Jovem, concluía o seu curso superior, filho único, família estável.
Esperavam-no em casa do avô aniversariante para o almoço. Os pais foram à frente. Ele ficara, com a promessa"já vou lá ter". Como tardava, foram ver o que se passava. Encontraram-no sem vida, porque tinha acabado com a vida.
Fora meu aluno no 2º ciclo, era inteligente e revelara sempre um comportamento irrepreensível. Após a Profissão de Fé, e durante muitos anos, desempenhou com competência, o múnus de acólito. Depois de cessar esta função, participava na Eucaristia dominical.
Simpático, atencioso, cordato, embora não muito expansivo.
Àqueles pais, arrasados pelo sofrimento, a minha total solidariedade.
Rezo para que o Deus da esperança dê força aos vossos corações destroçados, os repare e os acalente.
Há tantas respostas para perguntas que nunca fiz. Há toneladas de silêncio para perguntas que faço.
Não interessará nada estar a remexer situações, inventando explicações. Evitemos julgamentos, só o Senhor, justo juiz, conhece a fundo o mistério de cada coração.
Sejamos solidários para quem fica. Rezemos por quem partiu.
É tão fácil falar do k não se sabe e fazer julgamentos, já ouvi hoje tanta coisa,tantas pessoas com resposta e explicação para tudo, k nem vale a pena contar. Vamos deixar o António descansar em paz,era assim k ele gostava de estar sossegado no canto dele.Atónio eu fico por aki a rezar por ti mas sei k estejas onde estiveres também vais rezar por todos k deixaste...kem dera k o tempo voltasse atrás, e k naquela hora tivesses uma mão amiga para te impedir deste acto desesperado,mas infelizmente não dá.Descansa em paz. Helena Assunção
ResponderEliminarFui dar uma volta pelo Norte. Gosto daquelas gentes, gosto daquelas terras. Encontrava-me em Lamego quando tal aconteceu. Perturbou-me. Mas perturbou mesmo. A fotografia que vi num edital fez com que o imaginasse tal como o Sr. Padre no-lo descreve.
ResponderEliminarNestas alturas a minha confiança num Pai infinitamente misericordioso estremece. Só o silêncio faz sentido.
Que Deus tenha o António junto Dele e ampare os que por cá ficaram... Temos o direito de Lhe pedir ao menos isto, não temos Padre?
Temos, Fá, temos.
ResponderEliminarConfesso que me custou demais presidir ao funeral do António. Só com muito esforço e alteando um bocadinho a voz, consegui manter alguma serenidade.
Ver aqueles rostos jovens cobertos de lágrimas, sentir o latejar da dor dos pais, a inundação de recordações do acólito António que durante tantos anos serviu àquele altar... foi muito, muito difícil.
E foi neste clima humano pesado, que então souberam bem as palavras do cântico: " Como a mãe abraça o filho adormecidio// Tu nos tomas e agasalhas a nós teus filhos."
Deus está muito à frente das nossas misérias e limitações. O seu Amor e carinho são irresistíveis. O António, do outro lado de lá do tiro, encontrou dois braços que o seguram para sempre. Deus estava lá para o receber e o inundar do Seu Amor.
Já sabia do acontecido,e estava à espera do seu testemunho.
ResponderEliminarAleluia que algo mudou na Igreja! Afinal os suicidas, agora podem ter funeral católico,antes não! A Igreja é contra o suicidio,é um dos mandamentos, ninguém pode tirar a vida mesmo que seja a sua! Só Deus pode!
Muito me apraz ler que celebrou o funeral! Sei que outros Padres lá estiveram também...
Uns antigos professores como o Sr.Pe e ainda amigos de faculdade que solenemente estenderam as suas capas para o caixão passar!
Tenho muita pena que o António cometesse este acto de desespero, uma chamada atenção sabe-se lá para quê ou para quem!
Só lamento que tenha pago com a sua própria vida!
Talvez se alguém estivesse mais atento,tudo poderia ser diferente!
Mesmo que tenha escrito a carta de despedida, há algo que só ele sabia e levou consigo!
Triste e cruel este mundo!
E como senhor disse, realmente acredito que o Pai Celeste, lhe tenha dado a mão, mesmo tendo ele cometido este pecado. Creio tenha sido de uma angústia atroz!
Paz ao António! Que esteja na Luz a sua alma!