terça-feira, 25 de agosto de 2020

SEXO DOS ANJOS

Conta-se que, enquanto os turcos otomanos estavam às portas de Constantinopla, precedendo a sua queda, os desta cidade discutiam a cor dos olhos de Nossa Senhora, o sexo dos anjos, e se uma mosca caísse numa pia de água benta, se seria a mosca a ficar benzida ou a água contaminada...Desde então a expressão discutir o sexo dos anjos ganhou o significado de perder tempo discutindo um assunto absolutamente inútil e impossível de ser determinado, quando existem problemas mais importantes.Diante de problemas de importância transcendente que o mundo hoje enfrenta, há alguns cristãos a discutir se a comunhão é na boca ou na mão.

1. Há uma clara e explícita indicação dos nossos Bispos no sentido de se comungar na mão durante a vigência da pandemia que nos atinge. Quando as decisões do episcopado agradam a certas pessoas, estas aplaudem intensamente; quando as decisões episcopais as contrariam, criticam, não cumprem, fogem...E o Mestre continua a dizer: "Quem vos ouve, a Mim ouve..."

2. Sem nos focarmos no concreto, podemos perguntar-nos: Quantas vezes as mãos são menos pecadoras do que a língua? Além disso, quem criou a língua não criou as mãos? E mais: na Última Ceia, Jesus deu a Comunhão à boca aos seus apóstolos?

3. Uma pessoa tem fome. Nega-se a comer porque a comida é servida em porcelana em vez de prata?

4. Quando seremos cristãos do importante, do essencial? Quando os problemas e desafios são mais do que muitos, alguns ficam presos à discussão sobre o "sexo dos anjos"?

5. Os olhos estão na testa para olharmos em frente e não na nuca para olharmos para trás. O esvaziar das igrejas, o indiferentismo religioso, a ausência dos valores cristãos na vida social e pessoal, o desemprego e a fome, a violência doméstica, o tráfego de pessoas, a desestruturação da família, a educação da juventude, a ausência de verdadeira consciência laical, a falta de sentido eclesial e sua pertença... Isto sim são desafios que deviam encharcar a atitude e envolvência dos crentes.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

23 Agosto 2020 - 21º Domingo do Tempo Comum - Ano A

Leituras: aqui

Só o doentio e o macabro parecem merecer a atenção dos consumidores de informação

Temos direito à informação toda!
Mas alguns órgãos de informação parecem apostados em mostrar apenas o doentio, o macabro, o horrendo.
Um amigo meu dizia hoje com a piada que lhe é reconhecida: "Está cheio de passar despercebido? Quer aparecer horas e horas nalguns programas de TV? Acha que a sua terra nunca tem voz nem vez na comunicação social? Então "mate" uma pessoa e vai ver... Tem estatuto de estrela nalgumas televisões!"
Há uma sadia festa na aldeia? Existe um melhoramento social de impacto? Tem lugar uma homenagem a quem fez alguma coisa pelos outros? As pessoas sofrem com a interioridade e o abandono? Uma povoação é feliz, pacífica, solidária e amante do progresso? Isso não conta para certos órgãos de comunicação social... Não aprecem nem querem saber.
Mas se há um escândalo, um crime, um atentado à vida, ui! Certas Tvs não saem da porta, horas e horas, uma verdadeira telenovela de mau gosto.
E sabe de quem é a verdadeira culpa? Dos telespectadores. Isso mesmo. Se as pessoas mudassem de canal e não se deixassem levar pelo mórbido, esses canais televisivos, ao ver que não tinham audiências, mudavam de agulha. Felizmente há muitos canais por onde escolher.
Então, bons amigos, comecemos todos por criticar os nossos maus hábitos de consumidores de comunicação.
Também nós, sentados no sofá da nossa sala, podemos ajudar a construir um mundo melhor...

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

41 anos de sacerdócio

15 de agosto de 1979. Catedral de Lamego, 11 horas. Ordenação sacerdotal de 3 jovens, o José Melo, o Avelino e eu. 
Destes 41 anos de sacerdócio, os últimos perto de 30 ao serviço da Paróquia de São Pedro de Tarouca.
  
Por intercessão de Maria Santíssima a quem sempre me consagro, concede-me, Senhor:
- a humildade confiante para estar diante de Ti, louvando, glorificando, agradecendo;
- o perdão para os meus pecados, lacunas e limitações;
- o entusiasmo apostólico da primeira hora;
- a graça de viver a alegria sacerdotal junto dos meus irmãos;
- a sabedoria de coração para ensinar e aprender, unir respeitando a diferença, compreender na verdade e na caridade;
- o dom da fidelidade até ao fim;
- aquilo que de bom e de belo deseja o meu coração.
Maria Santíssima, Estrela da manhã, modelo da Igreja que somos, Mãe da Igreja e dos sacerdotes,
Rogai por nós, rogai por mim!

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

 Mensagens de Agradecimento a Deus - Mundo das Mensagens

domingo, 9 de agosto de 2020

Emigrantes, Imigrantes, Migrações Internas

Os que saem de Portugal para trabalhar e viver noutro país = Emigrantes
Os que vêm de outro país para trabalhar e viver em Portugal = Imigrantes
Os que se deslocam dentro do mesmo país de uma região para outra = Migração internas. Por exemplo, há uma forte corrente migratória do interior para o litoral, mormente para Lisboa...

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Mãos que não dais, o que é que esperais?!
Se todos queremos que os nossos, quando vão para o estrangeiro, aí sejam bem tratados, dignificados e integrados, exactamente o mesmo devemos fazer aos estrangeiros que aqui chegam para viver e trabalhar.

O direito à indignação
Quando a comunicação social noticia que em tal lado, os imigrantes vivem em condições miseráveis, são forçados a trabalhar mais do que o legalmente consagrado, são mantidos ilegais, não recebem ordenado legal, são espoliados dos seus direitos, só temos, como cidadãos responsáveis, de exercer o nosso direito à indignação e ao protesto.
Maldito homem que escraviza outro homem!

Portugal precisa dos imigrantes
Nos campos do Alentejo, nos vinhedos do Alto Douro, na apanha da fruta, na construção civil, nalgumas fábricas, em serviços... Trabalhos que os portugueses não querem fazer, então Portugal precisa de importar mão-de-obra.
Sendo Portugal um dos países europeus com uma das taxas mais baixas de natalidade, com consequências tremendas para o nosso futuro colectivo, a vinda dos imigrantes tem contribuído para que a referida taxa de natalidade não seja ainda mais trágica...
Sem gente nova, como poderão ser amanhã asseguradas as pensões? Quem tratará amanhã dos velhos?

Menos investimento dos emigrantes nas suas terras de origem?
Como sabemos, os tempos são outros, o modo de vida é diferente. Há tempos, um emigrante português na Holanda dizia: " Para que hei-de estar a poupar? Vou vivendo a vida o melhor que posso... Depois, quando me reformar mais a minha mulher, regressamos e com a reforma de lá, vivemos aqui às mil maravilhas..."
Noutros tempos, o investimento dos portugueses emigrados na sua terra de origem foi fantástico: construção e compra de casas, negócios, outros e variados investimentos. Sem contar o muito que, especialmente em algumas terras, foi feito em prol do bem comum: apoio ao movimento associativo - desporto, cultura, divertimento -,  melhoramentos, construção e reparação de imóveis civis e religiosos.
Que desculpem os emigrantes, mas muitas vezes parece que, quando por cá passam, é só para exigir tudo mais alguma coisa, segundo os seus interesses e conveniências. Mas falta solidariedade, partilha, ajuda.
Todos? Claro que não, felizmente. Mas há muitos, demais...

quarta-feira, 5 de agosto de 2020


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

FC Porto conquista "dobradinha"

FC Porto vence Benfica com bis de Mbemba e conquista 17.ª Taça de Portugal  (e oitava dobradinha da história) – Observador
Dragões juntam a Taça ao campeonato, feito que não conseguiam desde 2010/2011. Autor dos dois golos do campeão nacional, defesa-central congolês Mbemba foi o "herói improvável".
 
Notas pessoais:
1. À partida para a temporada que agora acaba, o FC Porto não era apontado como o principal candidato. Na época passada perdera o campeonato após ter 7 pontos de avanço para o seu rival directo e igualmente perdera a final da Taça para o Sporting. No final da temporada, viu partir uma série de atletas influentes como Filipe, Militão, Brahimi e Herrera, os dois últimos a custo zero. Os reforços chegaram muito tarde, em cima do início das competições, por isso sem o necessário tempo de entrosamento.  Talvez isso ajude a explicar a eliminação na 3ª pré-eliminatória da Champions, tal como a derrota no 1º jogo do campeonato. Tudo claramente relacionado com a crise económica que o Clube tem atravessado...
2. Na opinião geral, o Porto foi um justo vencedor. Não há campeão sem mérito. Mas o Benfica fez uma má 2ª volta, dirão alguns. Olha, exactamente o que aconteceu ao Porto na época passada... O campeão praticou sempre bom futebol? Não, longe disso. Mas foi mais eficaz do que os outros concorrentes.
3. Quando foi contratado, manifestei o meu apoio a Sérgio Conceição. Durante a sua liderança, nestes 3 anos, igualmente manifestei a minha discordância em relação a vários aspectos e situações. No final, os factos são factos e só me resta reconhecer o seu papel fundamental para o êxito do meu Clube. Parabéns, Mister!
4. Sérgio Conceição é um líder nato. Foram vários os problemas com que teve que lidar nos planos interno e externo. Desde o "caso Danilo" no estágio, aos problemas com Nakajima, à estrurura e até pontualmente com os adeptos. Sem contar com uma comunicação social que, maioritariamente, é favorável ao Benfica. Soube ultrapassá-los. Por isso ganhou.
5. Os atletas souberam responder ao desafio. Unidos, imbuídos da mística portista, trabalhadores, com espírito de equipa, transcenderam-se em muitas situações. Têm agora o prémio. Parabéns!
6. Mantenho o que sempre disse. Não é o facto de se ter ganho que me desvia da profunda convicção. A estrutura está ultrapassada e precisa de sangue novo. Pode chegar o tempo em que nem um super-Sérgio chegue para ultrapassar a incapacidade estrutural...