domingo, 28 de fevereiro de 2010
Mas não gostava de ser eu a dizer não
Depois a preparação. Criar materiais ao nível do áudio-visual, organizá-los e preparar a sua visualização. Criar o boletim de apoio, organizá-lo e fotocopiá-lo.
Ainda o stress. Será que vai correr bem? As pessoas vão aparecer? Corresponderemos às suas expectativas? Conseguiremos uma experiência marcante ao nível da vivência humana e cristã da família como "espaço de amor e de vida"?
Por último, a realização da acção. Dar o litro. Estar todo naquele momento. Vivê-lo como único e com a humildade de quem serve.
E tudo isto sem deixar de realizar as restantes actividades inerentes à vida paroquial e outras que se tornaram imperativas da caridade, como o peditório para o Haiti e a motivação para se ajudar o pequeno Pedro.
Logo a seguir, veio o início da Quaresma. Preparar o boletim desta época litúrgica para entrega a cada pessoa. Pensar em algo de novo que, no contexto da vivência quaresmal, pudesse ajudar a comunidade a caminhar. Foi aqui que surgiu a ideia da Oração da Quaresma em Família e do projecto de conversão pessoal em sigilo. Há que explicar muitas vezes e da várias maneiras. Há que fornecer a tal oração a cada um.
Surge neste contexto quaresmal, a Exposição diária do Santíssimo Sacramento nos nove lugares de culto da Paróquia. Mais uma vez a motivação e a explicação, o contacto com os colaboradores e a harmonização de trabalho com o senhor Diácono. Estive em todas, rezando, proclamando a Palavra, celebrando.
Então este último sábado, nem lhes conto! Adoração do Santíssimo na Capela do Lar onde estava, por ser o último sábado do mês, um grupo de crianças a animar a Eucaristia. Na mesma assembleia, os idosos e as crianças. Também alguns pais. Foi preciso ter grande presença de espírito para atender a tanta diversidade quer na adoração quer na celebração.
Logo a seguir, a Eucaristia na Igreja com crianças, seguida da Exposição do Santíssimo e um tempinho de adoração com os pequenos. Quando saí para a Eucaristia em Gondomar, parecia que a cabeça me estoirava...
Hoje a Eucaristia na Igreja, depois em Teixelo e por último na Igreja outra vez. Esta com as famílias que perfazem este ano 25 ou 50 anos de casamento. A seu tempo, foi enviado um convite pessoal a cada uma destas famílias. Para este dia, elaborei uma folhinha de apoio para os casais participarem devidamente na renovação das suas promessas matrimoniais. Deu-me especial preocupação a homilia e outras intervenções. Sem descurar a temática para este domingo, era preciso ter em conta estas famílias. Ah! Sem demorar demais...
E ainda os mais de 40 doentes que visitei durante a semana da Exposição do santíssimo na companhia simpática de elementos do GASPTA. Dentro do espírito do slogan deste tempo litúrgico: "Somos comunidade no serviço da caridade". Adoramos Cristo na Eucaristia e servimos Cristo nos irmãos doentes.
E hoje, quando pensava que teria uma tarde mais sossegada, eis que no fim da Missa das 11 horas, um elemento do Conselho Económico me avisa que o temporal havia feito estragos na Capela de Santa Helena. Claro que já nem consegui almoçar sem ver no próprio lugar o que acontecera. Cruz da Capela derrubada e partida em bocados e parte do telhado espalhada pela Serra. Tudo o que seja destruição em Santa Helena me magoa fortemente.
Sou dos que pensam que, quando se cria uma coisa, é para lhe dar continuidade. Ou então estamos a defraudar expectativas, direito que não nos assiste. É o caso dos blogues, este e o da Paróquia. Se quis que eles aparecessem, não posso abandoná-los ou aparecer casualmente. Se critico tanto isto noutros blogues, não posso preceder coerentemente dessa maneira.
É sempre assim. Quando se anda mais cansado e sobrecarregado é que aparecem mais questões. Eu sei que não é por mal, mas às vezes até parece que fazem de propósito. Assuntos que podiam perfeitamente ser tratados noutra altura... Mas não, é agora! As pessoas lembram-se e pronto! Não se pensa nos outros. E se há pessoas que têm obrigação de estarem bem informadas, as desta comunidade são umas delas. Com boletins, jornais, blogues, comunicações orais...Vivemos numa sociedade em que o mundo tem o tamanho do nosso umbigo!
Há dias, um paroquiano amigo alertava-me para o facto de eu já não ter trinta anos. E aconselhava: "O senhor tem que se habituar a dizer não em nome do respeito que deve a si mesmo. É que se não for o senhor a fazê-lo, as pessoas continuam a exigir-lhe o mesmo que exigiam há 20 anos atrás! Infelizmente, somos assim..."
Tem alguma razão este amigo. Mas não gostava de ser eu a dizer não; gostava mais que fossem as pessoas a compreender os limites a que a idade nos força e que todos trabalhassem mais um bocadinho. Era bem mais fácil para todos!
Mas tirando a lógica preocupação com Santa Helena, sinto-me contente e gosto do que sou. Agradeço a Deus a sua misericórdia e a Ele humildemente me entrego. Agradeço a tanta gente que colabora e, com a sua dedicação, mais me motiva. Depois, dentro de mim, ergue-se convictamente a esperança: não nos cabe colher, só semear. Só a Deus compete a colheita. Sei que Ele fará a parte mais difícil.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Ora aí está um assunto em que estou de acordo com Paulo Portas
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10738799.html
A TERRA VOLTOU A TREMER (desta vez, no Chile)
Um forte tremor de terra provocou pelo menos 76 mortes no Chile e originou um alerta de tsunami no Oceano Pacífico esta madrugada.
O abalo, que atingiu 8,8 na escala de Richter (maior que o do Haiti), foi sentido durante cerca de um minuto quando eram 03h34 no país sul-americano (06h34 em Portugal Continental).
Segundo os primeiros relatos, vários edifícios ruíram, houve cortes de energia e foram confirmadas 76 mortes, prevendo-se que o número oficial de vítimas vá disparar durante este sábado.
A presidente chilena Michelle Bachelet, que está prestes a ceder o lugar a Sebastian Piñera, dirigiu-se à população, apelando para que fiquem calmos apesar do «enorme terramoto».
O epicentro do terramoto localizou-se no Pacífico, 325 quilómetros a sudoeste de Santiago do Chile, mas a apenas 90 quilómetros de Concepción, a segunda cidade chilena, onde vivem mais de 200 mil pessoas.
Relatos no Twitter indicam que a cidade de Chillán já foi considerada uma zona de catástrofe.
O sismo que arrasou o Haiti a 12 de Janeiro, provocando mais de 100 mil mortos, chegou a apenas 7,0 na escala de Richter.
http://theosfera.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Os Portugueses não gostam de estudar ?! Brilhante!!!!!!!
"São marcas que continuam a acompanhar os portugueses. Cá dentro, Portugal tem a segunda taxa mais elevada de abandono escolar precoce da União Europeia. Lá fora, os filhos dos emigrantes portugueses continuam a desistir. No Luxemburgo, um em cada quatro alunos que abandona a escola secundária é português, dá conta um estudo do Ministério da Educação luxemburguês, ontem divulgado pela agênciaLusa."Entre os estudantes estrangeiros que frequentam o ensino secundário naquele país, os portugueses são os que apresentam a maior taxa deabandono escolar. No último ano lectivo, estavam inscritos nas escolas públicas 7046 portugueses. Desistiram 454, o que representou um aumento de cinco por cento em relação ao ano anterior. Os alunos portugueses representam 19,1 por cento da população estudantil doLuxemburgo. São o maior grupo entre os estrangeiros que estudam naquele país."
A outra face da mesma moeda: dados recentes mostram que, nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha e Suíça, os filhos dos emigrantes portugueses estão também entre os que obtêm resultados escolares mais baixos entre as comunidades estrangeiras.
Para Hermano Sanches Ruivo, responsável pela primeira associação de luso-descendentes criada na Europa, a Cap Magellan, a reprodução desta situação deve-se em grande parte ao facto de muitas famílias continuarem a não valorizar o papel da educação."Para muitos, educação é os filhos fazerem o que eles fizeram", comenta ao PÚBLICO. "Não têm tempo para acompanhar os filhos, não gastam dinheiros em aulas suplementares para compensar atrasos. Os jovens, por seu lado, têm como preocupação começarem a trabalhar omais rapidamente possível."
Também o organismo que coordena os serviços escolares na Suíça (CDIP)apontou, em 2007, o dedo às famílias. Os fracos resultados escolares das crianças portuguesas devem-se "ao desinteresse total dos pais em acompanhar" a educação dos filhos e à "origem sócio-cultural modesta" destes, afirmava-se num documento que suscitou a indignação dos representantes portugueses naquele país."
Sanches Ruivo, que foi o primeiro luso-descendente a ser eleito para a Câmara de Paris, considera que a responsabilidade desta performance negativa recai também sobre os sucessivos governos portugueses. Tem sido feito muito pouco para promover a língua portuguesa, constata. Um resultado: em França, apenas 30 mil pessoas estão a aprender português, os estudantes de italiano são quase 300 mil, os de espanhol três milhões. Advertindo que a falta de visibilidade da língua e da cultura significa também mais dificuldades na integração, defende que é necessário desenvolver um trabalho de pressão, de lobbying, para levar a que o ensino do Português seja integrado nos sistemas educativos dos países de acolhimento. Por enquanto continua a cargo de associações de emigrantes."
Pois é! Andou o Ministério da Educação, nos últimos anos, sob a liderança de Maria de Lurdes Rodrigues, com o beneplácito de um agradecido José Sócrates, acolitada por um Lemos e um Pedreira, com o apoio propagandístico de alguns "opinadores", como Emídio Rangel ou Miguel Sousa Tavares, a despejar sobre a opinião pública a ideia de que os professores portugueses eram uma espécie de crápulas, responsáveis pelo abandono escolar e pelos maus resultados dos alunos, para vir agora um estudo do Ministério da Educação do Luxemburgo revelar que são os estudantes portugueses naquele país os que registam mais abandono escolar e piores resultados. Afinal, como prova esse estudo, reforçado por situação idêntica noutros países, como os Estados Unidos, o Canadá, a Grã-Bretanha e aSuiça, o facto das famílias portuguesas emigrantes não valorizarem o estudo e o ensino, está na origem do abandono escolar e dos maus resultados.Ou seja, em sistemas de ensino diferentes, com condições de trabalho e formação dos professores diversos, o resultado é sempre o mesmo em relação aos estudantes portugueses: alto índice de abandono e fracos resultados escolares.
Apontam ainda aqueles estudos como principais responsáveis pela situação as famílias que não valorizam os estudos. Obviamente que em Portugal a razão é a mesma.
Depois da divulgação desta notícia, só por má-fé, ignorância e/ou inveja social é que o "bando" de Maria de Lurdes , os "opinadores" do costume e o "paizinho" Albino Almeida, podem continuar a despejar sobre a opinião pública a ideia da "culpa dos docentes" pelo estado calamitoso do ensino indígena.De facto existe na sociedade portuguesa uma tendência generalizadapara desvalorizar o estudo, o esforço intelectual e a responsabilidade das famílias na educação dos filhos.O ataque desferido nos últimos anos à classe docente tem contribuído para agravar ainda mais essa situação.
Num país onde "opinadores", economistas e políticos transmitem como imagem de valorização pessoal e económica, actividades como a especulação financeira e imobiliária, o futebol e os concursos de fama efémera, não é de admirar que se desvalorize socialmente o conhecimento e a aprendizagem. Basta olhar para os escaparates dos quiosques para percebermos isso: existe uma imensidão de publicações dedicadas ao futebol, à vida cor-de-rosa de famosos por serem famosos, ou à divulgação de truques financeiros para enriquecer rapidamente. Por exemplo, se alguém quiser encontrar uma revista de Cultura, de Arte ou de História, de edição regular, só recorrendo à imensidão de publicações espanholas ou francesas de boa qualidade. O Jornal de Letras é a excepção, mesmo assim sobrevivendo com dificuldades e quinzenalmente. O Blitz, para sobreviver, teve de passar a revista mensal.
Perante esta realidade até podemos ter o melhor sistema de ensino do mundo, que nunca chegaremos a lado algum.
Publicada por Venerando Aspra de Matos em Pedras Rolantes a 1/05/2009
(Enviado por email)
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Não é verdade?
O maior bem que podemos fazer a alguém não é comunicar-lhe a nossa riqueza, mas revelar-lhe a sua... (Autor desconhecido)
E já agora leiam AQUI esta notícia! Dá que pensar! Se dá!...
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Perguntas, perguntas, perguntas...
- Para quê os padrinhos de Baptismo que hoje só causam problemas à Igreja e depois nada assumem (ou porque não querem, ou porque não podem, ou porque os pais não deixam)?
- Por que razão se mantém o celibato dos padres quando é consensual entre os cristãos que os padres se poderiam casar?
- A Igreja continua a insistir na proibição dos métodos anti-concepcionais não naturais e no não uso do preservativo. Não seria muito mais credível se se concentrasse no essencial, como a defesa da vida desde a sua concepção até à sua morte natural?
- Por mais explicações que me dêem ainda não entendi nem encontrei pessoas que tivessem entendido isto:um casal celebrou o seu matrimónio, mas o casamento, por esta razão ou aquela, não deu certo. Em muitos casos, transformou-se num calvário vivo. O casal separou-se e um deles ou os dois recasaram. São agora felizes e vivem em lares felizes. Por que razão não podem comungar nem ser padrinhos? Então não quer Deus a felicidade do homem? E não dizemos nós que onde há caridade e amor aí está Deus? E então um casamento sem amor não é "prostituição legalizada"?
- Aqui há uns anos começou a generalizar-se a celebração da Penitência com absolvição geral. A Igreja interveio e proibiu esta forma de celebração da penitência como modo normal. Resultado, cada vez menos gente se abeira do Sacramento da Confissão. Não era mais do que tempo de a Igreja rever a celebração deste Sacramento? Ou estão à espera que ele acabe por "falta de uso"?
- Por que razão a Igreja fala tanto, tanto das vocações sacerdotais e se preocupa tão pouco com os leigos que, como o senhor muitas vezes diz, são a maioria absoluta dentro da Igreja? Ou os leigos só são Igreja no papel?
- Como já lhe ouvi e eu concordo, há muita falta de coerência e de verdade na vida de muitos baptizados. Só aparecem quando empurrados (são levados no Baptismo, são influenciados pelos pais para as "comunhões" e voltam a ser levados quando morrem). Não compreendo a "Missa de corpo presente" por quem nunca a quis durante a vida. Acho que há aqui uma violação da liberdade da pessoa. Porque não se toma uma posição? Claro que um pároco só por si não a pode tomar, pois seria trucidado, mas a Igreja pode e deve... Por que razão não o faz? Será que ainda está agarrada à velha cristandade embora saiba que esta já foi?...
- Desgosta-me imenso todo o espaço que a Igreja oferece ao conservadorismo quando, ao mesmo o tempo, o retira aos que querem caminhar, abrir horizontes. Numa Igreja - comunhão não deveria haver o mesmo espaço para todos? E mais até para os que fazem a Igreja dar passos em direcção ao futuro?
- Penso que deveria ser pensado o tempo de estada de um padre e de um bispo num determinado serviço (seja diocese, paróquia ou outro serviço). Quer se queira quer não, as pessoas acabam por se repetir e por cansar e, com isso, desmotivar. Além disso, com equipas sacerdotais as comunidades seriam servidas de maneira mais completa, quer pela variedade de estilos quer pela complementaridade de competências. Concorda?
- Sei que, no seu tempo, São Bás foi proposto para Bispo pelos cristãos daquela terra. Não acha que nós, os cristãos, deveríamos ter uma palavra a dizer na nomeação dos nossos Bispos e Párocos?
- Acho que a Igreja precisa de um novo Concílio onde estas e outras questões mais importantes possam ser aclaradas e surjam propostas evangélicas como reposta aos problemas do tempo actual...
Aqui partilho com os amigos visitantes as inquietações desta pessoa. Quem quiser ajudar a esclarecer ou partilhar as suas inquietações, faça o favor.
Obrigado.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Querido Eliot
" (...) este do Eliot...é simplesmente marcante...o que me leva sempre a questionar a vida e a forma como certos pais são tão ingratos e dão tão pouco valor a seus filhos, alguns nem a oportunidade de nascer. Mas estes e tantos outros, graças a Deus, mesmo sabendo que não terão uma criança dita normal e com uma esperança de vida muito curta, dizem Sim. Sim ao Amor por uma criança. Sim a Vida."
http://apostolosnavegantes.do.sapo.pt/inicio.htm
Cáritas do Funchal apela à oferta de bens de primeira necessidade
A Cáritas Diocesana do Funchal está a apelar à doação de vestuário para adultos crianças e bebés – especialmente pijamas e meias – cobertores, mantas, roupa para casa, toalhas, produtos de higiene e calçado.
Em termos de alimentos são necessários enlatados, sobretudo comida que não necessite ser confeccionada.
“Expulsão de Deus” das relações sociais e da vida pública
Leia aqui
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Madeira: Temporal causa 32 mortos e 68 feridos
Veja aqui toda a informação e os vídeos.
A minha total solidariedade para com as vítimas desta catástrofe natural. Mais do que discutir neste momento se a culpa foi do caos urbanístico ou de erros de ocupação do território, o importante é ajudar e socorrer quem sofre. Que a coesão nacional se faça sentir e que não falte a solidariedade de todos os portugueses, a começar pelas instâncias estatais.
Casamento homossexual: Milhares de pessoas em manifestação a favor do referendo
"Casamento é entre homem e mulher" e "a família unida jamais será vencida" foram algumas das palavras de ordem ouvidas enquanto a manifestação, que partiu pouco depois das 15:00 da praça do Marquês de Pombal, descia a avenida mais conhecida de Lisboa.
Segundo disse fonte da organização à agência Lusa, estiveram presentes na manifestação "mais de cinco mil pessoas".
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10702735.html
A ORAÇÃO QUE CAUSOU CONTROVÉRSIA....
Talvez queiras ler esta oração que foi feita em Kansas na sessão de inauguração da 'Kansas House of Representatives.'
Quando pediram ao reverendo Joe Wright que fizesse a oração de abertura do Senado de Kansas, todos esperavam uma oração normal, mas foi isto que todos ouviram:
"Senhor, estamos diante de Ti neste dia, para Te pedir perdão e para pedir a tua orientação. Conhecemos a Tua Palavra: 'Maldição àqueles que chamam "bem" ao que está "mal” mas é isto exactamente o que temos feito.
Temos perdido o equilíbrio espiritual e temos mudado os nossos valores.
Temos explorado o pobre e temos chamado a isso "sorte".
Temos recompensado a preguiça e chamamos-lhe "Ajuda Social".
Temos morto os nossos filhos que ainda não nasceram e chamamos-lhe “a livre escolha".
Temos abatido os nossos condenados e chamamos-lhe "justiça". Temos sido negligentes ao disciplinar os nossos filhos e chamamos-lhe “desenvolvimento da auto-estima”.
Temos abusado do poder e temos chamado a isso: "Política".
Temos cobiçado os bens do nosso vizinho e a isso chamamos-lhe "ter ambição".
Temos contaminado as ondas de rádio e televisão com muita miséria e pornografia e chamamos-lhe "liberdade de expressão".
Temos ridicularizado os valores estabelecidos, desde há muito tempo, pelos nossos ancestrais e chamamos-lhe “passado obsoleto".
Oh Deus! Olha no fundo dos nossos corações; purifica-nos e livra-nos dos nossos pecados. Ámen.
A reacção foi imediata. Um Parlamentar abandonou a sala durante a oração. Três outros criticaram a oração do Padre classificando-a como “uma mensagem de intolerância”. Durante as seis semanas seguintes, a Igreja 'Central Catholic Church‘ onde trabalha o sacerdote Wright recebeu mais de 5.000 chamadas telefónicas, das quais só 47 foram desfavoráveis. Esta Igreja recebe agora petições do mundo inteiro, da Índia, África, Ásia, para que o pároco Wright ore por eles. O comentarista Paul Harvey difundiu esta oração na sua emissão de rádio ' The Rest of the Story ', (O Resto da História), e recebeu um acolhimento muito mais favorável por esta emissão, que por qualquer outra. Com a ajuda de Deus, gostaríamos que esta oração se derramasse sobre a nossa nação, e que nasça em nossos corações o desejo de chegar a ser uma ''Nação debaixo do olhar de Deus". (...)
Nota do autor do Blog: A oração feita vida e acção militante em favor da vida toda fere os ouvidos como se pode ver pela reação a esta interessantíssima oração do P. Wright. É isto que nos falta, fazer da oração vida concreta, acção militante no mundo, mesmo que sejam muitos os fariseus a pegar em pedras para atirarem contra os cristãos.
In http://jlrodrigues.blogspot.com/
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Um pedido raro nos tempos que correm
Não me envergonho de dizer que já tenho pedido livros emprestados, sempre com o "V" de volta, que não quero o que é dos outros...
- E então quais os seus autores preferidos?
- Olhe, sobretudo os que são da nossa zona. Parece que retratam melhor a nossa alma beirã e altoduriense. Aprecio muito Aquilino Ribeiro e Miguel Torga. Este, tanto como poeta como ficcionista. Também gostei muito daquele romance que me emprestou recentemente e que era da autoria de um colega seu.
Mas se o senhor me emprestasse um livro sobre o catolicismo, a fé, a Bíblia, eu sei lá, espiritualidade, eu gostava de ler agora na Quaresma. Com "V" de volta, já sabe! Não escolha é daqueles mais complicados que a minha cultura é pouca...
- Está bem. Vou ver o que se arranja e depois trago. Esteja descansado.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Jovens falam da Quaresma - II
- Por acaso vi, meu! Tá fixe!
- Achei "muita giro" os nomes das personagens! A princípio lembrei-me que se podia tratar do futebolista Ricardo Quaresma e da sua namorada que se chamaria Metanoia... "Granda noia!" Ihihihih!
- Olha, eu só agora percebi por que razão na Quaresma não há flores e não se canta o Aleluia e a cor é roxa...
- Aquela história do coração tá fixe! A malta olha muito pra fora mas não topa nada olhar pra dentro, meus! E se não tivermos cuidado, não passamos de uma caixa onde os de fora enfiam tudo o que lhes apetece e a gente sem dar conta. Ah! Pois é!
- Tais a ver, eu não vos dizia! vale a pena, meus! Aquele post tá bué de fixe!
-Ó pá! Ontem compreendi aquela cena que me contou há dias o meu primo quando cá estive no Carnaval...
- Conta, meu! tenho que bazar...
- Ele, lá na terra dele, anda no 10º ano de catequese. Então, antes da Quaresma combinaram com o catequista uma cenas. São vinte marmanjos e levaram uma corda e uma vela. Dividiram a corda em 20 partes e cada um atou a sua parte à parte do outro através de um nó. Depois recolheram a corda, dobraram-na em circo e colocaram no meio a vela.
- Eh, pá! Para quê?
- Como a Quaresma tem 40 dias, cada um guarda a corda enrolada com a vela no meio no seu quarto dois dias. E depois passa-a ao colega.
- Para quê, meu?
- Cada um reza no seu quarto pelos outros e a vela, significando a fé em Cristo, serve para lembrar o compromisso que cada um assumiu para a Quaresma.
- Que compromisso?
- Ele diz que foi individual...
- Isso é giro! E se nós propuséssemos ao nosso catequista uma cena destas?
- Bora, meu!
A fama dá direito aos disparates?
"Jesus era um homem cheio de compaixão, um gay muito inteligente que soube perceber os problemas da Humanidade. Na cruz, ele perdoou aqueles que o crucificaram, pois ele queria que fossemos clementes e tivessemos a capacidade de mostrar amor”, declarou o músico britânico, de 62 anos, ao ser questionado a sobre a forma como vê o Cristianismo.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Jovens falam sobre a Quaresma
- Detesto essa coisa de Quaresma! Lá em casa os meus kotas obrigam-me a comer peixe às sextas-feiras. Detesto essa de peixe!...
- E não é que agora o padre se lembrou de distribuir uma oração para rezarmos todos os dias ao fim do jantar?!!! Tem cada ideia aquele padre kota! E em casa a minha mãe não desarma! Que tem que ser, que ela se comprometeu! Que seca!
- Ui! Nem me fales da Quaresma! Agora sair para a night é um problema. Os meus kotas estão sempre a lembrar que é Quaresma, que é preciso fazer penitência... Fogo, que chatice, meu!
- Olhai lá! Já viste aquela caixinha que está ao pé do altar? O padre diz que é para a renúncia, para os necessitados... Cá para mim, é para ele meter mais uns tostões ao bolso...
- Eu cá não ligo pevide a essas coisas. Faço a minha vida igualzinnha às outras épocas do ano. Isso de Quaresma é lá para as beatas.
- A Igreja é mesmo atrasada, meu! Isso de Quaresma, sacrifício, jejum e não sei que mais é da Idade Média! Hoje já ninguém liga a essas velharias...
Calada, uma jovem ouvira atentamente os colegas sem se pronunciar. O que causou estranheza aos colegas.
- Tu não dizes nada? - insistiu um amigo.
- Deixai que vos pergunte: já vistes a explicação da Quaresma que vem no blog "Paróquia de Tarouca?"
- Eu sei lá que blog é esse! Deve ser coisa de padres, não?
- Não, não é! - replicou a jovem. - É da Paróquia e de todos os que lá queiram comentar, apresentar as suas dúvidas, elucidar-se sobre assuntos de fé. E por isso, antes de falarmos, convém ver bem aquele post "Quaresma explicada aos mais novos". Depois podemos conversar...
- O people vai lá ver, mas depois não te livras das nossas perguntas...
UM PEDIDO
Obrigado.
Resultados da última sondagem
Vai enfrentar os problemas reais com que o país se depara. - 18%
Não vai durar os quatro anos.- 31%
A oposição não vai deixar governar. - 18%
Vai estar mais preocupado com arranjos políticos do que com os reais problemas do país. - 40%
Sócrates não sabe dialogar. - 50%
Vai ser um governo de causas fracturantes. - 27%
Vai ser um governo dialogante e o país vai para a frente. - 13%
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Quaresma: Papa condena injustiça e indiferença
O Papa convida os cristãos de todo o mundo a “contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem”.
O texto apresenta uma reflexão sobre os conceitos de justiça e injustiça, assinalando que “aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei”.
“Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado à sua imagem e semelhança”, indica o Papa.
Bento XVI admite que os bens materiais são úteis, lembrando que “o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam”, mas sublinha que “a justiça distributiva não restitui ao ser humano” tudo que lhe é devido.
“Como e mais do que o pão, de facto, ele precisa de Deus”, assinala.
Noutra passagem da mensagem, o Papa reflecte sobre a “origem do mal”, contestando quem a procura “individuar numa causa exterior”.
“Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem ‘de fora’, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação”, alerta.
Citando o Evangelho, Bento XVI diz que esta maneira de pensar “é ingénua e míope”. “A injustiça, fruto do mal, não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal”, prossegue.
Neste contexto, observa o Papa, é necessário “sair da ilusão de auto-suficiência, do estado profundo de fecho, que é a própria origem da injustiça”. O ser humano, escreve, “precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo”.
“Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto-suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade”, acrescenta.
Bento XVI afirma que a “fé não é um facto natural, cómodo, óbvio”, pelo que “é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte”.
Em conclusão, o Papa deixa votos de que a Quaresma - os 40 dias de preparação para a Páscoa - “seja para cada cristão tempo de autêntica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça”.
Leia aqui a Mensagem integral do Papa para a Quaresma:
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Padres que abandonaram, padres que regressaram
11 mil padres requisitaram, durante os últimos 40 anos, o retorno ao sacerdócio. Alguns ficaram viúvos, outros estavam insatisfeitos com a vida conjugal e grande parte deles arrependeu-se.
Fonte: Correio da Manhã
Estatísticas valem o que valem, porque casa caso é um caso.
- Há padres que são felizes ( penso que a esmagadora maioria) e que vivem a fidelidade à vocação sacerdotal com alegria, pese embora o "barro de que todos somos feitos".
- Haverá padres para quem a vida sacerdotal, com todo o seu cortejo de exigências, se tornou numa cruz pesada, mas que, apesar de tudo, são fiéis ao compromisso assumido, vivendo a liberdade da entrega até ao fim.
- Há sacerdotes que, apesar da generosidade e da entrega iniciais, descobriram que "aquele não era o seu caminho". Abandonaram e seguiram a sua via.
- Há padres que abandonaram o sacerdócio por motivos vários (crise de fé, imaturidade afectiva, solidão, incompreensão das comunidades, choque com a hierarquia, etc) e que depois pediram para regressar quando as circunstâncias o permitiram.
- Haverá também quem achando que devia sair não seja capaz de dar o passo e quem achando que devia regressar não seja capaz de o fazer. Não esquecemos que cada pessoa é um mistério, nunca dedutível a uma equação matemática.
Nesta Ano Sacerdotal, seria bom que todos déssemos um paço em frente:
- Que a Igreja seja mesmo "espaço de comunhão". Que a "comunhão eclesial" deixe de ser uma expressão bonita e simpática e passe ao dia-a-dia da vivência eclesial.
- Que cada vez mais o padre se dedique ao seu múnus específico e deixe de ser "o faz tudo". Menos burocrata e gestor e mais padre.
- Que os leigos assumam em plenitude a sua função na Igreja, convictos da vocação baptismal, pois todo o baptizado é um enviado. Uma Igreja clerical que apresenta o padre-galinha ou padre-todo-o-terreno não é a Igreja de Jesus Cristo, conforme no-lo recorda o Concílio Vaticano II.
- Que haja entre o Bispo e os serviços centrais de cada diocese uma mais intensa vivência da comunhão sacerdotal. O padre não pode ser visto e SENTIDO como um "cobrador de impostos" para a diocese ou como um bom funcionário que "não dá problemas ao Bispo".
- Que não sejamos "mais papistas do que o Papa" e não estejamos sempre a lembrar e a reforçar os deveres do padre. A alguns que falam da vida sacerdotal apetece a perguntar se estarão a falar para humanos ou para seres angélicos. Falemos antes na alegria da entrega no âmbito da pobreza e da limitação humanas. É que o mais importante tem de ser sempre o Cristo que trazemos nas nossas mãos de barro.
- Que o padre, que prescindiu de uma família, encontre em cada família da sua paróquia a sua família.
- Que haja mais corações que amem, mais inteligência, vontade e mãos que colaborem e MENOS línguas a reivindicar o irreivindicável e a semear a falsidade, a lama e o sofrimento.
- Que as comunidades se preocupem muito, mas muito mais com Jesus Cristo do que com as tradições dos homens.
Marcelo diz que pedidos de eleições antecipadas e de moção de censura são «brincadeiras folionas»
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=162672&dossier=Caso%20Face%20Oculta
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Respostas que dão que pensar...
Ela queixava-se frequentemente da sua família. Que parecia que ainda vivia na Idade Média, que que queria controlar-lhe o futuro, que desprezava os seus sentimentos...
Ele não alimentava e muito menos espicaçava os queixumes dela. Certa altura, propõe:
- Olha, não interessa as famílias de onde vimos. Interessa a família que queremos construir.
*************************************
É emigrante. Embora bastante novo, pensa no futuro e, por isso, não é um gastador nato. Muitos lhe pedem dinheiro e ele empresta. Gosta de ser prestável.
A um a quem emprestara dinheiro mas que tardava a devolver-lho, respondeu quando o mesmo voltou para um segundo pedido de empréstimo:
- Olha, até tenho aqui no bolso. Mas não to empresto. Sabes porquê? Para depois não que passar pela vergonha de to pedir.
Solidariedade desencadeia acção cívica
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Desta vez, parece que Jardim tem razão...
«O país parece uma Sicília», declarou Alberto João Jardim aos jornalistas.
«Depois de tudo o que se passou, em Inglaterra o partido do poder continuava no poder mas tinha mudado o primeiro-ministro. E é assim que se faz nos países democráticos», considerou.
Jardim responsabilizou os portugueses: «A culpa não é só dos políticos, é de um povo que deixou este país chegar ao estado em que está, de um povo que não tem valores, de um povo que acha piada em todas estas golpadas que vão por aí. Cada povo tem aquilo que merece».
Fonte: Sol
"... só num país surreal como Portugal é que é possível manter-se um Primeiro- Ministro publicamente acusado de ter forjado as suas habilitações literárias, de ter modificado a respectiva declaração na A.R., de ter assinado projectos sem estar devidamente habilitado, de estar envolvido em vários escândalos, de querer controlar a comunicação social, e de não se demitir ou ser demitido. E onde estão as palavras contundentes de Mário Soares e de Manuel Alegre ? Onde está a palavra rápida de António Victorino ? A resposta é muito fácil de dar: estão calados porque fazem todos parte da mesma agremiação política e só se lembram da ética quando os visados são os outros..." - Comentário de António, in "No Fundo do Poço"
"Corri a minha rua toda!..."
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Uma santa ousadia juvenil
Um nosso leitor telefonou-me mesmo para dizer que ficou muito aborrecido porque alguns dos presentes em certo funeral de pessoa cristã lhe disseram que rezar o terço não estava de acordo com as leis da Igreja.
Há dias contaram-me que uma jovem no velório do seu avô, vendo que as pessoas não se calavam, decidiu levantar a voz para censurar o que se estava a passar. E disse com a irreverência própria da idade:
– Desculpem! Mas todos sabem que o meu avô, se agora pudesse falar, diria que não gostava do que se está a passar neste velório. Sei que ele gostaria que guardassem as conversas para outro lado e fizessem o maior silêncio possível ou rezassem. Não levem a mal mas ou rezem comigo ou vão à vossa vida. Desculpem! Desculpem!
Quero aqui deixar um louvor a esta jovem. A sua ousadia só pode ser criticada por quem não tem capacidade para entender que um velório deve ser uma comunhão na dor de quem perdeu um ente querido e uma ocasião de reflectir e rezar. Aquilo que se passa em muitos velórios é desumano e anticristão. Se querem conversar, deixem a sala onde está o defunto e procurem um sítio mais próprio para isso.
Não é preciso estar sempre a rezar e muito menos em voz alta: o silêncio também é importante. Mas deve haver comunhão com o que partiu e com os seus familiares que ali estão horas e horas seguidas. O barulho só serve para os debilitar ainda mais.
M. V. P., in O Anigo do Povo
11 de Fevereiro: DIA MUNDIAL DO DOENTE
No dia 11 de Fevereiro a Igreja celebra o Dia mundial do Doente. E o Vaticano publicou mais uma vez uma mensagem do Papa Bento XVI para esse dia. Este ano, a mensagem dirige-se particularmente às crianças enfermas e sofredoras. Muitos destes pequenos seres humanos têm «enfermidades que causam invalidez; outros lutam contra males hoje ainda incuráveis, não obstante o progresso da medicina e a assistência de válidos cientistas e profissionais do campo da saúde. Existem crianças feridas no corpo e na alma em conflitos e guerras, e outras ainda, vítimas inocentes do ódio de insensatas pessoas adultas. Existem meninos e meninas "de rua", carentes do calor de uma família e abandonados a si mesmos; e menores profanados por pessoas sem escrúpulos, que violam a sua inocência, provocando sequelas psicológicas que as marcarão pelo resto da vida».
E o Papa continua:«Não podemos ignorar o incalculável número de menores que morrem por causas como sede, fome, carência de assistência sanitária, assim como os pequenos refugiados, escapados de suas terras com os pais em busca de melhores condições de vida. De todas estas crianças, eleva-se um silencioso grito de dor que interpela nossas consciências de homens e cristãos».A comunidade cristã não pode ficar indiferente diante de situações tão dramáticas – lembra o Papa.
Não deixemos, pois, de assistir dentro das nossas possibilidades aos nossos irmãos doentes, sobretudo os que estão mais sós ou carecem de maior ajuda. Prestar assistência aos doentes é uma das obras de misericórdia.
In O Amigo do Povo
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
QUANDO É QUE NÃO ESTIVEMOS EM CRISE?
A prática de vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia.
Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada.
O tédio invadiu as nossas almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés.
A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui».
2. As consequências não demoram: «A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade.
A população dos campos puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora: ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva apenas um egoísmo feroz e uma devoção automática.
A intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Todas as consciências certificam a podridão, mas todos os temperamentos se dão bem na podridão! A corrupção toma o lugar da filosofia!».
3. As palavras são fortes e o sentimento é quase depressivo.
No entanto, tudo quanto acaba de ser dito parece ajustar-se na perfeição ao que se passa no país.
Acontece que se trata de um texto com mais de cem anos. Foi escrito por Eça de Queiroz em 1871 e faz parte de As Farpas, que compôs em parceria com Ramalho Ortigão.
Mas, já muito antes, ouvíamos advertências de teor semelhante ao de muitas intervenções de hoje.
Reparem nesta denúncia: «A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus»
Sabem a quem pertencem estas palavras? A Sócrates. O panorama cívico já não era famoso no século V a.C.
E vejam esta autêntica declaração de desespero: «Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque esta juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível».
Foi Hesíodo quem disse tudo isto no século VIII a.C..
Não espanta por isso que, já dois mil anos antes de Jesus nascer, um sacerdote vaticinasse: «O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais os pais. O fim do mundo não pode estar muito longe».
Mais cedo ainda, na Babilónia, foi encontrada esta inscrição: «A juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são maus e preguiçosos. Eles nunca serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura».
4. Não há motivos para entrar em pânico. Em cada época, se sentia um ambiente de crise pressentindo-se, ao mesmo tempo, um clima de fim de ciclo, de fim de regime e até de fim de mundo.
Os ciclos mudam, os regimes acabam e o mundo vai-se mantendo…apesar de todas as crises, apesar da crise contínua.
Aliás, se repararmos bem, quando é que não estivemos em crise? Não será a crise que funciona como um permanente acicate para a nossa sobrevivência?
Convém, porém, não confiar na inércia. Hoje, flutuam de novo palavras carregadas de um tom alarmista, quase apocalíptico.
É importante amenizar o discurso, mas não deixemos de prestar atenção à realidade e aos avisos que nos são feitos.
Quem nos avisa, nosso amigo é.
http://theosfera.blogs.sapo.pt/
Excelente apontamento do Doutor João António. Vale a pena ler e reflectir. Para compreender e agir.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Dá que pensar!
- todos os dias 6 mil mulheres são excizadas na Terra, isto é, 6 mil mulheres a quem lhes é removido o clítoris (por vezes cozendo a abertura vaginal quase por completo) sendo que, na esmagadora maioria dos casos, não há anestesia...Estes actos acontecem (96%) sob a égide desta religião que se autoproclama de "pacífica e tolerante". Estes actos já têm lugar entre as comunidades islâmicas da Europa. Tentem imaginar o que é ser agarrado e ter os órgãos genitais cortados A FRIO, sem meias medidas...
- Pai,avô e mãe, mataram uma moça de 16 anos em plena flor da idade porque esta conversava em princípio socialmente (mas que não o fosse) com homens!.......Enterrada viva!............Este proceder repete-se 250.000 mil vezes no mundo muçulmano durante os 12 meses de um ano!........
- E as mulheres que se queimaram vivas em Teherão depois de rasgarem o véu como forma de protesto contra a opressão das mulheres no mundo muçulmano?
Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=1481328
domingo, 7 de fevereiro de 2010
VIU DEUS (sobretudo) NOS POBRES
Chamava-se Hélder. Viu Deus no Homem, sobretudo nos pobres.
Recebeu ameaças, mas não desistiu.
Espécimen de uma estirpe que já rareia, faz bem evocar D. Hélder da Câmara. Sobretudo para imitar o seu exemplo e para seguir o Jesus que ele tão belamente nos mostrou.
http://theosfera.blogs.sapo.pt/
sábado, 6 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Oposição aprova lei das finanças regionais
As alterações foram aprovadas com todos os votos a favor da oposição, num total de 127 e com 87 votos contra do PS.
O parlamento já tinha aprovado na generalidade e na especialidade as alterações à Lei das Finanças Regionais com os votos contra do PS.
O presidente da República Cavaco Silva tem agora a hipótese de vetar o diploma. Isto depois do ministro das Finanças Teixeira dos Santos ter ontem ameaçado bloquear o aumento das transferências para a Madeira, ao abrigo da Lei de Enquadramento Orçamental, que confere ao Governo esse poder.
"Usarei todos os instrumentos legais que estiverem ao meu alcance para cumprir" o que está inscrito no Orçamento do Estado, afirmou Teixeira dos Santos numa declaração ao país.
Correio da Manhã
Comentário
Transcrevo do blog "NO FUNDO DO POÇO" um comentário assinado por "antónio" e que me parece oportuno:
"Estive atento a esta polémica, para ver se a entendia e cheguei às seguintes conclusões: a Madeira é das regiões mais prósperas do país e os madeirenses não têm culpa disso.Por alguma razão Alberto João Jardim, com o qual não simpatizo, se eterniza no Poder.É também a que mais se endivida e é louvável que qualquer Governo responsável se preocupe com isso. Mas é absurda toda esta querela por causa de uma verba que representa 0 vírgula qualquer coisa do pib, quando se sabe que, só em pareceres e auditorias externas,o Governo é pródigo no gasto de dinheiros públicos. Além do mais, o Governo foi demagógico na abordagem da questão em causa pois fez passar falsamente a ideia de que teria que transferir verbas para as Regiões, no que a esta discussão respeita. Mas nem isso é verdade. Trata-se apenas de impor tectos de endividamento às Regiões Autónomas, nos empréstimos que estas decidam fazer.Reconheço que Alberto João Jardim merece reprimenda pela forma como endividou a Madeira. Mas os madeirenses não têm culpa que Sócrates não goste do Sr. Jardim e vice-versa..."
LEITURAS PARA ESTE FIM-DE-SEMANA
E também este: "Sem dias de Governo" - http://sol.sapo.pt/Blogs/mramires/default.aspx
E ainda: "DITO&FEITO 05/02/2010" - http://sol.sapo.pt/Blogs/jal/default.aspx
E mais: "Reformas cada vez mais em perigo"- http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Default.aspx
Para terminar: "Face oculta - O ‘plano’ de Sócrates à beira das eleições" - http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Default.aspx
Leituras para o fim-de-semana. Podem ajudar-nos a compreender o país que somos, a pensar pela nossa própria cabeça, a sentir como o "rei vai nu", a erguer a esperança, ressuscitando esse resíduo de lusitanidade que dorme dentro de nós.
Sobre Fevereiro
Matou o pai no mato
E a mãe no soalheiro.
A Fevereiro e ao rapaz
Perdoa tudo quanto faz,
Se Fevereiro não for secalhão
E o rapaz não for ladrão.
Quando não chove em Fevereiro,
Nem bom prado, nem bom palheiro.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
E ainda não contam os que emigram...
Pois, e não entram em linha de conta as revoadas de portugueses que emigram para Espanha, Suiça e outros lados... Então seria o bonito! Onde iria parar a taxa de desemprego???
Criança de 7 anos ajuda o Haiti!
In Amigo do Povo
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Rua da República
A República, um facto, muitas leituras. Mas um acontecimento que marcou a nossa história do século XX e não nos é indiferente cem anos depois. Dá-se agora uma espécie de correria para cada corrente de leitura chegar primeiro à interpretação ortodoxa que defenderá como única e definitiva. Muitas vezes trabalhando a história à sua maneira e encaixando-a na ideologia já instalada. Assim, não haverá interpretação dos factos, mas o seu tratamento voltado para uma direcção pré-definida. Distorcida e estreita.
Do todo, algumas notas irão marcar as comemorações com alguns slogans que já estão, em trova, no vento: a lídima república contra a obscura monarquia; a revolta contra o conformismo do irremediável; o laicismo iluminado contra a Igreja retrógrada, a liberdade contra todas as opressões. E muitos ficarão por aqui, esquecendo atrocidades e roubos que em nome da liberdade se fizeram, os erros políticos, de palmatória que levaram o país a cair benignamente nos braços do 28 de Maio.
Mas a história não se faz sem sobressaltos. E importa por isso descobrir as mudanças radicais que, a bem ou a mal, se introduziram no nosso país. Diríamos hoje simplesmente: uma estrondosa mudança cultural. Nos pós 25 de Abril muitos evocaram as lições desoladoras da primeira República, nomeadamente em relação à Igreja. Mas também há muitos traumas clericais lembrados apenas de bens e privilégios perdidos. Urge por isso uma grande humildade e liberdade para ler correctamente a história. E com ela sempre aprender.
E actualizar uma lição para todos nós, cidadãos, profissionais da política, governantes e governados deste decénio: o momento que vivemos, nem monárquico nem republicano, é de alguma ansiedade face a muitos riscos que nos ameaçam perante a Europa, o mundo e nós próprios. O espectáculo do orçamento de Estado, e da previsível evolução da economia dão-nos a imagem dos caminhos tortuosos que temos a percorrer. Tão complexos como os tempos que se seguiram à implantação da República e ao 25 de Abril, com tantos escolhos na área social, pedagógica, familiar, institucional, religiosa, em clima de insegurança, desemprego, com números ínfimos de crescimento económico, e a certeza triste duma crise que - terá fim - mas deixará pelo caminho muitas vítimas entre as quais os próprios construtores do futuro que são os jovens.
É bom celebrar a história. Desde que se procure compreendê-la e aprender as lições que nos deixa. Seria muito bom celebrar a República de forma a mobilizar-nos com mais uma dura lição da história.
António Rego, in ecclesia
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Constâncio defende subida dos impostos
“A redução do défice implicará novas e difíceis medidas de contenção da despesa e, presumo eu, o aumento de impostos indirectos nos próximos anos”, sustentou o supervisor numa conferência promovida pelo ‘Jornal de Negócios’ e pela ‘Antena 1’Questionado sobre uma eventual actualização do IVA dos 20 para os 21%, Constâncio admitiu que é um “exemplo”. “Presumo que alguma coisa terá de ser feita do lado da receita”, sublinhou o governador, lembrando que “não podemos esperar uma evolução espontânea da economia, tem que haver novas medidas”.Posição semelhante foi assumida pelo economista Silva Lopes, que sugeriu um agravamento dos impostos já em 2011, a par do congelamento dos salários. “Já que não pode ser para 2010, tem de ser para 2011”, explicou, ressalvando que já devia ter sido feito algo nesse sentido no Orçamento do Estado para este ano. Confessando-se pessimista em relação ao futuro do País, Silva Lopes destacou que “não conseguimos ajustar sem gastar menos”.
In Correio da Manhã
José Sócrates, reagindo às declarações de Constâncio, voltou hoje a descartar uma subida de impostos, considerando que isso teria consequências negativas quer no emprego quer na actividade económica.
"Nós vamos fazer uma consolidação orçamental baseada na redução da despesa e não no aumento de impostos, porque isso seria negativo para a nossa economia", afirmou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas.
"O senhor governador disse apenas que, no futuro, tinha uma perspectiva que talvez isso [aumento de impostos] tivesse necessidade de se fazer. Mas ele concorda que este não é o momento para aumentar impostos, porque isso teria uma consequência negativa, quer no emprego quer na actividade económica", sublinhou Sócrates.
Também Vieira da Silva veio hoje dizer que o Governo não tem planos para aumentar impostos no médio prazo.
"[A subida de impostos] não faz parte do Orçamento nem da estratégia do Governo para o curto e médio prazos. É a opinião do dr. Vítor Constâncio e o Governo não subscreve este ponto de vista", afirmou o ministro da Economia.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Onde tem estado a sociedade civil?
Numa terra, os jovens promoveram uma tarde de variedades com o intuito de recolher fundos. Noutro local, pessoas juntaram-se e andaram a cantar "as janeiras" tardias de casa em casa com o mesmo fim. Ainda noutra, duas freguesias vizinhas combinaram um jogo de futebol cuja receita reverteu a favor das vítimas. Por fim, chegou-me ao conhecimento que a Associação Cultural de uma freguesia promoveu um lanche-volante cujos lucros foram também destinados à mesma causa.
É a cidadania a funcionar.
E entre nós? Que fizeram os cidadãos e as associações em prol desta causa verdadeiramente humanitária? Quem lhe deu acolhimento e a divulgou? Vê-se tanta crítica, tanto ataque pessoal, tanta má-língua e depois quando é preciso passar à acção, ter criatividade... nada! Foge a força toda para a língua!?
A comunidade cristã-praticante cumpriu o seu dever, marcou presença, foi generosa, esteve no lugar onde deve estar: a caridade/solidariedade. Sem ondas, sem dar nas vistas. Todos os peditórios das missas de sábado e domingo foram para as vítimas do sismo. E os outros??? É que a solidariedade não é monopólio de ninguém, compete a todos. Quero acreditar que muita gente, através de outros canais, terá exercido o seu dever solidário.
Depois é assim. Critica-se a Igreja forte e feio, tantas vezes sem mesmo saber porque se está a criticar, mas não hora de ser preciso ajudar, todos conhecem o caminho da Igreja. Dá para pensar...
Claro que os cristãos - TODOS! - são chamados a praticar a caridade e a solidariedade. Já S. Paulo declarava taxativamente: "Se não tiver caridade, nada sou." Isto nem se discute.
Preocupa a inacção da sociedade civil, a falta de dinamismo cívico.