Há uns anos falava-se de "equipas sacerdotais"; hoje fala-se de "unidades pastorais".
Felizmente, estive durante 12 anos numa equipa sacerdotal nesta zona, que não nesta comunidade paroquial.
À distância de 16 anos, continuo grato ao Bispo que a possibilitou e aos colegas com quem trabalhei. Foi um experiência muito positiva para mim.
Continuo acérrimo defensor deste tipo de trabalho pastoral, desde que as equipas surjam com espontaneidade, tenham um projecto de acção pastoral e os sacerdotes que as integram estejam aí de corpo e alma, convictos, decididos, sentindo-se bem. Equipas impostas, não.
Numa Igreja "casa e escola de comunhão" compete à devida autoridade diocesana estar atenta aos sinais e, dentro de um quadro pastoralmente abrangente e contextuado, saber acolher o sentir e o pensar dos sacerdotes e as reais necessidades do povo de Deus. Penso que a colocação dos sacerdotes "para tapar buracos" pode ser pastoralmente ineficaz e pessoalmente contraproducente.
1. Uma equipa sacerdotal sedimenta-se na oração comunitária, que, de forma alguma, prescinde de um espaço individual de contacto com Deus.
2. Uma equipa sacerdotal exige um plano de acção pastoral, de modo a haver objectivos que a unifiquem e estratégias que a mobilizem.
3. Trabalhar em equipa exige humildade e capacidade de ultrapassar situações de alguma conflitualidade que são humanamente compreensíveis.
3. Trabalhar em equipa sacerdotal requer forte capacidade de amizade, tendo em vista evitar protagonismos que menosprezem os demais. O protagonista só pode ser Cristo.
4. Estar em equipa sacerdotal é saber dar o melhor de si mesmo, exponenciando dons e qualidades. Aqui, a diversidade, bem canalizada, é um serviço maravilhoso ao povo de Deus, contribui para a realização pessoal e de todo o grupo.
Equipas sacerdotais. Além de diminuir encargos e despesas, são especialmente um óptimo meio de evitar a solidão, que, tantas vezes, magoa demais.
Recordo com saudade aqueles momentos em que os três partilhámos experiências, vivências, actividades pastorais, sensações, alegrias, decepções. Então aquele almoço, aos domingos, era mágico.
Pastoralmente, as equipas podem ser de uma riqueza! Quando o padre trabalha sozinho, tem que "ser pau para toda a colher". Mas quando está em equipa, cada um pode dar o máximo naquilo em que se sente bem, para que tem mais jeito, em que vaza melhor os dons que Deus lhe deu. E quem lucra? Quem é melhor servido? O povo de Deus.
Até psicologicamente o trabalho de equipa é importante. As pessoas não ouvem sempre o mesmo ao domingo. A diversidade de sacerdotes responde melhor às diversas sensibilidades existentes na comunidade. Depois, se por um motivo ou outro, um sacerdote teve um choquezinho com uma comunidade, e porque no domingo seguinte aparece outro, dá tempo para que as coisas serenem, se ultrapassem e, quando voltar, esteja tudo normalíssimo.
As mudanças são sempre difíceis nas comunidades. Mesmo os que as desejam, quando surgem, normalmente terrincam os dentes. Se é sempre o mesmo a puxar, caem em cima, "lá está ele, sempre com a mania, só ele é que faz assim ou faz assado". Mas se um, dois, três, em momentos diferentes e com maneiras de ser e estar diferentes, dizem o mesmo, apontam a mesma direcção, então é tudo muito mais fácil.
Penso humildamente que será o caminho a repercorrer nesta diocese que julgo ter sido pioneira neste tipo de trabalho pastoral. Hoje vêem-se os Bispos de outras dioceses a apontar a necessidade unidades pastorais.
Daqui, do meu cantinho, quero deixar um abraço de gratidão aos grandes amigos, Padres Ramos e Matias. Pelo que aprendi convosco, pela partilha feita, pela amizade vivida, pela paciência que tivestes para comigo, pelo caminho percorrido, pela doação que fizemos às comunidades que servimos. Bem-hajam.
Na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa.
ResponderEliminarParticipa e divulga! Se não puderes estar presente, reza na mesma.
bjs em Cristo
Maria João
Fé e Missão (Missionários Combonianos)