quarta-feira, 30 de abril de 2014

1 de maio: Dia do Trabalhador, de São José Operário e início do Mês de Maria

                                    



Há um ano atrás, o papa Francisco falou sobre o desemprego e pediu às autoridades políticas para que criem ofertas de emprego.
“Peço aos políticos que façam todo o possível para reativar o mercado de trabalho”, afirmou o Papa diante de milhares de fiéis na audiência semanal na praça de São Pedro.
“O trabalho é fundamental para a dignidade”, completou.
“Penso nas dificuldades do mercado de trabalho nos distintos países. Penso nas pessoas, não apenas nos jovens, que estão sem emprego, geralmente por causa de uma visão económica da sociedade fundada no lucro egoísta fora das regras da justiça social”, disse o pontífice.
Momentos antes o Papa na sua catequese falou da festa de São José Operário, e do mês de maio, tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora. A figura de São José – disse Papa Francisco – nos remete à dignidade e importância do trabalho, pois foi com seu pai adotivo que Jesus aprendeu a trabalhar. De fato, o trabalho enche o homem de dignidade e, em certo sentido, o assemelha a Deus que, como se lê na Bíblia, “trabalha sempre” (cf. Jo 5,17). Isso nos leva a pensar em tantas pessoas que se encontram desempregadas, muitas vezes por causa de uma concepção económica que busca somente o lucro egoísta. Também São José teve de enfrentar momentos difíceis, saindo vencedor pela confiança em Deus que nunca nos abandona.
Ao lado de São José, Nossa Senhora acompanhava com carinho e ternura o crescimento do Filho de Deus feito homem. Aproveitemos o mês de maio para reforçar a consciência da importância e beleza da oração do terço, que permite aprender de Nossa Senhora a contemplar os mistérios da vida de Jesus, percebendo sempre mais a Sua presença junto de nós.
Fonte: aqui

Portugal eleito melhor destino do mundo para visitar


Pelo segundo ano consecutivo, Portugal foi eleito o melhor país do mundo para visitar pela prestigiada revista espanhola Condé Nast Traveler. A escolha coube aos leitores da publicação, através de uma votação online, onde estes elegiam aquele que, para si, é o melhor destino para fazer uma viagem.
A combinação entre cultura, gastronomia, "excelentes vinhos", praias, campos de golfe, história e um "povo afável, aberto e muito sincero" levou a que, este ano, Portugal voltasse a ser eleito melhor destino para visitar. Para reforçar o título, os leitores destacam também a "impressionante variedade" de paisagens que é possível encontrar no nosso país.
Os prémios foram entregues na passada quinta-feira, numa cerimónia nos jardins de Cecilio Rodiguez, no Parque do Retiro, em Madrid. Aquela que é uma das mais conceituadas publicações turísticas do mundo entregou o galardão a João Cotrim, presidente do Turismo de Portugal, que destacou a importância daquela distinção.
"É um reforço da visibilidade de Portugal como destino turístico de excelência junto de Espanha, um dos principais mercados emissores internacionais que, em 2013, gerou mais de 3 milhões de dormidas e mais de 1.000 milhões de euros em receitas", refere.
"É com orgulho que destaco o facto de as qualidades únicas dos portugueses no contacto e receção aos turistas ser um dos aspetos valorizados, que mais contribuiu para para obtenção deste prémio", acrescenta. Portugal repete, assim, o feito conseguido em 2013, na 5ª edição dos prémios Condé Nast Traveler, onde conquistou também o título de melhor destino para viajar, ultrapassando mesmo os países mais visitados por turistas em todos os continentes.
Para além do melhor destino a visitar, os galardões abrangem outras categorias, distinguindo também os melhores hotéis, spa e 'resorts', ilhas, cidades, cruzeiros, produtos tecnológicos ligado ao setor e melhor linha aérea.
Fonte: aqui

Uma comunidade cristã deve estar em paz, testemunhar Cristo e ajudar os pobres

Uma comunidade cristã deve viver em paz, testemunhar Cristo e assistir os pobres. Estas as três mensagens principais transmitidas pelo Papa Francisco na missa desta terça-feira na Capela da Casa da Santa Marta.
O Papa referiu-se na sua homilia às primeiras comunidades cristãs, aos primeiros grupos de homens e mulheres que procuravam viver como Jesus lhes tinha ensinado. E o Papa Francisco, desde logo afirmou que a primeira característica destas primeiras comunidades era a sua coesão de vida em paz. Tinham um só coração e uma só alma:
“Tinha um só coração e uma só alma. A paz. Uma comunidade em paz. Isto significa que naquela comunidade não havia lugar para os mexericos, para as invejas, para as calúnias, para as difamações. Paz. O perdão: o amor cobria tudo. Para qualificar uma comunidade cristã sobre isto, devemos perguntarmo-nos como é a atitude dos cristãos. São mansos e humildes?”
O Papa Francisco sublinhou ainda o testemunho que os primeiros cristãos davam da ressurreição de Cristo e interrogou-se sobre se as nossas comunidades de hoje dão esse testemunho; se cada paróquia, comunidade ou diocese acredita verdadeiramente que Jesus Cristo ressuscitou!?
Francisco considerou uma terceira característica essencial das primeiras comunidades: a sua simplicidade e pobreza. E também aqui lançou interrogações para avaliarmos a vida das nossas comunidades. Em concreto duas pistas de reflexão:
“Primeiro: como é a atitude desta comunidade com os pobres? Segundo: esta comunidade é pobre? Pobre de coração, pobre de espírito? Ou mete a sua confiança nas riquezas? No poder? Harmonia, testemunho, pobreza e tratar dos pobres.”
Fonte: aqui

terça-feira, 29 de abril de 2014

A pobreza envergonhada - GRANDE DESAFIO

Cidadãos
Estado
Grupos virados para a solidariedade
Todos

Existe hoje um enorme desafio. Chama-se pobreza envergonhada. Muitas vezes não se dá a conhecer... tem vergonha. Têm que ser os cidadãos e os grupos a prestar atenção aos sinais de pobreza envergonhada.
Gente que sempre viveu razoavelmente - ou mesmo bem - e que, em virtude da crise, se encontra em estado de miséria. E tem vergonha de dizer que precisa!
Existe hoje um pé-atrás em muita gente quando se fala de pobreza, pois relaciona-a com os do "ordenado mínimo". Muitos destes não merecem simpatia por parte de alguns cidadãos, pois entendem que tais beneficiados não querem trabalhar, gastam tudo nos cafés e ainda por cima não educam os filhos... Por outro lado, pensam, tais beneficiados entranharam um miserabilismo que se vai tornando congénito, no sentido da pedinchice, mesmo recorrendo a mentias para obter ajuda.
Mas não confundamos a agulha com o palheiro. Há realmente gente que precisa. Gente que até teve uma vida boa, que trabalhou, que lutou, mas a quem a crise ... tudo levou.
Não nos valamos de defeitos ou erros que tais pessoas possam ter tido no passado, pois todos temos telhados de vídeo. Ajudemos, acompanhemos, demos voz e vez, encaminhemos.
A esses cidadãos, também dizemos que não é vergonha dizer que se precisa. Vergonha é ter carências graves e não pedir nem aceitar apoio.
Na roda da vida, hoje podem ser uns, amanhã outros...
Ajudemos com discrição para não expor a situação de quem precisa.
E não deixa de ecoar a palavra do P.e Américo, fundador do Gaiato:
"Cada comunidade cuide de seus pobres!"

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Liberdade, liberdade...

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Distraídos...

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domingo, 27 de abril de 2014

O homem está colocado onde termina a terra; a mulher onde começa o céu ...


Francisco canonizou os papas da coragem

Missa em Roma com centenas de milhar de pessoas por causa de João XXIII e João Paulo II.
Las relequias de los Papas santos

Foram ambos papas que "tiveram a coragem" de aceitar o evangelho e de ver em cada pessoa a "carne do irmão". O Papa Francisco referiu-se deste modo aos seus dois predecessores que acabou de proclamar como santos, pouco depois das 10:00 da manhã, em Roma (9:00 em Lisboa): João XXIII foi o Papa da "docilidade ao Espírito Santo" e João Paulo II "o Papa da família". Ambos fizeram por "restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária".
A escutar a homilia, entre 850 concelebrantes (incluindo 150 cardeais), estava o emérito, Bento XVI, que apareceu de bengala mas aparenta uma relativamente boa forma física - ao contrário do Papa Francisco, cuja voz manifesta algum cansaço.
O rito de canonização começou com o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos (onde sucedeu ao português José Saraiva Martins), a solicitar ao Papa que os nomes de João Paulo II e João XXIII fossem inscritos no catálogo dos santos da Igreja Católica. Francisco respondeu em seguida, de acordo com a fórmula ritual, que os até agora beatos eram declarados e definidos como santos.
A Praça de São Pedro e as imediações - nomeadamente a Via della Concilliazione - está cheia, com centenas de milhar de pessoas, mesmo se com espaços para circulação. Entre os estrangeiros, os polacos - compatriotas de João Paulo II - estão em maioria.
Os dois novos santos, acrescentou Francisco na homilia que terminou há minutos, viveram de forma intensa o apego ao "essencial do evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade".
O "Papa da família", foi como Francisco baptizou o primeiro polaco da história a exercer aquele cargo. Porque João Paulo II disse uma vez que queria ser assim recordado e porque foi dessa forma que Wojtyla assumiu o seu serviço ao povo de Deus, acrescentou Francisco. "Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do céu", acrescentou Francisco, numa referência ao Sínodo dos Bispos sobre a família, convocado para outubro próximo.
Já sobre João XXIII, que em 1959 convocou o Concílio Vaticano II (realizado entre 1962 e 1965), o Papa afirmou que ele se deixou conduzir pela "docilidade ao Espírito Santo" e foi um pastor para a Igreja. A convocação do concílio, uma espécie de magna assembleia de debate e decisão para a Igreja, que reúne os bispos de todo o mundo, foi decisiva para trazer o catolicismo para o século XX.
A decisão de canonizar dois dos mais importantes papas do século XX corresponde também à grande popularidade de ambos: depois do formalismo de Pio XII, a eleição de João XXIII aproximou o Papa das pessoas e João XXIII, que é admirado em todo o mundo católico, é muito respeitado e venerado em Itália. Com João Paulo II e as 104 viagens por ele realizadas a 129 países, a aproximação do papado às pessoas tornou-se global e chegou a todo o mundo. E já quando da sua morte, havia milhares de pessoas que pediam a sua imediata proclamação como santo. Nove anos depois, está feita a sua vontade.
Fonte do texto: aqui

sábado, 26 de abril de 2014

"Juan XXIII y Juan Pablo II son dos papas que han alcanzado el corazón de todos los hombres"

"El uno abre la puerta para que entre el aire, y el otro hace posible que ese aire se exprese, se manifieste, tenga además olor, color y sabor "

El día de los cuatro papas
Veja aqui

O Papa emérito Bento XVI participará amanhã em Roma na cerimónia de canonização de João XXIII e de João Paulo II. Presidirá o Papa Francisco.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de Abril em Tarouca









Com música, também se constrói Liberdade




No funeral do Cón. José da Silva

Hoje, 25 de abril, desloquei-me a Vila Nova de Foz-Côa para participar nas  nas exéquias pelo Cón. José da Silva, até à data pároco daquela cidade. Colega, amigo e, pela naturalidade, vizinhos.
Igreja à pinha na Eucaristia. Recolhimernto sereno e participativo.
No fim das cerimónias, o povo despediu-se do seu pároco com uma sentida salva de palmas.
Mas foi quando acompnhei a urna com os seus restos mortais rumo à carrinha funerária, que pude ver e sentir melhor os sentimentos daquela comunidade. Dos rostos doridamente serenos escorria a gratidão que se espelhava no sussurrar dos lábios: "OBRIGADO"!
Edificante o testemunho daquela comunidade.  Saber reconhecer e agradecer o bem recebido de Deus pela pessoa do padre que a servira durante os últimos 27 anos.
Como são belos os gestos de gratidão!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A PIOR DITADURA

           
Na véspera da comemoração de mais um Dia da Liberdade, nunca percamos de vista que ela nunca está totalmente adquirida; tem de ser permanentemente alimentada.
A liberdade está sempre em risco. E, atenção, a ditadura não vem só pela via das armas nem das leis coercivas.
Como recorda sabiamente Mia Couto, «a pior das ditaduras é a da realidade».
Não cedamos a ela.
Olhemos para a realidade como ela se apresenta. Mas não desistamos de a mudar, de a melhorar.
Melhoremos a realidade. E tornemo-nos melhores nela!
Fonte do texto: aqui

O telefonema polémico do Papa

Telefonema feito por Papa Francisco na última quarta-feira causa confusão nos mídia
Na última quarta-feira, 23, surgiram boatos sobre o telefonema feito pelo Papa Francisco a uma senhora argentina. Ele teria liberado a senhora para comungar, mesmo sendo casada civilmente com um homem divorciado, que já foi casado na Igreja.

Jaqueline Lisbona mora em San Lorenzo, Argentina. Nos últimos 10 anos, seu pároco não lhe permitiu comungar, visto que seu marido já foi casado na Igreja com a primeira mulher. Incomodada com a situação, em setembro Jaqueline enviou um email ao Papa e deixou seu número de telefone dizendo que se sentia como uma católica de segunda classe. O Papa Francisco  respondeu-lhe com uma ligação na última quarta-feira, 23. As notícias dos jornais diziam que ele, durante a ligação, disse que ela poderia retornar a receber a comunhão.

Gustavo Sylvestre, jornalista da Radio Del Plata, entrevistou Jaqueline e durante a entrevista ela descreveu como foi a conversa. O Papa perguntou se ela era cristã e ela disse que não era cristã praticante. Quando era jovem costumava ser mais empenhada na Igreja, mas com o tempo se afastou.

“Ele me disse que eu poderia voltar, ele me disse que eu deveria voltar. Bom, é o que vou fazer dentro de pouco tempo”, disse Jaqueline.

A resposta do Papa foi em relação ao seu afastamento da Igreja e não em relação a voltar a comungar. Jaqueline completou dizendo que ele confirmou que a Igreja está tratando deste assunto.

Com tanto rumor causado pelas mídias, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi, fez uma declaração nesta manhã.

“Vários telefonemas são realizados pelo Papa Francisco no contexto das suas relações pastorais pessoais. Não se tratando de atividades públicas do Papa, não se pode esperar informações ou comentários da parte da Sala de Imprensa do Vaticano. O que foi difundido - sobre o boato da liberação para comungar feita pelo Papa à senhora argentina -, e a ampliação midiática consequente, não tem confirmação de confiança e é fonte de mau entendimento e confusão. Ou seja, não existem consequências em relação à doutrina da Igreja”, disse Padre Lombardi.
Fonte: aqui

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Reciprocamente obrigados


O País descobriu agora que para manifestar o seu agradecimento aos militares de Abril (vaguíssima definição já em 1974 e que quarenta anos depois muito mais vaga se tornou) a Associação 25 de Abril deveria poder falar na Assembleia da República.


Estranho que não tenham sentido esse apelo noutros aniversários mas a minha questão é outra: onde e quando manifestarão os militares o seu agradecimento ao País? Porque não é apenas o País que está em dívida para com os militares.
Os militares também estão em dívida para com o País. E não lhe devem pouco.

Leia aqui o artigo de Helena Matos. Vale a pena. Para sairmos da "poeira informativa" em prol do politicamente correto e entrarmos na substância dos factos.

Como diz a autora, "ainda hoje (os militares portugueses) se sentem mais à vontade a falar da ditadura e da guerra do que da democracia e dos países independentes."

terça-feira, 22 de abril de 2014

Domingo, dia 27 de Abril: o Papa Francisco vai presidir à Missa de canonização dos Beatos João XXIII e João Paulo II


No próximo domingo, às 10h00 (menos uma em Lisboa), o Papa Francisco vai presidir à Missa de canonização dos Beatos João XXIII e João Paulo II, seguindo-se depois a oração Regina Caeli.


O Vaticano recorreu às novas tecnologias para lançar o site “2papisanti” (dois Papas santos), onde as pessoas poderão “conhecer a vida, o pensamento e o testemunho de fé dos dois novos santos”.
Presente também no Twitter, no Facebook e no Instagram, a plataforma visa possibilitar às pessoas consultarem “vídeos, imagens e conteúdos bibliográficos” relacionados com João XXIII e João Paulo e acompanharem todas as “notícias, eventos, informações” à volta da cerimónia de canonização, que deverá contar com a presença de milhões de peregrinos.
A aplicação gratuita intitulada “Santo Subito”, disponível em formato Android e IOS, permite descarregar os conteúdos que vão servir de apoio à festa da canonização.


Então consulte aqui  “vídeos, imagens e conteúdos bibliográficos” relacionados com João XXIII e João Paulo e acompanhe todas as “notícias, eventos, informações” à volta da cerimónia de canonização, que deverá contar com a presença de milhões de peregrinos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Vês e ouves, Maria? O medo e a morte já nada valem

"Não temais.
Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia.
Lá me verão.”
Mt 28, 1
 
- Maria, não chores mais! Já se vê o alvor da aurora.
Pega nos perfumes, vamos ao túmulo!
Nenhuma dor vai impedir-nos de ungir o corpo de Jesus.
- Não consigo ainda acreditar que Ele morreu.
Parece-me um pesadelo de que vou acordar e vê-l’O de novo.
A sorrir para nós, como se nos tivesse feito uma partida!
- Também a mim me parece um sonho… mas sofreu tanto!
Corramos, não deixemos que o sol se levante antes de chegarmos!
 
E correram. A chorar um morto que tinha dado tanta vida.
A não tocar a ferida do sonho da vida nova que Ele tinha semeado.
E contudo, uma faísca de esperança parecia instalar-se no coração.
Ele tinha resuscitado mortos. Podia talvez fazer o mesmo… agora!
E veio o tremor de terra, a pedra removida, e um anjo a falar-lhes…
 
- Maria, escutas o mesmo que eu? Vês o mesmo que eu?
- Vejo e escuto, mas não entendo! Jesus tinha dito, mas como acreditar?
Que é ressuscitar? E porque não nos aparece Ele?
- Vamos dizer aos outros? E se não acreditarem? Ai, Maria, isto é tudo novo!
- É novo e parece impossível. Como os seus gestos transbordantes de amor.
Como as palavras que nos recriavam por dentro. É novo e faz-nos novos!
- Corramos. Tenho uma fogueira dentro de mim que preciso partilhar!
 
E correram. Com a alegria a inundar-lhes o corpo e alma.
A sentir curadas as feridas, e os pés quase a não tocarem no chão.
Capazes de ir aos confins do mundo dizer esta bela notícia.
E Jesus saiu ao seu encontro. Abraçaram-lhe os pés. Escutaram…
 
- Vês e ouves, Maria? O medo e a morte já nada valem.
- Vejo, ouço e toco! É Jesus, e somos com Ele. Chamou-nos irmãos?
Que mundo novo nos pede para construir? Tudo sabe à frescura do princípio.
- É um novo princípio que nos põe no coração e nas mãos.
Corramos! É preciso dizer que só o amor vence todas as mortes!
 
E correram. E continuamos a sua corrida! Nos passos ardentes de cada um! 

P. Vítor Gonçalves

domingo, 20 de abril de 2014

Parabéns, Benfiquistas!

Gostava que o meu Porto voltasse a ganhar o campeonato? Claro que sim.
Mas o verdadeiro desportista sabe ver para além da clubite, não se deixa toldar pela doentia paixão clubística.
Na minha opinião, este ano o Benfica é um justo vencedor e está de parabéns pela vitória no campeonato.
A todos os benfiquistas e aos meus amigos em particular, dou os meus sinceros parabéns.
Só espero que na próxima temporada o meu Porto não cometa os erros de palmatória que nesta época cometeu.

Ressuscitei e estou contigo… “Porque meu amor é para sempre”

O AMOR É MAIS FORTE DO QUE A MORTE

Ressuscitei e estou contigo... “Porque meu amor é para sempre” (cf. Sl 136).

Estas não são simples palavras… São gestos concretos da Páscoa de Jesus.
Tudo lhe aconteceu nesta terra: perseguições, sofrimentos, morte.
Mas nele venceu a fidelidade, o amor, a vida.
Sim, a vida teve a última palavra.
Com sua ressurreição, Jesus nos fez renascer como “povo da Páscoa”.
Povo que assume a causa pela qual ele veio a este mundo: “Que todos tenham vida…”: àqueles que buscam paz, dignidade humana, liberdade, saúde, solidariedade, amor.
É Páscoa: tempo de esperança e ação.
Tempo para começar uma vida nova, na certeza de que, nas mãos de Deus, até a morte pode transformar-se em vida.
Depois da ressurreição, a cruz tornou-se testemunho de amor, sinal de esperança.
É o poder de Deus que se manifesta na humildade e no serviço dos que creem.
Que a luz do Ressuscitado ilumine seu caminho e lhe dê forças para prosseguir.
Com certeza, todas as noites escuras acabam tendo sua aurora.
Que a Páscoa aconteça em sua vida!
Creia e alegre-se: ela já está acontecendo.

sábado, 19 de abril de 2014

"ELE RESSUSCITOU!"

Padeceu e foi sepultado.


No teu sepulcro, Senhor, eu venho depor:
- As cruzes que carrego sem vontade.
- Os que têm cancro, os que estão numa cama de hospital, os entrevados, os que estão presos em casa pela doença, pela velhice, pelo abandono.
 - Os esposos em crise, as famílias problemáticas, as esposas abandonadas por seus maridos e os maridos abandonados pelas suas esposas.
- O meu pai velhinho que está vivo, a minha irmã doente, toda a minha família.
- Os jovens maravilhosos que tenho e os outros que não cruzam contigo.
- Os pais dos meninos da catequese que não vão à missa.
- Os que deixam o seu lugar vazio nas eucaristias a que presido.
- Os que fazem do boato e da mentira muros que separam as pessoas.
- Os padres que andam atarefados. Os colegas que eu queria compreender melhor. O meu bispo que eu queria que fosse mais pastor.
- O cansaço do que tenho de fazer e não me apetece. A criatividade pastoral que gostava de ter e me falta.
- Os leigos que que não sentem que são Igreja, a formação que não querem, o empenho apostólico que não têm.
- Os sacramentos vistos como tradição ou motivo de festa pagã.
- A paróquia que queria que crescesse mais como comunidade.
- A construção do Centro Paroquial que me entusiasma, mas que me tira noites de sono.
-  As pessoas de quem esperava mais mas que não corresponderam.
- A pobreza envergonhada que vai surgindo e as respostas que não tenho.
- O entusiasmo, a dedicação, o carinho, o altruísmo, a colaboração de tanta gente desta comunidade.
- A fé de tantos que espicaça a minha fé.
- As minhas lacunas, cansaços, pecados e desânimos.
 
Deponho no teu sepulcro tudo isto e muito mais que tu lês no meu coração. Então contigo e por Ti, espero a manhã da Páscoa, quando o Ressuscitado fizer novas todas as coisas. Na Tua luz, Senhor, as  trevas derreter-se-ão e a esperança brilhará irresistivelmente mais forte.
Na Tua sepultura, a semente cai à terra, não para desaparecer, mas para se transformar na Primavera de novos frutos.
Por tudo e por tanto, obrigado, Senhor!
 
Boa Páscoa, amigo visitante
Ele quer ressuscitar em ti

Entre nós: Quinta e Sexta-Feira Santas




Veja aqui

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sexta-Feira Santa


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mistério Pascal de Cristo



No Credo, proclamamos a Encarnação e a Páscoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Todavia, a Sua vida comunica-nos a própria vida de Deus, faz-nos conhecedores das realidades divinas e salva-nos do poder das trevas. Assim, do momento da conceção, no seio virginal de Maria, até o dia em que Ele subiu aos céus, derramando sobre os discípulos seu Espírito, temos a passagem de Jesus deste mundo para o Pai. A Páscoa de Jesus é toda a sua vida e encontra seu ponto culminante nos eventos da Sua morte e da Sua ressurreição.

A vida de Cristo é mistério

A palavra “mistério” na Sagrada Escritura quer significar o plano de Deus revelado e realizado por Jesus e comunicado aos homens pela efusão do Espírito Santo. A vida de Jesus cumpre este plano eterno do Pai de reconciliar e de fazer entrar os homens em comunhão com Deus. Na Sua própria Pessoa, esta vontade do Pai realiza-se, pois nEle estão unidas as naturezas divina e humana. Com sua morte e ressurreição, perdoa os nossos pecados e sela uma aliança eterna e definitiva entre nós e Deus. Com o envio do seu Espírito Santo, torna-nos participantes de sua vida divina e conduz-nos para entrarmos definitivamente na sua glória.

O mistério Pascal

Apesar de sua vida inteira ser mistério, sem dúvida, na sua Paixão, Morte e Ressurreição isto é  mais visível, tornando-se o núcleo do mistério Pascal. O Compêndio do Catecism afirma que “o Mistério Pascal de Cristo, que compreende a sua morte, Ressurreição e Glorificação, está no centro da fé cristã, porque o desígnio salvífico de Deus realizou-se uma vez por todas com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo”. Assim, nos eventos da crucificação e da ressurreição fica claro que Jesus venceu o sofrimento, o pecado, a morte, o demónio e abriu um caminho de vida plena para homens.

A memória da Páscoa

A partir da celebração da Ceia Pascal Judaica, Jesus institui um conteúdo e um rito pascal novo. Ele mostra que a Páscoa é a imolação de Seu Corpo para a Salvação dos homens. Este sentido cristão foi ritualizado na oferta das espécies do pão e do vinho que Jesus fez aos seus discípulos. O pão é a carne d’Ele entregue e o vinho é o sangue derramado para a salvação de muitos. Além disto, o Senhor pediu que se fizesse memória daquele gesto sacramental. Assim, desde o primeiro século, as comunidades cristãs reúnem-se para celebrar a Páscoa.

A Páscoa como Passagem

Traduzindo corretamente o termo hebraico “pesah” como “passagem”, São Clemente de Alexandria e Orígenes vão entender a Páscoa como uma passagem da falta de fé para a obediência da fé; do pecado para a santidade; da morte para a vida... A Páscoa de Jesus aponta a Páscoa do cristão. Desta forma, toda a vida de Cristo e a dos cristãos são uma Páscoa. Os últimos só podem passar por causa do primeiro, pois Ele é a causa e o modelo de como, do porquê e do para onde passar.

 A Páscoa Cristã

Unindo estas duas maneiras de entender a Páscoa e percebendo um elo entre elas, Santo Agostinho vai falar do duplo aspecto da Páscoa: ela é, ao mesmo tempo, a passagem de Cristo e a passagem do homem. Ela é o sacrifício de Jesus na Cruz, para a remissão dos pecados, que possibilita aos homens entrarem em comunhão com Deus. Ela é a passagem de Jesus para a casa do Pai e, por causa disto, a possibilidade do homem passar com Ele.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os católicos na luta contra a ditadura - O bispo, o clero anti-regime e as estratégias da oposição católica


D. António Ferreira Gomes com o Papa João Paulo II 

Veja aqui

terça-feira, 15 de abril de 2014

O menino, o gato e as cerejeiras

Foto: O menino e o gato

O bichano havia fugido para debaixo do carro. Talvez para fugir ao calor do Sol...
O menino não esteve para meias tintas e gatinhou por baixo do carro até ao gato. Este, ao ver tanto interesse do menino, não foge, aguardando-o pacientemente.
Tal como a bisavó Olinda, também o Tomás parece demonstrar grande carinho pelos animais. 
Também por isto, gosto muito de ti, Tomás!








No passado domingo, desloquei-me à minha terra natal para felicitar minha irmã mais velha pelo seu aniversário.
Estava um "autêntico dia de Verão", como costuma dizer-se. O Sol emprestava ainda mais esplendor às cerejeiras floridas. Uma delícia para a vista, um repouso para a alma.
O Tomás é o mais velhinho dos 3 sobrinhos-netos que tenho. No seu ano e meio de vida, é a irrequietude plena. Tudo o que mexe ou é colorido atrai-o irresistivelmente. Água, animais, brincadeiras... Tudo tem a duração do instante.
Tinha estado a brincar com o gato. Só que este, ou porque cansado da brincadeira, ou porque atazanado pelo calor, refugiou-se debaixo do carro. Então o bom do Tomás não esteve para meias medidas. Deitou-se ao chão e toca a gatinhar por baixo do veículo em direção ao bichano que não fugiu e o esperou calmamente, como quem diz "aqui há sombra, já suporto melhor as tuas brincadeiras..."
Aprecio a posição da minha sobrinha e mãe do Tomás. Não é mãe-galinha. Na maneira como fala com o pequeno e no modo como o deixa correr riscos calculados, embora atenta e vigilante, dá a saber ao filho que a vida é dele, que um filho não é uma coisa propriedade dos pais, mas uma pessoa que é preciso ajudar a crescer, no respeito pela sua idiossincrasia.
É bom, é belo ter família e saber estar em família. Para toda a gente. Também para mim.

Festa da Liberdade


segunda-feira, 14 de abril de 2014

domingo, 13 de abril de 2014

Padre que celebrava casamento emociona cantando o Hallelujah


Aconteceu na Irlanda. O padre Kelly acabava de presidir a celebração de casamento de Chris e Lea O’Kane, no dia 5 de abril passado, quando pegou o microfone e cantou o célebre Hallelujah, de Leonard Cohen. Sua interpretação emocionou o casal e surpreendeu a todos, que aplaudiram efusivamente. Em seus momentos livres, o sacerdote prepara um terceiro álbum para celebrar os 25 anos de ordenação. As vendas serão doadas para financiar obras de caridade nos arredores de Oldcastle, na diocese de Meath. Questionado sobre um possível abuso litúrgico, o padre explicou que a ação litúrgica já tinha terminado. “A cerimónia de casamento tinha terminado, estávamos já para ter a oração final e realizar a parte civil da cerimónia”, explicou o sacerdote no jornal Independen
Fonte: Aleteia

sábado, 12 de abril de 2014

Semana santa, semana grande, semana autêntica!




"O que é a Semana Santa / Semana da Paixão?"

Resposta:
A Semana da Paixão (também conhecida como Semana Santa) é o tempo desde o Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa (domingo da Ressurreição). Semana Santa é assim chamada por causa da paixão com que Jesus voluntariamente foi à cruz para pagar pelos pecados de Seu povo. Semana Santa é descrita em Mateus capítulos 21-27; Marcos capítulos 11-15; Lucas capítulos 19-23 e João capítulos 12-19. A Semana Santa começa com a entrada triunfal de Jesus no Domingo de Ramos, montado em um jumento, assim como profetizado em Zacarias 9:9.

A Semana da Paixão continha vários eventos memoráveis. Jesus purificou o Templo pela segunda vez (Lucas 19:45-46), então disputou com os fariseus a respeito de Sua autoridade. Depois disso, Ele fez o Seu Discurso das Oliveiras sobre o fim dos tempos e ensinou muitas coisas, incluindo os sinais de Sua segunda vinda. Jesus comeu a sua Última Ceia com os discípulos no Cenáculo (Lucas 22:7-38), depois foi para o jardim de Getsêmani para orar enquanto esperava que a Sua hora chegasse. Foi aqui que Jesus, depois de ter sido traído por Judas, foi preso e levado para os julgamentos diante de vários sacerdotes, Pôncio Pilatos e Herodes (Lucas 22:54-23:25).

Após os julgamentos, Jesus foi açoitado nas mãos dos soldados romanos. Em seguida, foi forçado a carregar o Seu próprio instrumento de execução (Cruz) pelas ruas de Jerusalém, ao longo do que é conhecido como a Via Dolorosa (caminho das Dores). Jesus foi então crucificado no Gólgota no dia antes do sábado, foi sepultado e permaneceu no sepulcro até domingo, um dia depois do sábado, e, em seguida, gloriosamente ressuscitou.

Esse tempo é conhecido como Semana Santa porque foi quando Jesus Cristo realmente revelou a Sua paixão por nós através do sofrimento pelo qual voluntariamente passou a nosso favor. Qual deve ser a nossa atitude durante a Semana Santa? Devemos ser fervorosos em nossa adoração a Jesus e em nossa proclamação de Seu Evangelho! Assim como Ele sofreu por nós, igualmente devemos estar dispostos a sofrer para poder segui-Lo e proclamar a mensagem de Sua morte e ressurreição.

Fonte: aqui

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A ditadura do pensamento único

«A ditadura do pensamento único mata a liberdade dos povos e das consciências» – isto foi o principal da mensagem do Papa Francisco na Missa desta quinta-feira (9-42014) na Capela da Casa de Santa Marta. 
Uma ideia muito interessante, muito actual e que se aplica a todos os lugares da vida deste mundo, mas principalmente, no nosso país e na nossa região. Mas, a nossa igreja também não sai limpa desta constatação. Por isso, reparemos na forma como o Papa faz a denúncia: «E quando na história da humanidade vem este fenómeno do pensamento único, quantas desgraças. No século passado nós vimos todas as ditaduras do pensamento único que acabaram por matar tanta gente... “Hoje deve-se pensar assim e se tu não pensas assim, não és moderno, não és aberto ao diálogo ou pior ainda”. Tantas vezes dizem alguns governantes: ‘eu peço uma ajuda financeira’; ‘mas se tu queres uma ajuda tens que pensar assim e deves fazer esta lei e outra ainda... Também hoje existe a ditadura do pensamento único e esta ditadura é a mesma desta gente: pega nas pedras para lapidar a liberdade dos povos, a liberdade da gente, a liberdade das consciências, a relação da gente com Deus. E hoje Jesus é crucificado outra vez» (Papa Francisco, 10 abril de 2014)... 
Magnifica e acutilante denúncia. Aplica-se em todos os lugares do poder. A Igreja em primeiro lugar, que também funciona com estas ideias bem presentes, quando faz as suas nomeações, quando concede títulos e cargos honoríficos, não o faz por mérito nem muito menos tendo em contas os perfis e a obediência ao serviço do Evangelho. Mas muitos são escolhidos porque pensam pouco ou porque não sabem o que é pensamento próprio e livre, os que dizem sempre ámen mesmo que estejamos diante de um erro colossal e prejudicial para a Igreja. 
O amiguismo vai fazendo o seu caminho e temos hoje muitos bispos e muita outra gente que está em determinadas funções que se vê a quilómetros de distância que não serve para aquilo que foi nomeado, mas chegaram lá porque se puseram a jeito e souberam escolher muito bem de quem deviam ser amigos. 
Esta lógica não é de maneira nenhuma a do Evangelho, mas doutrina pura e dura dos fariseus e dos doutores da lei, que Segundo o Papa Francisco essa gente errou porque retirou os mandamentos do coração de Deus. Eles pensam que tudo se resolve na observância dos mandamentos – sublinhou o Papa – mas estes não são uma lei fria porque nascem de uma relação de amor. Mas o coração está fechado para isto. O farisaismo: «É um pensamento fechado que não está aberto ao diálogo, à possibilidade de que haja uma outra coisa, à possibilidade de que Deus nos fale, nos diga como é o seu caminho, como fez com os profetas. Esta gente não tinha escutado os profetas e não escutava Jesus» (Papa Francisco, 10 abril de 2014).
Ora, esta lógica está por todo o lado e também se aplica à vida social e política. Os partidos políticos funcionam da mesma forma. Os governos fazem-no de forma descarada. Todos sabem de muitos exemplos. Não necessito de apontar nada em relação àquilo que se vai passando no nosso país e na nossa região que se desgovernou precisamente por causa desta desgraça. 
Por isso, no mito de Sófocles, na magnífica «Antígona», diz-se já e muito sobre a inquietação do Papa ao proclamar no ponto alto do diálogo o seguinte quando fala Hémon, um dos personagens da Antígona que diz alto e bom som: «Quem julga que é o único que pensa bem, ou que tem uma língua ou um espírito como mais ninguém, esse, quando posto a nu, vê-se que é oco».

Fonte: aqui

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O SALTO PARA O PÃO


Enquanto saltaricava de canal em canal na tentativa de encontrar algo que me interessasse, encontrei uma reportagem em que se retratava aquilo a que chamo "Fuga para o pão".
A reportagem, na parte que vi,  fixava-se em 2 pontos de partida e num de chegada. A origem das pessoas que tentavam a emigração era o Afeganistão e a África. O alvo era a França.
Muitas coisas chocantes a reportagem trazia à tona:
- Logo, a coragem dos jornalistas que se sujeitaram a peripécias várias para nos poderem oferecer o trabalho.
- A situação das pessoas que tentam a fuga para o pão, para si e seus familiares. Provêm do mundo da miséria, da guerra, da insegurança. A Europa cheira-lhes a "terra prometida", onde há pão com fartura, liberdade e paz.
- A maneira fria, calculista, oportunista, desumana com que os intermediários lidam com a situação aflitiva das pessoas, exigindo-lhes fortunas para os transportar para a Europa, fugindo depois, tanta vez, aos compromissos; maltratando, frequentemente; abandonando à sua sorte os pobres clandestinos, nos momentos em que mais precisavam...
- Os meios de transporte são de uma desumanidade gritante. Então aquele barcos fazem lembrar os "negreiros" de antigamente. Gente apinhada, quase sem alimento, pessoas amontoadas, barcos sem boias e coletes... enfim...
- Há pessoas que, para emigrar, vendem o quase nada que possuem no seu país, contraem empréstimos, recebem ajuda de familiares e amigos. Isto só para pagar aos intermediários....
- E quantos emigrantes ilegais morrem ou ficam para sempre marcados? 
- Sim, a epopeia do Êxodo continua em nossos dias, marcada pelo deserto da insensibilidade, pela calor das dívidas contraídas, pela sede de sofrimentos sem conta, pela incerteza do futuro, pelas víboras do dinheiro para quem não existem limites para enriquecer à custa de carne humana.
- Se os países ricos não vendessem armas da morte aos países pobres; se os países ricos valorizassem devidamente as matérias primas dos países pobres; se os países ricos investissem mais na formação, promoção e valorização dos países pobres, certamente seriam evitados todos estes casos desumanos ligados à emigração ilegal.
Os países ricos nem amigos são deles próprios. Centrados no seu umbigo, não vislumbram os oceanos de pobreza que afetam tantas zonas do mundo. Depois, afligem-se perante a multidão incontável de pobres que forçam as suas fronteiras...


“O tráfico de seres humanos é uma chaga, uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo. É um crime contra a humanidade”, declarou o Papa, perante os participantes na segunda conferência internacional ‘Combating Human Trafficking: Church and Law Enforcement in partnership’, que decorre desde quarta-feira no Vaticano.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

"Os pobres não podem esperar"

Porto: Entrada Solene de D. António Francisco

terça-feira, 8 de abril de 2014

Pobreza envergonhada: o Banco Alimentar está entre nós e pode oferecer uma ajuda solidária a estes cidadãos.


Preocupa, especialmente, a chamada "pobreza envergonhada". Gente que vivia normalmente e que, de repente, por estes ou aqueles motivos, caiu nas garras da crise. Gente que muitas vezes tem vergonha da situação em que está e a sofre calada.
O Banco Alimentar está entre nós e pode oferecer uma ajuda solidária a estes cidadãos.
Se está nesta situação ou conhece pessoas que estão, então não fiquemos parados. De lindas e belas palavras está o Inferno cheio. É preciso muito mais: a beleza das obras.
No concelho tarouquense, quem gere este programa "Banco Alimentar" é a Santa Casa da Misericórdia de Tarouca. 
Consiste numa refeição completa diária e gratuita para a pessoa ou família afectadas.
Basta, para o efeito, dirigir-se à Santa Casa acompanhado de um documento identificativo, como o Bilhete de Identidade.
Todo o processo é confidencial.
A pessoa pode comer na Santa Casa ou levar a refeição para casa.
Se morar longe da cidade de Tarouca, a Santa Casa pode levar-lhe diariamente a refeição.

Se conhece pessoas que realmente precisam desta refeição diária e gratuita, então informe, esclareça, apoie. Não fique calado! Lembre-se sempre que o pecado de omissão é o pecado do nosso tempo.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Bispo, um arauto da paz



Na sua entrada solene na diocese, o novo Bispo do Porto saudou a assembleia com a fórmula ritual tradicionalmente reservada ao celebrante detentor do caráter episcopal “A Paz esteja convosco!”.
Tal forma de saudação remeteu-me para a instrução do Papa Francisco que insiste em clamar que o Bispo é “quem seguiu Jesus desde o início e é constituído com os Apóstolos testemunha da sua Ressurreição”. “Também para nós” – diz o Papa – é este o critério unificador: o Bispo é aquele que sabe tornar atual tudo o que aconteceu a Jesus e sobretudo sabe, juntamente com a Igreja, fazer-se testemunha da sua Ressurreição” (discurso à Congregação para os Bispos, 27-02-2014). Ora, se o bispo é sobretudo uma testemunha do Ressuscitado, é natural que saúde os irmãos com as palavras do Ressuscitado “A Paz esteja convosco” (cf Lc 24,36; Jo 20,21.26). E a paz, a paz de Cristo, é o maior dom de Deus às consciências, à sociedade e ao mundo – dom pelo qual os homens hão de ansiar e procurar merecer, na oração e no trabalho, como pretende a mística beneditina (Pax Christi através do ora et labora).
Mas Dom António Francisco dos Santos afirma-se desejoso de testemunhar com a diocese portuense as Bem-aventuranças. E estas giram em torno do Reino da Paz, que, se formos dela construtores, nos torna filhos de Deus, e em prol da justiça, que nos fará arrebatar o Reino de Deus, mesmo sofrendo perseguições. Elas assumem a pobreza em espírito para que a pobreza material seja erradicada da Terra, por meio da mansidão dos determinados pela pureza de coração (com o olhar de Deus) e pelo conforto dos que choram. Na justiça se forja a paz.
E Dom António afirma não entrar no Porto com um programa pré-determinado. E isso é extraordinário: vai construir o projeto de condução da diocese, em termos humanos, segundo uma das metodologias mais recomendadas – a da abordagem sistémica. Ele o refere por suas palavras: “As linhas do projeto pastoral e os campos de ação têm de ser refletidos e decididos em comum. Todos os diocesanos são necessários e todos são imprescindíveis neste trabalho conjunto da Igreja” (in entrevista a VP, 2 de abril). E na homilia da Eucaristia a que presidiu no momento de sua entrada solene afirmou contar com todas as estruturas diocesanas pastorais – centrais e vicariais – os bispos, os vigários gerais, os sacerdotes, os diáconos, todos os consagrados e consagradas, todos os servidores da Igreja e da Sociedade (cf entrevista citada), os crentes e os não crentes.
Mas o Bispo do Porto entende dever seguir ao mesmo tempo ao pé de uma outra perspetiva – a do Espírito. Por isso, os planos e programas de ação “[…] surgirão à medida do sonho de Deus para a Igreja do Porto. Desejo estar atento ao espírito de Deus”. E tentará conciliar as duas vertentes de projeto – a espiritual e a sistémica: Tanto assim que promete: “Procurarei ler com lucidez evangélica e espírito conciliar os sinais dos tempos. Tudo devo delinear, programar, decidir, realizar e avaliar em comunhão e corresponsabilidade com as pessoas e as estruturas diocesanas, vicariais ou paroquiais” (id et ib). Confessa a consciência de não dever replicar experiências vividas noutros contextos, mas querer “assumir a história e a memória da Igreja do Porto”, tanto do passado remoto como do mais recente, o que referiu de algum modo na referida homilia. Por outro lado, na citada entrevista, o prelado diocesano assegura desejar “viver, sentir e trabalhar com todos e com cada um para que à volta da mesa de todos e habitando a casa comum, que é a Igreja, saibamos ser casa de comunhão e escola de todos e para todos”. 
É óbvio que um bispo que insiste tanto na participação e na comunhão, na casa e na escola será seguramente o arauto da paz, o filho de Deus entre os filhos de Deus. E então é de clamar com o profeta: "Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a paz". (Is. 52,7).
Há, entretanto, um ponto que não quero deixar passar ao olvido por o considerar demasiado importante. Aquele acento no “sonho de Deus”, na “lucidez evangélica” e no “espírito conciliar” de atenção aos “sinais dos tempos” levou-me a Dom José Policarpo, ao concílio, a João XXIII ou ao Evangelho (Lc 12, 54-56). Porém, fez-me pensar sobretudo se o bispo desta diocese quer seguir os modos de deliberação do concílio de Jerusalém referido no livro dos Atos dos Apóstolos (cf Act 15,1-40): “ resolvemos de comum acordo”; “o Espírito Santo e nós resolvemos…”. A institucionalização desta boa prática dará uma boa forma de atuação, que não somente de estilo, mas de vertebração de ação pastoral com fundamento no antigo conceito de dogma, “aquilo que parece mais acertado” (do grego dogma, dógmatos: opinião, decisão, decreto, sentença; cognato do verbo dokéo: parecer, ter boa aparência, julgar, parecer bem haver por bem; cognato de dóxa: parecer, opinião, crença, conjetura, juízo, fama – de que derivou o verbo doxázo: opinar, crer, pensar, julgar, supor, imaginar). Deste decidir em comunhão com os colaboradores e com o Espírito Santo é tão inimiga a indecisão como a decisão autocrática.
Bem creio que, pelo perfil que apresenta ao Povo de Deus, recheado de experiência pastoral e educacional, de “sabedoria” (enquanto gosto da ciência e capacidade de reflexão), humildade firme e determinação dialogante, Dom António Francisco dos Santos, forjado nos rigores do Montemuro, de mãos dadas com os pobres – que efetivamente não podem esperar – temperado com a maresia de Aveiro, será o pastor que a cada momento saberá discernir se deve marchar à frente do “rebanho”/povo, para lhe indicar o caminho, se ao meio, para o manter unido e neutralizar debandadas, se na retaguarda, para evitar que alguém se atrase ou desgarre, mas, fundamentalmente, porque o próprio rebanho é dotado de olfato para encontrar novos caminhos: o sentido da fé (cf Francisco aos Bispos de Timor Leste, 17 de março).
Resta-me, daqui, do canto da discrição, saudar o nosso Bispo, novo no Porto, mas velho amigo de outras andanças pastorais e pedagógicas.
2014.04.06
Louro de Carvalho