Medina Carreira. Ou a coragem da frontalidade. Sem medo do politicamente correcto, põe a mão na ferida. Chama os bois pelos nomes.
Pode ler aqui. Concordar ou discor é um direito que lhe assiste, amigo leitor. Mas que ele assume, é frontal e claro, nisso certamente concordará.
http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx?channelid=00000229-0000-0000-0000-000000000229&contentid=BD5B2BBF-A433-445E-AE89-BFC7E20DF6C6
Algumas frases da entrevista cujo vídeo também poderá visualizar.
" - José Sócrates é um homem de circo, de espectáculo.
- Esta crise é traumatizante, difícil e com efeitos dramáticos do ponto de vista social que todos os dias presenciamos com despedimentos em série.
- Em Portugal temos a preocupação de olhar lá para fora e eu creio que a maior parte das pessoas que se preocupam com o exterior é porque não sabem dizer nada sobre o interior.
- Aquilo que eu acho que vai derrotar esta democracia de 1976 é a economia.
- Porque é da economia que deriva o emprego e a sua qualidade, que deriva o bem-estar, que deriva as boas expectativas, que deriva o optimismo são. É da economia.
- O português está a produzir 100 euros por ano e está a gastar 110, 111 euros. Quer dizer que estamos a viver de empréstimos.
- A primeira coisa é explicar ao País que nós temos uma economia que não vai sustentar este nível de vida.
- Eu acho que as reformas e os salários da Função Pública, a partir de um certo nível, devem ser diminuídos.
- Nós não podemos andar a formar analfabetos e depois dizermos para arranjarem empregos bons a esta gente. A gente tem de ir à escola.
- Agora, na escola só pode estar quem queira aprender.
- Oitenta por cento dos que estão lá (na escola) não querem aprender.
- O ensino em Portugal é uma intrujice. Uma intrujice cara.
- E depois inverte-se isto. Vamos avaliar os professores, nem sei quais são os critérios. No estado em que aquilo está parece-me uma tontice, mas não se avaliam os alunos. Isto tem pés e cabeça? Isto é de uma sociedade de gente com juízo?
- É uma escolinha. Não é uma escola, é uma escolinha. É um grupo de gente que está a praticar um crime gravíssimo que vai liquidar uma geração. Se não mais. Mas a próxima geração maioritariamente está liquidada. As pessoas não aprendem a língua. Nós pensamos em português. Se a gente não sabe bem português não pensa bem. Nós não sabemos fazer contas, nós não sabemos geografia. Se perguntarem a um rapazito qualquer onde é que é Washington não faz ideia nenhuma, é capaz de dizer que é na Ásia.
- O Ministério da Educação, como os outros Ministérios neste nosso regime, está ali para parecer, para apresentar uma estatísticas lá forjadas não sei como.
- Não se deve governar para as estatísticas. Deve governar-se em função de um objectivo e daquilo que é fundamental para o País. Porque nós andamos distraídos com tanta coisa e não percebemos que quando se fala de economia não estamos a falar de economia. Estamos a dizer desemprego, pobreza, desigualdades e riscos para o Estado social. Com esta economia que cresce 0,5 % ao ano dentro de dez anos as políticas sociais têm de ser completamente revistas. Não há dinheiro para manter estas políticas sociais.
- Os partidos não trabalham em função de valores, de ideologias, de objectivos, de programas. Os partidos trabalham em função do assalto ao Orçamento. Porque o Orçamento dá para colocar os amigos, dá para fazer negócios.
- Eu digo com clareza. Se nós continuamos a fazer auto-estradas, terceiras pontes sobre o Tejo nós daqui a dez ou quinze anos temos um problema financeiro gravíssimo.
- A Manuela Ferreira Leite poder trazer à política uma coisa que é essencial, que é a seriedade.
- Eu acho é que se sair uma maioria absoluta é que é arriscadíssimo. Eu não quero mais maiorias absolutas de um partido. Porque se o PS levar por diante estas obras resulta do facto de ter maioria absoluta."
Henrique Medina Carreira nasceu em Bissau a 14 de Janeiro de 1931. Licenciado em Ciências Pedagógicas e em Direito, frequentou ainda o curso de Economia, que não concluiu. Secretário de Estado do Orçamento no VI Governo Provisório, foi ministro das Finanças entre 1976 e 1978, tendo negociado um empréstimo com o FMI nesse período.
Medina Carreira foi ministro no governo cujo Primeiro-Ministro era Mário Soares, estando então ligado ao PS.
Concordo e subscrevo tudo o que disse! A escola não está avaliar alunos,até porque a farsa do governo não deixa! Mesmo que os meninos batam nos professores e faltem às aulas e ou nem saibam ler ou escrever a língua mãe,têm que passar ao abrigo de uma lei, mentirosa e desconcertante!E venha lá o Magalhães! lol ! Quanto avaliação dos professores, outra maneira de subverter o que sempre foi certo!
ResponderEliminarAntes os professores ensinavam, nunca ninguém os pos em causa.Havia respeito e competencias,porque assim tinha que ser!Vale mais uma 4ª classe antiga que uma licenciatura dos dias de hoje!Já vi coisas que até Deus duvida,mas enfim! Se realmente se pudesse chamar os bois pelos nomes,(todos os porcos querem a gamela)isto é e peço perdão,uma fachada,uma podridão,uma vergonha..Na economia,no ensino, na saúde e na justiça! Continuam com os "jobs for the boys"
Detesto o politicamente correcto! Destes estes fulanos que só querem roubar o povo,e só enchem os bolsos à custa de esquemas!
E assim anda ou desanda a vida no "reino" de Portugal!
Um santo domingo!
É rigorosamente verdade tudo quanto Medina Carreira diz. No entanto, ele foi um daqueles que, em tempos, contribuíram para este tipo de situação e deu, ainda não há muito tempo, ideias gravosas que foram levadas à prática pelo Senhor Engenheiro, embora rotuladas de insuficientes.
ResponderEliminarAlíás, o santo Engenheiro Guterres (é assim que um semanário da praça a ele se refere) não deu seguimento ao plano de saneamento das finanças públicas, que encomendou a Medina Carreira. Ficou-se na propalada redução da "despesa corrente primária".