Dos 56 garotos que em 1963/64 entraram no Seminário Menor, dois estão no exercício do sacerdócio ministerial: o P.e Dr Adriano Alberto e a minha humilde pessoa.
Uma grande amizade nos une, apesar de alguma distância que nos separa. Aliás essa amizade estende-se às nossas famílias. Várias vezes nos encontramos e já participámos e organizámos viagens ao estrangeiro juntos.
A convite seu, algumas vezes estive nas suas paróquias, mormente ao serviço da proclamação da Palavra. E sempre vim edificado. As paróqias a que preside são comunidades crentes, bem estruturadas, participativas, onde senti um laicado empenhado.
Aprecio sobretudo a sua relação com a comunidade. Próximo, acessível, atencioso, delicado, conciliador. Mas vê ao longe. Com uma postura calma, sabe orientar a sua comunidade, avançando para as reformas que se impõem. Não tem de forma alguma um estilo populista, evitando naturalmente o "porreirismo" tão em voga em alguns casos. Sabe estar para ajudar a caminhar.
Pessoa sensata, não avança segundo impulsos do momento. Gosta de refectir, medir bem as coisas, para descobrir o caminho certo. É assim em tudo na vida. Nem que seja a compra de uma roupa ou de um carro.
Deus ornou-o de muitas qualidades e capacidades. Além de uma maneira de ser estupenda, é um músico por excelência. Licenciado em Música e Teologia, exerce a docência da disciplina de Educação Musical na escola pública. Procura sempre estar actualizado, recorrendo à leitura e aos muitos cursos que tem frequentado. É um organizador nato e uma pessoa atenta. Como prova, aí está o Centro da 3ª Idade que se encontra já na fase final (internato), respondendo assim a carências graves patenteadas polos idosos da Serra do Montemuro.
Arcipreste de Cinfães há dois mandatos, por vontade do Bispo e por aceitação unânime dos colegas que aí trabalham, tem desenvolvido um óptimo trabalho quer na coesão do clero quer na dinamização pastoral do arciprestado.
Dou comigo muitas vezes a pensar se o meu condiscípulo - e outros sacerdotes como o grande amigo, P.e Dr Armindo da Costa Almeida, não precisariam de outra largueza de trabalho para melhor poderem "dar corda aos sapatos". Claro, sem qualquer desprimor para com as comunidades que servem. Parece-me que precisariam de outros horizontes e outros desafios para melhor vazarem as enormes potencialidades que o Senhor lhes deu. Mas Deus, a Igreja e eles é que saberão. Que a Luz do Espírito a todos ilumine e seduza.
Aquele abraço, Adriano Alberto!
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