornada com um grupo religioso, seguindo-se amigos (88%) e familiares (34%), ao passo que 70% planeiam visitar outras cidades, como Barcelona, Toledo, Ávila, Saragoça, Santiago de Compostela, Valência, Segóvia, Sevilha, Granada e Pamplona.
A 26.ª Jornada Mundial da Juventude, sob o lema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, conta com mais de 400 mil inscritos, incluindo cerca de 12 mil portugueses, sendo aguardados mais de um milhão de peregrinos, números que fazem do encontro o maior evento juvenil católico.
In ecclesia

MUDA O ESTILO, MANTÉM-SE O RESTO

Prometeram-nos um Governo diferente e ele aí está.

O estilo é, de facto, muito diferente: mais comedido, menos vistoso, menos mediático, menos crispado.

Era impensável, aqui há tempos, um ministro das finanças marcar uma conferência de imprensa para as nove da manhã.

Estávamos habituados aos directos das oito da noite, a hora nobre dos telejornais.

Quanto ao resto, permanece tudo na mesma.

A troika está contente com o desempenho de Portugal e o prémio é...a continuação da austeridade!

Desta vez, é o gás, a luz e a água que vão ficar (ainda) mais caros.

Quanto à prometida redução da despesa do Estado, teremos de esperar.

O responsável pela situação (o Estado) lá vai impondo sacrifícios às vítimas da referida situação (os cidadãos).

Quem impõe sacrifícios vai prometendo que também os vai fazer. Mas, para já, só promessas e alguns sinais.

Quando acabará o pesadelo? Quando iremos pôr a país a crescer? Quando mudaremos de paradigma? Quando incrementaremos a solidariedade? Quando deixaremos de nos submeter aos mercados?

E quando inverteremos, de vez, a relação entre o Estado e as pessoas? É o Estado que está ao serviço das pessoas ou são as pessoas que estão ao serviço do Estado?

No limite e se tudo correr bem, teremos um Estado rico e uma sociedade pobre. Com algumas ilhas de riqueza pelo meio...
 
Fonte: aqui

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Más notas nos exames põem pais contra docentes

A Associação de Professores de Português (APP) atribuiu a média negativa nos exames de Português do 12º ano (9,1 na 2ª fase e 8,9 na 1ª) ao facto de os alunos descurarem a disciplina.

"A maioria é do ramo científico e dá mais importância à Matemática", afirmou a presidente da APP, Edviges Ferreira. Quem não gostou foi o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais, Albino Almeida. "Estes resultados deviam envergonhar os professores que vieram atribuir responsabilidades aos alunos", disse, voltando a exigir a demissão de Hélder Sousa, director do Gabinete de Avaliação Educacional, entidade que elabora os exames. Em 24 disciplinas, a média dos exames foi negativa em 11, quase o dobro do ano passado.
Fonte: aqui

Tudo isto coloca uma série de questões:
- Não estaremos a pagar o facilitismo estatístico do consulado lurdista?
- Não denotarão estes resultados a impreparação, falta de civismo, facilitismo e prepotência resultantes da ausência de valores e a desresponsabilização dos jovens?
- E os pais não terão as maiores responsabilidades? Protegem os filhos como se fossem de vidro, os meninos têm sempre razão, a culpa é sempre dos outros (escola, professores, sociedade)...
- Quando é que o governo e os pais dizem aos alunos que têm que começar a ser estudantes?
- Será este o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais que os pais de Portugal merecem e precisam?
- Será a escola de hoje exigente como exigente é o momento pelo qual passamos? A escola é local de trabalho ou de entretenimento?
-  Os meninos, como sabem pedir hamburguers, cervejas e shots, falar calão e palavrões, acham que sabem Português?
- Quando é que começamos a penalizar os pais pela falta de educação e de civismo dos seus filhos? A escola não pode nem deve substituir a família, mas complementá-la...
- As políticas educativas estarão correctas? Ou será tempo de acelerar a fundo rumo à mudança?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Faz três anos que partiste, mãe!

Recordo. Faz três anos. Era domingo e voltava a casa após a Eucaristia em Santa Helena. Consulto o telemóvel e intrigam-me as numerosas chamadas não atendidas. Ouço uma das mensagens de voz. Parece que o soalho foi abaixo e desci ao abismo. Rapidamente tento recompor-me e elevo para Deus o meu agradecimento pela MÃE maravilhosa com que me presenteou. E fiz ao Senhor uma prece que diariamente repito. " Ó Deus, por bondade, recolhe a Tua amiga! Tu bem sabes quanto ela Te ama!"
Minha mãe partiu para Deus, mas continua ainda mais presente na minha vida. Exactamente porque está em Deus.
E porque creio que está ressuscitada no Ressuscitado, o seu testemunho, os seus gestos, as suas palavras, o seu olhar, o seu sorriso são vida na minha vida.
Só sei que agora não sofre. O sofrimento, esse um Deus que a ama tirou-lho para sempre. Livre das amarras da finitude, imerge agora feliz no novo do Eterno.
Quando cheguei ao cais da partida, teu barco já navegava no alto mar. Então o meu coração acenou-te, partido e perdido porque nem sequer me fora permitido o último beijo de despedida. Mas no coração trôpego de dor ergueu-se, inabalável, uma luz. Nela vi, do outro lado do mar, num cais de vida, Alguém que te esperava, feliz e contente, para te recolher para sempre na Terra da Promessa.
Mãe!
Obrigado pela vida que me deste e amparaste com desvelo sem limites;
Obrigado pelo carinho com sempre me envolveste;
Obrigado pelo silêncio que em ti sempre falou alto;
Obrigado pelo serviço, pela doação, pela entrega sem medida;
Obrigada pela discrição, pela humildade, pelo respeito;
Obrigado pelo amor à natureza e aos animais;
Obrigado por te esqueceres de ti para mais plenamente te entregares à família;
Obrigado pela tua delicadeza e sensibilidade à pobreza e à dor alheia;
Obrigado pela Fé. Uma fé simples, mas confiante, envolvente, forte, vivida e testemunhada;
Obrigado por tudo e por tanto!
Obrigado por seres minha mãe!

Conservo as últimas palavras que te ouvi, dois dias antes da tua partida. Fora visitar-te e já era tarde quando regressei. E no beijo da despedida, sussurras-me baixinho: "Vai devagarinho, meu filho!"

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ATENÇÃO A LONDRES

O pretexto foi uma intervenção da polícia. O alvo é a política do Governo. Mas as vítimas são os cidadãos comuns, os que têm uma vida honesta, os que trabalham, os que pagam impostos.

O que está acontecer em Londres é um significante com um enorme significado.

Não sei se isto vai alastrar a outros países. Mas há que acautelar enquanto é tempo.

Há, nesta Europa cansada, gerações perdidas na vida. As redes sociais são como combustível que acendem o rastilho de emoções descontroladas.

Há quem não veja futuro. E põr isso não hesita em estragar o que resta do presente.
 
Fonte: aqui

Religião e Mistério

Uma religião sem mistério só pode ser uma religião sem Deus. (Jeremy Taylor)

Alegria

"Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos…" (Autor desconhecido)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ESTAMOS NA SEMANA NACIONAL DAS MIGRAÇÕES

Entre os dias 12 e 13 de Agosto será realizada
a Peregrinação anual do Migrante e do Refugiado a Fátima.

As sociedades actuais são, cada vez mais, multiétnicas e interculturais, constituídas numa só família de irmãos e irmãs, chamados ao diálogo que promove uma convivência frutífera e serena no respeito pelas legítimas diferenças e pela verdadeira justiça social.

O projecto eterno de Deus para a humanidade é, de facto, constituir “uma só família humana”, filhos do mesmo Pai revelado em Jesus Cristo, que se sentem como verdadeiros irmãos, independentemente da sua origem étnica, cor de pele, religião ou condição social, não havendo espaço para racismos, xenofobias ou exclusões, nem para a criação de guetos ou de tensões.
Ser família humana é reconhecer no outro, no diferente, um irmão no mesmo percurso de vida, o que só é possível quando se caminha com o outro e não contra o outro.

Passos avisa que sacrifícios 'não serão suaves'

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu que os sacrifícios exigidos aos portugueses não serão suaves nem os resultados serão rápidos, numa mensagem deixada no Facebook antes de ir de férias com a família.
Na sua página da rede social Facebook, o governante deixou uma mensagem escrita, na qual começa por lembrar os portugueses de que a actual «agenda exigente» é imposta pela necessidade de cumprir acordos internacionais e pelos prazos rigorosos que o próprio Governo se impôs.
«O nosso ponto de partida é extremamente débil» e a «instabilidade no sistema Financeiro Europeu e Americano são travões para um percurso já de si cheio de sacrifícios», explica logo de seguida.
É nesse sentido que Pedro Passos Coelho alerta para o «enorme trabalho» que há pela frente e «ao qual todos os portugueses são chamados».
Contudo, o responsável faz questão de sublinhar o compromisso que tem com o país de «nunca ocultar a realidade, para que «todos compreendam as razões e os objectivos deste grande esforço colectivo», e de prestar contas do dinheiro gerido.
Por isso, o primeiro-ministro afirma que não se compromete «com resultados rápidos nem com sacrifícios suaves», porque isso «não seria realista».
Na sua página do Facebook, da qual mais de 58 mil pessoas afirmam «gostar», termina a mensagem com um tom mais pessoal, dando conta de que vai de férias com a família para recuperar o seu papel de «marido e pai.»
Entre os comentários dos seus leitores, existem muitos de apoio, mas também algumas mensagens reveladoras de desalento, como o de uma mulher que lhe pede para não voltar de férias ou o de um rapaz que avisa que já não tem mais furos no cinto.

Lusa/SOL

Felizmente ainda há quem se preocupe com o bem comum

Carregue no título para ver a informação.

sábado, 6 de agosto de 2011

A pobreza escondida

Num País onde o salário médio líquido anda perto do 800 euros e qualquer cidadão neste patamar já é espremido pelo Fisco, perdendo neste Natal parte do subsídio, a linha de separação da pobreza é muito ténue.

Aliás, se não fosse a mão do Estado haveria mais de 4 milhões de pobres em Portugal. O plano ontem apresentado é cheio de boas intenções e mitiga algumas situações de emergência. No entanto, há milhões de portugueses que ficarão fora deste apoio. Famílias com filhos em que ambos os cônjuges ganham pouco mais do que o salário mínimo, que já fazem um esforço descomunal para esticar o salário, dificilmente terão algum apoio. E se alguém se preocupa com emergência social não pode esquecer essa pobreza escondida.
Armando Esteves Pereira, aqui

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Programa de Emergência Social (PES)

O Programa de Emergência Social (PES) vai custar 400 milhões de euros no primeiro ano, vigorará até Dezembro de 2014 e será sujeito a avaliações semestrais, disse hoje o ministro da Solidariedade e da Segurança Social.
Pedro Mota Soares falava na Amadora, na cerimónia de apresentação do PES, um programa que prevê, entre várias medidas, a criação de um mercado social de arrendamento para famílias excluídas da habitação social e o aumento em 10 por cento do subsídio de desemprego a casais com filhos em que ambos estão desempregados.
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A Propósito do PES, veja aqui :

Tempo de férias


Mal se aproxima o Verão e logo se começa a pensar nas férias. O corpo ressente-se da agitação e correrias mas sobretudo o espírito pede calma e sossego. O stress e todo o género de depressão mental e moral criaram esgotamento psíquico. É preciso reparar os estragos.
As pessoas que podem ter uns dias de descanso escolhem de preferência as praias, onde continuam as correrias, os problemas de trânsito, as longas esperas para serem atendidas. Umas férias assim podem ser cansativas, porque muitas vezes o corpo e o espírito, em lugar de mais aliviados, voltam mais cansados.
Por isso há cada vez mais pessoas a escolher umas férias diferentes. Em locais menos poluídos pelos barulhos ensurdecedores de altifalantes e escapes.
Está mesmo na moda a procura de conventos e afins para repouso do corpo e paz do espírito. Em Fátima, em Singeverga, em Marco de Canavezes, etc., etc., há locais destes muito procurados. No estrangeiro, estou a lembrar-me de Taizé, cada vez mais procurado por jovens de todas as nações.
Por outro lado há ainda neste nosso Portugal, locais lindíssimos, sem poluição de qualquer espécie, e por isso óptimos para umas férias repousantes.
Quero também referir as "semanas" e "retiros" que muitos organismos da Igreja proporcionam. É uma forma diferente de passar uma parte das férias. Estou a lembrar-me do Curso de Missiologia de 23 a 27 de Agosto; da "Semana Bíblica" (de 28 a 31 de Agosto);; das Jornadas Missionárias (de 16 a 18 de Setembro); e da Semana de Pastoral Social no Seminário do Verbo Divino (de 13 a 15 de Setembro). Todas estas acções têm lugar em Fátima e congregam centenas de pessoas.
Se puder, experimente. Verá que vale a pena!
Fonte: aqui

"Língua ajuizada é, sempre, moderada"

"A opinião de todos ouvirás, mas só a tua seguirás"

"Língua afiada, alma envenenada".

"Antes que fales, pensa no que dizes".

" O teu umbigo não é a dimensão do mundo."

"Não defende os seus interesses quem despreza os dos outros".

"O preconceito e a mania escravizam. Sê livre!"
(Popular)

"Devemos ter fé. Não existem esforços inúteis se empregados em prol do bem comum". - Getúlio Vargas

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Que belo exemplo de solidariedade!

A riqueza de um povo está na sua capacidade de se ajudar mutuamente. O povo ocidental vive numa crise económica porque uns tantos apossaram-se das riquezas, enquanto a maior parte vive com muitas dificuldades.
Mas vemos que quando há uma calamidade ou um cataclismo vem ao de cima a solidariedade que está lá no mais fundo da alma. É esta solidariedade que muitos povos ainda conservam e que se vê neste caso relatado pela jornalista e filósofa Lia Diskin.
Ela contou que um antropólogo estava a estudar os usos e costumes duma tribo e, quando terminou o seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até ao aeroporto de volta para casa.
Como tinha de esperar muito tempo, propôs uma brincadeira ás crianças. Comprou uma porção de doces e guloseimas, botou tudo num cesto bem bonito e colocou-o debaixo de uma árvore. Depois chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam correr até ao cesto, e a que o apanhasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
As crianças posicionaram-se na linha demarcada que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direcção ao cesto. Ao chegar lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo quis saber porque é que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo o que havia no cesto e, assim, ficar com muito mais doces.
E elas responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"
Foi aí que ele compreendeu o melhor da alma daquele povo: o ubuntu, Que significa: Só serei feliz se os outros também o forem.
A tribo é uma família. Se um membro sofre, todos sofrem; se um se alegra, todos se sentem felizes com isso.
In O migo do Povo

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Deus, Infinito Ser

Deus, Infinito Ser Deus, Infinito ser, nunca criado,
Sem princípio, nem fim, na Majestade
Que no trono da Eterna Divindade
Tens o Mundo num dedo dependurado:

Tu estavas em Ti, não foste nado,
O teu Ser era a tua Imensidade,
Tu tiveste por berço a Eternidade,
Tu, sem tempo, em Ti mesmo eras gerado!

Tu és um fogo que arde sem matéria,
Tu és perpétua luz, que não desmaia
Fulgindo, sem cessar, na sala etérea!

Tu és um mar de amor, que não tem praia,
Trovão assustador da esfera aérea,
Rei dum Reino Imortal, que não tem raia!...

Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'

O PÃO

Macário Ribeiro de Almeida

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

SOPÉ DA MONTANHA

Patriarca chamado ao Vaticano para se explicar sobre ordenação de mulheres

Veja aqui

Até Barca de Alva

Na tarde tórrida deste domingo, acedendo a um convite amigo de uma família desta Paróquia, acompanhei-a num agradável passeio até Barca de Alva.
Depois de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Penedono, Mêda, Vila Nova de Foz-Côa, estacionámos em Moncorvo para almoçar que o adiantada da hora já fazia moça estomacal, mormente nas crianças. Todos apreciámos o local, a refeição e a gentileza do pessoal que nos atendeu.
Depois de uma visita à bela Igreja local e de um passeio pela parte mais antiga do povoado, partimos para Freixo de Espada à Cinta onde, junto ao Douro, admirámos um agradável local de veraneio. Ali os bengalôs, as piscinas, o aproveitamento do rio, conjugados com a eloquência geográfica, conferem ao ao turista um local privilegiado de descanso.
Passámos em seguida por Barca de Alva (que saudades dos tempos em que o altifalante da estação de São Bento anunciava: "O comboio com destino a Barca de Alva encontra-se na linha 4..."). Em que estado se encontra aquela linha! Não seria importante pô-la a funcionar nem que fosse só para fins turísticos? Não merecia a região e os turistas esta atenção dos governantes? É que actualmente o comboio vai só até ao Pocinho.
Aqui, atravessámos a fronteira e fomos a Espanha tomar uma bebida para nos dessedentarmos face a canícula que nos atormentava. Além disso, conferimos ao passeio uma dimensão internacional... Ahahahahah...
Seguimos depois por Figueira de Castelo Rodrigo, Almendra, Vila Nova de Foz Côa, casa.

 Impressões:
- Óptima companhia daquela família amiga, gentil, atenciosa, delicada. As crianças foram espectaculares. Nada esquisitas na refeição, sem reguilices, nem amuos. Sempre felizes, pese embora o calor e os muitos quilómetros andados.
- A beleza eloquente do Douro superior. Alguma aridez paisagística não esmorece, antes realça a majestade da natureza.
- A eloquência dos vinhedos. Aquelas terras xistosas produzem, por bondade da natureza e pelo esforço do homem esse néctar único a que impropriamente se dá o nome de "Vinho do Porto."
- A pouca procura turística, mesmo num domingo e em pleno período de férias. Pouquíssima gente a circular pelas estradas, normalmente em bom estado de conservação.
Parece que os portugueses preferem o buliço e a confusão stressante do litoral à serenidade calma e eloquente da paisagem do Douro superior. Parece que continuamos a reduzir Portugal a uma faixa de 20 km junto ao mar...
Há um país fantástico à espera de se dar a conhecer aos portugueses que só lucrariam em o explorar.