quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

PARA EXEMPLO FUTURO

A vida possibilita-nos sempre vários contactos que nos podem sempre ajudar a reflectir sobre a vida.
Há dias, um colega contava-me, entre a consternação e a revolta, que no seu concelho - algumas dezenas de quilómetros daqui - uma pessoa pobre e sem "cunhas", ficava praticamente sem possibilidade de trabalhar na Câmara. E acrescentava: "Não será por estas e por outras que a classe política está no descrédito que esta?" E divagava: " Se queres emprego, então deixa de apoiar o partido tal e apoias o meu... Arranjo emprego para o teu filho (a) mas nas eleições não concorres pelo partido rival... Se queres manter o emprego sem problemas, nada de apoiar esta ou aquela força política, mantém-te em silêncio... Este emprego é para fulano de tal, porque tem certa influência, família numerosa e queremo-lo do nosso lado, são mais uns votinhos que entram... fulano (a) é pobre e tem imensas necessidades, mas fulano(a) sempre nos apoiou e há muito procura emprego da Câmara. Vamos dar-lho, embora até nem precise ou até tenha outro emprego...""

Fiquei a pensar e a perguntar para os meus botões que dose de verdade poderá existir nas palavras do meu amigo. Será mesmo verdade?
Se for, mesmo que só em parte, e salvaguardados os naturais exageros, a classe política fica muito mal na pintura! Onde fica a transparência de que tanto falam? Como é possível conjugar democracia com chantagem sobre as pessoas? Como é possível alguém valer-se do poder para manipular consciências, opções, dignidade? Como pode alguém valer-se das necessidades e situações precárias dos cidadãos para os chantagear? Então vale tudo para serem atingidos os fins? Não há valores, não há ética, não há nada?
Mas os eleitores têm imensa responsabilidade. Cada político que se apresente a eleições com métodos destes, deveria ser seriamente penalizado... Para exemplo futuro.

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