O líder líbio Muammar al-Khadafi desencadeou uma acesa polémica em Itália depois de realizar em Roma dois encontros com meio milhar de italianas para as tentar converter ao islamismo. "O que aconteceria se um líder europeu fosse à Líbia ou a outro país islâmico e convidasse as pessoas a converterem-se ao cristianismo?", perguntava ontem o jornal ‘Il Messagero’.
A cada uma das participantes, recrutadas por um agência, foram prometidos 70 euros e um exemplar do Corão. Sara Perugini, de 19 anos, afirmou que Khadafi "foi simpático e agradável". Disse também que um par de jovens abandonou a sala considerando aquilo um disparate. Os encontros decorreram no centro cultural da Líbia, em Roma, tendo na sessão de domingo sido formalizada a adesão ao islamismo de três jovens convertidas por Khadafi num encontro idêntico realizado em 2009.
"Entre nós as mulheres são mais respeitadas que no Ocidente", defendeu Khadafi, adiantando ainda que o Islão "deve tornar-se a religião de toda a Europa".
A Imprensa acusou o primeiro-ministro Berlusconi de sacrificar os princípios e a dignidade do país em nome dos negócios. "O interesse nacional não justifica que alguém aceite ser anfitrião de tais palhaçadas e actos grotescos", lê-se no editorial do ‘La Stampa’. Gianfranco Fini, ex-aliado de Berlusconi, afirmou, por seu lado, que "a Itália é a Disneylândia de Khadafi".
Nota:
1."O que aconteceria se um líder europeu fosse à Líbia ou a outro país islâmico e convidasse as pessoas a converterem-se ao cristianismo?"
2. "Entre nós as mulheres são mais respeitadas que no Ocidente", defendeu Khadafi.
Só por brincadeira de mau gosto, senhor Khadafi! Está à vista de todos os "mimos" que os países islâmicos oferecem às mulheres. Basta recordar o que está a acontecer à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani. O que leva a pensar. As raparigas receberam 70 euritos e um Alcorão. E depois de convertidas têm direito a levar quantas pedradas? 70? Uma por cada euro que receberam?
3. Se fosse um líder cristão a desenvolver tal acção num país islâmico, a imprensa ocidental "queimava-o" vivo. E lá vinham os sloganes do costume: proselitismo, colonialismo, desrespeito pelos direitos humanos e demais...Mas em relação ao acto grotesco de Khadafi, tirando a imprensa italiana, que outros meio de comunicação ocidental o denunciaram? Não teremos hoje uma Europa fundamentalista em relação ao cristianismo e, ao mesmo tempo, subserviente em relação ao islamismo?
4. Acorda, Europa, antes que seja tarde!
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Se pagassem salários decentes havia menos ricos, mas os pobres viveriam melhor.
A crise é desculpa, para enriquecimento ilicito de alguns. Não há falta de dinheiro, mas sim de moral, sentido de estado, noção de serviço público. A má distribuição da riqueza e a captura dos governos pelos interesses financeiros, levou-nos à actual situação, todos querem ser ricos, e estar na lista da "Forbes" nem que para isso tenham de existir 2 milhões de pobres, e salários de 500,00, que nem dão para as despesas de um mês, mas só assim se podem fazer fortunas. Se pagassem salários decentes havia menos ricos, mas os pobres viveriam melhor.
(Comentário de lady63 ao artigo "Melhor é possível", in Sol)
(Comentário de lady63 ao artigo "Melhor é possível", in Sol)
domingo, 29 de agosto de 2010
Breves apontamentos
1. Após uns dias de descanso na companhia sempre agradável de familiares, estou de volta ao posto de trabalho.
Para mim praia é muito mais do que mera diversão ou descanso. É uma necessidade. Sem ela, a minha saúde ressente-se agudamente.
2. É uma forma de cimentar laços familiares e de estar perto dos meus 5 sobrinhos mais novos que raramente tenho oportunidade de acompanhar durante o ano.
3. Como sempre, também este ano dei longos passeios pela praia, acompanhado de um ou outro familiar. Parece que já consegui seduzi-los para as caminhadas na areia.
4. O lugar onde estive este ano pareceu-me ser muito familiar. Muitas famílias juntas na praia, muitas famílias a passear à noite na longa e apinhada avenida junto ao mar.
Pode parecer romantismo, mas senti as famílias felizes, convivendo em ambiente empático. E isto deixa-me sempre a alma cheia.
Não fui só eu a reparar, outros o fizeram. Há 30 anos não se via tal nas praias. Hoje é comum. Os pais a tratar dos bebés, a brincar com os filhos. Muito mais do que as mães. As mentalidades evoluem e há coisas belamente positivas.
5. No domingo que lá passámos, fomos à Eucaristia. O templo, também da invocação de São Pedro, era amplo e de construção moderna. Muito simples, sem pormenores arquitectónicos que chamassem à atenção. Participámos na Missa das 10 horas.
Templo repleto. E mais uma vez me encantou a presença de muitos casais novos acompanhados de seus filhos. E que não haja dúvidas: quando os pequenos são habituados a participar desde pequenos, o seu porte é magnífico.Quando é que os pais da nossa zona são capazes de aprender isto???
Não havia propriamente um grupo coral. Apenas um organista e um grupinho mínimo que apoiava a jovem que discreta e elegantemente regia a assembleia com convicção. A adesão das pessoas ao canto foi entusiasmante. Não havia desculpas nem respeitos humanos. Aquela gente participou mesmo!
No fim, dirigi-me à jovem que regeu a assembleia e agradeci o seu contributo discreto mas convicto. Um largo sorriso e um "obrigado" foi a sua resposta.
6. Nesta altura das férias, nunca dispenso uma passagem por Lisboa. Para mim uma cidade espectacular. E ontem lá fomos todos dar um passeio pela capital.
7. Uma palavra de agradecimento e de muita amizade para as pessoas com quem estive durante estes dias. Foram fantásticas! Meus irmãos e cunhados foram, como sempre, inultrapassáveis em amizade e dedicação. E o que os meus 5 sobrinhos brincaram e conversaram com o tio kota! Sois fantásticos, miúdos! Que Deus vos ajude a crescer assim sãozinhos para a vida!
8. Mal cheguei, uma notícia triste. Vândalos, a coberto da noite, danificaram um dos vitrais da Igreja Paroquial. Ninguém põe cobro a estes actos de vandalismo que se vão repetindo? E os pais(?) não têm vergonha?
Para mim praia é muito mais do que mera diversão ou descanso. É uma necessidade. Sem ela, a minha saúde ressente-se agudamente.
2. É uma forma de cimentar laços familiares e de estar perto dos meus 5 sobrinhos mais novos que raramente tenho oportunidade de acompanhar durante o ano.
3. Como sempre, também este ano dei longos passeios pela praia, acompanhado de um ou outro familiar. Parece que já consegui seduzi-los para as caminhadas na areia.
4. O lugar onde estive este ano pareceu-me ser muito familiar. Muitas famílias juntas na praia, muitas famílias a passear à noite na longa e apinhada avenida junto ao mar.
Pode parecer romantismo, mas senti as famílias felizes, convivendo em ambiente empático. E isto deixa-me sempre a alma cheia.
Não fui só eu a reparar, outros o fizeram. Há 30 anos não se via tal nas praias. Hoje é comum. Os pais a tratar dos bebés, a brincar com os filhos. Muito mais do que as mães. As mentalidades evoluem e há coisas belamente positivas.
5. No domingo que lá passámos, fomos à Eucaristia. O templo, também da invocação de São Pedro, era amplo e de construção moderna. Muito simples, sem pormenores arquitectónicos que chamassem à atenção. Participámos na Missa das 10 horas.
Templo repleto. E mais uma vez me encantou a presença de muitos casais novos acompanhados de seus filhos. E que não haja dúvidas: quando os pequenos são habituados a participar desde pequenos, o seu porte é magnífico.Quando é que os pais da nossa zona são capazes de aprender isto???
Não havia propriamente um grupo coral. Apenas um organista e um grupinho mínimo que apoiava a jovem que discreta e elegantemente regia a assembleia com convicção. A adesão das pessoas ao canto foi entusiasmante. Não havia desculpas nem respeitos humanos. Aquela gente participou mesmo!
No fim, dirigi-me à jovem que regeu a assembleia e agradeci o seu contributo discreto mas convicto. Um largo sorriso e um "obrigado" foi a sua resposta.
6. Nesta altura das férias, nunca dispenso uma passagem por Lisboa. Para mim uma cidade espectacular. E ontem lá fomos todos dar um passeio pela capital.
7. Uma palavra de agradecimento e de muita amizade para as pessoas com quem estive durante estes dias. Foram fantásticas! Meus irmãos e cunhados foram, como sempre, inultrapassáveis em amizade e dedicação. E o que os meus 5 sobrinhos brincaram e conversaram com o tio kota! Sois fantásticos, miúdos! Que Deus vos ajude a crescer assim sãozinhos para a vida!
8. Mal cheguei, uma notícia triste. Vândalos, a coberto da noite, danificaram um dos vitrais da Igreja Paroquial. Ninguém põe cobro a estes actos de vandalismo que se vão repetindo? E os pais(?) não têm vergonha?
domingo, 15 de agosto de 2010
ANALFABETISMO RELIGIOSO
Mais uma vez vão abrir as nossas escolas: um novo ano de esforço para puxar para cima este país que nós somos, no conhecimento, na técnica, e sobretudo no no civismo, que bem é preciso. Segundo as estatísticas, no início do século passado, em cada cem pessoas que residiam nesta região, oitenta não sabiam ler nem escrever. Eram analfabetas.
Cem anos depois, com o esforço dos governos e das câmaras, já são poucos os que não sabem ao menos ler e assinar. E esses poucos — quase só aqueles que cresceram no passado e hoje são mais idosos.
Pese embora o desinteresse da maior parte dos alunos (que hoje não têm grandes objectivos), mau grado o abandono escolar por parte de muitos jovens, a meio dos cursos (por não verem perspectivas que justifiquem o empenho e o esforço que se lhes exige), sem falarmos dos problemas de “iletracia” (muita gente doutorada lê mal e escreve pior), a verdade é que os valores das estatísticas “viraram” ao contrário. A percentagem de analfabetos entre nós, é cada vez menos significativa.
Hoje, o analfabetismo é outro.
Excluída uma pequena percentagem de famílias, onde se reza e onde se fala de Deus, ficam todas as outras onde Deus é simplesmente um desconhecido e um ignorado: algo sem interesse ou apenas com interesse para as horas de aflição e de aperto.
Há anos atrás, as catequeses nas igrejas e nas paróquias, eram “rudimentares”. Apenas se ensinavam umas fórmulas e umas orações. Não era preciso muito mais porque, nas casas e nas famílias, respirava-se a Fé e bebia-se o Amor. Os mais “letrados” liam a Sagrada Bíblia em voz alta e todos os que estavam em casa aprendiam-na e meditavam-na como Palavra de Deus.
Ao contrário, quantos são hoje os pais que falam de Deus aos seus filhos? Quantos são os pais que se preocupam hoje com a educação da Fé das suas crianças e dos seus jovens? Quantos são os pais que ensinam os seus filhos a rezar? Quantos são os pais que acompanham os seus filhos às igrejas para com eles escutarem a Palavra de Deus, ao menos ao Domingo? Há quem faça isso, certamente... mas, que percentagem?
Se estivermos atentos, verificamos que a grande maioria dos nossos cristãos, religiosamente, não passam de analfabetos. Não sabem nada de Deus, nem da Fé, nem da Religião. Gostava que um jornalista viesse por aí, um dia destes, de casa em casa, e perguntasse a todas as pessoas “cristãs” das nossas terras os “Mandamentos de Deus”, os “Preceitos da Santa Mãe Igreja” e “As Obras de Misericórdia”. Podia também perguntar, se achasse bem, quem foi o “pai” de Jesus Cristo, quem é o Espírito Santo, e o que é ser Cristão e quais são os seus deveres fundamentais.
O que está a passar-se entre nós, nos meios rurais, é uma vergonha. Uma boa parte dos pais só mandam os filhos à catequese para poderem “fazer a Comunhão” com festa, com luxo e com grandezas... No Domingo seguinte, tudo acabou! Já não sabem mais o caminho para a igreja... nem eles nem os filhos. Muitas crianças que vão à catequese, não vão à Santa Missa, porque os pais, nem os mandam nem vão com elas. Ao mandá-los à catequese, o que pretendem é apenas e tão só que “façam as Comunhões”. Nas férias da catequese, a maior parte das crianças não põe os pés na igreja. Fazem o que os pais fazem.
E nós, os párocos, que devíamos exigir a quem “faz as Comunhões” que antes tivesse dado provas suficientes de vir depois a viver como bom cristão, não exigimos. E nós, os párocos, que não devíamos baptizar as crianças dos pais que não nos dão garantias seguras de educar os seus filhos na Fé e na Vida Cristã (e não as dão de modo nenhum os ditos católicos “não praticantes”), baptizamo-las. E nós, os párocos, que não devíamos aceitar como padrinhos de Baptismo aqueles que não frequentam os sacramentos e não vivem como cristãos, aceitamo-los. Ou seja, embarcamos nesta onda de hipocrisia e fingimento que é a vida cristã de muitos dos nossos católicos.
Quando deixaremos nós de suportar ou alimentar este “cristianismo de massas” ou este “catolicismo de maiorias” sociológicas, mas desconhecedor do Evangelho e descomprometido com o mínimo essencial da Vida Cristã?
A verdade é que não temos força para tanto…. sozinhos! Se algum sacerdote se atrevesse a fazê-lo, era de certeza queimado vivo na praça pública!
No meio disto tudo, que andamos nós a fazer? A fingir... de crentes e de cristãos. Nada mais. No baptismo dos filhos, pais e padrinhos comprometeram-se a educar na Fé e na Vida Cristã a criança. E depois?
Grande parte dos pais e dos padrinhos, ou não sabem o que responderam lá, ou não são sérios com Deus, com a Igreja e consigo próprios. A sua Fé, a sua Religião e a sua Vida Cristã, resume-se a umas tantas festas com vaidades e banquetes e umas idas a Fátima, em “excursão."
Alguns já não baptizam os filhos, e, se calhar, estão a ser mais coerentes do que muitos que os baptizam. Se a Vida Cristã (com Missa, Oração e Sacramentos) que se inicia no Baptismo, não serve para eles que não lhe ligam nenhuma... como vão impô-la aos seus filhos? Para viverem como eles (baptizados na Igreja e afastados d’Ela), realmente não vale a pena!
Por este andar, pese embora o esforço ingente que a Igreja tem vindo a fazer na catequese, com o desleixo e desinteresse de tantos pais, a transigência da Igreja com estas celebrações de sacramentos ocasionais e sem compromisso, e a influência nefasta de uma sociedade materialista e ateia, daqui a pouco, as pessoas serão tão ignorantes nas coisas de Deus e da Fé, que, como diz a Escritura, já não saberão mais “distinguir a mão direita da mão esquerda”. Mesmo alguns que tiveram pais sérios, cuidadosos e exemplares! Quanto mais os outros!
Uma tristeza dolorosa! Uma regressão arriscada! Um enorme empobrecimento moral e cívico para a uma sociedade que se diz evoluída, mas se degrada cada dia mais.
Dirão que sou pessimista. Acharão que só realço o negativo. Se assim for, peço desculpa. Convenço-me porém que é esta a realidade: tanto nas nossas aldeias como nas nossas cidades. Não querendo certamente que se apague a “torcida que ainda fumega”, acho contudo que se deve fazer alguma coisa para mudar esta situação, com seriedade.., com urgência... e com coragem!
Correia Duarte
Cem anos depois, com o esforço dos governos e das câmaras, já são poucos os que não sabem ao menos ler e assinar. E esses poucos — quase só aqueles que cresceram no passado e hoje são mais idosos.
Pese embora o desinteresse da maior parte dos alunos (que hoje não têm grandes objectivos), mau grado o abandono escolar por parte de muitos jovens, a meio dos cursos (por não verem perspectivas que justifiquem o empenho e o esforço que se lhes exige), sem falarmos dos problemas de “iletracia” (muita gente doutorada lê mal e escreve pior), a verdade é que os valores das estatísticas “viraram” ao contrário. A percentagem de analfabetos entre nós, é cada vez menos significativa.
Hoje, o analfabetismo é outro.
Excluída uma pequena percentagem de famílias, onde se reza e onde se fala de Deus, ficam todas as outras onde Deus é simplesmente um desconhecido e um ignorado: algo sem interesse ou apenas com interesse para as horas de aflição e de aperto.
Há anos atrás, as catequeses nas igrejas e nas paróquias, eram “rudimentares”. Apenas se ensinavam umas fórmulas e umas orações. Não era preciso muito mais porque, nas casas e nas famílias, respirava-se a Fé e bebia-se o Amor. Os mais “letrados” liam a Sagrada Bíblia em voz alta e todos os que estavam em casa aprendiam-na e meditavam-na como Palavra de Deus.
Ao contrário, quantos são hoje os pais que falam de Deus aos seus filhos? Quantos são os pais que se preocupam hoje com a educação da Fé das suas crianças e dos seus jovens? Quantos são os pais que ensinam os seus filhos a rezar? Quantos são os pais que acompanham os seus filhos às igrejas para com eles escutarem a Palavra de Deus, ao menos ao Domingo? Há quem faça isso, certamente... mas, que percentagem?
Se estivermos atentos, verificamos que a grande maioria dos nossos cristãos, religiosamente, não passam de analfabetos. Não sabem nada de Deus, nem da Fé, nem da Religião. Gostava que um jornalista viesse por aí, um dia destes, de casa em casa, e perguntasse a todas as pessoas “cristãs” das nossas terras os “Mandamentos de Deus”, os “Preceitos da Santa Mãe Igreja” e “As Obras de Misericórdia”. Podia também perguntar, se achasse bem, quem foi o “pai” de Jesus Cristo, quem é o Espírito Santo, e o que é ser Cristão e quais são os seus deveres fundamentais.
O que está a passar-se entre nós, nos meios rurais, é uma vergonha. Uma boa parte dos pais só mandam os filhos à catequese para poderem “fazer a Comunhão” com festa, com luxo e com grandezas... No Domingo seguinte, tudo acabou! Já não sabem mais o caminho para a igreja... nem eles nem os filhos. Muitas crianças que vão à catequese, não vão à Santa Missa, porque os pais, nem os mandam nem vão com elas. Ao mandá-los à catequese, o que pretendem é apenas e tão só que “façam as Comunhões”. Nas férias da catequese, a maior parte das crianças não põe os pés na igreja. Fazem o que os pais fazem.
E nós, os párocos, que devíamos exigir a quem “faz as Comunhões” que antes tivesse dado provas suficientes de vir depois a viver como bom cristão, não exigimos. E nós, os párocos, que não devíamos baptizar as crianças dos pais que não nos dão garantias seguras de educar os seus filhos na Fé e na Vida Cristã (e não as dão de modo nenhum os ditos católicos “não praticantes”), baptizamo-las. E nós, os párocos, que não devíamos aceitar como padrinhos de Baptismo aqueles que não frequentam os sacramentos e não vivem como cristãos, aceitamo-los. Ou seja, embarcamos nesta onda de hipocrisia e fingimento que é a vida cristã de muitos dos nossos católicos.
Quando deixaremos nós de suportar ou alimentar este “cristianismo de massas” ou este “catolicismo de maiorias” sociológicas, mas desconhecedor do Evangelho e descomprometido com o mínimo essencial da Vida Cristã?
A verdade é que não temos força para tanto…. sozinhos! Se algum sacerdote se atrevesse a fazê-lo, era de certeza queimado vivo na praça pública!
No meio disto tudo, que andamos nós a fazer? A fingir... de crentes e de cristãos. Nada mais. No baptismo dos filhos, pais e padrinhos comprometeram-se a educar na Fé e na Vida Cristã a criança. E depois?
Grande parte dos pais e dos padrinhos, ou não sabem o que responderam lá, ou não são sérios com Deus, com a Igreja e consigo próprios. A sua Fé, a sua Religião e a sua Vida Cristã, resume-se a umas tantas festas com vaidades e banquetes e umas idas a Fátima, em “excursão."
Alguns já não baptizam os filhos, e, se calhar, estão a ser mais coerentes do que muitos que os baptizam. Se a Vida Cristã (com Missa, Oração e Sacramentos) que se inicia no Baptismo, não serve para eles que não lhe ligam nenhuma... como vão impô-la aos seus filhos? Para viverem como eles (baptizados na Igreja e afastados d’Ela), realmente não vale a pena!
Por este andar, pese embora o esforço ingente que a Igreja tem vindo a fazer na catequese, com o desleixo e desinteresse de tantos pais, a transigência da Igreja com estas celebrações de sacramentos ocasionais e sem compromisso, e a influência nefasta de uma sociedade materialista e ateia, daqui a pouco, as pessoas serão tão ignorantes nas coisas de Deus e da Fé, que, como diz a Escritura, já não saberão mais “distinguir a mão direita da mão esquerda”. Mesmo alguns que tiveram pais sérios, cuidadosos e exemplares! Quanto mais os outros!
Uma tristeza dolorosa! Uma regressão arriscada! Um enorme empobrecimento moral e cívico para a uma sociedade que se diz evoluída, mas se degrada cada dia mais.
Dirão que sou pessimista. Acharão que só realço o negativo. Se assim for, peço desculpa. Convenço-me porém que é esta a realidade: tanto nas nossas aldeias como nas nossas cidades. Não querendo certamente que se apague a “torcida que ainda fumega”, acho contudo que se deve fazer alguma coisa para mudar esta situação, com seriedade.., com urgência... e com coragem!
Correia Duarte
Há 31 anos!
Faz hoje 31 anos que fui ordenado sacerdote por D. António de Castro Xavier Monteiro na Sé Catedral de Lamego.
Quero agradecer-Te, Senhor, pelos dons do Teu Amor!
Quero louvar-Te, Senhor, Eterno Sacerdote e Bom Pastor!
Quero pedir-te desculpa, Senhor, pelas minhas fraquezas e pecados!
Quero renovar hoje a disponibilidade da primeira hora para Te seguir!
Quero pedir-te, Senhor, o dom do Espírito Santo para olhar o mundo com os olhos de Deus!
sábado, 14 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Josefa, 21 anos, a viver com a mãe
UM TEXTO QUE GOSTAVA DE TER ESCRITO
(A Soldado desconhecida, de Ferreira Fernandes no DN)
Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes.
Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude.
Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão.
Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar...
Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça.
A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui.
Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos.
Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?
Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude.
Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão.
Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar...
Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça.
A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui.
Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos.
Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?
Obrigado, Senhor, pelo dom do Teu Amor!
Obrigado, Senhor, por me teres chamado à vida.
Obrigado pelo dom maravilhoso da Fé.
Obrigado pelos infindo carinho com que me envolves.
Obrigado, Senhor! Mil vezes te agradeço.
______________________
Obrigado, pais (sim, mãe! Eu sei que me ouves agora melhor do que nunca, porque em Deus), pela vida que me destes e que acolhestes com amor, com dedicação ilimitada, com doação total.
Obrigado, irmãos e cunhados, pela vossa amizade, pela vossa deferência, pela empatia que temos sabido contriur entre nós.
Obrigado, sobrinhos, pela vossa alegria e carinho.
Obrigado, familiares, pela vossa amizade.
Obrigado à Igreja, minha mãe e minha Casa, por tanto que me deu e dá nos Bispos, nos Seminários, nos mestres, nos irmãos.
Obrigado aos meus irmãos sacerdotes, a começar pelos do meu arciprestado.
Obrigado a todas as paróquias por onde passei, com todas aprendi e amadureci.
Obrigado aos meus alunos e a todos os colegas professores.
Obrigado à querida paróquia de São Pedro de Tarouca. Amo-te!
E porque te amo, quero-te mais comunidade de fé, esperança e caridade.
Mais centrada em Cristo.
Mais dinâmica e empenhda apostolicamente.
Mais solidária e fraterna.
Mais!
Obrigado a todas as amigas e amigos.
Sois o perfume da minha existência.
Bem-hajam por existirem.
É assim que me quero sentir.
Agradecido. Sempre.
Mas particularmente neste dia.
Obrigado pelo dom maravilhoso da Fé.
Obrigado pelos infindo carinho com que me envolves.
Obrigado, Senhor! Mil vezes te agradeço.
______________________
Obrigado, pais (sim, mãe! Eu sei que me ouves agora melhor do que nunca, porque em Deus), pela vida que me destes e que acolhestes com amor, com dedicação ilimitada, com doação total.
Obrigado, irmãos e cunhados, pela vossa amizade, pela vossa deferência, pela empatia que temos sabido contriur entre nós.
Obrigado, sobrinhos, pela vossa alegria e carinho.
Obrigado, familiares, pela vossa amizade.
Obrigado à Igreja, minha mãe e minha Casa, por tanto que me deu e dá nos Bispos, nos Seminários, nos mestres, nos irmãos.
Obrigado aos meus irmãos sacerdotes, a começar pelos do meu arciprestado.
Obrigado a todas as paróquias por onde passei, com todas aprendi e amadureci.
Obrigado aos meus alunos e a todos os colegas professores.
Obrigado à querida paróquia de São Pedro de Tarouca. Amo-te!
E porque te amo, quero-te mais comunidade de fé, esperança e caridade.
Mais centrada em Cristo.
Mais dinâmica e empenhda apostolicamente.
Mais solidária e fraterna.
Mais!
Obrigado a todas as amigas e amigos.
Sois o perfume da minha existência.
Bem-hajam por existirem.
É assim que me quero sentir.
Agradecido. Sempre.
Mas particularmente neste dia.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Ainda há meses vivia na Casa do Gaiato
Sabe quem é Tiago Silva?
No mundo do futebol é conhecido por Bebé.
Tem 20 anos e jogava no Estrela da Amadora onde o Guimarães o foi contratar.
Alguns jogos de preparação no clube minhoto terão convencido o Manchester United a desembolsar quase dez milhões de euros pelo seu passe.
Este rapaz ainda há meses vivia na Casa do Gaiato.
Ainda bem que se ouviu falar da Casa do Gaiato. Não fora ela, por onde andaria este jovem?
Desde que ouvi a notícia da transferência de Bebé para o Manchester United, tenho-me perguntado o que andarão a fazer os clubes grandes portugueses e que "olheiros" têm ao seu serviço... Será que os "olheiros" não têm olhos? Ou será que se habituaram de tal modo a olhar para o mercado brasileiro e argentino que perderam a capacidade de ver ao perto???
Boa sorte, Bebé! Se tiveres cabecinha, humildade e dedicação ao trabalho, estás com o treinador certo para te ajudar a crescer. Ferguson sabe como fazer de ti um bom avançado.
E como precisa a selecção nacional de bons avançados!
No mundo do futebol é conhecido por Bebé.
Tem 20 anos e jogava no Estrela da Amadora onde o Guimarães o foi contratar.
Alguns jogos de preparação no clube minhoto terão convencido o Manchester United a desembolsar quase dez milhões de euros pelo seu passe.
Este rapaz ainda há meses vivia na Casa do Gaiato.
Ainda bem que se ouviu falar da Casa do Gaiato. Não fora ela, por onde andaria este jovem?
Desde que ouvi a notícia da transferência de Bebé para o Manchester United, tenho-me perguntado o que andarão a fazer os clubes grandes portugueses e que "olheiros" têm ao seu serviço... Será que os "olheiros" não têm olhos? Ou será que se habituaram de tal modo a olhar para o mercado brasileiro e argentino que perderam a capacidade de ver ao perto???
Boa sorte, Bebé! Se tiveres cabecinha, humildade e dedicação ao trabalho, estás com o treinador certo para te ajudar a crescer. Ferguson sabe como fazer de ti um bom avançado.
E como precisa a selecção nacional de bons avançados!
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Ninguém ama aquilo que não conhece
"Não percebo! Na Missa, umas vezes estamos de pé, outras de joelhos e ainda outras sentados; mandam-nos dar um abraço no meio da cerimónia; ao sair e ao entrar na Igreja, as pessoas ajoelham com o joelho direito ao chão; na meio da Missa, o padre lava as mãos; benzemo-nos...
Mas afinal qual é o significado de tanto gesto? Alguém é capaz de me explicar?"
Talvez este post ajude. Clique aqui e verá.
Mas afinal qual é o significado de tanto gesto? Alguém é capaz de me explicar?"
Talvez este post ajude. Clique aqui e verá.
Por quem Deus nos manda avisar!...
Mahatma Gandhi era hinduísta.
Vejam como Gandhi, que não se proclamava cristão, fala da Cruz:
"Símbolo universal de fraternidade e de paz".
Exactamente a cruz que a Associação Teísta Portuguesa e a Associação República e Laicidade querem banir de espaços públicos ( como escolas, hospitais e quartéis)...
"Pelos frutos os conhecereis" - Jesus Cristo.
Vejam como Gandhi, que não se proclamava cristão, fala da Cruz:
"Símbolo universal de fraternidade e de paz".
Exactamente a cruz que a Associação Teísta Portuguesa e a Associação República e Laicidade querem banir de espaços públicos ( como escolas, hospitais e quartéis)...
"Pelos frutos os conhecereis" - Jesus Cristo.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Faz dois anos que partiste, mãe!
Mas, claro,
A VIDA CONTINUA...
A Recordação rejuvenesce a cada dia que passa.
Curioso é que não sofro com as recordações.
Embora nostálgico,
Encontro nelas a força para tantas dificuldades do dia-a-dia.
Gosto do que recordo, mesmo o que foi mau, porque me fez, e faz, crescer.
Aprecio a grandeza do um querer,
de um sentir,
de uma forma de amar
Inigualável.
Tenho tantas saudades quanto orgulho sinto de ser filho de quem sou.
E não a amo menos agora!
Nuno
A VIDA CONTINUA...
A Recordação rejuvenesce a cada dia que passa.
Curioso é que não sofro com as recordações.
Embora nostálgico,
Encontro nelas a força para tantas dificuldades do dia-a-dia.
Gosto do que recordo, mesmo o que foi mau, porque me fez, e faz, crescer.
Aprecio a grandeza do um querer,
de um sentir,
de uma forma de amar
Inigualável.
Tenho tantas saudades quanto orgulho sinto de ser filho de quem sou.
E não a amo menos agora!
Nuno
(Texto que acabei de receber de meu irmão, via email, e com o qual me identifico)
MESMO ASSIM
As pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas.
Ama-as MESMO ASSIM.
Se tu tens sucesso nas tuas realizações,
ganharás falsos amigos e verdadeiros inimigos.
Tem sucesso MESMO ASSIM.
O bem que tu fazes será esquecido amanhã.
Faz o bem MESMO ASSIM.
A honestidade e a franqueza torna-nos vulneráveis.
Sê honesto MESMO ASSIM.
Aquilo que te levou anos para construir,
pode ser destruído de um dia para o outro.
Constrói MESMO ASSIM.
Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda,
mas alguns deles podem te atacar se tu os ajudares.
Ajuda-os MESMO ASSIM.
Se tu deres ao mundo e aos outros o melhor de ti mesmo,
corres o risco de te saíres muito mal.
Dá o que tu tens de melhor MESMO ASSIM.
Madre Teresa de Calcutá
Fonte: O Banquete da Palavra
Ama-as MESMO ASSIM.
Se tu tens sucesso nas tuas realizações,
ganharás falsos amigos e verdadeiros inimigos.
Tem sucesso MESMO ASSIM.
O bem que tu fazes será esquecido amanhã.
Faz o bem MESMO ASSIM.
A honestidade e a franqueza torna-nos vulneráveis.
Sê honesto MESMO ASSIM.
Aquilo que te levou anos para construir,
pode ser destruído de um dia para o outro.
Constrói MESMO ASSIM.
Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda,
mas alguns deles podem te atacar se tu os ajudares.
Ajuda-os MESMO ASSIM.
Se tu deres ao mundo e aos outros o melhor de ti mesmo,
corres o risco de te saíres muito mal.
Dá o que tu tens de melhor MESMO ASSIM.
Madre Teresa de Calcutá
Fonte: O Banquete da Palavra
Enquanto não formos ao fundo da questão e nos detivermos por panaceias, o problema não se resolve.
Portugal continua a arder.
Ainda hoje o jornal Sol titulava: "30 fogos activos, sendo o distrito de Viseu com casos mais preocupantes".
As chamas nos concelhos de São Pedro do Sul e de Tabuaço, Viseu, que deflagraram na sexta-feira, mobilizam mais de 500 bombeiros. Em Candal (São Pedro do Sul) estão 414 bombeiros e 93 veículos a combater o fogo com uma frente activa. Já em Barcos (Tabuaço) estão 148 homens, apoiados por 41 viaturas, a combater o incêndio com uma frente activa e reactivações pontuais.
Um bombeiro da corporação de Alcobaça, em serviço de combate ao incêndio que tem atingido S. Pedro do Sul, morreu depois do veículo tanque de combate a incêndios em que seguia se ter despistado. Um colega, que seguia na mesma viatura, sofreu uma fractura.
Faz-se uma campanha intensa contra as possíveis causas de incêndios: limpeza de matas, cuidados a ter na realização de picniques, alertas sobre o uso de tabaco, exigências para a realização de queimadas, etc.
Na minha opinião e na de muita gente que tenho escutado, falta a luta sem tréguas contra incendiários e possíveis mentores. A esmagadora maioria dos incêndios são "fogos postos".
Há os pirómanos, doentes que sentem prazer em pegar fogo às matas. E não haverá grandes interesses por trás desses doentes que exploram a sua debilidade e depois, com toda a sorte de ameaças, os obrigam ao silêncio? Não há ainda quem pegue ou mande pegar o fogo por vingança?
Matas limpas? Sem dúvidas. Tanto as particulares como as outras. E as que pertencem a organismos estatais ou a baldios estão limpas? Dão exemplo? Não seria uma óptima ocupação para tanta gente que recebe "ordenado mínimo" e que pode trabalhar?
Cuidado com cigarros, picniques, queimadas? Sempre.
Mas extremo cuidado e exemplar correcção para incendiários e seus possíveis mandantes. É neste aspecto que falta investir mais, muito mais. E tal compete ao estado que tem o dever de assegurar a tranquilidade de pessoas e bens. Se não tem polícia adequada em número e qualidade para actuar, só tem que investir mais e mais. Se as leis não são persuasivas, só tem que legislar em condições.
É que enquanto não formos ao fundo da questão e nos detivermos por panaceias, o problema não se resolve.
Ainda hoje o jornal Sol titulava: "30 fogos activos, sendo o distrito de Viseu com casos mais preocupantes".
As chamas nos concelhos de São Pedro do Sul e de Tabuaço, Viseu, que deflagraram na sexta-feira, mobilizam mais de 500 bombeiros. Em Candal (São Pedro do Sul) estão 414 bombeiros e 93 veículos a combater o fogo com uma frente activa. Já em Barcos (Tabuaço) estão 148 homens, apoiados por 41 viaturas, a combater o incêndio com uma frente activa e reactivações pontuais.
Um bombeiro da corporação de Alcobaça, em serviço de combate ao incêndio que tem atingido S. Pedro do Sul, morreu depois do veículo tanque de combate a incêndios em que seguia se ter despistado. Um colega, que seguia na mesma viatura, sofreu uma fractura.
Faz-se uma campanha intensa contra as possíveis causas de incêndios: limpeza de matas, cuidados a ter na realização de picniques, alertas sobre o uso de tabaco, exigências para a realização de queimadas, etc.
Na minha opinião e na de muita gente que tenho escutado, falta a luta sem tréguas contra incendiários e possíveis mentores. A esmagadora maioria dos incêndios são "fogos postos".
Há os pirómanos, doentes que sentem prazer em pegar fogo às matas. E não haverá grandes interesses por trás desses doentes que exploram a sua debilidade e depois, com toda a sorte de ameaças, os obrigam ao silêncio? Não há ainda quem pegue ou mande pegar o fogo por vingança?
Matas limpas? Sem dúvidas. Tanto as particulares como as outras. E as que pertencem a organismos estatais ou a baldios estão limpas? Dão exemplo? Não seria uma óptima ocupação para tanta gente que recebe "ordenado mínimo" e que pode trabalhar?
Cuidado com cigarros, picniques, queimadas? Sempre.
Mas extremo cuidado e exemplar correcção para incendiários e seus possíveis mandantes. É neste aspecto que falta investir mais, muito mais. E tal compete ao estado que tem o dever de assegurar a tranquilidade de pessoas e bens. Se não tem polícia adequada em número e qualidade para actuar, só tem que investir mais e mais. Se as leis não são persuasivas, só tem que legislar em condições.
É que enquanto não formos ao fundo da questão e nos detivermos por panaceias, o problema não se resolve.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
"Estou na Faculdade!"
Apareceu hoje ao fim da Missa. Perguntou pela saúde de meu pai e depois disse-me com uma satisfação que aquecia as palavras: "Estou na Faculdade! E olhe que consegui uma boa média: 16!"
Sim, ela é esposa e mãe. Trabalha e muito. Dirige uma empresa familiar de produção de leite.
Apesar de tudo, está feliz e optimista: "Vou conseguir!"
Como o curso que ela quer não existe por aqui perto (Lamego, Viseu, Vila Real), vai ter que ir para longe. Também isso não é barreira. " Se me levantava de madrugada para a faina, agora é uma questão de me levantar um pouco mais cedo."
E pensei para os meus botões: "É de gente assim que o país precisa para sair da crise! Mais trabalho, mais competências, mais valorização, mais vontade de vencer."
Parabéns, amiga! Vai em frente.
Sim, ela é esposa e mãe. Trabalha e muito. Dirige uma empresa familiar de produção de leite.
Apesar de tudo, está feliz e optimista: "Vou conseguir!"
Como o curso que ela quer não existe por aqui perto (Lamego, Viseu, Vila Real), vai ter que ir para longe. Também isso não é barreira. " Se me levantava de madrugada para a faina, agora é uma questão de me levantar um pouco mais cedo."
E pensei para os meus botões: "É de gente assim que o país precisa para sair da crise! Mais trabalho, mais competências, mais valorização, mais vontade de vencer."
Parabéns, amiga! Vai em frente.
sábado, 7 de agosto de 2010
"FUTEBOL CLUBE DO PORTO FOI UM JUSTO VENCEDOR" - Jorge Jesus, treinador do Benfica
O FC Porto venceu esta noite a Supertaça Cândido de Oliveira ao bater o Benfica por 2-0. Rolando e Falcao foram os marcadores dos tentos dos ‘azuis e brancos’ no Estádio Municipal de Aveiro.
O Futebol Clube do Porto conquistou assim a sua 17ª Supertaça. Mais, em 11 jogos para a Supertaça com o Benfica, o Porto venceu 10!
Gostei do Porto. Um F.C. Porto muito diferente da época anterior, aliás, que pressiona muito alto, faz um futebol furioso, pouco conservador, um futebol aventureiro, de toque, desmarcação e risco. A ousadia como jogou e apertou o Benfica quando perdia a bola deixou o adversário confuso: só rematou, por exemplo, aos vinte minutos.
A este jogo, penso que se podem fazer algumas observações:
1. Jornalistas, internautas, alguns portistas e simpatizantes de outros clubes, após as derrotas do FCP no torneio de Paris, começaram a pôr em dúvida a capacidade de Villas-Boas para treinar o Porto. Que era novo, não tinha experiência, faltava-lhe curriculum, etc, etc.
Por outro lado, a própria equipa foi sendo posta em causa. Não havia fio de jogo, a defesa era um buraco sem Bruno Alves, faltavam avançados, etc, etc.
2. Jornalistas, internautas, benfiquistas e simpatizantes de outros clubes exaltaram até aos píncaros a equipa do Benfica pela pré-época feita e algumas goleadas conseguidas... Ao ouvir e ao ler certos comentários, ficava-se com a ideia que a equipa encarnada estava condenada a ser de novo campeã, tal a diferença para os outros concorrentes.
E depois isto: enquanto se explorou até ao tutano as derrotas do Porto em França, quase nem se falou na derrota em casa do Benfica no último jogo particular. Parecia que a imprensa levava o Benfica ao colo.
3. Gostei de ver o Porto. Aquele futebol medroso "à Jesualdo", que tanto fastio me metia, parece ser passado. A equipa está mais solta, mais pressionante, mais atrevida, mas criativa, mais solidária.
Aquele meio campo, está com um ritmo de jogo que promete! Varela nem parece que esteve lesionado tanto tempo. Hulk é igual a si mesmo, capaz da genialidade e do disparate. Helton parece mais confiante e em forma. A defesa não me pareceu tão mal como a pintavam. Nota-se que Maicon ainda não faz esquecer Bruno Alves. Mas é bom não esquecer que, nos seus inícios, o Bruno também foi muito contestado pelos adeptos. É que faz-se caminho, caminhando. Além disso, está para chegar um novo reforço para o centro da defesa.
4. Eu sei que foi apenas e só um jogo, com todas as condicionantes que o envolveram. Eu sei que nada garante que quem hoje esteve mal, amanhã não esteja bem e vice-versa.
Mas fiquei satisfeito. Há ali garantia de sucesso e penso que o Porto, este ano, pode ir muito longe.
5. Por último, uma palavra para o desportivismo de Jorge Jesus ao reconhecer a justiça da vitória dos azuis-e-brancos. Ficou-lhe bem. Espero que todos o façam quando tiverem que o fazer...
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Quem é aquele, mãe?
Na capela de Santa Helena, existem as imagens da Senhora das Dores, em coluna própria; Santa Helena, que ocupa o centro do altar; Santa Bárbara, a santa das terras altas, do lado esquerdo; São Pedro, padroeiro da paróquia, do lado direito.
Há uns tempos, estava num momento de recolhimento em Santa Helena, quando entram uma mãe e seus dois filhos, crianças já crescidinhas. Benzeram-se, fizeram um simulacro de genuflexão e os pequenos começaram a bombardear a mãe com perguntas.
- Mãe, quem é aquela "santa" tão grande e tão gira? - perguntou a miúda.
- É a Mãe de Jesus que sofreu muito com a morte de Seu Filho - respondeu a mãe.
- E aquela que está a segurar a torre?- insistiu a pequena.
- É Nossa Senhora a esconder-se do rei Herodes- disse a senhora.
- E aquela que tem um vestido colorido e traz um menino pela mão? - questiona o rapaz.
- É Nossa Senhora quando fugiu para o Egipto com o menino - despeja a mãe com pouca convicção.
- Então agora quem é o "santo" das chaves?
- É São José quando ele, a esposa e o Menino regressaram do Egipto. Traz as chaves que é para abrir a porta da casa em Nazaré - explica a progenitora.
- Então onde está Santa Helena? Se não está cá, por que razão se chama Capela de Santa Helena?
Sem saber o que responder, a mãe atira para lá:
- Bem sei lá eu! O padre deve ter tirado a imagem com medo que lha roubem...
Porque falavam audivelmente, não pude deixar de reparar na conversa. Deixei sair os miúdos que partiram apressadamente em direcção ao Sol, dirigi-me à senhora, apresentei-me e falei sobre a verdade das imagens. Ela agradeceu muito, saiu e chamou os filhos para regressarem ao templo.
- Olhem, meninos, este senhor é o padre daqui. Eu não vos soube dizer a verdade, mas o senhor padre vai explicar-vos, se fizer o favor.
Conversei com os pequenos que simpaticamente escutaram as minhas explicações e formularam algumas perguntas.
Quando o diálogo acabou, a mãe, colocando as mãos sobre os ombros dos filhos, afirmou:
- Obrigado, senhor padre, pela gentileza das explicações. E a vós, meus filhos, peço desculpa pela informação errada que vos transmiti. Também a mãe aprendeu hoje que quando se não sabe, o melhor é assumir a ignorância em vez de dizer disparates.
Há uns tempos, estava num momento de recolhimento em Santa Helena, quando entram uma mãe e seus dois filhos, crianças já crescidinhas. Benzeram-se, fizeram um simulacro de genuflexão e os pequenos começaram a bombardear a mãe com perguntas.
- Mãe, quem é aquela "santa" tão grande e tão gira? - perguntou a miúda.
- É a Mãe de Jesus que sofreu muito com a morte de Seu Filho - respondeu a mãe.
- E aquela que está a segurar a torre?- insistiu a pequena.
- É Nossa Senhora a esconder-se do rei Herodes- disse a senhora.
- E aquela que tem um vestido colorido e traz um menino pela mão? - questiona o rapaz.
- É Nossa Senhora quando fugiu para o Egipto com o menino - despeja a mãe com pouca convicção.
- Então agora quem é o "santo" das chaves?
- É São José quando ele, a esposa e o Menino regressaram do Egipto. Traz as chaves que é para abrir a porta da casa em Nazaré - explica a progenitora.
- Então onde está Santa Helena? Se não está cá, por que razão se chama Capela de Santa Helena?
Sem saber o que responder, a mãe atira para lá:
- Bem sei lá eu! O padre deve ter tirado a imagem com medo que lha roubem...
Porque falavam audivelmente, não pude deixar de reparar na conversa. Deixei sair os miúdos que partiram apressadamente em direcção ao Sol, dirigi-me à senhora, apresentei-me e falei sobre a verdade das imagens. Ela agradeceu muito, saiu e chamou os filhos para regressarem ao templo.
- Olhem, meninos, este senhor é o padre daqui. Eu não vos soube dizer a verdade, mas o senhor padre vai explicar-vos, se fizer o favor.
Conversei com os pequenos que simpaticamente escutaram as minhas explicações e formularam algumas perguntas.
Quando o diálogo acabou, a mãe, colocando as mãos sobre os ombros dos filhos, afirmou:
- Obrigado, senhor padre, pela gentileza das explicações. E a vós, meus filhos, peço desculpa pela informação errada que vos transmiti. Também a mãe aprendeu hoje que quando se não sabe, o melhor é assumir a ignorância em vez de dizer disparates.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Uma de criança...
A Inês tem 11 anos. Hoje participou na Eucaristia com a família.
Já na Sacristia, apareceu a mãe que me disse:
- Sabe o que me disse a Inês no fim da Missa?
....?
- Se fosse assim fácil limpar a loiça da nossa casa como é rápido para o senhor padre limpar o cálice....
Já na Sacristia, apareceu a mãe que me disse:
- Sabe o que me disse a Inês no fim da Missa?
....?
- Se fosse assim fácil limpar a loiça da nossa casa como é rápido para o senhor padre limpar o cálice....
Feliz por já não estar desempregado
- Já arranjei emprego! Começo a trabalhar em Setembro - assim me falava aquele amigo que mora numa grande cidade.
Só visto! Um sorriso de orelha a orelha, um ar feliz, um olhar vivo e intenso.
Trabalhara durante 35 anos, mas a Fábrica onde estivera nos últimos tempos fechou. Veio para a rua há um ano com mais uns tantos. Subsídio de desemprego e muitas angústias. Valeu a família que apoiou, incentivou, compreendeu.
Não parou. Bateu à porta dos centros de emprego e de amigos. Magoava-o aquela situação de desempregado. Sempre comera o pão com o suor do rosto e agora dependente do subsídio... Aquilo não era vida. Sentia-se bem a trabalhar, a dar o seu contributo para o progresso da sociedade, a realizar-se profissionalmente. Embora achasse que tendo 50 anos e 35 de de trabalho, o subsídio era mais do que justo, não era isso que o realizava e deixava feliz. Como cidadão, marido e pai de família queria mais... Não se mostrara sequer exigente com o tipo de trabalho, queria trabalhar.
Alguém que ouvira as suas palavras de contentamento, comentou:
- Eu não sei se procederia assim! 35 anos de trabalho é muita coisa... Eu, se fosse a ti, esgotava o direito ao subsídio e depois, lá mais para a frente, procurava emprego...
- Tás doido ou quê!? Que se lixe o subsídio! Eu quero é trabalhar, sentir-me gente, ser livre e não dependente, poder chegar ao fim do mês e sentir o meu ordenado, comer o pão que granjeei com o meu trabalho, poder dizer às filhas que têm que estudar porque o pai também trabalha.... Tu sabes o que isto quer dizer!?
O outro encolheu os ombros.
Fiquei feliz. O amigo encontrou emprego e está contentíssimo.
Fiquei feliz. O amigo tem estofo interior, grandeza moral, respeito por si e lutou pelo seu lugar à mesa da criação.
Só visto! Um sorriso de orelha a orelha, um ar feliz, um olhar vivo e intenso.
Trabalhara durante 35 anos, mas a Fábrica onde estivera nos últimos tempos fechou. Veio para a rua há um ano com mais uns tantos. Subsídio de desemprego e muitas angústias. Valeu a família que apoiou, incentivou, compreendeu.
Não parou. Bateu à porta dos centros de emprego e de amigos. Magoava-o aquela situação de desempregado. Sempre comera o pão com o suor do rosto e agora dependente do subsídio... Aquilo não era vida. Sentia-se bem a trabalhar, a dar o seu contributo para o progresso da sociedade, a realizar-se profissionalmente. Embora achasse que tendo 50 anos e 35 de de trabalho, o subsídio era mais do que justo, não era isso que o realizava e deixava feliz. Como cidadão, marido e pai de família queria mais... Não se mostrara sequer exigente com o tipo de trabalho, queria trabalhar.
Alguém que ouvira as suas palavras de contentamento, comentou:
- Eu não sei se procederia assim! 35 anos de trabalho é muita coisa... Eu, se fosse a ti, esgotava o direito ao subsídio e depois, lá mais para a frente, procurava emprego...
- Tás doido ou quê!? Que se lixe o subsídio! Eu quero é trabalhar, sentir-me gente, ser livre e não dependente, poder chegar ao fim do mês e sentir o meu ordenado, comer o pão que granjeei com o meu trabalho, poder dizer às filhas que têm que estudar porque o pai também trabalha.... Tu sabes o que isto quer dizer!?
O outro encolheu os ombros.
Fiquei feliz. O amigo encontrou emprego e está contentíssimo.
Fiquei feliz. O amigo tem estofo interior, grandeza moral, respeito por si e lutou pelo seu lugar à mesa da criação.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Stultorum infinitus est numerus (Ecl 1, 15)
"O número dos tolos é infinito", diz o Eclesiastes.
Parece que este pensamento, embora parecendo atrevido, pode assentar bem em tantas situações que por aí vão decorrendo.
1. Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação do 1º governo de Sócrates, lançou há dias um livro da sua autoria, intitulado "A Escola Pública Pode Fazer a Diferença."
Será que a autora escreveu um livro para tentar branquear o crime de quase ter destruído a Educação em Portugal?
Será que aqueles que estiveram no lançamento do referido livro e elevaram aos píncaros a obra de Lurdes Rodrigues se deram ao trabalho de ler a legislação produzida por pela autora?
Bom, mas sobre isto falou belamente Mário Carneiro, conforme pode ler aqui.
2. Estive há dias numa sessão solene onde falou um Secretário de Estado do actual governo.
Meu Deus, acho que um pouquinho de decência não ficaria nada mal a quem governa!
Na apologia que fez ao estado da educação e às "reformas" efectuadas pelos governos do senhor Sócrates, não se coibiu de gracejar com uma greve dos docentes efectuada em tempos por causa das malditas aulas de substituição. Será que o governante sabia do que estava a falar? Ou fê-lo para enganar papalvos?
Confesso que só por educação e por respeito ao homenageado não levantei a voz nem abandonei a sessão.
O estado da educação em Portugal é calamitoso! Só não vê quem não quer.
Por mais aulas de substituição que engendre, por mais "Magalhães" que distribua, por mais Novas Oportunidades que apregoe, a educação em Portugal está pelas ruas da amargura. E os governos de Sócrates assumem aqui a maior responsabilidade. Inquestionavelmente.
3. A actual Ministra da Educação vem agora falar de uma escolaridade sem retenções.
Também não quero retenções.
Só que o problema do sucesso não se resolve com decretos, mas nas escolas com trabalho de professores e alunos.
E não venham com a história de países nórdicos.
Primeiro, criemos aqui as condições que eles oferecem para os alunos terem sucesso e depois então acabem-se com as retenções.
Assim, como o governo quer, é começar a casa pelo telhado...
Parece que este pensamento, embora parecendo atrevido, pode assentar bem em tantas situações que por aí vão decorrendo.
1. Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação do 1º governo de Sócrates, lançou há dias um livro da sua autoria, intitulado "A Escola Pública Pode Fazer a Diferença."
Será que a autora escreveu um livro para tentar branquear o crime de quase ter destruído a Educação em Portugal?
Será que aqueles que estiveram no lançamento do referido livro e elevaram aos píncaros a obra de Lurdes Rodrigues se deram ao trabalho de ler a legislação produzida por pela autora?
Bom, mas sobre isto falou belamente Mário Carneiro, conforme pode ler aqui.
2. Estive há dias numa sessão solene onde falou um Secretário de Estado do actual governo.
Meu Deus, acho que um pouquinho de decência não ficaria nada mal a quem governa!
Na apologia que fez ao estado da educação e às "reformas" efectuadas pelos governos do senhor Sócrates, não se coibiu de gracejar com uma greve dos docentes efectuada em tempos por causa das malditas aulas de substituição. Será que o governante sabia do que estava a falar? Ou fê-lo para enganar papalvos?
Confesso que só por educação e por respeito ao homenageado não levantei a voz nem abandonei a sessão.
O estado da educação em Portugal é calamitoso! Só não vê quem não quer.
Por mais aulas de substituição que engendre, por mais "Magalhães" que distribua, por mais Novas Oportunidades que apregoe, a educação em Portugal está pelas ruas da amargura. E os governos de Sócrates assumem aqui a maior responsabilidade. Inquestionavelmente.
3. A actual Ministra da Educação vem agora falar de uma escolaridade sem retenções.
Também não quero retenções.
Só que o problema do sucesso não se resolve com decretos, mas nas escolas com trabalho de professores e alunos.
E não venham com a história de países nórdicos.
Primeiro, criemos aqui as condições que eles oferecem para os alunos terem sucesso e depois então acabem-se com as retenções.
Assim, como o governo quer, é começar a casa pelo telhado...
Bispo de Beja preocupado com «sobrecarga» de padres da Diocese
Bem prega Frei Tomás:
Olhai para o que ele diz,
Não olheis para o que ele faz.
(Popular)
D. António Vitalino, Bispo de Beja, manifestou-se preocupado com a “sobrecarga” de alguns padres da Diocese, a falta de clero.
“Infelizmente, este ano não tivemos ordenações de novos presbíteros, enquanto outros vão atingindo o limite das suas forças. Isto traz-me preocupado, pois vejo que muitos andam cansados e algumas partes da diocese necessitam de mais atenção pastoral”, refere o prelado.
O prelado mostra-se “consciente da sobrecarga de alguns clérigos” e revela estar “em diálogo com outras dioceses e instituições de vida consagrada, no sentido da entre-ajuda missionária”.
Fonte: ecclesia
- A Igreja tem uma Doutrina Social fantástica.
- A Bíblia propõe-nos o Mandamento Novo do Amor como ideal de vida e afirmação da nossa fé.
- A Igreja não cessa de apelar à caridade e à solidariedade como é seu dever.
Mas "entre muros" vivem-se essa solidariedade e caridade?
Como se explica essa deficiente distribuição dos agentes pastorais, mesmo dentro das fronteiras de um país?
Não pensemos que isto diz apenas respeito aos Bispos. Tem a ver com todo o povo de Deus.
Muitas comunidades, agarradas como estão a tradições e comodidades, fazem uma guerra se lhes tiram a Missa ao pé da porta e não se lhes importa que, no mesmo país, haja concelhos onde existe um só padre!
Muitas comunidades ainda não se desclericalizaram. Vivem na dependência do padre como os pintos da galinha... Disponíveis para exercer os vários serviços laicais? Não. Abertos a novas formas de trabalho pastoral onde cada baptizado se sinta um enviado? Não. Mesmo os Diáconos Permanentes não são bem aceites em todo o lado...
Também aos sacerdotes e diáconos se exige hoje esta abertura para a partilha.
Muitas vezes penso para os meus botões: "Os ministros ordenados que fazem vida na diplomacia, se amontoam em Roma e nas principais cidades, não seriam muito mais úteis no terreno?"
Também as ordens religiosas certamente precisam de tomar consciência que o campo de missão não está só para lá do Atlântico...
Que o Senhor da Messe inspire e mova pelo Espírito que renova a Igreja actual. Para que a caridade "comece em casa".
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
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