sábado, 21 de fevereiro de 2009

Canonização do Santo Condestável marcada para 26 de Abril

Futuro Santo português granjeou admiração pela sua capacidade enquanto militar e pela sua humildade, após assumir a vida de Carmelita



Nuno Álvares Pereira, fundador da Casa de Bragança, nasceu em Cernache do Bonjardim em 24 de Julho de 1360. Filho de D. Álvaro Gonçalves Pereira, entrou aos 13 anos na corte de D. Fernando (rei de 1367 a 1383) como pajem da rainha D. Leonor de Teles. Destacando-se logo em jovem num ataque dos castelhanos a Lisboa, foi armado cavaleiro.
Em 1385, D. Nuno foi nomeado por D. João I como o Condestável do Reino. Conquistou o Minho para a causa e, depois da vitória de Trancoso em Maio ou Junho, cortou a arrojada avançada castelhana com a memorável Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385.
Ao serviço do Reino de Portugal foi militar invencível na guerra da independência, tendo granjeado enorme admiração entre os seus contemporâneos. Já nos seus Lusíadas, Camões apresenta o herói de Aljubarrota como forte, feroz, leal, verdadeiro, grande, valoroso, entre outros adjectivos que ressaltam as suas qualidades físicas, morais e éticas.
Assegurado o Reino, Nuno Álvares começou a dedicar-se a outras obras. Mandou construir a Capela de São Jorge de Aljubarrota em Outubro de 1388 e o Convento do Carmo em Lisboa, terminado em Julho de 1389 e onde entraram em 1397 os Frades Carmelitas. Dedicou em Vila Viçosa uma capela à Virgem para a qual mandou vir de Inglaterra uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que 250 anos depois seria proclamada Rainha de Portugal.
A morte da filha, D. Beatriz, em 1414, cortou o último laço com o mundo e abriu o desejo da clausura. Ainda participou na expedição a Ceuta de 1415, primeiro passo da gesta ultramarina portuguesa, onde o seu valor ficou de novo marcado. Mas em breve olharia para outras fronteiras.
Em 1422, distribuiu os títulos e propriedades pelos netos, e a 15 de Agosto de 1423, festa da Assunção, aniversário do seu casamento e dia seguinte ao da Batalha de Aljubarrota, professou no Convento do Carmo.
Descalço, de hábito carmelita donato, túnica que descia aos calcanhares, com escapulário e samarra de estamenha, passou sete anos pelas ruas a pedir esmola para os pobres da capital, tendo dado a todos, durante a sua vida, um exemplo de oração, penitência, amor aos pobres e devoção a Nossa Senhora.
Frei Nuno de Santa Maria morreu na sua pobre cela, rodeado do Rei e dos Príncipes.
Foi beatificado pelo Papa Bento XV a 23 de Janeiro de 1918 e, até agora, a sua festa é liturgicamente assinalada a 6 de Novembro. No início do século passado, o Santo Condestável apresentava-se como um modelo de “santidade patriótica” num período particular conturbado das relações Igreja-Estado.
Fonte: João César das Neves, “Os Santos de Portugal”, Lucerna

2 comentários:

  1. Honra a Portugal, honra à Igreja Portuguesa, honra à Infantaria por este santo, homem de excelsa integridade moral e valor militar!

    NUN'ÁLVARES PEREIRA

    Que auréola te cerca?
    É a espada que, volteando,
    faz que o ar alto perca
    seu azul negro e brando.

    Mas que espada é que, erguida,
    faz esse halo no céu?
    É Excalibur, a ungida,
    que o Rei Artur te deu.

    'Sperança consumada,
    S. Portugal em ser,
    ergue a luz da tua espada
    para a estrada se ver!

    Fernando Pessoa, in “Mensagem”

    N. B.: A imagem do post não é de Nuno Álvares Pereira, mas de Dom João I.

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  2. Obrigado pela chamada de atenção.
    Abraço
    Asas da Monmtanha

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