São irmãos. São irmãos e amigos. Pessoas de trabalho, subiram a pulso a corda da vida. Estão bem. Trabalharam muito. E honestamente.
Receberam com o leite materno a sensibilidade aos outros.
Como pessoas diferentes, traduzem de modos diferentes essa vivência solidária.
D. Francisca ajuda imenso. Todos os grupos e iniciativas que tenham a ver com a solidariedade e a caridade sabem que têm nela uma entusiasta. Mais, ela mesma promove nos grupos de que faz parte iniciativas solidárias. Não esconde o que dá nem o que faz. Vaidade? Quem a conhece sabe bem que não. Fá-lo por verdade e para exemplo.
O irmão, senhor Justino, procede de outra maneira. Pratica a solidariedade, mas em silêncio, com total recato. Não faz parte de grupos nem toma iniciativas públicas. Chama ou aparece e quase pede licença para doar a sua contribuição.
Há dias, uma pessoa que lhe devia avultada quantia de dinheiro foi a casa entregar-lhe os juros. Era domingo. Sua esposa fazia anos e, por isso, havia convidados em casa. O devedor atravessa uma fase muito, muito difícil. O dono da casa pegou nos juros e arrumou-os.
Muitos dos convidados presenciaram esta cena e cá fora comentavam que que o senhor Justino era insensível, um avarento, que não ligava nada ao sofrimento dos outros, que o devedor, apesar de muito trabalhador, estava com a "corda na garganta", que se precisava de uma ajudinha era agora...
Pois. Quem julga pelas aparências presta-se a injustiças tremendas.
Nesse mesmo domingo, depois da saída dos convidados, o senhor Justino pega no carro, vai à porta do seu devedor, entrega-lhe o envelope e balbucia à pressa: "Não me deves nada. Os juros estão pagos."
E este é um caso. E famílias carenciadas que recebem cabazes em casa sem ninguém saber quem os pagou? E estudantes em dificuldades a quem chega dinheiro para os estudos sem ninguém saber de onde veio? É assim o senhor Justino. Para o público, não passa de um ricaço insensível; para quem beneficia da sua solidariedade secreta e discreta, é um anjo sem nome.
O barulho não faz bem e o bem não faz barulho.
Conheço algumas pessoas como a D. Francisca, Bem hajam!
ResponderEliminarQuando ao Sr. Justino, eu acho que ele nem se importa com o que as pessoas dizem ou comentam a seu respeito, ele sabe o que faz e Deus também, ele deita-se e não deve ter pesadelos, o que ele deve andar tranquilo, o que ele faz e os seus actos não estão à espera de reconhecimento, ele preocupa-se com os outros sem troca de nada.
Um beijo enorme Sr, Justino, e que Deus lhe dê sempre tudo o que merece para poder continuar ajudar os outros.
Céci