O Papa Bento XVI acaba de levantar a excomunhão aos quatro bispos ordenados em 1988 por D. Marcel Lefebvre, que conforme muitos leitores se recordarão, se separou da Igreja Católica após o Concílio Vaticano II. Isto significa que esta pequena comunidade cristã está a caminho de se integrar na Igreja Católica Romana.
Há quem se escandalize com este "perdão" do Papa, mas se o mesmo esforço de reconciliação tivesse sido feito aquando da separação da igreja oriental ou da reforma protestante, hoje não teríamos lamentado tanta falta de unidade entre os cristãos.
Vem a propósito o que escreveu o Padre Alir, no site http://www.veritatis.com.br/article/5516, sob o título "Paulo: por que não fundaste uma igreja diferente da de Pedro?"
«Pedro era um simples pescador. Tu eras um intelectual. Pedro quase nem sabia ler e escrever. Tu eras formado e educado aos pés de Gamaliel (At 22,3) e conhecedor até de línguas que Pedro não conhecia. Tu escrevias coisas difíceis a Pedro de entender (2Pd 3,16). Tu tinhas dons tão extraordinários do Espírito Santo. Tu tivestes até que corrigir Pedro, por causa de seu duplo procedimento (Gl 2, 11.14). Tu evangelizastes mais que os doze apóstolos juntos. Formastes muito mais colaboradores do que Pedro.
Em tudo, parecias muito mais sábio, dinâmico e eficaz do que Pedro. Então, Paulo, por que não formastes a tua própria Igreja, já que Jesus Cristo te iluminou e pessoalmente te revelou o Seu Evangelho?
Que tens a dizer?
"Catorze anos mais tarde, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo. E subi em consequência de uma revelação. Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão." (Gl 2, 1-2)
Então, quer dizer que fostes submeter teu evangelho a Pedro e aos demais apóstolos "de maior consideração" para te certificares de não ter corrido e ou continuar correr em vão? Então, quer dizer que alguém pode pregar o evangelho com muito empenho e estar correndo em vão?»
Vale a pena reflectir neste exemplo de S. Paulo!...
In O Amigo do Povo
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