sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Insensibilidade

Metro de Barcelona. Um jovem de 21 anos agride selvaticamente uma rapariga emigrante, equatoriana.
Impressionante! Nenhuma pessoa se levanta para defender a pobre agredida! O medo, a indiferença e a covardia tomaram conta daquela gente que, de forma cúmplice pela inacção, assiste à humilhação de uma pessoa.

Se observarmos bem o mundo que nos rodeia, verificamos que um dos grandes pecados sociais do nosso tempo é a insensibilidade: - uma insensibilidade cruel, contagiosa e revoltante.

Lemos os jornais diários ou ligamos a televisão para ouvir os noticiários e ficamos estarrecidos com palavras e imagens que noticiam atitudes de insensibilidade para com situações dolorosas dos outros. São os doentes incuráveis, são os famintos, são os drogados, são os sem abrigo, são os desempregados, são as vítimas da xenofobia, são os que morrem lentamente na solidão, são os idosos sem família que os trate nem lar que os abrigue, etc.,etc..

Há uma epidemia extensa, sem vacina, de insensibilidade de alto a baixo: desde governantes e chefes, desde patrões a companheiros de trabalho, desde gente rica que humilha os miseráveis, desde familiares a vizinhos, etc.,etc..

Insensibilidade é falta de partilha do sofrimento dos outros, das situações dolorosas das outras pessoas.

Li há tempos, na biografia de um homem extraordinário que se dedicou a aliviar o sofrimento alheio, uma palavra simples da sua mãe, que lhe orientou a vida inteira.

Quando passava na rua diante de algum mendigo ou deficiente, a mãe dizia-lhe: "Daniel, lembra-te que podias ser tu a estar no lugar desse infeliz!"

E aquela palavra da mãe na sua infância levou-o a entregar-se apaixonadamente à causa da pobreza.

Se cada pessoa, perante situações de sofrimento, imaginasse estar no lugar do outro que sofre, seria mais humano, e mais justo a legislar, a atender, a julgar, a executar.
Tem de haver uma guerra firme à insensibilidade, começando pelas escolas, pelas catequeses, pela pregação da Igreja, pelo exemplo de todas as autoridades, para se chegar à base educacional que é a família.

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