Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito:
«Eu sou o pão que desceu do Céu».
E diziam:
«Não é ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?»
Jesus respondeu-lhes:
«Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». (Jo 6,41-51)
1. "Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer..."
A fé é um dom de Deus. Não se deve à nossa inteligência, argúcia ou bondade. É sempre Deus que toma a iniciativa, que nos chama a acreditar.
2. "Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu para que não morra quem dele comer."
O maná como um alimento que matou a fome física dos israelitas em marcha pelo deserto, mas que não lhes deu a vida definitiva, não lhes transformou os corações, não lhes assegurou a liberdade plena e verdadeira (só o “pão” que Jesus oferece sacia verdadeiramente a fome de vida do homem). O maná pode representar aqui todas essas propostas de vida que, tantas vezes, atraem a nossa atenção e o nosso interesse, mas que vêm a revelar-se falíveis, ilusórias, parciais, porque não nos libertam da escravidão nem geram vida plena. É preciso aprendermos a não colocar a nossa esperança e a nossa segurança no “pão” que não sacia a nossa fome de vida definitiva; é necessário aprendermos a discernir entre o que é ilusório e o que é eterno; é preciso aprendermos a não nos deixarmos seduzir por falsas propostas de realização e de felicidade; é necessário aprendermos a não nos deixarmos manipular, aceitando como “pão” verdadeiro os valores e as propostas que a moda ou a opinião pública dominante continuamente nos oferecem…
3. “Quem acredita em Mim, tem a vida eterna”
“Acreditar” não é, neste contexto, aceitar que Ele existiu, conhecer a sua doutrina, ou elaborar altas considerações teológicas a propósito da sua mensagem… “Acreditar” é aderir, de facto, a essa vida que Jesus nos propôs, viver como Ele na escuta constante dos projectos do Pai, segui-l’O no caminho do amor, do dom da vida, da entrega aos irmãos; é fazer da própria vida – como Ele fez da sua – uma luta coerente contra o egoísmo, a exploração, a injustiça, o pecado, tudo o que desfeia a vida dos homens e traz sofrimento ao mundo. Eu posso dizer, com verdade e objectividade, que “acredito” em Jesus?
4. “Viver o Amor Fraterno sem Distinções nem Discriminações” - É o tema para a Semana Nacional de Migrações que vai de 9 a 16 de Agosto.
Quão belamente São Paulo, na segunda leitura deste domingo, nos aponta o caminho para um "amor fraterno sem distinções nem discriminações"! Reparem:
"Não contristeis o Espírito Santo de Deus,que vos assinalou para o dia da redenção.Seja eliminado do meio de vóstudo o que é azedume, irritação, cólera, insulto, maledicênciae toda a espécie de maldade.Sede bondosos e compassivos uns para com os outrose perdoai-vos mutuamente,como Deus também vos perdoou em Cristo.Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados.Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo,que nos amou e Se entregou por nós,oferecendo-Se como vítima agradável a Deus."
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