D.António Couto dizia há uns tempos atrás numa das suas conferências algo muito assertivo: " o tempo dos cristãos praticantes acabou." Acabou mesmo, porque ser cristão praticante não é só cumprir cultos... ser cristão praticante é ser cristão na vida toda, no dia-a-dia, ou seja, ser coerente e, nesse, sentido, os que se consideram cristãos praticantes, podem afastar pessoas se não viverem o que professam... é algo que me tem vindo a assustar! Algumas acusações dos que não vivem tanto a fé têm alguma razão de ser e ninguém lha pode tirar...
Por fim, acho muito bem que a Igreja mantenha requisitos para se poder ser padrinho ou madrinha... mas afinal onde é que estamos? É preciso não calar....
Comentário feito por Ana Patrícia neste blog ( Ver post " Quem pode ser padrinho/madrinha?")
Tem razão, mas...
1.Em geral, estou de acordo com a Ana Patrícia a quem agradeço mais este comentário.
2. "Algumas acusações dos que não vivem tanto a fé têm alguma razão de ser e ninguém lha pode tirar..."
É verdade. Mas será tudo?
Eu penso que se as pessoas forem honestas consigo mesmas, descobrirão que as grandes razões para muitos ditos "cristãos não praticantes" prendem-se com eles mesmos. Eu resumiria: vergonha, respeito humano, deficientíssima formação cristã, falta de vontade em assumir compromissos...
Aceito que, infelizmente, os praticantes nem sempre são não vida testemunhas da fé que celebram. Mas aceito ainda mais que os defeitos que os não praticantes põem nos praticantes são desculpas de "mau pagador". E como cada um é óptimo advogado de si mesmo, é sempre fácil arranjar desculpas para não cumprir, mesmo que essas desculpam os não convençam. Quantas vezes não há pessoas que procuram calar a consciência com a "fuga para a frente"? Arranjando desculpas...
3. Desde há muito me não convencem certas atitudes, que perpassam por algumas pregações, livros de homilias, cursos, reuniões, etc. Isto de estar sempre a "malhar" nos praticantes é antes de mais injusto. E permitam-me o atrevimento. Se alguém precisa mesmo de umas "malhadelas" são os que se intitulam "cristãos não praticantes", porque transformam a Igreja em "supermercado de sacramentos". Só lá vão quando precisam... Oportunismo do pior!!!
4. Os praticantes não ficam na cama, deixam a sua vida, o seu descanso, gastam gasolina, dão o seu contributo em trabalho, estão presentes, não deixam lugares vazios, não prejudicam a comunidade com a sua ausência. E isto não é fantástico???
Mais, em muitos e muitos locais hoje o "politicamente correcto" é não ir, ficar no café, dar umas voltas, praticar desporto... Quem vai, assume. É corajoso. Marca posição.
5. Já o disse e repito com a carga de sofrimentos que a vida semeia. Quem cria mais problemas nas comunidades paroquiais são os ditos "não praticantes". Porque não crescem na e com a comunidade, não compreendem nada, só sabem fazer exigências... É a ideia do supermercado.
Peço desde já perdão,ao Senhor,mas não concordo minimamente com o que "pensa" que é!
ResponderEliminarFui baptizada e aí começou a minha vida como cristã! Fui acompanhada por freiras durante a minha vida toda,Carmelitas,das quais tenho as minhas melhores recordações. Fui catequista mais de 15 anos,só deixei, porque fui estudar para uma Universidade a 350km de casa! Casei na Igreja,recebi estes sacramentos assim como baptizei a minha filha,pelo mesmo Sacerdote que me baptizou! Eduquei-a num colégio de freiras,para complementar a minha estratégia de mãe e educadora!
Para a Eucaristia frequento o Seminário dos Redentoristas,perto da minha casa!
Mas, Não para ir ao supermercado, mas porque necessito da paz..que não encontro noutro local.
Mas muitos dos fieis que estão aqui nas igrejas todos os dias e tenho mais duas na minha area de residência,ou são comerciantes,falcatrueiros,não cumprem a palavra de DEUS! "É mais fácil entrar um camelo por o buraco de uma agulha,do que um rico alcançar o Reino dos Céus!"
Esta Igreja que eu frequentava antes era assim. Os Ricos,que amigos de obter as coisas por baixo dos véus..tinham cadeiras especiais,até davam a Comunhão!
O Padre Alves Correia ,que estará a prestar as suas contas com DEUS,mandava um envelope para todos os alunos do Colégio,no dia dos anos dele,para lhe porem uma nota!E depois na missa dizia que as notas pequenas não eram válidas,crianças traumatizadas, porque lhes diziam que aquilo não era dinheiro que se visse! Recebia do estado a ajuda que deveria pertencer aos pais,e eu não pedia o dinheiro, apenas um recibo como se fosse um donativo à Igreja,para poder colocar no IRS,já que era uma receita que não recebia.Só o comprovativo como o dava à Igreja, e continuava a pagar as propinas,claro que não era de borla! Uma vez uma freira disse-me, não faz mal,aqui alguém assina por si..não lhe daremos recibo nenhum.
E queriam que eu desse catequese lá??? Isso não é corrupção...Foi aí que me tornei uma catolica não praticante,mas tenho a fé e respeito a Igreja,coisa que já vi os que lá vão todos os dias ,não o fazer
Desculpe...Nem que me ralhe mas eu sou muito franca , honesta e digo o que penso!
A Igreja afastou-me da minha Igreja!
Agora procuro o equilibrio! Entre a minha vida de adolescente e esta coisa onde vim parar na residencia após o casamento!
Tenho um reparo a fazer, trabalhei com muitos outros padres e alguns deles meus amigos,que nada têm a ver com isto. É um caso,entre alguns que conheço,a pena foi ter chegado um dia a esta paróquia!
Se eu não devo generalizar,o Sr. Padre também não!
"Paz aos homens de boa vontade!"
Compreendo a sua situação. Aceito-a e sinto-a como um clamor a chamar-nos a todos à conversão ao Evangelho.
ResponderEliminarMas o sofrimento de 30 anos de humilde serviço à Igreja ergue-se neste grito de alma: "Quem mais problemas cria à vida pastoral são os ditos "cristãos não praticantes". E escrevo isto com a tinta da dor do serviço.
Muita paz.
Peço já desculpa por meia duzia de palavras que aqui vou escrever não venho para por lenha na fogueira não é essa a minha intenção.
ResponderEliminarComo todos nós sabemos os tempos hoje são muito dificeis para os jovens são obrigados a frequentar a escola até uma idade já um pouco avançada quando chegam ao mundo do trabalho nada sabem fazer qual é o empresario que dá um emprego a quem nada sabe fazer e quando o dá paga-lhe o ordenado minimo sendo que esta situação tanto se aplica ao rapaz como á rapariga e se arrajarem trabalho é a contrato sem saber se fica na empresa ou não como podem esses jovens constituir uma verdadeira familia como casa ter filhos se andam sempre com o coração nas mãos será que vou ser despedido? na minha opinião para que estas situações focem alteradas tambem nos pulpitos se deviam levantar vozes contra estas situação que para mim é uma das cousas de muitas uniões de facto um come em casa do pai o outro come em casa da mãe e só vão a casa dormir juntos e acredito que muitos cristãos que vão á igreja e rezam tem familiares nesta situação por isso senhores Padres denunciem bem alto estas situações porque me parece que ao governo a politica do quanto pior melhor está estalada dai as leis que o parlamento aprova .
António Assunção
Senhor António:
ResponderEliminarAinda há bocadinho mesmo, num programa que mantenho na rádio, falei dessa e de outras situações. Aliás entendo a denúncia como integrante da missão profética da Igreja. E certamente já se apercebeu que muitas vezes me tenho insurgido contra os silêncios da Igreja e/ou contra certa linguagem usada que o povo não entende.
Entendo, contudo e em coerência com o que aqui tenho escrito sobre os leigos (de acordo com o Concílio) que cabe a estes a intervenção na vida social para que ela se reja pelos valores do Evangelho. E hoje vejo os cristãos longe dos palcos e da intervenção política. Pior, muitos quando estão, fazem-no em nome de interesses próprios em vez de aí lutarem pelos valores cristãos.
Porque me parece o seu comentário incisivo, coloquei-o num post. Espero que me perdoe algumas alterações de escrita. Fi-lo para tornar mais claro o seu pensamento.
Obrigado.