À espera do Salvador
Nos tempos que correm alguns leitores podem ver neste título um apelo a que apareça quem nos salve desta crise. Mas não é disso que se trata. Cristo prometeu que havia de vir de novo para nos salvar e é essa espera que a Igreja celebra todos os anos nas quatro semanas antes do Natal.
A Igreja chama a esse tempo Advento e durante ele devemo-nos preparar para prestar contas a Deus após a nossa morte e para celebrar bem o Natal de Jesus. Sim, porque queremos que Jesus venha ao nosso mundo. Que Ele nasça na nossa vida e na vida dos nossos contemporâneos.
«Mais que o vigia pela aurora, mais que a terra pelo sol nascente, mais que a flor pelo orvalho, nós o esperamos» – escreve o salmista.
Nos tempos antigos foi esperado por Israel, o Povo eleito. Espera ansiosa porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a David, aos Profetas. Nos momentos de alegria, Israel esperou; e esperou também nos momentos de trevas e de dor! É esta espera comovente, insistente, teimosa, que a Igreja celebra e revive no Advento!
Mas o Salvador que Deus nos enviou foi também esperado pelos pagãos, por todos os povos! É algo que nem sempre temos presente e, no entanto, é um aspecto importante do Advento: os pagãos desejaram o Salvador! Como pode ser isso? É verdade: eles não conheciam as promessas de Deus; eles não conheciam o Deus verdadeiro; eles não sabiam nada a respeito do Messias... Mas eles tinham e têm ainda no coração um desejo louco de paz, uma sede insaciável de verdade, de vida, de amor... sede que Deus mesmo colocou nos seus corações para que sem saberem, às apalpadelas, buscassem Aquele único que pode dar repouso ao coração humano. É isso que Mateus quer dizer quando nos conta a visita dos magos: eles vêm de longe, seguindo a estrela do Menino, eles esperavam e agora o procuram: "Vimos a sua estrela e viemos adorá-lo!" (Mt 2,2)! Esses Magos representam os pagãos todos, todos os povos, todos os homens e mulheres de boa vontade que, seguindo sua consciência, sem saber, procuram o Salvador. Pensemos em tantos sábios das várias culturas: Buda, Confúcio, Maomé e tantos, tantos outros, tão numerosos que somente Deus pode contá-los... Todos esperaram Aquele que é a verdade, a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo! E hoje continua a haver muita gente de todas as raças e culturas que O espera. Que Ele venha para todos!
In O Amigo do Povo
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