A Missa tridentina é um termo usado para designar a Missa celebrada, em Latim, de acordo com as formas sucessivas do Missal Romano tal como foi promulgado em 5 de Dezembro de 1570 por São Pio V, implementando a decisão do Concílio de Trento, (Tridentina é a forma adjectival de Trento), e posteriormente revista por outros papas em 1604, 1634, 1888, 1920, 1955 e 1962. A Missa tridentina é também conhecida por Missa tradicional, Missa de São Pio V ou "Missa de Sempre", embora houve muitas diferências entre a Missa de 1570 e a Missa dos primeiros séculos em Roma, antes do Papa Gregório I - para não falar das formas da Missa em ritos que não são o romano. O missal de 1962 é utilizado pelas principais comunidades católicas tradicionais. O Missal Romano de 2002 é a forma actual do Rito Romano da Missa, modificada segundo as instruções do Concílio Vaticano II.
Em 7 de Julho de 2007, o Papa Bento XVI promulgou o Motu Proprio "Summorum Pontificum", em que liberaliza o uso do Missal Romano editado em 1962 como forma extraordinária do rito romano, sendo a forma ordinária o Missal Romano publicado por Paulo VI.
Esta decisão de Bento XVI pretende satisfazer a exigência de uma facção tradicionalista de padres e bispos, a Fraternidade de S. Pio X, fundada pelo bispo Marcel Lefèbvre, excomungado por João Paulo II por ter ordenado bispo sem autorização de Roma, além de negar a autoridade papal.
Ultimamente, aquela associação teve diversos contactos com Bento XVI que se mostrou disponível a permitir a celebração da missa de S. Pio V, como forma de aproximação aos padres tradicionalistas, no sentido de eles retomarem a comunhão com a Igreja de Roma.
Analistas no Vaticano consideram que esta é uma vitória das facções tradicionalistas católicas.
A chamada missa de S. Pio V (século XVI) vigorou até 1965, quando o Vaticano II decidiu permitir rezar a missa em latim, mas segundo a fórmula actual: o padre voltado para o povo e uma participação mais plena dos fiéis na celebração, como a leitura de textos bíblicos.
Na missa de S. Pio V o padre realiza o culto de costas voltadas para a assembleia, as orações da missa são na sua maioria ditas em voz baixa, as leituras bíblicas são apenas feitas em latim e os fiéis não podem acercar-se do altar para qualquer tipo de participação, como por exemplo, a "oração dos fiéis", que não existia na missa tradicionalista.
Para o especialista em liturgia Pereira da Silva, enquanto, na missa de Pio V, assiste-se; no rito actual, participa-se.
Insistir no rito tridentino significa, na maior parte dos casos, não o simples voltar à Liturgia tridentina, mas sim o negar a legitimidade do Concílio Vaticano II. A questão não é meramente litúrgica, mas teológica e, particularmente, eclesiológica.
QUESTÕES PERTINENTES:
- Irão os lefebvrianos reconciliar-se com a Igreja Católica com esta mudança? Suspeito que não.
- Irá o regresso ao rito tridentino significar o regresso ao calendário litúrgico (incluindo o Santoral) pré-conciliar? Espero que não.
- Estender-se-á o rito tridentino à celebração de todos os sacramentos, incluindo a Ordem, e com a terminologia pré-Conciliar?
- Com esta decisão, agora a missa passa a ter quorum mínimo? Mínimo de 30 fieis e um padre que queira celebrar. É estranho, porque andámos tanto tempo a dizer que Eucaristia não é exclusivo de nenhum grupo é de todos, andamos a ensinar que não há Missa das crianças mas sim Missa com Crianças e agora vamos ter a Missa dos latinistas, dos tradicionalistas???
- Muda também o conceito de comunidade paroquial em que os diversos movimentos tem que estar inseridos. Agora quem quiser, de forma bastante democrática pode organizar a sua própria paróquia e ganha grátis um relíquia pré conciliar, o Missal de Pio V.
- Muda por fim a visão da Igreja/Hierarquia de ver o mundo. Face aos problemas em vez de procurar soluções, volta-se para trás para tentar ver se tudo volta a ser como era.
- E já agora que é que está a dividir não serão aqueles que durante 40 anos colocaram tantos obstáculos à unidade, refugiaram-se na medievo, renegaram o concílio e tentaram semear a divisão na igreja? E não agora são os mesmo a falar de obediência à hierarquia, da defesa da íntegridade da fé católica?
http://www.padre-inquieto.blogspot.com/
Que fique totalmente claro que ninguém é obrigado a celebrar a Missa em Latim! Felizmente! Com o exotismo que se vê por aí em tantos actos religiosos, mormente casamentos e baptizados, não faltaria quem, para aumentar o exotismo, quisesse a Missa em Latim! Como diz o povo, por mim "podem tirar o cavalinho da chuva"!
Ó senhor abade! Tirar o cavalinho da chuva!? Então eu estava a pensar encomendar-lhe uma missa em latim, à moda antiga, e o senhor nega-se? Não há direito. Estou muito desconsolada.
ResponderEliminarNão seja assim! Olhe que adorava vê-lo a celebrar em latim, de costas para o povo e ouvir as velhinhas a bichanar terços...
Desculpe a brincadeira, mas lembram-se de cada uma! Com que a nossa Igreja se preocupa... missas em latim...
Continue assim.
Ana Freitas