quinta-feira, 11 de outubro de 2007

INGRATIDÃO

Realizou-se hoje o funeral da senhora D. MARGARIDA, esposa do falecido DR. VICTOR OSÓRIO DE GOUVÊA. Este médico foi de uma competência, de uma dedicação e de uma generosidade ímpares. Continua uma referência na mente da população, mormente entre as pessoas mais velhas.

Fiquei triste por ver tão pouca gente da terra no funeral deste senhora. Uma SENHORA com letra mesmo maiúscula. De uma enorme finura de trato, atenciosa, delicada, pacífica e pacificadora. Uma pessoa de fé. Esposa da lenda viva que é o Dr. Victor.
Como em tantos funerais, nem pessoas houve para levar, ao menos, a cruz. Foi comigo no carro funerário.

Sei que a gratidão não é uma virtude que abunde por esse mundo fora. As pessoas aqui têm, felizmente, muitas qualidades, mas o genes da gratidão não o receberam em quantidade e qualidade satisfatórias. Nem estão muito predispostas a adquiri-lo. Claro que há excepções.

Estamos na civilização do supérfluo e do superficial. Muitas flores, muitas velas, muitos túmulos, bastantes idas ao cemitério. Pouca oração, pouca colaboração, quase ausência de gratidão.
"Se as velas ardem,
Se as lágrimas secam,
Se as flores murcham,
A oração recolhe-a Deus."

A ingratidão magoa mesmo! A ingratidão é uma eloquente certidão da desumanidade e da "falta de chá" de quem a pratica. Mas é também uma espada apontada ao coração de quem a recebe.

Não é nada difícil educarmo-nos e educar os nossos para a gratidão. Basta querer. E acreditem que, agradecidos, somos muito mais construtores de PAZ!

3 comentários:

  1. Fico triste com o falecimento da D.MARGARIDA. Grande senhora.Paz á sua alma.
    Fico muito triste pela ingratidão e reconhecimento das pessoas.Penso que se perderam valores essenciais. Só é importante se é util ou tem poder e...enquanto o tem.É muito desumano.Que sociedade temos?
    Que Deus lhes perdoe.

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  2. temos uma sociedade socrates/salazarista.

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  3. Olá. Dr João Paulo! Bem-vindo por aqui.
    São pertinentes as tuas questões. E acredita que hoje as vivi na pele. Tantas perguntas que fiz a mim mesmo!
    Não estaremos a pagar exactamente o preço de uma sociedade do cifrão, do útil e do fútil!?
    Penso que a palavra "VALORES" não cabe no dicionário de quem nos governa. Alguém os ouve falar disso? Mais, alguém os tipifica como referência de valores?

    Valha-nos a esperança e nesta a luta por um mundo bem diferente.
    Eu acredito.

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