domingo, 28 de fevereiro de 2021

Dia Mundial das Doenças Raras

 
O Papa assinalou hoje no Vaticano o 14.º Dia Mundial das Doenças Raras, recordando os doentes, em particular as crianças, e as suas famílias.

“Encorajo as iniciativas que promovem a investigação e o cuidado, manifestando a minha proximidade aos doentes, às famílias, mas especialmente às crianças”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.

O tradicional encontro dominical na Praça de São Pedro contou com a presença de algumas associações, empenhadas neste campo.

“No caso das Doenças Raras, é mais importante do que nunca a rede de solidariedade entre as famílias, promovida pelas associações”, assinalou Francisco.

O Papa sublinhou a necessidade de ajudar as famílias, para que ninguém se sinta só, partilhando “experiências e conselhos”.

“Estejam perto das crianças doentes, que sofrem, rezem por elas, façam-lhes sentir a carícia do amor de Deus, da sua ternura”, pediu.

Francisco convidou a cuidar das crianças também com a oração, “quando há estas doenças que não se sabe o que são ou quando há um diagnóstico um pouco triste”.

A Santa Sé divulgou uma mensagem para este dia mundial, sublinhando que mais de seis mil doenças são classificadas como raras e 70% das mesmas começam na infância.

“As pessoas que vivem com uma doença rara estão entre os grupos mais vulneráveis da sociedade”, adverte o texto assinado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

O Vaticano considera que as doenças raras são muitas vezes “negligenciadas”, por falta de “conhecimentos médicos” e de apoio para as “necessidades económicas, educacionais e sociais”.

“A pandemia de Covid-19 exacerbou muitos dos desafios difíceis que esses pacientes enfrentam todos os dias, juntamente com as suas famílias e cuidadores. Limitações, atrasos e às vezes até a interrupção e negação de tratamentos, medicamentos, exames diagnósticos e terapias de reabilitação tiveram e continuam a ter graves repercussões na sua saúde psicofísica”, indica o cardeal Turkson.

As doenças raras são doenças crónicas, graves e degenerativas que colocam em risco a vida dos doentes.

Agência Ecclesia

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Mortificação ou vivificação?

A "mortificação", renúncia, sacrifício, abnegação, autodomínio, privação, são palavras e práticas que se colaram à quaresma acentuando a sua face mais "sangrenta". Nenhum de nós nega a necessidade de morrer para si, a fim de fazer emergir dentro de si a graça do Espírito. Nenhum de nós nega que as opções do Evangelho e a adesão a Cristo implicam renúncias idolátricas. Nenhum de nós nega que a abnegação é um ato de generosidade. Nenhum de nós nega a importância da privação, para recuar de si mesmo e dar espaço aos outros.

O problema é onde pomos o acento tónico:
No que se perde ou no que se ganha?
No que se renuncia ou no que se alcança?
No que se deixa ou no que se encontra?
Se a perspetiva não for a mais positiva, caíremos no risco de nos pensarmos, por fim, pessoas virtuosas, gratificadas com a sensação do dever cumprido, do heroísmo alcançado das práticas mais exigentes, do ramalhete espiritual adornado pelas nossas conquistas.
E então as práticas que nos deviam converter, podem inchar-nos e encher-nos de nós mesmos.
Por isso, tanta "mortificação" dará em podridão espiritual se em vez desta não colocarmos no horizonte a vida nova da Páscoa, fruto da conversão. Então, talvez nos devêssemos focar menos na mortificação, que é apenas um meio, e pôr os olhos na vivificação, que é realmente a nossa meta pascal.
(Amaro Gonçalo)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O número de testes feitos em Portugal caiu para menos de metade em relação ao pico da pandemia.

 

Segundo os dados oficiais da Direção-Geral da Saúde, na semana passada realizaram-se em média 33 mil testes por dia, sendo que no pico da pandemia, em janeiro, essa média foi de 70 mil testes. Assim, a semana que passou foi a semana de 2021 em que se realizaram menos testes à covid-19.

“Desde o começo de fevereiro, os testes têm vindo a baixar e esta semana, particularmente, os testes reduziram-se para metade ou até menos de metade.” (Dr. Germano de Sousa)

Veja aqui

sábado, 20 de fevereiro de 2021

O «Movimento Erradicar a Pobreza»:
- Realça que, atualmente, “a covid-19 serve de desculpa para tudo, mas mesmo antes dele já as desigualdades se acentuavam”.
- “Entre 2009 e 2019 os salários cresceram 13,8% e os lucros das entidades empregadoras 20,8%”.
- A pandemia veio “agravar a situação”. “Entre 31 de março e 30 de junho houve uma redução de 154,5 mil na população empregada”.
- O crescimento da desigualdade criada pela crise da Covid-19 ameaça “deixar para trás de si um legado de pobreza e instabilidade social e económica devastadora”.
- “É preciso exigir que se cumpra o artigo 2º da Constituição que consagra como tarefa fundamental do Estado promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo, bem como a efetivação dos direitos económicos, sociais”.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Entrevista com o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar de Carvalho Pereira

O jornal "Voz de Lamego" entrevistou o Presidente da Câmara Municipal de Tarouca.
Veja a entrevista. AQUI

 


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Alerta quaresmal

 ESTÁ NA HORA DE REGRESSAR A DEUS!


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

DEPOIS DO ENTRUDO, A ENTRADA

1. Depois da Terça-Feira de Carnaval, a Quarta-Feira de Cinzas. Após o Entrudo, a Quaresma. Aliás, chama-se Entrudo por ser precisamente entrada na Quaresma.
2. Dir-se-ia que é o tempo litúrgico que mais se assemelha à vida humana. Muito mais que o Carnaval.
Poucos, com efeito, encontrarão motivos para folia. Pelo contrário, o que mais nos pedem são sacrifícios.
3. A Quaresma é um tempo de penitência e o que mais se vê, hoje em dia, são pessoas com uma vida inteira de penitência.
Temos a penitência da crise. Temos a penitência de ouvir falar da crise e, ainda por cima, a toda a hora. Temos a penitência do desemprego. Temos a penitência da criminalidade. Temos a penitência da injustiça. Temos a penitência da pobreza, da exploração, da fome.
4. Pode parecer, por isso, pouco oportuno (e até desumano) vir apelar a mais penitência. Que maior pode ser a penitência de quem não tem pão para comer ou casa para habitar? Que maior pode ser a penitência de quem perdeu o emprego?
Como bem lembrou o Padre Ignacio Ellacuría, a Cruz tem uma permanente actualização histórica. Há pessoas crucificadas nas esquinas da existência. Cristo continua a ser torturado, condenado e morto em tantos deserdados da sorte, em tantos abandonados da vida: Ele está neles.
5. É fundamental, portanto, que quem faz apelos à penitência apresente também gestos visíveis de despojamento.
Isto significa que aquilo de que nos privamos há-de ser oferecido a quem precisa. Veremos então que muitos passam mal porque nós não nos importamos. E notaremos que o nosso supérfluo é essencial para eles.
6. Se somos capazes de jejuar por razões egoístas, porque é que não havemos de jejuar por razões altruístas?
Não falta quem reduza ao alimento para perder peso, para ser elegante. Porque não reduzir ao alimento para ajudar quem tem menos, quem tem quase nada?
7. Urge que nos habituemos a fazer do outro o centro do nosso ser, o centro da nossa preocupação, o centro da nossa vida.
Temos, pois, de nos des-centrar para nos re-centrar. O nosso centro só pode ser o centro de Cristo.
8. O centro de Cristo foi sempre Deus e o Homem. O centro dos membros da Igreja de Cristo só poderá ser Deus e o Homem.
Daí o grande tripé que alavanca toda a trajectória quaresmal: a oração (relação com Deus) e o jejum e a esmola (partilha com o ser humano).
9. Sabemos, por exemplo, que, no dia 25 de Janeiro de 2010, 120 milhões de cristãos de 39 países promoveram uma jornada de oração e de jejum pela justiça no Zimbabwe.
Muita coisa poderá ser feita. Porque não, por exemplo, oferecer o peditório de um mês nas paróquias para ajudar os mais carenciados? Uma Igreja pobre será sempre uma Igreja próxima, uma Igreja capaz de interpelar.
10. Façamos penitência apoiando quem tem de fazer penitência. A penitência por opção é um gesto de comunhão para com quem tem de fazer penitência por imposição.
Despojemo-nos da carne e do peixe caro, levando um pouco de pão a quem nada tem para comer. Mas porque não fazer também, de vez em quando, jejum do automóvel desanuviando o ambiente? Porque não fazer jejum do cigarro, contribuindo para a saúde pessoal e para a saúde dos outros?
11. Façamos também jejum de imagens e de palavras. E não deixemos de fazer jejum dos juízos precipitados, das acções agressivas e dos sentimentos violentos.
Deixemos que a bondade brilhe. Que a paz se instale. Que a justiça floresça. E que o amor vença. Não foi por tudo isto que Ele [Jesus] deu a vida?
João António Pineiro Teixeira, Fcebook

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Um Carnaval sem carnaval



Pandemia, a quanto obrigas!
Nem comadres, nem compadres, nem enterros do Entrudo; nem fogueiras nem convívios; nem caldo de farinha; nem imagens dos carnavais de Ovar ou do Rio de Janeiro; nem desfiles carnavalescos nem multidões; nem caretos nem testamentos; nem brincadeiras de crianças pelas ruas...
Só restam as máscaras! Essas há muitos meses que nos tornam "figuras carnavalescas"! Não porque queiramos, mas porque tem que ser.
De muitos locais onde o Carnaval tem imenso impacto , ouve-se a promessa: "Para o ano vai ser o melhor de sempre!"
Esperamos todos vivamente que esta pandemia deixe de nos carnavalizar, e possamos festejar também o Carnaval na alegria e na paz.
Entretanto, se o Carnaval está suspenso, a QUARESMA NÃO ESTÁ SUSPENSA.
Vamos a ela com entusiasmo!

sábado, 13 de fevereiro de 2021

BREVE DICIONÁRIO ESPIRITUAL DA MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA 2021

 Veja Aqui

 Acabámos de receber a Mensagem do Papa para a Quaresma de 2021, com a convocatória «Vamos subir a Jerusalém» (Mt 20, 18) e a proposta de fazer da Quaresma “um tempo para renovar fé, a esperança e a caridade”. Procuro aqui, a partir da referida Mensagem, e colocando os temas por ordem alfabética, organizar um breve dicionário espiritual.

Caridade (Amor)
 Tem a sua fonte no coração misericordioso do Pai.
 É o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão.
 Não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos.
 Alegra-se ao ver o outro crescer.
 Sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado.
 Sabe cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19.
 Alia a partilha concreta a uma palavra de confiança e de estímulo.
 Faz sentir ao outro que Deus o ama como um filho.
 Deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença.
 Faz-nos dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam.
 Transforma-nos em irmãos e irmãs em Cristo.

Esmola (Partilha)
 É feita de atenção e gestos de amor pelo homem ferido.
 Dá até o pouco com amor, de tal modo que esse pouco nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade.
 Deve ser acompanhada por palavras de confiança e de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam.
 Faz sentir ao outro que Deus o ama como um filho.

Esperança
 Tem a sua razão em Cristo, que dá a sua vida na cruz e a quem Deus ressuscita ao terceiro dia.
 É animada pelo sopro do Espírito Santo.
 É água viva que nos permite continuar o caminho sem desfalecer.
 É sustentada pela oração.
 Volta o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência.
 Faz-nos corresponder ao apelo de São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20).
 É-nos dada pela experiência e pela certeza do perdão de Deus.
 Traduz-se em amabilidade: para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença».
 Faz-nos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6).
 Compromete-nos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15).

 Faz-nos acolher a Verdade, que é Cristo vivo.
 Implica receber Deus na nossa vida e deixá-l'O «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23).
 Faz-nos testemunhas diante de Deus e de todos.

Jejum
 É caminho da pobreza e da privação.
 Leva-nos a redescobrir o dom de Deus e a compreendermos a nossa condição de criaturas.
 Faz-nos pobres com os pobres.
 Acumula a riqueza do amor recebido e partilhado.
 Liberta a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo.
 Abre as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador.
 Ajuda-nos a amar a Deus e ao próximo.

Oração
 É diálogo filial com o Pai.
 Exige silêncio e recolhimento (cf. Mt 6, 6) para encontrar, no segredo, o Pai da ternura.
 É exercício de esperança: no recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão.

Palavra de Deus
 É o próprio Cristo, que Se fez Homem e nos conduz à plenitude da vida.
 Não é reservada a poucos, mas a todos os que estão abertos à revelação do amor do Pai.
 É transmitida de geração em geração pela Igreja.
 É preciso deixar-se alcançar por ela.

Páscoa
 Sob a sua luz vivemos a Quaresma. É a meta da Quaresma.
 É o fundamento da nossa fé e da nossa esperança e do nosso amor.
 Tempo de renovar as promessas do nosso Batismo.
 Tempo para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo.
 Anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo.

Perdão
 Tem a sua fonte no Coração aberto de Jesus, do qual brota o perdão do Pai.
 É fonte de esperança no meio das nossas fraquezas: nem os nossos erros, nem as nossas violências e injustiçs, nem ao pecado que crucifica o Amor têm a última palavra na história;
 É recebido para ser dado.
 Faz-nos viver um diálogo solícito e confortar quem está ferido.
 Permite-nos viver uma Páscoa de fraternidade.

Quaresma
 Tempo de conversão, para renovar a fé, a esperança e a caridade:
 Tempo para acreditar, isto é, para acolher Deus na nossa vida, deixando-O «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23).
 Tempo para dar razões da nossa esperança, em palavras e gestos de amabilidade e caridade.
 Tempo de cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19.
 Tempo para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência.
 É um percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens.
Pe. Amaro Gonçalo, Facebook

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

JÁ FALTOU MAIS...

 



















O ar. Futura auto-estrada. Há muito tempo que penso que ainda veremos as estradas e auto-estradas actuais transformadas em matagais, pois o futuro está no ar. Transpote muito mais rápido, económico e seguro. Chegará o tempo em que uma pessoa sai daqui às 7.30h e às 8h está no seu posto de trabalho em Lisboa. Às 16h partirá de Lisboa e às 16.3oh está em casa. Já faltou mais...


Marcelo traça Páscoa como meta, para assegurar que "não será causa de mais uns meses de regresso ao que vivemos nestas semanas"

Na sua declaração ao país, Marcelo Rebelo de Sousa justificou a manutenção do estado de emergência e do confinamento até ao final de março e disse que os portugueses entenderam os resultados do sacrifício das últimas duas semanas. O Presidente da República rejeitou também a possibilidade de deixar cair o Governo. "Não se conte comigo para dar o mínimo eco a cenários de crises políticas ou eleitorais, sublinhou.

Numa declaração feita ao país a partir do Palácio de Belém, o Presidente da República fixou a Páscoa enquanto meta para que haja uma redução significativa do número de casos infetados diários.

“Temos até à Páscoa de descer os infetados para menos de 2000, para que os internamentos e os cuidados intensivos desçam dos mais de 5000 e mais de 800 agora para perto de um quarto desses valores. E descer também a propagação do vírus para números europeus, estabilização esta duradoura, sustentada, sem altos e baixos", frisou Marcelo Rebelo de Sousa.

Sendo preciso "assegurar que a Páscoa, o início de abril, não será causa de mais uns meses de regresso ao que vivemos nestas semanas", o chefe de Estado disse ser necessário "manter o estado de emergência e o confinamento como os atuais por mais 15 dias e apontar para prosseguir março fora no mesmo caminho, para não dar sinais errados para a Páscoa".

“Temos de sair da primavera sem mais um verão e outono ameaçados, em vida, saúde, economia e sociedade", adiantou.

Para fazer um combate mais eficaz à pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser necessário "melhorar o rastreio de contaminados, com mais testes, mas sobretudo com mais operacionais, e ter presente o desafio constante da vacinação possível".

"Sem essas peças-chave, não haverá um confinamento bem sucedido. Temos de, durante essas semanas, ir estudando como depois da Páscoa evitar que qualquer abertura seja um intervalo entre duas vagas”, alertou.

O Presidente da República quis também deixar um aviso a quaisquer atores políticos que queiram tirar dividendos das dificuldades do Governo em combater a pandemia.

“Temos de continuar a apoiar, e apoiar depressa, os que, na economia e na sociedade, sofrem com estas semanas de sacrifício. Tudo sem crises políticas e sem cenários de Governos de unidade de salvação nacional. Não se conte comigo para dar o mínimo eco a cenários de crises políticas ou eleitorais. Já nos bastam a crise da saúde e a crise económica e social", frisou Marcelo Rebelo de Sousa".

"Foi esse o mandato que recebi há cinco anos e que termina a 8 de março e é esse o mandato que recebi renovado para começar a 9 de março. Vencer as crises, mesmo as mais graves. Não provocar crises, mesmo as mais sedutoras", justificou o chefe de Estado.

No início da sua declaração, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se às últimas duas semanas, que foram "difíceis, mas terminaram melhor do que haviam começado”. “Foram dias, mais uns nesta saga de quase um ano, pesados para todos, dramáticos para bastantes”, lamentou.

“Começaram com números de infeções e de mortes, dos piores da Europa e do Mundo, pressões elevadíssimas nas estruturas da saúde, notícias pontuais de favoritismos no desvio de vacinas, sentimentos divididos contra apoios europeus". enumerou o Presidente da República, referindo-se neste último caso aos profissionais de saúde alemães que aterraram em Portugal a 3 de fevereiro

Marcelo adiantou, contudo, que "foi precisamente o correr dos dias que permitiu esclarecer o que parecia incompreensível, decidir o que não podia esperar, trazer razão onde reinava a emoção, compreender o que estava a mudar.”

“Os portugueses compreenderam que os apoios europeus eram simbólicos, não substituíam os heróis da saúde, mas mostravam que numa verdadeira união, ninguém deve esquecer ninguém" e perceberam também que "que há atrasos na produção e no fornecimento de vacinas, na Europa e em Portugal, e que isso ia impôr a partir de abril, vacinar mais e mais depressa para cumprirmos a meta avançada para setembro”, explicou o chefe de Estado.

O Presidente da República sublinhou ainda que os portugueses esperam também que "os responsáveis pelos favoritismos no desvio de vacinas" sejam "exemplarmente punidos” e compreenderam que "o bom senso já aconselhava que provocar nesta altura crises políticas com cenários de Governos à margem dos partidos, de resultado indesejável, de tempo perdido, em terceiras eleições no verão e nada de novo no horizonte, não servia para outra coisa que não agravar a pandemia e não a abreviar”.

Marcelo Rebelo de Sousa quis ainda deixar uma nota de apreço ao povo português, agradecendo-lhe "este confinamento global". "Quero apelar-vos a mais resistência ainda no futuro próximo, quero dar-vos esperança, porque sem ela, o dia a dia de sacrifício perde todo o sentido", dirigiu o presidente da República.

"Vós, portugueses, sois na verdade, a única razão de ser de nós termos orgulho em Portugal", terminou.

Fonte: aqui

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Mensagens do Papa e dos Bispos fora de tempo

Já temos Mensagens do Papa para o Dia das Comunicações Sociais, para o Dia das Missões ... para Dias e Dias, para os quais faltam ainda meses.

E a Mensagem para a Quaresma, que está à porta, quase chegará de véspera. É uma prática que bem podia mudar... Faltam "pastores" nos Gabinetes.
Já a Mensagem para o Dia Mundial da Paz chegou quase em cima da hora...
E quem está no terreno e tem que preparar as coisas a tempo e horas?
E quem tem boletins, jornais e precisa da informação para esta chegar a horas ao público?

sábado, 6 de fevereiro de 2021

“Coordenem-se!” Murro na mesa de Marcelo perante a descoordenação do Governo

 Marcelo Rebelo de Sousa dá sinais de que pode ser menos tolerante com o Governo socialista neste seu segundo mandado. E a forma como está a decorrer o combate à nova vaga de covid-19, com números trágicos para o país, pode ter sido a gota de água na relação pacífica entre o Presidente e o primeiro-ministro.

Aquando da reeleição, Marcelo Rebelo de Sousa deu a entender que poderia ser mais exigente com o Governo neste segundo mandato. Esse tem sido o pedido insistente de Rui Rio.

E numa altura em que muito se critica o Governo pela forma como está a gerir esta nova vaga de covid-19, com falhas no processo de vacinação e a sucessão de casos de vacinação indevida, além dos números trágicos das mortes, Marcelo Rebelo de Sousa dá um “murro na mesa”.

“Coordenem-se”, terá dito a António Costa, conforme relata o jornal Sol que sustenta que o Presidente alertou o Governo de que “tem de haver maior coordenação”, nomeadamente “na primeira linha do combate à pandemia”.

Não pode haver mais falhas e tanto descontrolo“, terá alertado Marcelo.

Esta postura surge depois de Portugal ter tido um Janeiro negro, com as mortes por covid-19 a dispararem.

Por outro lado, a descoordenação no processo de vacinação também tem sido patente. E foi uma situação de vacinação indevida que levou à demissão do coordenador da task-force definida pelo Governo para gerir o processo de aplicação das vacinas.

escolha do vice-almirante Gouveia e Melo, um militar de carreira reconhecido, para coordenar a task-force foi bem recebida em Belém e pode ter sido um sinal de Costa a Marcelo, como quem diz que está atento às suas recomendações.

A título oficial, Marcelo tem dado sinais de “união total” com o Governo. Mas começa a ser evidente que a história de amor entre a Presidência e o Governo pode ser um pouco diferente neste segundo mandato.

Afinal, como acontece em todos os casamentos de longa duração, a “lua-de-mel” não dura para sempre.

Fonte: aqui

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

 


 


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

“Ou somos irmãos ou nos destruímos uns aos outros”, diz o Papa

 Francisco escutou, sensibilizado, o testemunho de uma mãe marroquina que perdeu um filho para o terrorismo e que hoje se dedica a formar jovens para a paz.

O Papa Francisco participou esta tarde num evento virtual, organizado em Abu Dhabi, para assinalar o primeiro Dia Internacional da Fraternidade Humana.

Para Francisco, “a fraternidade hoje é a nova fronteira da humanidade” e não há alternativa. “Ou somos irmãos ou nos destruímos uns aos outros. Hoje não há tempo para indiferença. Não podemos lavar nossas mãos. Com a distância, com a indiferença, com o desprezo”, reafirmou o Papa.

“Ou somos irmãos, ou tudo desmorona. É a fronteira sobre a qual devemos construir, é o desafio do nosso século, é o desafio dos nossos tempos.”

“Fraternidade quer dizer mão estendida, quer dizer respeito, quer dizer escutar com o coração aberto e firmeza nas próprias convicções”, reforçou esta quinta-feira o Papa nesta sessão virtual. “Somos irmãos, nascidos de um mesmo Pai. Com diferentes culturas e tradições, mas todos irmãos. E respeitando as nossas diferentes culturas e tradições, as nossas diferentes cidadanias, devemos construir esta fraternidade, sem a negociar.”

Francisco aproveitou ainda para sublinhar que este é “o momento da escuta, de aceitação sincera, da certeza de que um mundo sem irmãos é um mundo de inimigos". E alertou que “o desprezo é uma forma muito subtil de inimizade”. Por isso, “não podemos dizer: ou irmãos, ou não irmãos”, pois isso significa “ou irmãos, ou inimigos”. É que, “não é preciso haver guerra para fazer inimigos, basta o desprezo”, acrescentou. “Basta olhar para o outro lado e prescindir do outro, como se ele não existisse”.

Prémio Zayed 2021

Além do Papa Francisco, usaram da palavra o grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, o secretário-geral do Comissão para a Fraternidade Humana, o juiz Mohamed Mahmoud Abdel Salam e os vencedores do Prémio Zayed 2021. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi um dos dois laureados.

O Papa agradeceu ao político português: “Quero dar os parabéns ao Secretário-Geral das Nações Unidas por este prémio e agradecer-lhe por todos os esforços que faz pela paz. Uma paz que só se consegue com o coração fraterno”.

O antigo primeiro-ministro português mostrou-se honrado e grato. António Guterres reafirmou o seu total compromisso, pessoal e da própria ONU, a favor da paz e do respeito pela dignidade humana. E, face às atuais ameaças à paz no mundo e “ao aumento da violência, divisões, racismo e extremismo de várias ordens, incluindo de caráter religioso”, Guterres considerou “fantástico” os testemunhos e o protagonismo de homens como o Papa Francisco e o grande imã Ahmad Al-Tayyeb.

A segunda laureada do Prémio Zayed 2021 foi uma mulher marroquina. Latifa Ibn Ziaten perdeu um filho, assassinado por terroristas e, desde então, dedica-se a sensibilizar as crianças e os jovens para a paz. “Uma mãe profundamente ferida pela morte de um filho nunca ficará curada”, testemunhou Latifa no evento desta quinta-feira, “mas é preciso romper a barreira dessa ferida e, apesar de perder um filho, sou agora mãe de muitos mais”.

O Papa agradeceu a Latifa Ibn Ziaten, cujas palavras “não foram ditas de ouvido, nem convencionalmente, mas ditas por convicção, uma convicção plasmada na dor, através das suas feridas”.

Francisco sublinhou que a vida desta mulher não ficou pelo ressentimento, mas que “através da dor de perder um filho – só uma mãe sabe o que é perder um filho – consegue dizer ‘somos todos irmãos’ e semear palavras de amor” e acrescentou: “obrigado por ser mãe do seu filho, de tantos meninos e meninas; por ser hoje a mãe desta humanidade que a escuta e aprende consigo: ou o caminho da fraternidade, ou irmãos, ou perdemos tudo.”

Fonte: aqui

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

10 Razões civis contra a Eutanásia | D. José Tolentino de Mendonça


1.
 A vida tem, desde o seu princípio ao seu fim natural, a mesma dignidade absoluta que deve ser salvaguardada e protegida. Os grandes textos civis e sagrados, médicos e filosóficos que são a matriz das nossas sociedades, e formam a nossa consciência moral, recordam-no incessantemente. Ir contra o primado da vida é atentar contra a humanidade de todos os seres humanos.

2. Não é o primado da vida que tem de estar sujeito às circunstâncias (económicas, políticas, culturais, etc.) de cada tempo, mas sim as circunstâncias que devem estar ao serviço incondicional do primado da vida. A verdadeira missão que compete à política é o suporte infatigável à vida.

3. Nenhuma vida vale mais do que outra. Nenhuma vida vale menos. A vida dos fracos vale tanto como a dos fortes. A vida dos pobres vale o mesmo que a dos poderosos. A vida dos doentes tem um valor idêntico à vida dos saudáveis. Passar a ideia de que há vidas que, em determinadas situações, podem valer menos do que outras é um princípio que conflitua com os valores universais que nos regem

4. O sofrimento humano é uma realidade do percurso pessoal, que pode atingir formas devastadoras, é verdade. Mas o próprio respeito devido ao sofrimento dos outros e ao nosso deve fazer-nos considerar duas coisas: 1) que temos de recorrer aos instrumentos médicos e paliativos ao nosso alcance para minorar a dor; 2) que temos de reconhecer que o sofrimento é vivido de modo diferente quando é acompanhado com amor e agrava-se quando é abandonado à solidão. É fundamental dizer, por palavras e gestos, que “nenhum homem é uma ilha”.

5. Recordo o que me contou, emocionada, uma voluntária que trabalha há anos numa unidade oncológica: “O que me faz mais impressão é o número de pessoas que morrem completamente sós.” Devia-nos impressionar a todos a desproteção familiar e social que tantos dos nossos contemporâneos experimentam precisamente na hora em que se deveriam sentir sustentados pela presença e pelo amor dos seus. A solução não é avançar para medidas extremas como a eutanásia, mas inspirar modelos de maior coesão, favorecendo práticas solidárias em vez de deixar correr a indiferença e o descarte.

6. Por trás da vontade de morrer subjaz sempre uma vontade ainda maior de viver, que não podemos não ouvir. Claro que a vida dá trabalho. Que o serviço à vida frágil, à vida na sua nudez implica muitos sacrifícios e uma dedicação que parece maior do que as nossas forças. Mas coisa nenhuma é mais elevada do que essa. Talvez em vez dos heróis que sonambulamente festejamos, as nossas sociedades deveriam colocar os olhos no verdadeiro heroísmo: o heroísmo daqueles que enfrentam o caminho do sofrimento; o heroísmo daqueles que se dedicam ao cuidado dos outros como testemunhas de um amor incondicional.

7. As nossas sociedades têm de se perguntar se já fizeram tudo o que podiam fazer para promover e amparar a vida, sobretudo a daqueles que são mais frágeis.

8. Os paradigmas de felicidade da sociedade de consumo são paraísos artificiais talhados à medida do indivíduo, que passa a preocupar-se apenas por si mesmo e que se apresenta como o seu começo e o seu fim. Em nome dessa felicidade assiste-se facilmente ao triunfo do egoísmo. Porém, a pergunta ancestral “onde está o teu irmão?” será sempre um limiar inescusável na construção da felicidade autêntica.

9. Àqueles que, movidos pelos melhores sentimentos, veem na eutanásia um passo em frente da nossa civilização recomendo a leitura do conto de James Salter intitulado “A Última Noite” (Porto Editora, 2016). Tem razão quem escreveu que a literatura é uma lente para olhar o humano.

10. Diga-se o que se disser, a vida é a coisa mais bela.

[Artigo de opinião com o título «José Tolentino Mendonça e as razões civis contra a eutanásia» publicado no Expresso.]

Fonte: Aqui