quinta-feira, 23 de junho de 2022
Assisti ao debate com o Primeiro-Ministro na Assembleia da República
Confesso que não tive coragem para ir até ao fim. Cansei mesmo.
Não gostei. Nem do governo, nem do partido que o apoia, nem da oposição. Fez-me lembrar mais uma feira de vaidades do que um debate democrático visando o bem da Nação. E percebi ainda melhor os motivos pelos quais os cidadãos se afastam da política como demonstra a abstenção crescente nos actos eleitorais. Sinceramente, não entendo a cegueira e surdez dos políticos aos sinais que os cidadãos lhes enviam. É que contonuam na mesma...
Os temas levantadas até que têm interesse para o país. Só que o que parece contar é quem fica por cima, quem vence, os argumentos que arranja. E tudo em detrimento do debate salutar, aberto ao contributo de todos.
Depois aquele tempo de arrufos e amuos entre o Primeiro-Ministro é um dos líderes partidários é de uma infantilidade, meu Deus!
Também achei inqualificável aquele estilo servil, lovaminhas, do partido do governo ao governo que apoia. Apoiar o governo mas com substância, com independência...
A oposição fica a meio da sua função. Criticar vai criticando o governo. Alternativas claras, precisas, exequíveis nem vê-las!
Os senhores deputados e governantes sabiam perfeitamente que o debate estava a ser transmitido para o público via TV. Portanto, para falarem para o público era precisa uma linguagem que o grande público entendesse. Às vezes parece que aqueles senhores falam para se ouvirem a si mesmos.
A dificuldade em comunicar estende-se para lá do Parlamento. Ainda há dias uma ministra deu uma entrevista a um canal de TV. Assiste, perguntando-me: "Esta senhora está a falar para quem? Para si mesma? Ou quer falar sem nada dizer?"
terça-feira, 21 de junho de 2022
O primeiro-ministro é mestre em dar a volta à situação
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um dos pilares do Portugal democrático que urge aperfeiçoar e adaptar a cada tempo.
São muitos e preocupantes os problemas que afectam o SNS. Falta de profissionais, médicos, enfermeiros e outros agentes; consultas, exames médicos, intervenções cirúrgicas e especialidades com demoras quase "eternas"; falta de meios técnicos e materiais em alguns hospitais e Centros de Saúde; a administração na saúde, segundo entendidos, deixa mesmo muito a desejar... O interior, também na saúde, paga factura agravada. Quantos do interior têm de partir para os grandes centro do litoral para consultas, tratamentos intervenções, com custos agravados em todos os parâmetros!
É preciso olhar para a saúde sem talas ideológicas, apenas com a preocupação de atender bem os portugueses.
Para um bem primeiro e primário a saúde está cara. Que o diga quem recorre ao serviço privado sem apoio de algum subsistema de saúde. Que o diga qem tem de adquirir os medicamentos ou realizar os exames de diagnóstico.
Caros que sejam outros bens não essenciais. Bebidas, cigarros, bens de luxo, viagens de recreio, etc, etc. A saúde, produto de primeiríssima necessidade, deveria ser mesmo acessível a todos, fosse a pessoa tratada no público ou no privado.
A saúde afecta a todos. Por isso, pode deixar o governo sob "fogo intenso". Há que dar uma volta à situação. E nisso é perito o primeiro-ministro. Trouxe para a praça pública as pensões de reforma para as quais anuncia "um aumento histórico" a partir de janeiro próximo.
sexta-feira, 17 de junho de 2022
segunda-feira, 13 de junho de 2022
Uma Igreja que é "fim de via" para alguém, nunca será a Igreja de Jesus Cristo
É licenciada em Germânicas. Fora minha colega na escola onde ambos leccionámos. Acabou por efectivar numa escola no Centro do país. Por lá ficara e por lá acabou por casar e criar os filhos.
Ficámos amigos
e, sempre que nos é possível, entramos em contacto, sobretudo pelo Messenger.
Fora sempre uma
cristã convicta e dinâmica nas comunidades cristãs por onde passou.
E é dentro
desta vivência cristã que me contou esta situação. Fê-lo com enorme sofrimento
que eu partilho depois do que ouvi.
Há na paróquia onde
reside um rapaz que fora em tempos seu catequizando. Este jovem acabou por
entrar para o Seminário onde esteve até completar o 5º ano de Teologia, sempre elogiado
pelos seus superiores.
Até que no fim
do 5º ano, surgiu uma situação. Grave, como o jovem reconheceu. Foi chamado aos
superiores e expulso, sem apelo nem agravo.
O rapaz saiu,
na certeza de o motivo da expulsão ser grave. Não lhe foi dada qualquer
alternativa, a não ser sair e sair!
Veio para o mundo
com dois pesadelos: a expulsão como ferrete e a queda do sonho que sempre o
iluminou: ser padre!
Cá fora, meteu mãos
à obra e tirou um curso superior que lhe garante o pão de cada dia. Mas sempre
a mesma vivência: católico convicto, apóstolo, colaborador leal da Paróquia,
profissional empenhado e exemplar. Está no coração da comunidade cristã que
lhe reconhece o mérito de ser um dos principais intervenientes. Vida sempre
exemplar em todos os aspectos.
Muitas vezes,
mais velhos e mais novos lhe põem a questão: porque não vais para padre? Ao que
ele responde: estou disponível, falta que a Igreja me chame!
A minha amiga
manifestava-se escandalizada. Desde que mandaram o rapaz embora há 6 anos, nem mais um
telefonema, uma conversa, uma presença. Nem dos superiores do Seminário nem do
Bispo, nem da diocese. E acrescentava a minha colega: “Depois fala o Papa em ir
às periferias”. Como é possível se nem as periferias que existem na Igreja ou
que os que têm poder na Igreja criam, merecem qualquer preocupação?
Os seus superiores, tão rápidos e fulminantes a julgar e a condenar, mostram-se agora completasmente indiferentes face ao percurso de vida, à emenda e à forma exemplar como o rapaz está na vida. O pecado farisaico e indecente da indiferença! Diz o Papa: "A indiferença mata!"
Como posso ser feliz,
Se àquele meu Irmão
Eu fechei meu coração,
o futuro lhe proibi?
Diz o povo que “perna
quebrada e consertada já não é quebrada.”
A igreja NÃO pode ser fim de via para ninguém!!! A igreja, à semelhança
de Cristo, tem que ser sempre nova oportunidade. Todos chamados à conversão,
todos chamados a nova oportunidade.
Não queremos
uma “Igreja mundana”, orientada por um justicialismo mundanista, ao nível do “olho
por olho” do Antigo Testamento. Queremos uma Igreja do Novo testamento, que proclama
que o “melhor nome de Deus é misericórdia”. Uma Igreja que anuncia, vive e celebra
o perdão! “Se o meu irmão me ofender,
quantas vezes lhe deverei perdoar? Até 7 vezes? Não te digo até 7 vezes, mas
até 70 vezes sete.” (Evangelho)
Não é do "olho por olho" que o mundo está à espera. Isso já ele pratica à saciedade com as consequências que todos conhecemos. O mundo espera da Igreja a boa nova do perdão que implica a conversão. Perdão com o sabor genuíno que brota da vida e obra de Jesus Cristo.
Uma Igreja que é sempre notícia fresca pela perdão que vive!
Com a minha
colega, também pergunto: o que aconteceria a S. Pedro diante da Igreja de
hoje? Não cometeu ele um crime de alta traição
quando negou Jesus por 3 vezes?
Reparemos que
Jesus nem sequer um raspanete lhe deu. Olhou-o apenas e Pedro chorou o seu
pecado. Jesus não lhe tirou o lugar que tinha na comunidade cristã. Não o
demitiu, não o expulsou. Manteve-o como 1º Papa. Jesus não quer mesmo ser fim de via para
ninguém!
Que a Igreja
queira ao menos estar ao serviço da misericórdia! Se fizer isso, compreendeu o fundamental da Mensagem e da Vida de Cristo.
A idoneidade do padrinho
interrogação? |