As polícias e os serviços portugueses de informação deram um exemplo ao Mundo do que é rigor, competência e qualidade no que respeita a operações de segurança que tornaram a cimeira da NATO num acontecimento mundial. Foi prestigiante para Portugal receber tantos chefes de Estado.
Durante dois dias o País, e Lisboa em particular, estiveram em todos os noticiários do Mundo. Foi possível ver políticos, quer aqueles de que gostamos quer aqueles de que não gostamos, a negociar entendimentos, acordos de cooperação e a falarem entre eles.
É uma excepção.
Em todas as anteriores cimeiras, as imagens dominantes não eram estas, mas de vadios destruindo carros e estabelecimentos, incendiando autocarros, arrasando os espaços públicos em nome da defesa da… paz. Queixaram-se alguns, que as autoridades expulsaram do país, que tínhamos uma "polícia brusca".
Ouvi um deputado do Bloco de Esquerda, grande protector de causas ditas nobres incluindo terroristas, basta lembrarmo-nos das suas posições sobre a ETA, a lamentar-se de que o polícia não dava liberdade aos pacifistas. Eu corrijo. Não deu liberdade a vadios. E fez bem.
Dito isto, devo dizer que desconfio da NATO. Não gosto da sua política submetida ao imperador que, em cada momento, governa os Estados Unidos.
Ficará para a história do horror e da vergonha a invasão do Iraque e a matança de milhares de inocentes sob o pretexto de formidável mentira que jurava a existência de armas de destruição massiva. Mas gosto menos de vadios e terroristas dispostos a matar a eito, destruir sem piedade, incendiar em nome da Paz. Essa que é uma das mais belas utopias e que esses tipos conspurcam quando dela se apropriam.
As polícias merecem aplauso. Ainda por cima, calaram todos os profetas da desgraça, alarmistas, publicistas e vaticinadores que auguravam maus presságios. Foi um serviço limpo. Para as crónicas da treta ficarão os disparates que se disseram, das desconfianças dos suspeitos do costume e as baboseiras vindas de parte incerta.
Portugal mostrou-se ao Mundo como um país seguro. Uma imagem definitiva que permite pensar que mais turistas e divisas ficarão curiosos para nos visitar. E esperamos que veja gente decente claro. Vadios, não.
Francisco Moita Flores, in Correio da Manhã
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