segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E as "gorduras", senhor primeiro-ministro, as gorduras!?...

Clique aqui para ver todas as medidas da proposta do Orçamento de Estado para 2012.

1. É claro para toda a gente que o país se encontra numa gravíssima crise da qual é preciso e urgente sair.
Mas COMO?
2. Perante o quadro negro e pesado que a população enfrente, são naturais os protestos, as greves e as manifestações. "Quem não se sente, não é filho de boa gente." É bom que nunca se perca o direito à indignação. Numa democracia, o exercício da cidadania passa pelo exercício da justa indignação.
3. Mas também passa pelo exercício da cidadania  apresentar propostas para sair do poço em que nos encontramos. Protestar por protestar leva a algum lado? Interessa a quem? Aos profissionais da arruaça?
4. Como em tantas coisas na vida, há que ter em conta os oportunistas, os que nada fazem na vida, os que nada querem com o trabalho, os que não estão dispostos a qualquer sacrifício pela causa comum...
5. Os sindicatos têm que dar um salto até à actualidade. As suas exigências, tácticas e linguagem são as mesmas de há 30 anos. Há factos novos e  realidades novas às quais há que responder com novas posturas. E sem tanta dependência partidária...
6. Uma tecla batida vezes sem conta na última campanha eleitoral pelos actuais governantes foi esta: diminuir as gorduras do Estado.  Mas será que diminuir as gorduras do Estado é fazer a função pública a educação, a saúde e a solidariedade social pagar as favas?
E as fundações, tão severamente apontadas, quando serão objecto da atenção do governo? Quantos milhões não poderia poupar?
E aquelas frotas imensas de carros dos políticos e gestores? E aquelas mordomias de telemóveis, secretários e mais secretários, subsídios para isto e para aquilo?
Porque gasta a Presidência da República mais do que a Casa Real Espanhola?
Porque não se reformam de vez as escandalosas  reformas ao fim de poucos anos de trabalho (políticos, administradores de empresas públicas, futebolistas, etc, etc)?
7. É bom que cada português perca manias e exuberâncias nas manifestações externas (carrões, casas de top, vestir caro, férias chorudas, estroinices e borgas) e se concentre no essencial. É preciso trabalhar mais (também na função pública) e melhor. É preciso poupar e ser regrado.
8. Educar para a exigência. Ao responsável pela escola que ocupa o 1º lugar no ranking de escolas, ouvi que a causa primeira do sucesso era a exigência de disciplina.
9. A crise chama à solidariedade como manifestação de cidadania. Não podemos esperar que um Estado aflito supra todas as carências. É tempo de reaprender a beleza libertadora do dar.  "A felicidade está mais em dar do que em receber."

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