terça-feira, 17 de março de 2009

“Abraçar todo o continente africano”

Bento XVI partiu esta Terça-feira de Roma para a sua primeira visita ao continente africano enquanto Papa, que o leva primeiro aos Camarões e, de seguida, a Angola. Apesar de limitada às capitais destes dois países, a viagem apostólica quer levar uma mensagem de paz a todo o continente.
O Papa partiu com um ligeiro atraso, cerca das 10h20 locais (menos uma hora em Lisboa). No tradicional telegrama que o Papa envia ao Presidente da Itália, ao partir em viagem, Bento XVI fala do "vivo desejo de encontrar os irmãos na fé e os habitantes" de Angola e Camarões.
Camarões é a África em miniatura, diz D. Eliseo Antonio Ariotti, representante diplomático do Papa nesta nação. Um país bilingue com grande diversidade religiosa e cultural, ideal para conhecer a África.
Enquanto isso, os angolanos vêem na visita uma grande oportunidade de passar ao mundo sua imagem de povo único e especial. O bispo Filomeno Vieira Dias, coordenador da visita no país, diz que 500 mil fiéis são aguardados na celebração de Domingo, no passeio de Cimangola. A visita animará os fies e unirá a Igreja na sua missão evangelizadora no país, completa o Bispo.
O Papa refere a sua viagem a Angola, “para ali celebrar solenemente o 500.º aniversário da evangelização deste país".

Em África, os católicos cresceram mais de 3% nos últimos anos, o que ultrapassa o crescimento da população total (2,5%). Estima-se que em 2050, três países africanos estejam entre as dez maiores nações católicas de todo o mundo: a República Democrática do Congo (97 milhões de católicos), o Uganda (56 milhões) e a Nigéria (47 milhões).
A “explosão” do catolicismo na África subsaariana, ao longo do século XX, pode ser considerada como um dos maiores sucessos missionários na história da Igreja - embora deva ser sempre lida com atenção, como se lê neste dossier -, já que de uma população de 1,9 milhões de católicos, em 1900, se passou para 139 milhões.
Os bispos africanos estão conscientes de que não basta crescer, mas que tal crescimento tem de ser transformado em “qualidade de fé”, o que exige formar equipas pastorais.
Outros desafios importantes que estarão presentes na visita papal são as relações com o mundo muçulmano e o fenómeno de alguns grupos e seitas de origem cristã.

Bento XVI chegou aos Camarões, etapa inicial da sua primeira viagem ao continente africano, sendo acolhido em clima de festa aeroporto Internacional Nsimalen, de Yaoundé.
Na sua intervenção inicial, o Papa apontou como preocupações da sua viagem temas como a violência, pobreza, tráfico humano, opressão económica ou política. Nesse sentido, defendeu que “diante da dor ou da violência, da pobreza ou da fome, da corrupção ou do abuso de poder, um cristão não pode permanecer calado”.
“Venho até vós como um pastor, venho para confirmar os meus irmãos e as minhas irmãs na fé”, apontou.

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